segunda-feira, abril 10, 2006

Baden Powell


Baden Powell de Aquino, instrumentista e compositor, nasceu em Itaperuna RJ, em 6/8/1937 e faleceu em 26/9/2000 no Rio de Janeiro RJ. Nascido no distrito de Varre Sai, foi morar ainda pequeno com a família no bairro carioca de São Cristóvão e cresceu ouvindo os chorões reunidos em casa pelo pai, o violonista Lino de Aquino, que lhe deu o nome em homenagem ao fundador do escotismo.


Aos oito anos esteve tom o pai na Rádio Nacional, conhecendo Meira, violonista do regional de Benedito Lacerda, e daí em diante seu professor de violão, durante cinco anos. Aprendeu então os clássicos e foi influenciado por Dilermando Reis e Garoto, além de seu professor.

Apresentou-se no programa de Renato Murce, na Rádio Nacional, ganhando o primeiro prêmio para solistas de violão. Aos 13 anos, conseguia algum dinheiro animando bailes do subúrbio com uma guitarra, fugindo das aulas para tocar violão com os companheiros do morro da Mangueira. Terminando o ginásio, foi trabalhar na Rádio Nacional, acompanhando o pessoal da emissora em excursões pelo interior.

Em 1955 entrou para o trio do pianista Ed Lincoln, tocando jazz na boate Plaza, em Copacabana, Rio de Janeiro, e acompanhando cantores em shows. Em 1956, compôs Samba triste (com letra de Billy Blanco), gravado em 1960 por Lúcio Alves, compondo ainda, nesse período, Deve ser amor, Encontro com a saudade e Não é bem assim.

Em 1962 acompanhou Sylvia Telles na boate Jirau; nesse ano conheceu Vinícius de Moraes, que foi seu parceiro numa longa série de composições de grande sucesso: Samba em prelúdio, gravado ainda em 1962 pela dupla Geraldo Vandré e Ana Lúcia; O astronauta, gravação dele próprio em 1964; Consolação, gravado por Nara Leão, além de Samba da benção, Tem dó, Só por amor, Labareda, Bom dia, amigo etc. Compôs ainda Aurora de amor e Tristeza, vá embora (ambos com Mário Teles).

Em 1963, gravou na Philips o LP Um violão na madrugada, incluindo Minha palhoça (J. Cascata) e Dona Baratinha (Newton Ramalho e Almeida Rego). Viajando para Paris, França, tocou, com grande sucesso, no teatro Olympia, composições eruditas, alem de seus sambas. Foi contratado pela boate Bilboquet, e compôs a trilha sonora do filme Le Grabuje, além do samba Formosa (com Vinícius de Moraes).

De volta ao Brasil em 1964, compôs Berimbau (com Vinícius de Moraes), e gravou, além desse samba, o LP à vontade, que incluía, entre outros, O astronauta e Samba do avião (Tom Jobim e Vinícius de Moraes). Passou então seis meses na Bahia, pesquisando música de candomblé e cantos dos terreiros, e de volta ao Rio de Janeiro começou a compor com Vinícius de Moraes uma série de músicas denominadas pelos autores afro-sambas, destacando-se entre eles Tristeza e solidão e Bocoché (1965), Canto de Xangô (1966) e Canto de Ossanha, este último lançado com grande sucesso por Elis Regina em 1966. Ainda em 1965 classificou em segundo lugar a Valsa do amor que não vem (com Vinícius de Moraes), defendida por Elizeth Cardoso, no I FMPB, da TV Excelsior de São Paulo SP.

Em 1966 colocou-se em quarto lugar no FNMP da mesma emissora, com Cidade vazia (com Lula Freire), defendida pelo cantor, então estreante, Milton Nascimento. Desse ano é o LP da Elenco Baden Powell Swings with Jimmy Pratt (baterista norte-americano que estava no Brasil acompanhando Caterina Valente), incluindo Manequim 46 (Monteiro de Sousa e Alberto Paz) e Samba de uma nota só (Newton Mendonça e Tom Jobim). No mesmo ano, os afro-sambas Canto de Xangô, Canto de Iemanjá e Canto de Ossanha, além de Berimbau e Samba da bênção, foram gravados na Forma por ele e Vinícius de Moraes. Atuou ainda com Elis Regina na boate ZumZum, do Rio de Janeiro.

Ainda de 1966 são seus LPs O mundo musical de Baden Powell (Barclay-RGE), gravado na França, que incluía Berimbau e Samba em prelúdio; Baden Powell ao vivo no Teatro Santa Rosa (Elenco), apresentando Valsa de Eurídice (Vinícius de Moraes) e Consolação (com Vinícius de Moraes); Tempo feliz (Forma-Philips), trazendo entre outros a faixa-título e Apelo (ambos com Vinícius de Moraes). Samba da benção (com Vinícius de Moraes) foi incluído na trilha sonora do filme Um homem e uma mulher, de Claude Lelouch. No ano seguinte apresentou-se no Festival de Jazz de Berlim, ao lado dos guitarristas Jim Hall e Barney Kessel, recebendo em Paris o Disco de Ouro pelo seu LP O mundo musical de Baden Powell. Gravou então o LP Mundo musical nr.2, tocando com a Orquestra Sinfônica de Paris.

De volta ao Brasil, iniciou nova parceria, com Paulo César Pinheiro, na época ainda adolescente, ganhando, com o parceiro, a I Bienal do Samba, da TV Record, de São Paulo, em 1968, com Lapinha, defendido por Elis Regina e inspirado em tema do folclore baiano sobre o lendário capoeirista Cordão de Ouro-Besouro. A dupla compôs uma série de músicas, destacando-se Cancioneiro, Samba do perdão, Meu réquiem, É de lei, Refém da solidão, Aviso aos navegantes, Carta de poeta, entre outras.

Ainda em 1968 gravou o LP Baden Powell (Elenco), incluindo Tristeza (Haroldo Lobo e Niltinho) e Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antônio Maria), reaparecendo para o público carioca no show O mundo musical de Baden Powell. No ano seguinte, ainda na Elenco, gravou o LP Vinte e sete horas de estúdio, incluindo O Cego Aderaldo. Em 1970 voltou à Europa, gravando em Paris, para a Barclay, a série de três LPs Baden Powell Quartet, e o LP Baden Powell, que incluía Carinhoso e Rosa (ambos de Pixinguinha).

Voltando ao Brasil, gravou na Elenco o LP Estudos, com músicas de sua autoria e mais Chão de estrelas (Orestes Barbosa e Sílvio Caldas). Concorreu ao IV FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, com Sermão (com Paulo César Pinheiro). Seu LP É de lei, de 1972, na Philips, incluía, entre outras, sua composição do mesmo nome e ainda Violão vagabundo (com Paulo César Pinheiro), e, em 1973 o LP Solitude on Guitar, gravado na República Federal da Alemanha, incluía Se todos fossem iguais a você (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e Por causa de você (Tom Jobim e Dolores Duran).

Em 1974 gravou ao vivo em Paris o LP Baden Powell (Barclay-RGE), com Garota de Ipanema (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e Jesus, alegria dos homens (Johann Sebastian Bach). No ano seguinte, lançou o LP Baden Powell Trio & Ópera de Frankfurt. Posteriormente, mudou-se para Baden-Baden (Alemanha), onde permaneceu por cerca de quatro anos. Em 1982 apresentou-se para o Sínodo dos Bispos em Roma, tocando na Igreja Santa Maria Majore.

De volta ao Brasil, em 1994 lançou o disco Baden Powell de Rio à Paris. Em julho do mesmo ano, apresentou-se no Rio de Janeiro, na Sala Cecília Meireles, ao lado de seus filhos Louis Marcel Powell, violonista, e Phillippe Baden Powell, pianista e tecladista. O concerto foi gravado e lançado em CD pela CID, no ano seguinte, com o título de Baden Powell & Filhos.

No início de 1995 mudou-se novamente para a França, lançou o CD Baden Powell-Live in Montreux, e recebeu o XV Prêmio Shell para a Música Brasileira, pelo conjunto de sua obra. Em 1996 gravou o CD Baden Powell - Live at the Rio Jazz Club e, em outubro do mesmo ano, apresentou-se na França ao lado de Sivuca.

Faleceu aos 63 anos, em 26/9/2000, de pneumonia bacteriana grave, na UTI da Clínica Sorocaba, no Rio, onde estava internado desde 23 de agosto daquele ano.

Algumas músicas:































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Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Revivendo Músicas - Biografias - Baden Powell

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