quinta-feira, abril 13, 2006

Maria Bethânia


Maria Bethânia Viana Teles Veloso, cantora, nasceu em Santo Amaro BA 18/6/1946. Irmã do compositor Caetano Veloso, desde a infância gostava de cantar, imitando os artistas que ouvia no rádio: Caubi Peixoto, Maysa e Ângela Maria eram seus preferidos. Tinha 13 anos quando a família se mudou para Salvador BA, e passou então a acompanhar o irmão, freqüentando os meios artísticos da cidade.


Em 1963, convidada a participar da peça Boca de ouro, de Nelson Rodrigues, estreou no palco cantando um samba de Ataulfo Alves, em montagem dirigida por Alvinho Guimarães. No mesmo ano, os dois irmãos conheceram Gilberto Gil e Maria da Graça (depois Gal Costa), e juntos resolveram fazer um show de música, convidando também o compositor Tom Zé.

Encenado em 1964, o espetáculo Nós, por exemplo inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador, e marcou a estréia dos baianos, que ainda no mesmo ano se apresentaram juntos em Nova bossa velha e velha bossa nova, no mesmo teatro. Sozinha, participou do musical Mora na filosofia, também em 1964. Em seguida, foi convidada para substituir a cantora Nara Leão no espetáculo Opinião, no Rio de Janeiro RJ.

Sua estréia a 13 de fevereiro de 1965 foi um sucesso, principalmente pela interpretação agressiva de Carcará (João do Vale e José Cândido), que a lançou como cantora de protesto, repetindo-se o êxito em São Paulo SP, quando Opinião foi apresentado no Teatro Ruth Escobar.

Em maio de 1965, gravou seu primeiro disco, um compacto da RCA em que cantava Carcará e É de manhã (Caetano Veloso), tornando-se a primeira intérprete em disco do irmão compositor. No mesmo ano, gravou seu primeiro LP pela RCA, interpretando sambas de Noel Rosa, João de Barro, Benedito Lacerda e outros, além de lançar mais uma composição de Caetano Veloso, Sol negro, gravada com a participação de Gal Costa. Em setembro de 1965, fez parte do espetáculo Arena canta Bahia, dirigido por Augusto Boal, apresentando-se ao lado de Gilberto Gil, Caetano, Tom Zé e Gal, no T.B.C. de São Paulo.

Depois de uma temporada em Salvador, voltou ao Rio de Janeiro em 1966, para shows nas boates Cangaceiro e Barroco. Ao lado de Gilberto Gil e Vinícius de Moraes, apresentou o show Pois é, no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, em fins de 1966. Atuou ainda nos espetáculos Yes, nós temos Bethânia e Comigo me desavim, e, em 1970, cantou músicas de Antônio Maria e Dolores Duran no show Brasileiro, profissão esperança, de Paulo Pontes.

Firmando-se como intérprete passional e dramática, em 1971 gravou na Philips o LP A tua presença, e em julho do mesmo ano encenou seu espetáculo Rosa dos ventos, dirigido por Fauzi Arap, no Teatro da Praia, do Rio de Janeiro. Viajou em seguida para a Europa, apresentando-se no MIDEM em Cannes, França, e na Itália, no Teatro Sistina.

De volta ao Brasil em 1972, estreou no cinema ao lado de Chico Buarque e Nara Leão, no filme Quando o Carnaval chegar, de Carlos Diegues. Depois de viagens artísticas por diversos países europeus, gravou em fins de 1972 o LP Drama - anjo exterminado, produzido na Philips por Caetano Veloso, no qual aparece pela primeira vez como letrista na canção Trampolim, com música do irmão.

Em 1973, dirigida por Antônio Bivar e Isabel Câmara, fez o show Drama, luz da noite seguindo a linha iniciada com Rosa dos ventos, cantando, dançando e recitando textos e poemas. Em 1974, novamente sob a direção de Fauzi Arap, estreou o espetáculo Cena muda, no Teatro Casa Grande, do Rio de Janeiro, depois encenado em São Paulo e em outras capitais, como os shows anteriores.

Em 1975, comemorando dez anos de carreira, apresentou-se ao lado de Chico Buarque, na cervejaria carioca Canecão. No mesmo ano, gravou o LP Chico Buarque & Maria Bethânia ao vivo, pela Polygram. Lançou em 1976 os LPs Pássaro proibido, Polygram; Doces Bárbaros - Bethânia, Caetano, Gil e Gal, Polygram. Em 1977 gravou Maria Bethânia e Caetano Veloso ao vivo, Polygram. Pela mesma gravadora, em 1978, o LP Álibi, hoje considerado antológico, fez dela a primeira cantora brasileira a atingir um milhão de cópias vendidas, marcando sua fase mais popular. No ano seguinte, lançou Mel, com destaque para Grito de alerta, de Gonzaguinha.

Em 1980 veio o LP Talismã, que só perdeu para Roberto Carlos em vendagem. Em 1981 gravou o LP Alteza, Polygram, e no ano seguinte obteve sucesso com o LP e o show Nossos momentos, direção de Bibi Ferreira, no Canecão, Rio de Janeiro. Em 1983 lançou o disco Ciclo, Polygram. Um ano depois, fez o show teatral A hora da estrela, baseado no livro homônimo de Clarice Lispector, com destaque para Brejo da Cruz (Chico Buarque).

O ano de 1985 foi marcado pelo show dos 20 anos de carreira, no Palace, em São Paulo. Em 1986 lançou o disco Dezembros, BMG, com destaque para Anos dourados (Chico Buarque e Tom Jobim), tema de minissérie homônima da TV Globo. Em 1988 Iançou o LP Maria, BMG, em que sobressaiu Verdades e mentiras (Jorge Além). No ano seguinte, foi a vez de Memória da pele, pela Polygram.

Em 1990 comemorou 25 anos de carreira com o disco 25 anos, com participações de João Gilberto, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Almir Sater, entre outros. Lançou em 1992 o disco Olho d'água, Polygram. Em 1994, o disco As canções que você fez pra mim (Polygram), só com canções de Roberto e Erasmo Carlos, alcançou 1,5 milhão de cópias vendidas. No mesmo ano, a Escola de Samba Mangueira homenageou Bethânia, Gil, Gal e Caetano em seu desfile de Carnaval.

Em 1995 veio o show dirigido por Gabriel Vilela, que fazia uma retrospectiva de sua carreira e deu origem ao disco Maria Bethânia ao vivo, Polygram. Em 1996, o show e o disco Âmbar, direção de Fauzi Arap, incluindo sucessos de toda a sua carreira e novidades, como músicas de Carlinhos Brown e Adriana Calcanhoto, marcaram a comemoração de 50 anos de idade, 35 de carreira e 35 discos.

No mesmo ano foi lançado em CD o álbum duplo Doces Bárbaros. Em 1997 lançou o CD Imitação da vida, EMI, álbum duplo, gravação ao vivo em dezembro de 1996, em São Paulo, do show Âmbar, com destaques para: O sino da minha aldeia, poema de Fernando Pessoa musicado por Roberto Mendes, Rosa dos ventos (Chico Buarque), Gitá (Raul Seixas), Preconceito ( Fernando Lobo e Antônio Maria), Negue (Enzo dos Passos e Adelino Moreira).

Cantora de protesto no início da carreira, firmou-se como intérprete vigorosa e dramática, tendo entre seus maiores êxitos as gravações de A tua presença, Esse cara e Drama (todas de Caetano Veloso), Iansã (Gilberto Gil), Coração ateu (Sueli Costa), Sem açúcar e Tatuagem (ambas de Chico Buarque) e Nada além (Custódio Mesquita e Mário Lago).

Algumas músicas



Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

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