quinta-feira, novembro 02, 2006

Ascendino Lisboa

Ascendino Lisboa, cantor e compositor, nasceu em Rio Tinto/PB e faleceu em 23/6/1975. Atuou entre fins da década de 1920 e fins da década de 1930. Gravou seu primeiro disco pela Victor em 1929 com acompanhamento da orquestra Victor cantando os sambas Dou tudo, de André Filho e Tapeação, de João Martins.

No mesmo ano, gravou na Parlophon com acompanhamento da Simão Nacional Orquestra os sambas Antes só, de Nílton Bastos e Sabes por que, de Aprígio de Carvalho.Em 1933, gravou pela Victor os sambas Canta bem-te-vi, de Guilherme Pereira e Agora é tarde, de André Filho, com acompanhamento do grupo Diabos do Céu. Em seguida, gravou em dueto com Raul Torres as modas-de-viola Boi amarelinho, de Raul Torres, e Pro mode namoração, de sua autoria.

Nesse ano, ingressou na Columbia e gravou os sambas Falta de consciência, de Ary Barroso e Zombando da vida, de Ary Barroso e M. L. de Azevedo com acompanhamento de I . Kolman e sua orquestra do Lido do Rio de Janeiro. No ano seguinte gravou a canção Quando a noite vem, de sua autoria.

Em 1935, formou uma orquestra da qual fez parte o regente e instrumentista Aristides Zacarias e viajou ao Rio Grande do Sul para inaugurar o Cassino Farroupilha, de Porto Alegre, apresentando-se nas comemorações do Centenário Farroupilha e na Rádio Farroupilha.

Foi contratado pela Odeon em 1936 e gravou com acompanhamento de Antenógenes Silva ao acordeom as marchas Minha linda Guanabara e Boneca não tem coração, de Antenógenes Silva e Ernâni Campos. No ano seguinte, lançou de Bonfiglio de Oliveira e Valfrido Silva a marcha Margarida e o maxixe O teu sapateado com acompanhamento da Orquestra Odeon. Gravou oito discos pelas gravadoras Odeon, Columbia, Parlophon e Victor.

Em 1997, sua interpretação do maxixe O teu sapateado, de Bonfiglio de Oliveira e Valfrido Silva foi relançada pelo selo Revivendo no CD Bomfiglio de Oliveira - Compositor e Trompetista de Ouro. Outra gravação sua relançada pelo mesmo selo foi a da canção Quando a noite vem, de sua autoria.

Em 2003, sua interpretação do samba Zombando da vida, de Ary Barroso e M.L. Azevedo foi relançada no primeiro volume da série de seis CDs lançados pelo selo Revivendo em homenagem ao centeário de nascimento do compositor mineiro.

Em 2004, teve sua interpretação da moda-de-viola Boi amarelinho, de Raul Torres gravada em dueto com o autor relançada pelo selo Revivendo no CD Raul Torres e seus parceiros. Nesse ano, o governador da Paraíba asssinou o termo de lançamento do início das obras para a construção de uma praça com seu nome no município de Rio Tinto, onde nasceu.

Quatro Diabos

Quatro Diabos - Conjunto vocal integrado pelos estudantes da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Carlos Monteiro de Sousa (Carlos José Monteiro de Sousa, Niterói/RJ 1916 id. 1975), líder do conjunto, e mais tarde maestro e arranjador, Nelson Eduarao Souto (Rio de Janeiro 1917—id. 1979), Roberto Gonzaga e Luis Domes Carneiro.

O grupo estreou em 1934 na Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, no Esplêndido Programa, de Valdo Abreu, onde se apresentou cantando Porteira infernal, composição dos próprios integrantes. Só no disco de estréia, na Odeon, porque o cantor Arnaldo Pescuma juntou-se a eles, apareceram como os Cinco Diabos, lançando para o carnaval de 1935 as marchas Muita gente tem falado de você (Mano Paulo e Arnaldo Pescuma) e A mais bonita do planeta (Nelson Souto e Roberto Gonzaga).

Depois, no filme carnavalesco Alô, alô Brasil, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, de 1935, todos os cinco cantaram a marcha Menina internacional (João de Barro e Alberto Ribeiro), com Dircinha Batista. Nesse ano os quatro excursionaram com Carmen Miranda e Aurora Miranda a Belo Horizonte MG e gravaram um disco com a marcha Meu coração (Kid Pepe e Jose Fernandes) e o samba Você foi a culpada (Kid Pepe e Buci Moreira).

Em 1936 cantaram no filme Alô, alô Carnaval, de Ademar Gonzaga, a marcha Muito riso e pouco siso (João de Barro e Alberto Ribeiro), novamente com Dircinha Batista, e gravaram para o Carnaval um disco com os sambas Bombardeio de cidade (Mano Travassos de Araújo) e Sou escravo do destino (Kid Pepe, Germano Augusto e José da Silva).

Fonte: Enciclopédia da música Brasileira - Art Editora

Laurindo de Almeida


Laurindo de Almeida, instrumentista e compositor, nasceu em Miracatu, SP, em 2/9/1917 e faleceu em Los Angeles, EUA, em 26/7/1995. Filho de um ferroviário seresteiro de Miracatu, ainda garoto começou a tocar violão, tendo aprendido rudimentos de música com a mãe.

Em 1936 mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a se apresentar nos cassinos da Urca, Atlântico e Icaraí (em Niterói), e na Rádio Mayrink Veiga, inclusive em dupla com Garoto. Em 1940 participou, ao lado de Donga, Pixinguinha, Cartola e outros, de gravações de música popular brasileira realizadas para o maestro Leopoldo Stokowski (1882—1976), que visitava o Brasil.

Com o fechamento dos cassinos, foi para os EUA, estabelecendo-se em Hollywood, onde recebeu oferta para tocar no filme A Song is Born, em 1947. Em seguida foi contratado como violonista para a orquestra de Stan Kenton, na qual começou a se tornar conhecido, obtendo grande sucesso, chegando a ser considerado um dos melhores do jazz em seu instrumento. Com a orquestra, gravou sua primeira música como solista, Lament, na etiqueta Capitol. Mais tarde formou seu próprio trio, apresentando-se na área de Hollywood.

Em 1949 gravou seu primeiro disco individual Concert Creation for Guitar. Lançou, em seguida a série de três LPs Brazilliance na etiqueta World Pacific, e em 1951 gravou o LP Suenos (Dreams), com a canção Sonho. Em 1953 lançou, com o saxofonista Bud Shank, nova série de discos, reeditada em 1962.

Ainda pela Capitol, gravou em 1956 o LP Guitar Music of Latin America, com Caixinha de música e, em 1957, Impressões do Brasil, com Pôr-do-sol em Copacabana e Serenata, composições suas. Como músico de jazz viajou pela Europa, Oceania, Oriente Médio e Japão.

Em 1962, com a popularidade da bossa nova nos EUA, sua carreira recebeu novo impulso, embora não tenha feito parte dos iniciadores do movimento. Em 1963 e 1964 gravou, e excursionou à Europa, com o Modern Jazz Quartet, e em seguida foi arranjador e regente de vários artistas norte-americanos.

Em 1964 recebeu o prêmio Grammy pelo disco Guitar from Ipanema. Em 1967 esteve no Brasil, apresentando-se na Sala Cecilia Meireles, no Rio de laneiro, e como convidado especial do II FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro. Fez trilhas sonoras para diversas séries de filmes norte-americanos de televisão, entre as quais O Fugitivo. Como compositor teve músicas gravadas por Carmen Miranda, Araci de Almeida, Orlando Silva e outros.

Em 1979 foi lançado nos EUA o disco First Concerto for Guitar Orchestra, no qual, acompanhado pela Orquestra de Câmera de Los Angeles, interpreta um concerto de sua autoria e o Concerto n.4 para violão e orquestra, de Radamés Gnattali. CDs: Music of the Brazilian Masters, 1989, Concord Jazz 4389; Brazilllance, vols. 1 e 2, s.d., World Pacific 96339; First Concerto for Guitar Orchestra, s.d., Concord Jazz 42001.

Fonte: Adaptado da Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.