terça-feira, janeiro 01, 2008

Marcos Valle


Marcos Valle (Marcos Kostenbader Valle), compositor, arranjador, cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 14/9/1943. Começou a estudar piano clássico aos seis anos, formando-se em piano e teoria musical pelo Conservatório Haydée Lázaro Brandt com 13 anos. Nessa época, passou a estudar acordeom, dedicando-se quatro anos depois ao violão.

Em 1961 formou um trio com Edu Lobo, seu colega de colégio, e Dori Caymmi. Começou a compor com seu irmão, o letrista Paulo Sérgio Valle, criando uma dupla que produziu vários sucessos. A primeira música foi Sonho de Maria, gravada pelo Tamba Trio em 1963.

No ano seguinte, lançou seu primeiro LP, Samba demais, pela Odeon, com seis músicas suas e seis de outros autores, ganhando com esse disco vários prêmios. Nessa época, começou a se apresentar em shows, cantando suas próprias composições, entre as quais fez sucesso Terra de ninguém.

Em seu segundo LP — O compositor e o cantor Marcos Valle — editado em 1965, incluiu uma de suas músicas de maior êxito, Eu preciso aprender a ser só. Em junho do mesmo ano, foi para os EUA e, ao chegar, sua composição Samba de verão, gravada por Walter Wanderley, estava em segundo lugar nas paradas de sucesso (a música teve cerca de 80 gravações diferentes nos EUA). Durante oito meses se apresentou com o conjunto de Sérgio Mendes em boates, universidades e na televisão, tendo participado do programa de Andy Williams.

Em 1966 voltou ao Brasil, onde se apresentou em televisão e shows e gravou outro LP Braziliance — a música de Marcos Valle, e nos anos seguintes gravou ainda os LPs Viola enluarada (1967) e Mustang cor de sangue (1969), todos pela Odeon. No fim da década de 1960, começou a dedicar-se à composição de temas de novelas, tendo feito Azimute em 1969 para a novela Véu de noiva.

Gravou nessa época os LPs Marcos Vale (1970), com o tema de novela Pígmalião 70 (com Paulo Sérgio Valle e Novelli); Garra (1971), contendo Com mais de trinta e Black is Beautiful (com Paulo Sérgio Valle); Vento sul (1972); Previsão do tempo (1973), com o tema da novela Ossos do barão (com Paulo Sérgio Valle); Marcos Vale (1974), com Meu herói (com Paulo Sérgio Valle). Venceu, em 1971, a IV Olimpíada da Canção de Atenas, Grécia, com Minha voz virá do sol da América.

De 1975 a 1980 morou nos EUA, onde cantou a música Something (George Harrison) com Sarah Vaughan, no disco Songs of the Beatles, lançado em 1981. Em 1977 escreveu os arranjos, juntamente com Airto Moreira, para o disco deste intitulado Touching You, Touching Me, que foi indicado para o Prêmio Grammy.

Em 1979, o grupo Chicago gravou músicas suas, e Sarah Vaughan incluiu duas versões no disco I Love Brazil: If You Went Away (versão de Eu preciso aprender a ser só) e The Face I Love (versão de Seu encanto). Retornou ao Brasil em 1981 e gravou pela Som Livre o disco Vontade de rever você.

Em 1983 lançou Marcos Valle, também pela Som Livre, cuja música Estrelar fez sucesso. Gravou em 1984 um compacto que incluiu Bicicleta, outro êxito. Em 1986 gravou o disco Tempo da gente, para a gravadora Arca Som.

No início da década de 1990, suas músicas foram descobertas pela juventude de Londres, Inglaterra, e passaram a ser tocadas nas pistas de dança inglesas, o que se espalhou pela Europa e Japão, em seqüência. Em 1995 foi lançado na Europa e Japão The Essential Marcos Valle, e em 1996 The Essential Marcos Valle n°2. Graças a esse revival, foi apontado como o Homem do Momento de 1995 pela revista européia Straight No Chased.

No exterior, foram lançados ainda Previsão do tempo (1996), O compositor e o cantor (1997) e Vontade de rever você (1997), indicando sua grande popularidade atual. Vários intérpretes da música negra americana gravaram suas músicas.

Algumas músicas









Obras

Black is Beautiful (c/Paulo Sérgio Valle), 1971; Bloco do eu sozinho (c/Ruy Guerra), s.d.; Bye Bye tristeza (C/Carlos Colla), s.d.; Campina Grande, s.d.; Capitão de indústria (c/Paulo Sérgio Valle), s.d.; Com mais de trinta (c/Paulo Sérgio Valle), 1971; Os dentes brancos do mundo (c/Paulo Sérgio Valle), 1969; Deus brasileiro (c/Paulo Sérgio Vale), samba, 1965; Dia de vitória (c/Paulo Sérgio Valle), 1970; Dorme profundo (c/Pingarilho) 1971; Estrelar (c/Paulo Sérgio Valle), s.d.; Gente (c/Paulo Sérgio Vale), s.d.; Lenda (c/Lula Freire), samba 1965; Maria da favela (c/Paulo Sérgio Valle), 1965; Mustang cor de sangue (c/Paulo Sérgio Valle), 1969; Paixão antiga (c/Paulo Sérgio Vale), s.d.; Pelas ruas do Recife (c/Paulo Sérgio Valle), 1968; Pigmalião 70 (c/Paulo Sérgio Vale e Novelli), 1970; Preciso aprender a ser só (c/Paulo Sérgio Valle), samba, 1965; Quarentão simpático (c/Paulo Sérgio Valle), 1970; Remédio pro coração (c/Paulo Sérgio Valle), s.d.; Samba de verão (c/Paulo Sérgio Valle), samba, 1965; Sonho de Maria (c/Paulo Sérgio Valle), samba, 1963; Verão violento (c/Fausto Nilo), samba; Viola enluarada (c/Paulo Sérgio Valle), toada, 1967.

CD: Portifólio (3 CDs Mustang cor de sangue, Garra e Previsão do tempo), 1997, EMI 859/66-2.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Ed Lincoln

Ed Lincoln (Eduardo Lincoln Barbosa Sabóia), instrumentista, compositor e arranjador, nasceu em Fortaleza (CE), em 31/5/1932. Em 1951, mudou-se para o Rio de Janeiro, iniciando a carreira artística como contrabaixista e depois passando para o piano e o orgão elétrico. Atuou na boate Plaza tocando baixo e piano ao lado de Luiz Eça e Johnny Alf, fazendo parte também do conjunto de Dick Farney.

Em 1955 formou seu próprio conjunto. No mesmo ano, gravou seu primeiro disco interpretando Amanhã eu vou, de Nilo Sérgio e Nunca mais, de sua autoria e Sílvio César. Entre 1955 e 1958, atuou na boate Drink, no Rio de Janeiro no conjunto de danças dirigido por Djalma Ferreira. Ainda no final dos anos 1950, acompanhou gravações do iniciantes Claudete Soares e Baden Powell.

Em 1961 gravou os LPs Ao teu ouvido e Ed Lincoln boate, que incluiu Saudade fez um samba, de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli. Nessa época, exerceu a função de diretor musical da gravadora Musidisc. Durante os anos 1960 foi um dos mais requisitados animadores de bailes. Ficaram famosas as apresentações da Domingueira dançante no Clube Monte Líbano.

Em 1963, lançou o LP Ed Lincoln - Seu piano e seu órgão espetacular, que tinha como destaques as músicas Só danço samba, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; Influência do jazz, de Carlos Lyra; Vamos balançar, de Carlos Imperial, Balansamba, de Luiz Bandeira; Um samba gostoso, de sua autoria; Pra que?, de Silvio César; Tristeza, de sua autoria e Luiz Bandeira e Olhou pra mim, de sua parceria com Silvio César. No mesmo ano, sefreu um grave acidente de carro que o manteve afastado das atividades artísticas por sete meses, período no qual foi substituído nos bailes por Eumir deodato. No ano seguinte, lançou o LP A volta.

Em suas orquestras atuaram como crooners os cantores Orlandivo, Toni Tornado, Silvio César, Emílio Santiago, Humberto Garin e Pedrinho Rodrigues. Também atuaram em seus conjuntos diversos músicos consagrados, entre os quais Durval Ferreira, Marcio Montarroyos, Luis Alves, Wilson das Neves, Paulinho Trompete e Celinho.

Em 1965, gravou o LP Órgão espetacular, com destasque para Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, Locomotion, de Joe Coco; Mulher de 30, de Luís Antônio; Teléco-teco nº 2, de Oldemar Magalhães e Nelsinho; O amor e a rosa, de Pernambuco e Antônio Maria e Vivendo e aprendendo, de sua autoria e Silvio César.

No ano seguinte lançou novo LP, que trazia entre outras É o Cid e Se eu tiver, de sua parceria com Silvio César, O ganso e O amor que eu guardei, de sua parceria com Orlandivo e Querida e Eu não vou mais, de Orlandivo e Durval Ferreira.

Em 1967, gravou O bêbado, Eu quero ir e Eu vou embora, de Orlandivo e Durval Ferreira; As gaivotas, de sua autoria e Se você quiser, de Orlandivo; Em 1968, fez os arranjos para o sucesso Anjo azul, gravado pela cantora Adriana. No mesmo ano, lançou um de seus LPs de maior prestígio e que trazia entre outros sucesso Zum, zum, zum, de Silva e Adamastot, Waldemar, de Orlandivo e Deval e Choro do bebê, de De Savoya, sendo considerado por muitos historiadores o primeiro LP independente brasileiro.

Em 1971, teve um de seus LPs, que trazia entre outras O bêbado, de Orlandivo e Durval Ferreira, Saci Pererê, de Mendes e Terra" e As gaivotas, de sua autoria, relançado pela gravadora CID. Por essa época, começou a se afastar os bailes e passou a atuar como músico de estúdio gravando gingles e trilhas sonoras além de lançar discos com coletâneas dançantes de sucessos nacionais e internacionais assinados com os mais diferentes pseudônimos, como: Glória Benson, Orquestra Los Angeles e Orquestra Romance Tropical. Foi um dos primeiros músicos brasileiros a se dedicar à música eletrônica e a fazer experiências com música através de computador.

Em 1988, gravou em um microcomputador Commodore 64 o LP Toque novo, lançado no ano seguinte. Em 1989, lançou pelo selo Elenco/PolyGram o LP Novo toque, com a regravação de antigos sucessos entre os quais Ai, que saudade dessa nega, de sua autoria.

Em 2000, fez participação especial na faixa Conversa mole, no CD do cantor Ed Mota. Por essa época, muitas de suas músicas, como Cochise e Se você quiser, passaram a ser presença frequente nas pistas de dança da Inglaterra, dando ensejo a uma onda de pirataria de seus discos fora de catálogo. Nessa mesma época teve a música É o Cid, parceria com Silvio César, regravada pela equipe de bailes Furacão 2000, considerada como o novo "Rei dos bailes" dos subúrbios do Rio de Janeiro.

Em 2001, teve a música Jogaram o caxangá relançada na coletânea Samba soul 70 - Rare groove party, do selo belga Ziriguiboom. Em 2002, o selo inglês Whatmusic.com relançou em Cd o LP que trazia entre outras Zum zum zum, Waldemar e O choro do bebê. Em 2003, apresentou-se com seu conjunto no projeto Sambalanço - A bossa que correu o mundo concebido pelo músico Henrique Cazes e apresentado no Centro Cultural Primeiro de Março. No mesmo ano, apresentou no Centro Cultural Banco do Brasil o show Saudade fez um samba, depois de 30 anos longe dos palcos.

Cerca de dois anos depois, teve problemas de saúde e teve que se afastar da carreira artística morando na cidade de Petrópolis. Em 2007, retomou as atividades gravando em órgão Hammond o samba "Sem compromisso", de Geraldo Pereira e Nelson Trigueiro para ser incluído no novo CD de Marcelinho da Lua.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Orlandivo

Orlandivo (Orlandivo Honório de Sousa), compositor e cantor, nasceu em Itajaí, Santa Catarina, em 5/8/1937. Desde criança interessou-se por música, tocando gaita-de-boca aos seis anos. Passou a residir no Rio de Janeiro aos nove anos; aí serviu o Exército, conhecendo então Paulo Silvino Neto Filho, com quem compôs os primeiros sambas: Cinderela em 30, João e Maria e Saudade dói demais.

Em 1958 teve suas primeiras composições gravadas por Roberto Carreiras em selo Albatroz: Vem pro samba e H2O. Gravou, em 1961, um dos seus maiores sucessos, Samba toff, sendo também dessa época A chave do sucesso (ambos com Roberto Jorge), uma alusão à bossa com a qual fez sucesso: cantar sacudindo um molho de chaves para fazer o ritmo.

Entre suas composições destacaram-se Sambadinho (com Roberto Jorge), Bolinha de sabão (com Adílson Azevedo), Dias de verão (com Roberto Jorge) e Tamanco no samba (com Helton Meneses).

Os principais intérpretes de suas composições foram Ed Lincoln, Golden Boys, Conjunto Farroupilha e Humberto Garin. Gravou, entre outros, os LPs A chave do sucesso e Orlan Divo.

Obras

Bolinha de sabão (c/Adilson Azevedo), samba, 1964; A chave do sucesso (c/Roberto Jorge), 1961; Samba toff (c/Roberto Jorge), samba, 1961; Saudade em seu lugar (c/Roberto Jorge), samba, 1964; Tamanco no samba (c/Helton Meneses), samba, 1963.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Sílvio César


Sílvio César (Sílvio Rodrigues Silva), cantor / compositor, nasceu em 14/8/1939 na cidade de Raul Soares, Minas Gerais. Começou a cantar profissionalmente em 1960, como crooner das Orquestras de Waldemar Spillman e Ed Lincoln. Neste ano lançou um compacto simples com as canções Máxima culpa (Sérgio Ricardo) e Manhã sem adeus (Luiz Bonfá).

No ano seguinte, gravou seu primeiro LP Amor demais, registrando sua parceria com Ed Lincoln nas canções O que eu gosto de você, Conselho a quem quiser voltar, Eu te agradeço e Saudade.

Em 1963, gravou o LP Sem carinho, não. Dois anos depois, lançou o LP Só tinha de ser..., com destaque para um de seus maiores sucessos, a canção Pra você, que viria a ser regravada inúmeras vezes, com grande repercussão.

Em 1966, gravou um compacto simples com as canções Mônica e Se tiver de ser, ambas com Ed Lincoln, incluídas na trilha sonora do filme Na onda do yé yé yé, de Renato Aragão. Dois anos depois, gravou o LP Silvio Cesar.

Em 1970, lançou um compacto simples contendo as canções A minha prece de amor e Maria, incluídas na trilha sonora da novela Simplesmente Maria (TV Globo). Ainda nesse ano, gravou o LP A minha prece de amor.

Em 1971, lançou o LP Silvio Cesar. No ano seguinte, registrou em compacto simples as canções Dois amigos, dividindo a faixa com o cantor Miltinho, e Não nasci pra jogador, tema da novela Bandeira 2 (TV Globo). Ainda em 1972, gravou o LP Silvio Cesar. Lançou, também nesse ano, um compacto simples contendo as canções Você não tá com nada, tema da novela Bandeira 2 e Perdido na noite.

Em 1973, lançou mais um compacto simples, registrando as canções O que passou, passou, tema do filme Mineirinho vivo ou morto, e Pra que tudo isso sem você?. No ano seguinte, gravou o LP Vamos dar as mãos.

Em 1975, lançou um compacto simples contendo Levante os olhos, tema da novela Duas vidas (TV Globo), e Eu estou bem. Dois anos depois, gravou o LP Som e palavras.

Em 1978, lançou um compacto simples com Agarre seu homem (c/ Ronaldo Bôscoli), tema da novela Te contei? (TV Globo), e Cego, surdo e mudo. Em 1981, gravou um compacto simples com Luiza (Tom Jobim) e A mais antiga profissão, tema da novela O jogo da vida (TV Globo).

Nas décadas de 1960 e 1970, atuou na programação musical das emissoras de TV, destacando-se os programas Jovem Guarda, Família Trapo, O fino da bossa, Essa noite se improvisa e Show do dia 7, entre outros. Atuou, também, no seriado Quartel do barulho, ao lado de Dedé Santana e Renato Aragão, embrião do futuro Os Trapalhões. Apresentou-se, ainda, no musical Alô Dolly, de Miéle e Bôscoli, na estréia da TV Globo. Representou o Brasil no Festival do Ano Internacional da Comunicação, realizado em Acapulco (México), com a canção Por que?, interpretada por Agnaldo Rayol.

Lançou, nos anos 1980, os LPs Silvio Cesar (1983) e Amor (1985), e, nos anos 1990, os CDs Aos mestres, com carinho (1992), Aos mestres, com carinho/vol. 2 (1995), Amigos da bossa (1997) e Pra você (CID).

No teatro, apresentou-se nos musicais Arco-Íris e O teu cabelo não nega, encenados no Teatro República (RJ), convidado por Abraão Medina e Carlos Machado. No cinema, atuou em Na onda do iê-iê-iê, ao lado de Dedé Santana e Renato Aragão, representando o papel principal, além de participar, em parceria com Ed Lincoln, da trilha sonora do filme.

Em abril de 2000, convidado pelo roteirista-diretor Ricardo Cravo Albin, estrelou o show Café Nice, ao lado da cantora Simone Moreno e do conjunto Água de Moringa, interpretando os grandes sucessos dos anos 30/40. Esse foi o segundo espetáculo de uma série de quatro, intitulados genericamente MPB, a história de um século, através dos quais o Centro Cultural Banco do Brasil (Ccbb/RJ) apresentava, em seu Centro III, toda a história da Música Popular Brasileira, para homenagear os 500 anos do Brasil.

Suas músicas foram gravadas por vários artistas, como Ângela Maria, Alcione, Claudette Soares, Os Cariocas, Cauby Peixoto, Dóris Monteiro, Elis Regina, Elizeth Cardoso, Emílio Santiago, Elza Soares, João Donato, Hermeto Pascoal, Leny Andrade, Jair Rodrigues, Nana Caymmi, Roberto Carlos e Sergio Mendes, entre outros.

Mais algumas músicas de Sílvio Cesar: O moço velho, Olhou pra mim.

Abílio Manoel


Abílio Manoel (Abílio Manoel Robalo Pedro), compositor e cantor, nasceu em Lisboa, Portugal, em 03/02/1947. Veio ainda criança para o Brasil. Trabalhava num banco em São Paulo SP e, em 1967, foi convidado a gravar um LP na Odeon (lançado em 1968), após o que viajou para o Chile, onde venceu o I Festival Latino-Americano da Canção Universitária, com sua música Minha rua.

Com a música Pena verde, grande sucesso em sua carreira, venceu em 1969 o II Festival Universitário da Música Popular Brasileira, promovido pela TV Tupi, de São Paulo. No mesmo ano e em 1970, 1971 e 1972, participou do FIC, da TV Globo, Rio de Janeiro. Seu segundo LP, Pena Verde, foi lançado pela Odeon ainda em 1970.

Viajou logo depois para o México, onde cantou em várias universidades, se apresentou na televisão e gravou um compacto simples na Capitol mexicana, com suas composições Andréia e Pena Verde.

Entre 1971 e 1975, lançou mais três LPs; um de seus maiores sucessos foi Tudo azul na América do Sul, com Antônio Carlos Carvalho, que, ao lado de Halter Maia, é um de seus parceiros mais freqüentes.

Em 1973 fundou o grupo Terra Livre. Entre 1977 e 1983 trabalhou na Rádio Bandeirantes FM e em 1984 na Rádio USP, no programa América do Sol. Nesse período gravou os LPS Becos e saídas (Som Livre, 1978) e Curso das águas (RCA, 1982) e compôs, em 1980, o tema musical do filme Pixote, de Hector Babenco.

Atua também como produtor musical em publicidade eshows, tendo produzido para os selos Band e Copacabana a série de LPs de música latino-americana América do Sol.

Obras

América Morena, 1976; Cata-vento, 1970; Chris, Christina, 1973; Minha rua, marcha-rancho, 1968; Pena verde, 1970; Tudo azul na América do Sul (c/Antônio Carlos Carvalho), 1971.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Ana Caram


Ana Caram, cantora, nasceu em Presidente Prudente/SP em 01/10/1958 em uma família de músicos. Logo no início já se via que a garota ia longe. Gravou jingles aos treze anos de idade e ganhou vários premios interpretando composições próprias nos festivais.

Sempre exigindo mais de si, não se conformou somente com o dom que Deus lhe deu e foi cursar composição e regencia na Unicamp, casando talento e técnica.

Por volta de 1982 começou sua trajetória profissional, tocando e cantando em casas noturnas paulistanas e em seguida passou a viajar pelo mundo levando o que há de melhor da música popular brasileira para países como Japão, Estados Unidos, Europa, Africa e Caribe.

Como não poderia de ser, Ana passou uma temporada no Rio de Janeiro apresentando-se no Mistura Fina e Jazzmania e por lá gravou seu primeiro disco editado pela CID.

Em 1988 surgiu um convite do saxofonista Paquito D'Rivera para participar do Sea Jazz Festival na Finlândia e JVC Jazz Festival realizado no Carnegie Hall em Nova York, sendo imediatamente reconhecida pela crítica do New York Times, citando Ana como um dos pontos altos da noite, lhe rendendo um contrato para gravar cinco CDs com a Chesky Records em Nova York.

Seu primeiro CD Rio After Dark contou com a participação de Tom Jobim e Paquito D'Rivera.

Foi indicado como Disco do Ano de 1989 no Japão Amazônia, é o segundo CD, traz canções de Tom Jobim, Djavan, Ivan Lins e da própria Ana. Em 1992 Anna gravou The Other Side of Jobim com direção musical de Sergio Assad do consagrado Duo Assad.

No ano de 1993 Nelson Mota produz o quarto CD de Anna Maracanã e finalmente em 1995, é gravado e lançado seu último trabalho pela Chesky Records, o Bossa Nova. Todos obtendo excelentes críticas dos maiores jornais e revistas do mundo do Jazz, tais como, Dow Beat, Bilboard, Jazz Times, Stereophile, etc.

Sunflower Time, como selo da Poligram Japonesa foi gravado uma parte em São Paulo e outra em Londres. Um pop-jazz bem elaborado define o CD. Ana resgata temas de uma forma única inovando a voz, swing e arranjos assinados por Bluey Maunick, líder da Banda Inglesa Jazz-funk incógnito.

A música Água de beber Ana canta com a banda incógnito no CD Red Hot Rio onde participam grandes nomes como : George Michel/Astrud Gilberto, Cesária Évora/Caetano Veloso, Sting/Jobim, David Byrne/Marisa Monte e outros. Esse CD foi lançado para angariar fundos para campanha da AIDS no mundo.

Com o CD Sunflower Time Ana Caram é a artista brasileira que mais vendeu discos no Japão.

A voz de Ana além de ser trabalhada, swinga com sensualidade e emoção.

Doces Bárbaros


Doces Bárbaros - Caetano Veloso nasceu em Santo Amaro, Bahia, em 7 de agosto de 1942 e, ainda pequeno, mudou-se para Salvador e por ali ficou até ingressar na Universidade para concluir os estudos de Arte. Seu primeiro album, entitulado Caetano Veloso, teve um grande repercussão fora do Brasil e em 1968 conseguiu vários prêmios internacionais.

Em 1969 junto com seu amigo Gilberto Gil gravou um disco o qual recebeu o título de Barra 69. Os dois cantores tiveram que se exilar em Londres por causa da ditadura militar no Brasil e partiram para Londres na Inglaterra onde foram influenciados pelos rítmos que soavam pela Europa.

Dessa experiência, novos discos foram lançados com a colaboraçao de vários amigos como Chico Buarque, Gal Costa e sua irmã Maria Bethânia. Com estas duas cantoras e contando ainda com a participação de Gilberto Gil, - expoentes máximos do Tropicalismo (Movimento cultural do fim da década de 60 que, usando deboche, irreverência e improvisação, revoluciona a música popular brasileira) Caetano e os demais resolveram formar o grupo Doces Bárbaros em 1976, no Anhembi (São Paulo).

A turnê do espetáculo durou menos de um mês, já que Gil e o baterista Chiquinho Azevedo foram presos por porte de maconha, em Florianópolis. Pouco depois, o show foi retomado e bateu o recorde de bilheteria do Canecão (RJ), onde permaneceu por dois meses.

Em seguida, foi lançado o álbum Doces Bárbaros Ao Vivo, fortemente influenciado pela contemporânea fusão do jazz-funk, com um toque brasileiro. As letras, poéticas e cheia de paixão são um verdadeiro documento de uma era, escritas com maestria numa atmosfera pesada marcada pela ditadura militar.

Ana Zinger


Ana Zinger (Ana Lúcia Fontes Leuzinger), cantora, nasceu em 12/4/1960 no Rio de Janeiro, RJ. Iniciou seus estudos musicais pelo violão, com Paulinho Soledade, ainda adolescente. Mas tarde, estudou com Célia Vaz e Ian Guest (teoria musical e harmonia) e com Giannina Gianetti (técnica vocal). Ingressou na faculdade de Desenho Industrial da PUC-Rio, abandonando o curso para se dedicar totalmente à música.

No final dos anos 1970, se integrou a um trio vocal, juntamente com Paulinho Soledade e Cecília Spyer. Fez parte da banda Garage. Em 1980, participou, como vocalista, ao lado de Paulinho Soledade e Cecília Spyer, da turnê do grupo A Cor do Som pelo Brasil.

Inaugurou a casa noturna Mistura Fina (RJ), apresentando-se, durante cinco meses, com Claudio Infante, Arthur Maia, Heitor Pepê e Lulu Martin, ao lado de Marcio Montarroyos.

Em 1987, viajou para Los Angeles, onde estudou técnica vocal com Robert Edwards e participou de discos de Dori Caymmi. Gravou "Emoção pra valer", jingle da Coca-Cola veiculado na midia durante anos. Fez parte do quarteto vocal Be Happy.

Em 1993, participou do disco de Torcuato Mariano Paradise Station, lançado no mercado norte-americano, cantando uma música de Michael Jackson.

No ano seguinte, gravou o CD Uma nova visão, produzido por Luiz Avellar. No disco, lançado no Brasil pela Albatroz e no Japão pela Zico Label, registrou Você me acende, versão de Erasmo Carlos para You turn me on, e uma leitura rap de Águas de março (Tom Jobim), além de Ouça (Maysa), Alumbramento (Djavan e Chico Buarque) e Lata de lixo (Luiz Avellar e Aldir Blanc), entre outras.

Participou dos songbooks de Edu Lobo e Dorival Caymmi e do CD Noites com sol, de Flávio Venturini.

Em 2000, atuou, ao lado de Délia Fischer (piano), Dôdo Ferreira (baixo) e Cacá Colon (bateria), no show In the Ellington, interpretando obras de Duke Ellington e Billy Strayhorn. O espetáculo foi apresentado em vários espaços cariocas, como Bastidores, Casa de Cultura Estácio de Sá, Vinicius Piano Bar e Merci Piano Bar.

Em 2002, iniciou a gravação de seu segundo disco como artista solista, registrando músicas de Duke Ellington e Billy Strayhorn.

Cantora muito requisitada em estúdio de gravações, ao longo de sua carreira vem atuando, como vocalista, em discos de vários artistas, como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Gal Costa, Djavan, Edu Lobo e Júlio Iglesias, entre outros.

Em 2003, formou, juntamente com Célia Vaz, Márcio Lott e Fabíola, o grupo Vocal Nós Quatro, com o qual lançou CD homônimo no ano seguinte, contendo as canções Qui nem jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), Jack Soul Brasileiro (Lenine), "Feira de mangaio (Sivuca e Glorinha Gadelha), Fotografia e Estrada branca, ambas de Tom Jobim, Oba-la-lá (João Gilberto), Revendo amigos (Joyce), Farinha e serrado (Djavan), Saci (Guinga e Paulo César Pinheiro), Você é linda (Caetano Veloso), Nada será como antes (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos), Maria, Maria e Canções e momentos, ambas de Milton Nascimento e Fernando Brant.

Em 2004, apresentou-se na série Delira Música, no Centro Cultural da Justiça Federal, ao lado de Bernardo Bosísio (guitarra) e Alberto Continentino (baixo), em tributo às divas do jazz.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Os Garridos

Os Garridos - Dupla formada pelos atores de teatro de revista Alda Palm Garrido (São Paulo SP 1896 - Rio de Janeiro RJ 1970) e seu marido, Américo Garrido, fazendo duetos até 1920, em São Paulo.

Mudam-se para o Rio de Janeiro e organizam uma companhia para o Teatro América, estreando com Luar de Paquetá, de Freire Júnior, 1924, que permanece seis meses em cartaz com sucesso.

A dupla recebe convite para trabalhar com o empresário Pascoal Segreto, e na sua companhia atuam, entre outras, em Ilha dos amores, Quem paga é o Coronel, ambas de Freire Júnior, Francesinha do Bataclan, de Gastão Tojeiro, todas em 1926.

A temporada projeta Alda Garrido, que é contratada pelo empresário de teatro de revista Manoel Pinto, pai de Walter Pinto, para atuar na Companhia Nacional de Revistas, no Teatro Recreio.

O sucesso que a atriz obtém no gênero a faz manter desde então uma dupla atuação profissional - de um lado as comédias de costume que monta em sua própria companhia com produção do marido, de outro, os contratos com os empresários do teatro de revista.

Mas aos poucos os espetáculos de sua companhia acabam se rendendo ao sucesso do teatro musicado, como em Brasil pandeiro, 1941, com texto de seu autor favorito, Freire Júnior, em parceria com Luiz Peixoto, uma dupla das mais requisitadas no gênero revisteiro.

Em 1939, o empresário Walter Pinto faz com que, no espetáculo Tem marmelada, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses, Garrido e Araci Cortes dividam o palco pela primeira e última vez, no Teatro Recreio.

Entre as revistas de maior sucesso de sua carreira estão Maria Gasogênio - sátira à falta de gasolina nos anos da Segunda Guerra - e Da Favela ao Catete, de Freire Júnior e Joubert de Carvalho, 1935.

Evinha


Evinha (Eva Correia José Maria, Rio de Janeiro, 1951), cantora, começou sua carreira no Trio Esperança ao lado dos irmãos Mário e Regina, abandonando o grupo em 1968 para seguir carreira solo. Seu primeiro sucesso foi Casaco Marrom (Guarabyra/ Danilo Caymmi/ Renato Corrêa).

Em 1969 participou do IV Festival Internacional da Canção com a música Cantiga por Luciana (Paulinho Tapajós/ Edmundo Souto), classificada em primeiro lugar. Outros sucessos: Teletema (Antônio Adolfo/ Tibério Gaspar), Que bandeira (Marcos Valle/ Paulo Sérgio Valle), Como vai você (Antonio Marcos), As canções que você fez pra mim (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos) e Sonho lindo.

Gravou músicas brasileiras em um disco de Paul Mauriat em 1977, excursionando com o maestro francês pelo Japão e pela China, como crooner da orquestra. Casou-se com o pianista da orquestra e passou a viver na França.

Nos anos 90 voltou a se apresentar no exterior com as irmãs Marisa e Regina, e fez shows individuais aqui em 1999, depois de mais de 20 anos sem se apresentar no Brasil.

Fonte: CliqueMusic - Evinha

Paulo Sérgio Valle

Paulo Sérgio Valle (Paulo Sérgio Kostenbader Valle), compositor e escritor, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 6/8/1940. Advogado, formado pela antiga Universidade Estadual da Guanabara, em 1961 já compunha letras para o trio formado por seu irmão Marcos Valle, Edu Lobo e Dori Caymmi.

Sua primeira composição gravada foi Sonho de Maria (com Marcos Valle), lançada, em 1963, pelo Tamba Trio. Compôs sempre em parceria com o irmão, que incluiu suas músicas nos LPs que gravou. Em 1965, trabalhou como piloto comercial na linha Rio-Amazonas, ano em que alcançou o segundo lugar das paradas de sucesso, nos EUA, com Samba de verão, na gravação de Walter Wanderley. A música teve mais tarde cerca de 80 gravações diferentes nos EUA. Marcos Valle, quando estava nesse país, em 1965, costumava enviar-lhe as músicas para que colocasse a letra.

A partir de 1970, dedicou-se também a fazer jingles e trilhas sonoras para novelas de televisão, como Pigmalião 70 (TV Globo), e em 1971 venceu a IV Olimpíada da Canção de Atenas, Grécia, com Minha voz virá do sol da América (com Marcos Valle).

Entre as composições da dupla de irmãos, várias músicas marcaram época: Eu preciso aprender a ser só, Terra de ninguém (lançada por Elis Regina), Viola enluarada e Mustang cor de sangue. Em parceria com Nelson Mota, compuseram o tema de Natal da TV Globo, Um novo tempo. Posteriormente, sua carreira ganhou uma orientação mais popular. Compôs então várias músicas com José Augusto, entre elas Página virada e Evidências, gravadas por Chitãozinho e Xororó, Sábado e Separação, gravada por Simone.

Fez também parceria com Chico Roque, compondo Essa tal liberdade, gravada pelo grupo Só Pra Contrariar, e Sempre mais, gravada pelo grupo Araketu, entre outras. Roberto Carlos gravou 17 parcerias suas com o maestro Eduardo Lages, como Coisas do coração e Nunca te esqueci, bem como Tanta solidão, parceria com Mauro Mota e Marcos Valle.

Em 1995 lançou seu primeiro livro, Pedalando pelo caminho de Santiago, iniciando carreira de escritor.

Obra:

Black is Beautiful (c/Marcos Valle), 1971; Capitão de indústria (c/Marcos Valle), s.d.; Coisas do coração (c/Eduardo Lages), s.d.; Com mais de trinta (c/Marcos Valle), 1971; Os dentes brancos do mundo (c/Marcos Valle), 1969; Deus brasileiro (c/Marcos Valle), samba, 1965; Dia de vitória (c/Marcos Valle), 1970; Essa tal liberdade (c/Chico Roque), s.d.; Estrelar (c/Marcos Valle), s.d.; Evidências (c/José Augusto), 1992; Gente (c/Marcos Valle), s.d.; Maria da favela (c/Marcos Valle), 1965; Mustang cor de sangue (c/Marcos Valle), 1969; Um novo tempo, (c/Marcos Valle e Nelson Mota), s.d.; Nunca te esqueci (c/Eduardo Lages), s.d.; Olhando estrelas (c/Eduardo Lages), s.d.; Página virada (c/José Augusto), s.d.; Paixão antiga (c/Marcos Valle), s.d.; Pelas ruas do Recife (c/Marcos Valle), 1968; Pigmalião 70 (c/Marcos Valle e Novelli), 1970; Preciso aprender a ser só (c/Marcos Valle), samba, 1965; Quarentão simpático (c/Marcos Valle), 1970; Razão de viver (c/Eumir Deodato), 1968; Remédio pro coração (c/Marcos Valle), s.d.; Sábado (c/José Augusto), s.d.; Samba de verão (c/Marcos Valle), samba, 1965; Separação (c/José Augusto), s.d.; Sonho de Maria (c/Marcos Valle), samba, 1963; Tanta solidão (c/Mauro Mota e Marcos Valle), s.d.; Viola enluarada (c/Marcos Valle), toada, 1967.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Os Carbonos


Os Carbonos - Grupo vocal e instrumental paulistano formado pelos sobrinhos dos Trigêmeos Vocalistas, os irmãos Mário Bruno Gonçalves Carezzato (São Paulo SP 1941-), teclados, e os gêmeos Raul e Humberto Carezzato Sobrinho (São Paulo SP 1946-), vocais e contrabaixo, além de Antônio Carlos de Abreu (São Paulo SP 1946-), bateria, e Ricardo Fernandes de Morais (São Paulo SP 1953-), guitarra-base.

Iniciaram a carreira com o nome The Witchcraft, depois, como Os Quentes, gravaram um compacto na Mocambo/Rozenblit. Em 1966, por sugestão da gravadora Beverly, o grupo se especializou em reproduzir fielmente os sucessos alheios, procedimento então inusitado no Brasil.

Com o nome Os Carbonos, o grupo foi um dos precursores do cover dos anos de 1980 e 1990. Lançaram cerca de 20 LPs e participaram das gravações de artistas como Paulo Sérgio, Nelson Ned, Wanderley Cardoso, Terry Winter, Morris Albert e a dupla João Mineiro e Marciano.

Como The Magnetic Sounds, gravaram discos e acompanharam os cantores Gilbert e Norma Aguiar na série de LPs Super erótica (1972-1973, New Records). Gravaram também com os nomes Andróides, The Mackenzie Group, Carbono 14 e outros, além de se apresentarem em bailes, principalmente no Norte-Nordeste.

No final da década de 1990, passaram a acompanhar o cantor Gilliard em discos e shows.
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Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Osvaldo Sargentelli

Sargentelli
Osvaldo Sargentelli, sambista, produtor, locutor e radialista, nasceu no Rio de Janeiro, em 8 de dezembro de 1924. Considerado o mestre das mulatas, um boêmio inveterado, dono de casas noturnas no Rio e São Paulo. Ficaram famosas as “Mulatas do Sargentelli”, lendárias bailarinas que desfilaram a beleza brasileira entre as décadas de 60 e 80, mexendo com a imaginação dos jovens e adultos da época, no Brasil e no exterior.

Sobrinho do compositor Lamartine Babo, era seu profundo admirador e curtia suas composições, desde as marchinhas de carnaval, às lindas canções e os hinos dos clubes do futebol cariocas. Em plena ditadura ele ousou fazer shows acompanhado por mulatas estonteantes. Seu grande sucesso foi o espetáculo “Sargentelli e as mulatas que não estão no mapa”, na década de 70.

Sargentelli amava o samba, era portelense, filho de Ogum, Iemanjá, Oxum e Oxossi. Era o rei do bate papo, da conversa de botequim, do samba da caixinha de fósforo, do bom humor, da irreverência. Era também botafoguense doente. Falar mal do Garrincha ou do Nilton Santos era xingar a mãe dele.

Quem tem mais de quarenta anos, ouvia rádio e assistia televisão estará lembrando dos programas “Viva meu samba” nos anos 50 e 60, pelas rádios, Mundial, Guanabara e Mauá, das entrevistas contudentes na TV, em que a voz de trovão imprensava políticos e gente famosas na parede, com perguntas picantes, ou de sua participação como jurado, “Gente Boa” no programa Flávio Cavalcanti, importou turistas e exportou a imagem do Rio e do Brasil levando seus shows à Europa, Estados Unidos, México, Caribe e América do Sul.

Sargentelli transitava por todas essas atividades com o mesmo talento, o mesmo bom humor e a mesma irreverência que fizeram dele, um carioca típico.

Sua casa de show Oba-Oba em Ipanema, entre outras que trabalhou, tornou-se uma ponte entre a cultura popular afro-brasileira, oriunda do centro. Zona norte, e dos subúrbios e da cultura da elite da zona sul, que recebeu de braços abertos aquela explosão de samba, fantasia, canto e da beleza da enchendo a casa de cariocas, brasileiros de todos os estados e turistas de todo o mundo.

Foi pioneiro em mostrar, que shows unicamente com mulatas, negros, caboclos e cafuzos, tinham energia, qualidade e profissionalismo suficiente para se apresentar em qualquer lugar, sem precisar contar com estrangeiros ou estrelas de fora.

Osvaldo Sargentelli faleceu aos 78 anos, em 12 de abril de 2002.

Renato Murce

Renato Murce (Renato Floriano Murce), apresentador, diretor e locutor, nasceu em 07/02/1900, no Rio de Janeiro e faleceu em 26/01/1987 na mesma cidade. Foi um dos pioneiros em sua profissão, criou três do mais famosos programas radiofônicos do país: Almas do Sertão, Piadas do Manduca e Papel Carbono.

Em meados dos anos 30, animava programas de calouros nos auditórios das rádios, entre elas, a Rádio Clube do Brasil, com Papel Carbono. Tornou-se diretor artístico, ou programador, das mais importantes emissoras radiofônicas do Rio, escolhendo e organizando as apresentações e seus horários.

Contratado pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro entre as décadas de 40 e 50, seu programa cômico Piadas do Manduca conquistava uma esmagadora audiência. Trecho: - Manduca, dê um exemplo de coisa escura. - Mas bem escura? - É, naturalmente escura, bem escura, vamos. - Bem escura... É o Leônidas, contrastando com o Maneco, dentro de um túnel, chupando jabuticaba, os dois vestidinhos só com uma tanguinha preta.

Murce também foi o responsável pelo sucesso de cantores famosos, entre eles, Chico Anísio, Agnaldo Rayol, Baden Powell, Luiz Gonzaga e Ângela Maria. Atuou também nas telas, contracenando com Grande Otelo em Futebol em Família, de 1938.

Em 1952, Murce brigava com Carmélia Alves por causa do concurso da Rainha do Rádio. Ele achara que sua candidata, Adelaide Chiozzo, perdera porque Carmélia dera votos para outra candidata.

O radialista foi casado com a atriz Eliana Macedo, com quem atuou no filme Rio Fantasia, em 1952. Ele escreveu Os Bastidores do Rádio, resultado de uma valiosa experiência, que começou quando a potência das antenas não ia além das fronteiras do Rio de Janeiro e chegou à sua fase mais sofisticada, com a utilização da mais moderna tecnologia, levando seu som e suas mensagens às mais longínquas regiões do mundo.

Francisco Petrônio

Francisco Petrônio (Francisco Petrone), cantor, nasceu em São Paulo SP em 8/11/1923 e faleceu na mesma cidade em 19/01/2007. Desde criança pensava em ser cantor. Trabalhando como motorista de táxi, conheceu Nerino Silva, que o levou para um teste em um programa na Rádio Tupi.

Aprovado, iniciou carreira profissional na emissora em 1961, ano em que gravou seu primeiro disco, um compacto na Chantecler, com o bolero Agora (Augusta de Oliveira e Antônio Soares) e Não me fale dela (Cláudio de Barros). Passou a especializar-se em canções da chamada velha guarda, como valsas, serestas e baladas de compositores brasileiros, que refletiam imagens do passado. Obtendo sucesso no gênero, fez vários shows na capital e interior de São Paulo, ganhando grande popularidade.

Gravou os LPs Um brasileiro na Itália, volumes I e II, pela Continental. Em 1965 foi a Portugal, contratado para um show no Cassino Estoril. Retornou ao Brasil e, entrando em contato com o Clube da Saudade, de São Paulo, passou a ser o maior divulgador do Baile da Saudade, percorrendo cidades com sua equipe de músicos para tocar em festas, com repertório de músicas e ritmos do passado.

Gravou então o LP de grande sucesso Baile da saudade, pela Continental, e em 1966 foi convidado a apresentar mensalmente o programa do mesmo nome na TV Globo, de São Paulo, obtendo êxito. Dois anos depois, produziu seu próprio programa Baile da Saudade, na Rádio Gazeta, passando para a Rádio América, depois para a Nove de Julho e Record.

Formou a Orquestra da Saudade, com casais dançarmos, continuando a divulgar o Baile da Saudade em clubes e excursões pelo Brasil. Dedicou-se, depois, a regravações de antigos sucessos, como os CDs Trinta anos de saudade, de 1995, e Lembranças, de 1997, ambos pela RGE.

CD: Francisco Petrônio & Dilermando Reis — Dose Dupla, 1995, Continental 063010655-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Pingarilho


Pingarilho (Carlos Alberto Valle Pingarilho), compositor, instrumentista, cantor, artista plástico e arquiteto, nasceu no Rio de Janeiro em 07/01/1940. Primo de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, autodidata em gaita, estudou acordeom na Academia Mário Mascarenhas (1955) e violão com o professor Bandeirante (1956).

Iniciou sua carreira artística no final dos anos 1950, atuando (na gaita, acordeom e bateria) em conjuntos musicais ao lado de Marcos Valle, que registrou, em 1964, sua composição Canção pequenina.

Ligado à chamada "segunda geração da bossa nova", ao lado de Marcos e Paulo Sérgio Valle, Dori Caymmi e Edu Lobo, entre outros.

Com destacada atuação na área da arquitetura, é autor de diversos projetos publicados em revistas e livros especializados. Leciona Arquitetura na Universidade Santa Úrsula. Realizou, no campo das artes plásticas, inúmeras exposições de seus trabalhos.

Em 1998, participou, como convidado especial, do show de lançamento do CD Rhythm traveller, de Dom Um Romão, realizado em espaços cariocas como Casa de Cultura Laura Alvim, Teatro Gláucio Gil e Mistura Fina.

Em 2002, lançou seu primeiro CD, Pingarilho - Histórias e Sonhos, atuando como cantor, violonista, pianista, gaitista e percussionista. O disco, produzido por Arnaldo DeSouteiro, contou com a participação de Eumir Deodato, Marcos Valle, Roberto Menescal, Thiago de Mello, Ithamara Koorax, Dom Um Romão, Jorge Pescara, Paula Faour, Marcelo Salazar, Bebeto Castilho, Zé Carlos Bigorna e Bidinho, entre outros.

No repertório, suas composições Samba do dom natural, Samba da pergunta, Samba de rei, Samba tempo, Todas as coisas do mundo, Eu só posso assim, todas com Marcos Vasconcellos, Cores do amor, Martim pescador, Seu encanto (c/ Marcos Valle, Paulo Sérgio Valle e Ray Gilbert), Fogão de lenha, Das coisas que eu mais queria (c/ Lula Freire), Samba de luar, Encontro (c/ Millor Fernandes), Da serra pro mar e Histórias e sonhos (Stories and dreams), além de Plus fort que nous (Francis Lai e Pierre Barouh).

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Pedrinho Mattar


Pedrinho Mattar (Pedro Mattar), instrumentista, nasceu em São Paulo SP em 19/08/1936 e faleceu em 07/02/2007, em Santos SP. Membro caçula de uma família de dez irmãos, quase todos ligados ao piano, começou a tocar aos oito anos de idade.

Sua primeira apresentação em público ocorreu em 1953, na União Cultural Brasil-Estados Unidos, de São Paulo, onde estudava, acompanhando os cantores nos song fests. No ano seguinte formou o Pedrinho Mattar Trio, que teve numerosas formações. Estudou piano clássico em 1956 com Helena Plant, na Escola Madalena Tagliaferro.

Três anos depois, realizou sua primeira excursão ao exterior, acompanhando a cantora Leny Eversong a Las Vegas, EUA, seguida em 1960 de uma tournée pelo Uruguai e Argentina, acompanhando Agostinho dos Santos. No mesmo ano, tocou no bar paulistano Baiúca e conheceu Claudete Soares, com quem trabalhou durante dez anos em shows e boates.

De 1960 a 1962, atuou em diversos shows de bossa nova em São Paulo e no Rio de Janeiro e fez a produção musical dos programas de televisão de Bibi Ferreira, atuando como solista ou acompanhando cantores convidados. Mais tarde, teve seu próprio programa na TV Excelsior, de São Paulo, Boa Tarde Gente, que durou cinco meses. No mesmo período, tocou na boate Juão Sebastião Bar, de São Paulo, acompanhando Claudete Soares, Taiguara, Marisa Gata Mansa e Chico Buarque, entre outros.

Ainda em 1962, viajou com Maysa para apresentações em Portugal e Espanha, e gravou seu primeiro LP, Pedrinho Mattar Trio, pela Farroupilha. Nos dois anos seguintes foram lançados Pedrinho Mattar Trio n°2 e Pedrinho Mattar Trio n°3, pelos quais recebeu o título de Melhor Solista do Ano em 1963 e 1964.

Tocou pela primeira vez no Teatro Municipal, de São Paulo, em 1965, com orquestra sinfônica dirigida por Diogo Pacheco, a Rhapsody in Blue, de George Gershwin (1 898—1937); no ano seguinte, gravou a composição pela RCA Victor e recebeu os prêmios de Melhor Disco e Melhor Solista do Ano.

Instalou-se no Rio de Janeiro de 1971 a 1974, onde participou de diversos shows, como o da boate Pujol, com Sandra Brea e Miele, com quem também excursionou por todo o Brasil, além de espetáculos em teatro, como Fica combinado assim, com Claudete Soares e Agildo Ribeiro, no Teatro Princesa Isabel (1971), e Misto quente (1972).

Em 1971 gravou o LP Um show de Mattar, na Copacabana. Três anos depois, excursionou com Raul Solnado pela Venezuela e com Cauby Peixoto pela Argentina.

Paralelamente a suas atuações na música popular, dedicou-se também à música clássica: apresentou-se com a Orquestra Sinfônica Nacional em várias oportunidades, participou dos Concertos para a Juventude, da Rádio MEC, em 1972, e em 1979 realizou show nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo, reunindo grande número de espectadores.

Na década de 1990 continou tocando na noite de São Paulo, apresentando programas em televisão, como o Pianíssimo, da Rede Vida, e realizando shows no exterior.

CDs: Pianomania, 1996, RGE 8506-2; As 20 preferidas, 1997, RGE 5553-2.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Folha - PubliFolha.