terça-feira, setembro 02, 2008

Zuzuca

O compositor Zuzuca (Adil de Paula) nasceu em 14/08/1936 e é natural de Cachoeiro de Itapemirim-ES. Aos 15 anos, começou a tocar violão, logo após ter se mudado para o Rio de Janeiro, indo morar no bairro da Tijuca.

Trabalhou como mecânico após ter servido ao Exército. Nesta época, freqüentava as rodas de samba do bairro. Fundou com amigos o Bloco Carnavalesco Independentes da Silva Teles (Rua que dá acesso ao morro do Salgueiro).

Em 1960 ingressou na Ala dos Compositores do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro. No ano de 1964, compôs o samba-enredo Chico-Rei que classificou o Salgueiro em 2º lugar do Grupo 1 no desfile daquele ano. O samba o projetou nacionalmente. Compôs no ano seguinte, em parceria com Noel Rosa de Oliveira, o samba Tudo é alegria.

Em 1966, Jair Rodrigues obteve sucesso com Vem chegando a madrugada, de sua autoria em parceria com Noel Rosa de Oliveira. Neste mesmo ano, Elizete Cardoso, no disco Muito Elizete, regravou Vem chegando a madrugada. Ainda em 1966, compôs o samba-enredo Os amores célebres do Brasil que classificou em 5º lugar no Grupo 1 a Acadêmicos do Salgueiro.

No ano seguinte, em 1967, Jair Rodrigues regravou com grande sucesso Vem chegando a madrugada e Os amores célebres do Brasil. Em 1968 com Jair do Cavaquinho, Wilson Moreira, Zito e Velha, todos com experiência anteriores no universo do samba e alguns músicas gravadas por grandes nomes da MPB. O grupo chegou a gravar um disco pela gravadora CBS no ano de 1971. Mais tarde, esses mesmos componentes formaram outro grupo, A Turma do Ganzá.

Neste mesmo ano de 1971, o Salgueiro foi campeão com outro samba-enredo de sua autoria Festa para um rei negro, samba este que trazia um forte e popular refrão: "... Pega no ganzê, pega no ganzá", obtendo sucesso comercial, sendo cantado em todo o Brasil e, logo depois, no mundo inteiro, convertendo-se num sucesso permanente no exterior.

No ano seguinte, a escola desfilou com seu samba-enredo Mangueira, minha madrinha querida, homenagem do Salgueiro à Mangueira. Com este samba-enredo, o Salgueiro classificou-se em 5º lugar do Grupo 1.

Em 1974 lançou o disco Zuzuca, pela gravadora CBS, no qual interpretou Nome sagrado (Nelson Cavaquinho, José Alcides e José Ribeiro), esta música seria regravada mais tarde por vários intérpretes, mas constando o nome de Guilherme de Brito no lugar de José Alcides. Outras composições do LP foram Vida de minha vida (Ataulfo Alves), Tião (Jair Amorim e Dunga), Só Deus (Jorginho Pessanha e Walter Rosa), Pois é (Ataulfo Alves), Última forma (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), Obrigação (Alcides Rosa e Djalma Mafra), Náufrago (Padeirinho e Ary Guarda), Sei que é covardia (Ataulfo Alves e Claudionor Cruz), Pisei num despacho (Geraldo Pereira e Elpidio Viana), Pedro Pedregulho (Geraldo Pereira e José Batista), Decadência (Baianinho e Bezerra da Silva).

Ainda neste disco, incluiu de sua autoria Sonho de menina, Meu protetor, Batuque do morro velho e Meu samba meu gongá. Por esta época, foi muito solicitado para shows em boates e casas noturnas. Gravou algumas composições de amigos, como é o caso de Ana, de Jair do Cavaquinho. Neste mesmo ano Rubens da Mangueira interpretou Morro velho no LP "Roda de samba nº 2.

Em 1975 o parceiro Velha, ao lado de Wilson Moreira, Casquinha, Hélio Nascimento, Anézio e Candeia, participou do LP Partido em 5 volume 2, no qual interpretou Gato escaldado tem medo de água fria (Velha e Zuzuca).

Em 1980, a Acadêmicos do Salgueiro desfilou com um samba-enredo O bailar dos ventos, relampejou mas não choveu (c/ Zédi, Moacir Cimento e Haideé), classificando-se em 3º lugar.

No final do ano 2000, lançou o CD Samba de raiz, no qual interpretou antigos sucessos de sua autoria: Festa para um rei negro e Vem chegando a madrugada, entre outros sucessos de sua autoria. O CD trouxe ainda algumas composições suas menos conhecidas do grande público: José brasileiro e Semente do samba.

Obras

Amores célebres do Brasil; Batuque do morro velho; Boi da cara preta; Chico-Rei; Esquinado; Festa para um rei negro; Fim de festa;Mangueira, minha madrinha querida; Meu protetor; Meu samba meu gongá; Morro velho; O bailar dos ventos, relampejou mas não choveu (c/ Zédi, Moacir Cimento e Haideé); Os amores célebres do Brasil; Sonho de menina; Tudo é alegria (c/ Noel Rosa de Oliveira); Vem chegando a madrugada (c/ Noel Rosa de Oliveira)

Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha; Observatório Comunitário - Zuzuca do Salgueiro.

Célia e Celma

A dupla sertaneja Célia (Célia Mazzei - Ubá, MG - 2/11/1952) e Celma (Celma Mazzei - Ubá, MG - 2/11/1952), irmãs gêmeas, começaram a cantar ainda crianças. O pai era fotógrafo profissional e nas horas vagas tocava bombardino numa banda da cidade de Ubá.

Aos cinco anos de idade começaram a cantar no rádio e em circos da cidade. Participaram de festas típicas e religiosas, foram coroadeiras de Nossa Senhora, e pelas ruas da pequena cidade acompanhavam os irmãos mais velhos em tradicionais serenatas. Estudaram música no Rio de Janeiro e se diplomaram pelo Instituto Villa-Lobos. Paralelamente começaram a cantar,como profissionais,em orquestras de baile.

Em 1975, viajaram ao Japão e, na casa Saci Pererê, se apresentaram por seis meses cantando música brasileira. Em 1990 participaram da novela Ana Raio e Zé Trovão, da TV Manchete, na qual foram as personagens Luminada e Luminosa. Em 1995, receberam do governo de Minas Gerais o título Embaixador do Centenário, pelo trabalho em prol da cultura do estado.

Celia e Celma já dividiram o palco com grandes nomes, como Cauby Peixoto, Emílio Santiago e até mesmo com o ministro da cultura, Gilberto Gil, cantando Aquarela do Brasil no centenário de Ary Barroso, em 2003, no Palácio do Planalto.
Produzem, dirigem e apresentam o programa Celia & Celma, no Canal Rural, desde abril de 1998, espaço aberto para a música de raiz e o folclore brasileiro. São autoras dos livros A cozinha caipira de Celia & Celma, Nova Fronteira, 1994, e Por todos os cantos, Ibrasa, 2004, com prefácio do jornalista Sérgio Cabral e apresentação do vice-presidente da república, José Alencar Gomes da Silva.

Também tiveram participação, cantando em cena, em O viajante, filme de Paulo César Sarraceni, de 1998, e atuaram no documentário Carrego comigo, de Chico Teixeira, de 2002. Participaram ainda do programa Meu Cunhado, no SBT, em 2004, ao lado do comediante Ronald Golias.
Discografia

Pilantrália (c/Carlos Imperial e a Turma da Pesada), 1970, Odeon LP; O coelhinho e o ratinho. Célia e Celma para o público infantil, 1970, Odeon Cs; Portela e Dó ré mi fá (Turma da Pesada), 1971, Odeon Cs; Cabo Frio devagar, 1971, Continental Cs; Procurando tu (Turma da Pesada), 1972, CID Cs; Célia e Celma. Vem quente que eu estou fervendo, 1978, Continental Cs; Célia e Celma, 1987, 3M LP; Na cozinha caipira de Célia e Celma, 1996, CD; Ary Mineiro (Revivendo), 1998, CD; Caipirarte, 1999, CPC-Umes CD.

Fontes: Senac-SP; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Astor Silva



Astor Silva, instrumentista, arranjador, regente e compositor, nasceu em 10/5/1922 no bairro do Rio Comprido, Rio de Janeiro, RJ, e faleceu na mesma cidade em 12/2/1968. Fez seus estudos na Escola João Alfredo, situada em Vila Isabel. Por essa época já estudava música e formou um grupo com colegas do colégio que se apresentava em bailes e festas familiares.

Iniciou sua atividade artística como trombonista de dancings. Por volta de 1940, passou a atuar no Cassino da Urca, e em outros, como os situados em Copacabana e Icaraí. Em 1946, com o fechamento dos Cassinos, passou a integrar a Orquestra Tabajara, dirigida por Severino Araújo, que realizou excursões pelo Brasil, Argentina, Uruguai, França, etc.

Ainda como integrante da Orquestra Tabajara, apresentou-se na Rádio Tupi. Posteriormente, transferiu-se para a orquestra do maestro Carioca que atuava na mesma emissora. Exibiu-se ainda na boate carioca Night and Day e na TV Rio. Foi diretor musical de diversas gravadoras. Na CBS desempenhou também a função de arranjador-chefe.

No início dos anos 1950, formou seu próprio conjunto com o qual atuou na Todamérica fazendo acompanhamentos para Flora Matos, Garotos da Lua, Virgínia Lane, Zilá Fonseca, Ademilde Fonseca e Raul Moreno.

Em 1952, seu Chorinho da Nice foi gravado na Continental por Severino Araújo e Sua Orquestra Tabajara. Em 1953, gravou com seu conjunto na Todamérica o choro Pisando macio, de sua autoria, e o Baião diferente, de Marcos Valentim.

No ano seguinte, gravou também com seu conjunto o choro No melhor da festa, e o Baião lusitano, ambos de sua autoria. Por essa época, passou a dirigir sua própria orquestra e gravou o mambo Mambomengo, e o samba Sete estrelas, de sua autoria. Ainda em 1954, seu choro Alta noite, parceria com Del Loro, foi gravado na Sinter pelo cantor Jamelão. Atuou com sua orquestra na Todamérica e acompanhou, entre outras, a cantora Dóris Monteiro na gravação da Marcha do apartamento, e do samba Sacrifício não se pede.

Em 1955, gravou com seu conjunto os choros Chorinho de boite, e Sombra e água fresca, de sua autoria. Por essa época, atuou com seu conjunto e com sua orquestra na gravadora Continental acompanhando gravações de Moreira da Silva, Nora Ney, Bill Farr e Emilinha Borba.

Entre 1960 e 1963, atuou com seu conjunto e sua orquestra na Columbia. Em 1960, foi um dos responsáveis pelo sucesso do samba Beija-me, de Roberto Martins e Mário Rossi, gravado por Elza Soares com arranjos seus.

Em 1961, acompanhou com seu conjunto um das primeiras gravações do então iniciante cantor Roberto Carlos num 78 rpm com as músicas Louco por você e Não é por mim. Acompanhou também gravações de Risadinha, Wanderléia, também em começo de carreira, Ciro Monteiro, Rossini Pinto e Elis Regina, em uma de suas primeiras gravações, com as músicas A virgem de Macareña e 1, 2, 3, balançou.

Ainda em 1961, gravou com sua orquestra os frevos Jairo na folia, de Francisquinho, Ao som dos guisos, de Edgar Morais, A pisada é essa, de João Santiago, e Vai na marra, de David Vasconcelos.

Gravou ainda, pelo pequeno selo Ritmos, com seu conjunto, os sambas Vamos fazer um samba, de sua parceria com Nelson trigueiro, e Agora é cinza, de Bide e Marçal.

Foi um dos principais arranjadores da segunda metade dos anos 1950. Em 1974, seu Chorinho de gafieira foi regravado por Raul de Barros no LP Brasil, trombone, lançado pelo selo Marcus Pereira.

Obras

Alta noite (c/ Del Loro); Baião lusitano; Chorinho de boite; Mambomengo; No melhor da festa; Pisando macio; Sete estrelas; Sombra e água fresca; Vamos fazer um samba (c/ Nelson Trigueiro).

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Campanha e Cuiabano

Antônio Campanha (Campanha) nasceu em Monte Alto-SP no dia 05/12/1925; Olívio Campanha (Cuiabano) nasceu também em Monte Alto-SP no dia 05/03/1928 e faleceu em São José do Rio Preto-SP no dia 16/06/1981.

Antônio iniciou sua carreira musical ainda criança, com apenas 12 anos de idade, quando formou dupla com seu irmão mais velho Augusto Campanha, que era considerado excelente cantor e violeiro, na época. Integrou com alguma regularidade a dupla Campanha e Angelim e, quando já contava com seus 20 anos, Antônio venceu um concurso de cantadores na região e integrou também a dupla Campanha e Paulista.

Junto com seu irmão Olívio, Antônio chegou tocar em alguns circos em São José do Rio Preto-SP. A dupla com Olívio foi formada nessa época, no ano de 1948, ocasião na qual começaram cantando na Rádio PRB-8 de São José do Rio Preto-SP. A nova dupla costumava se apresentar com o nome de "Irmãos Campanha" e também como "Campanha e Seu Ir mão".

No ano de 1952, Antônio e Olívio seguiram para a capital paulista onde fizeram um teste na Rádio Nacional, com o diretor Costa Lima. Foram aprovados e se apresentaram durante vários anos nessa famosa emissora paulistana. Antes disso, os dois irmãos estiveram pertinho de fechar o contrato com a extinta Rádio Tupi, mas acabaram, de última hora, perdendo a vaga para a dupla Palmeira e Luizinho. Foi por sujestão dos compositores Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Jr. que Antônio e Olívio acabaram adotando para a dupla o nome artístico de "Campanha e Cuiabano", apesar de Olívio não ter nascido em Cuiabá.

De acordo com Ayrton Mugnaini Jr. em seu livro Enciclopédia das Músicas Sertanejas e também no encarte do CD da dupla na Série Luar do Sertão lançada pela BMG, "...numa reunião de amigos, incluindo Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Jr., comentou-se que 'Irmãos Campanha' não era um bom nome, por ser pouco marcante, não destacando um ou outro integrante da dupla. Perguntou-se quem mais se destacava; era Antônio, o compositor. Então ele ficou sendo o Campanha. Faltava um nome marcante para seu irmão; e o escolhido foi Cuiabano, por ser sonoro e ainda não ter sido usado por qualquer outra dupla vocal..."

O primeiro disco 78 RPM de Campanha e Cuiabano foi gravado no ano de 1953, com o cururu Barra Bonita (Arlindo Pinto - Priminho) e a moda campeira Pião Vira-Mundo (Campanha - Benedito Seviero). No ano seguinte, Campanha e Cuiabano conheceram o acordeonista Célio Cassiano Chagas, o Celinho, de Conceição das Alagoas-MG, que se juntou à dupla e os acompanhou durante alguns anos, porém, somente em apresentações ao vivo.

A partir de 1960, Celinho passou a acompanhar a dupla Pedro Bento e Zé da Estrada, com quem se apresenta até os dias atuais. Campanha e Cuiabano também foram acompanhados em algumas gravações pelo acordeonista Pirigoso. Foi no ano de 1957, que Campanha e Cuiabano gravaram pela primeira vez Meu passarinho (Campanha - Zé Rosa) , sem dúvida, o maior sucesso da dupla.

Também merecem destaque outras belíssimas interpretações de Campanha e Cuiabano tais como Genuína cana verde (Celinho - Lázaro Franco de Godoy), Novo Castelo (Campanha - Pirigoso), Um berrante na solidão (Ramon Cariz - George AB), Desprezo de amor (Souza - Campanha), Rolinha cabocla (João Pacífico - Raul Torres), Morrendo de saudade (Jane Rossi da Rocha - Cuiabano), Lá na fazenda (Francisco Lacerda - Ricarda Jardim) e Rei da estrada (Quintino Eliseu - Luiz Alves Pereira), apenas para citar algumas.

Apesar de terem gravado na Sinter, Copacabana, RCA, Odeon e Chantecler, a discografia de Campanha e Cuiabano encontra-se quase que totalmente esquecida e praticamente inexistente no comércio, excessão apenas ao CD da série Luar do Sertão que a BMG remasterizou no ano 2000, com belíssimas interpretações bastante representativas da dupla, gravadas entre 1961 e 1963.

Cuiabano, pouco antes do seu falecimento em 1981, chegou a transferir seu nome artístico ao seu outro irmão João Jaime Campanha (nascido em Palestina-SP em 1943 e falecido em São José do Rio Preto-SP em 1999). Campanha ainda chegou a formar uma dupla com o acordeonista Pirigoso com quem gravou o LP Mourão da porteira pela K-Tel em 1981. E em 1983 Campanha chegou a gravar em carreira-solo o LP Baile das cordas pelo selo Laço.

Consta que Campanha trabalha atualmente como empreiteiro na compra e venda de imóveis e também apresenta o seu programa de rádio na Emissora Independência de Mirassol-SP.

Fontes: Boa Música Brasileira; Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista Viola Caipira.

Duo Guarujá

Dupla sertaneja formada por Nilsen Ribeiro e Armando Castro. Nilsen começou cantando em festas de amigos, onde impressionava os convidados. Acabou impressionando também a Armando Castro, crooner do grupo Vagalumes do Luar, que era conjunto exclusivo da Rádio Record e da gravadora Continental. Durante um ano fez parte da equipe contratada pela Rádio Farroupilha.

Em 1951, Nilsen e Armando se casaram. Resolveram formar uma dupla adotando o nome artístico de Duo Guarujá, escolhido em concurso. Em 1955, gravaram o primeiro disco cantando a canção italiana Non dimenticare e a guarânia Filha de Maria, de Mário Vieira e Ado Benatti. Fizeram grande sucesso.

Em 1956, recebem o Prêmio Roquette Pinto como o melhor duo vocal. Também naquele período, três músicas suas entraram nas paradas de sucesso. Em 1958, gravaram dois de seus maiores sucessos, o huapango Cucu-rru-cucu Paloma de T. Mendez e Carlos Américo, e a guarânia Cabecinha no ombro, de Paulo Borges. Cabecinha no ombro permaneceu seis meses em primeiro lugar nas paradas e obteve todos os prêmios de música na época. Seu repertório compunha-se predominantemente de boleros.

Em 1960, gravaram o bolero Alguém me disse, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, e a guarânia Serenata suburbana, de Capiba.

Em 1977, fizeram a gravação da música Despedida, de Roberto Carlos. Ao longo da carreira gravaram cerca de 30 discos 78 rpm e 23 Lps.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Eydie Gormé


Edith Gormenzano, conhecida no mundo musical como Eydie Gormé, nasceu em 16 de agosto de 1931, em Nova York, EUA. Seus pais eram imigrantes de origem sefardita (judeus ibéricos), sendo ela a mais nova de três irmãos. Posto que o espanhol fosse língua de sua família, ela cresceu conhecendo e falando fluentemente, assim como também escrevendo nesse idioma. Graduou-se na William Howard Taft High School em 1946 (a mesma escola onde também se graduou, naquela época, Stanley Kubrick).

Ao mesmo tempo em que era considerada “a mais bonita animadora” de sua escola no Bronx cantando com seu amigo Ken Greengrass nos finais de semana, iniciou carreira artística na rádio, num programa infantil. Ao terminar os estudos trabalhou como intérprete de espanhol no Theatrical Supply Export Company e a seguir voltou a cantar.

Seu primeiro disco foi gravado em 1950, com a Orquestra de Tommy Tucker, e um segundo com Dick Noel. A MGM produziu essas gravações em vinil de 78 rpm. Ela também trabalhou como cantora contratada em grandes bandas, como a de Glenn Miller e o do cantor Tex Beneke.

Em 1951 Eydie realizou várias gravações de audições radiofônicas que se lançaram como discos long-play de vinil e, recentemente como CD. Em 1952 lançou-se como cantora solista, e suas gravações foram distribuídas pelo selo Coral.

A cantora teve a grande oportunidade e conheceu o seu companheiro de toda a vida quando ela e o cantor Steve Lawrence foram chamados para o The Tonight Show, que era conduzido por Steve Allen.

Em fevereiro de 1956, substituiu, por um curto espaço de tempo, Billy Daniela, no famoso clube noturno Copacabana de Nova York, e nele atuou muito bem, tendo sido aclamada por sua performance pelos freqüentadores, que fez com que voltasse em julho para atuar com sua própria equipe de trabalho.

Em janeiro de 1957, ela fez sua primeira apresentação na Broadway juntamente com Jerry Lewis no chamado “palácio dos teatros”. Em dezembro se casou com o cantor Steve Lawrence em Las Vegas. Tiveram dois filhos, um dos quais faleceu. Alcançaram fama por seus famosos diálogos em cena, nos quais brincavam e riam da vida de casados.

O sucesso de Eydie Gormé nos Estados Unidos se estendeu, se popularizou e se consolidou dada a versatilidade de seu talento e da bela voz que possuía. Escolhe para cantar, nesse período, temas como Demasiado cerca para la comodidad, Mama, me enseña a bailar (mambo 1956), Me ama por siempre (1957) e Te necesitan mis manos (1958).

No verão de 1958 é contratada para um programa de variedades na TV, como substituta de Steve Allen. Pouco tempo depois, seu marido serve no exército americano por dois anos. Durante este período empreende uma turnê nacional para se apresentar em clubes noturnos até 1960, quando se une a Lawrence no Copacabana e na Arboleda del Coco, em Los Angeles, assim como em salões do Hotel Sahara em Las Vegas.

Em duo com seu esposo, seu show se chamava "Steve and Eydie". Em 1960, Steve and Eydie ganhou um prêmio Grammy por "melhor performance de um grupo vocal", por sua canção We Got Us que foi seguido por vários outros, incluindo os que continham tema das apresentações que haviam realizado na Broadway e nos filmes em que haviam atuados juntos

Em 1963 Gormé obtém grande sucesso em Blame it on the Bossa Nova, que a conduziu ao ranking de "os 40 melhores". Ganha um Grammy Award como melhor voz feminina em 1967, por sua interpretação de If He Walked Into My Life, do musical Mame.

Em 1968, o casal apareceu na Broadway em Arco-íris de ouro, uma adaptação musical de Arnold Schulman (Um buraco na cabeça), com letra e música de Walter Marks. Em 1969, Eydie e Lawrence apresentam seu primeiro musical, intitulado Era amor, escrito para eles por Gordon Jenkins.

Uma de suas melhores canções como duo foi a canção israelense Hallelujah, ganhadora do concurso Festival da Canção de Eurovisão em 1979. A tinham gravado com o pseudônimo de Parker e Penny.

Durante os anos 70 e 80, o casal continuou suas atividades artísticas, incluindo aparições regulares na televisão. Vários de seus especiais se dirigiram a comemorar e ressaltar a música de reconhecidos compositores, e foi de tal qualidade esses trabalhos que os fizeram ganhadores de grande número de prêmios como inúmeros Emmys.

Em 1987, realizaram uma grandiosa produção para a televisão da obra infantil Alice no país das maravilhas, escrita por Steve Allen, fazendo as partes de Tweedledum e de Tweedledee. Em 1989, lançaram juntos, de sua autoria, GL, uma realização musical que recebeu uma grande aceitação do público e considerável volume de vendas.

Durante os anos 80, apareceram em prestigiosos lugares tais como Carnegie Hall em 1981 e 1983, no Amphitheatre Universal, em Los Angeles, Harrah, Tahoe, e 1.400 apresentações em Las Vegas, já que diariamente faziam mais de duas.

Em 1995 Gormé e Lawrence foram distinguidos pela contribuição que durante sua vida fizeram pela música pelo Songwriters Hall of Fame.

Desde a década de 1970 o casal centralizou seu trabalho quase exclusivamente no repertório da música pop norte-americana, gravando vários álbuns com temas de compositores norte-americanos. Com a chegada do século XXI, o infatigável casal anunciou seus planos de reiniciar suas turnês, lançando a denominada "One More For The Road" em 2002.

Cabe destacar que Eydie Gorme interpretou grandes temas românticos, especificamente inclinados ao bolero, ao gravar com o Trío los Panchos vários discos com canções muito conhecidas e em outras oportunidades, como solista desses temas e da música norte-americana, ganhando seu próprio espaço dentro de nosso mundo romântico, de nosso mundo do bolero.

Discografia

1951 - Tex Beneke & The Glenn Miller Orchestra (Grabaciones de la radio: presentación de Eydie Gormé); 1956 - Delight; 1957 - Eydie Gormé; 1957 - Eydie Swings the Blues; 1958 - Eydie Gormé Vamps the Roaring 20's; 1958 - Eydie in Love; 1958 - Gormé Sings Showstoppers; 1958 - Love is a Season; 1959 - Eydie Gormé On Stage; 1959 - Eydie in Dixieland; 1960 - We Got Us (com Steve Lawrence); 1960 - Sing The Golden Hits (com Steve Lawrence); 1961 - Come Sing with Me; 1961 - I Feel So Spanish; 1962 - Two On The Aisle (com Steve Lawrence); 1962 - It's Us Again (com Steve Lawrence); 1963 - Blame It on the Bossa Nova; 1963 - Let the Good Times Roll'; 1963 - Steve & Eydie At The Movies (com Steve Lawrence); 1964 - Gormé Country Style; 1964 - That Holiday Feeling (com Steve Lawrence); 1964 - Amor (com o Trío Los Panchos); 1965 - Eydie Gormé sings Great Songs from The Sound of Music And Other Broadway Hits; 1965 - More Amor (com Trío Los Panchos); 1966 - Don't Go to Strangers; 1966 - Navidad Means Christmas (com Trío Los Panchos); 1967 - Bonfá & Brazil (com Luís Bonfá e Steve Lawrence); 1967 - Softly, As I Leave You; 1968 - The Look of Love; 1968 - Eydie; 1969 - Otra vez; 1970 - Tonight I'll Say a Prayer; 1970 - Canta en español (com o Trío Los Panchos); 1970 - Cuatro vidas (com o Trío Los Panchos); 1971 - It Was a Good Time; 1976 - La Gormé; 1977 - Muy Amigos/Close Friends (com Danny Rivera); 1981 - Since I Fell for You; 1982 - Ame o déjame; 1988 - De corazón a corazón; 1992 - Eso es el amor; 1996 - Silver Screen.


Acesse aqui a relação de compositores e intérpretes de bolero

Bolero: Letras, Cifras e Músicas

Saiba sobre as origens do bolero


Fontes: El blog del Bolero; Wikipédia - Eydie Gormé. Tradução: Everaldo J Santos.