sábado, novembro 01, 2008

Barbosa Júnior

Barbosa Júnior (Arthur Barbosa Júnior), radialista, cantor e humorista, nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 17 de maio de 189... Seu apelido era “Tutu”. Teve seis irmãos e desde pequeno tomava parte em espetáculos organizados em sua casa.

Também foi ator (teatro e cinema) e compositor. Era irmão do cantor e compositor Luís Barbosa (Rio de Janeiro, 07/07/1910 - 08/10/1938) e do compositor Paulo Barbosa (Rio de Janeiro, 29/04/1900 - 04/12/1955) .

Na década de 20 estreou no teatro, levado pelas mãos de Aprígio de Oliveira, seu 1º personagem foi um “pau d’água”. Depois trabalhou nas companhias de Jayme Costa, Iracema Alencar, Leopoldo Froes, entre outras.

Em 1933, o locutor César Ladeira convidou-o para fazer programas na Rádio Mayrink Veiga, lá foi “Tutú”... permaneceu ali alguns anos e em 1941 foi para a Rádio Nacional. Alcançou muito sucesso principalmente como humorista de rádio.

Na Mayrink teve o famoso programa infantil “Picolino”. Barbosa (ou Brabosa, como chamava a si próprio) criou uma linguagem original: quecatrai (um quê que atrai), dequeoquê (de que cor que é) e o longo “heeeeim!” característico. Sua grande parceira em programas foi a grande atriz Ismênia dos Santos. Barbosa era engraçadíssimo, talentoso e muito querido pelo público.

Trabalhou em vários filmes e também em programas de TV. Estreou em disco gravando pela Odeon em 1934 a marcha Dona Helena (Ary Barroso e Nássara) e o intermezzo Cavalhada franciscana (Ary Barroso).

Era considerado um dos melhores amigos de Carmen Miranda no meio artístico, a tal ponto que, na volta da Pequena Notável ao Rio em 1954, ele foi um dos primeiros a encontrá-la e a saudá-la. Lançou as seguintes canções com Carmen: Casaquinho de tricô (Paulo Barbosa), Quem é? (Custódio Mesquita e Joraci Camargo), Que baixo (Milton Amaral), A Pensão da Dona Stella (Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago), Blague-blague (G. Filho e J. de Araújo) e Ginga-ginga.

Faleceu no Rio de Janeiro em março de 1965, aos 67 anos, sendo enterrado no Cemitério S. João Batista.

Barbosa Júnior - Revista do Rádio

Discografia

• Dona Helena/Cavalhada franciscana (1934) Odeon 78
• Da discussão nasce a luz/Uma bebedeira (1935) Odeon 78
• Repinica/Mulher vampiro (1935) Odeon 78
• Professora na roça/Festa de São João (1936) Odeon 78
• Que baixo/Seu Virgulino (1939) Odeon 78
• Tenor de banheiro/as pupilas do seu Bocage (1939) Columbia 78
• Hino da alegria/Foi você (1940) Victor 78
• Chiquita/Macaco quando se coça quer chumbo (1940) Columbia 78
• Eu vou de beijoqueiro/O pierrô chorou.. (1941) Odeon 78
• Carangola xuxu/Aconteceu comigo (1943) Columbia 78

Fontes: Comunidade BARBOSA JÚNIOR - Orkut; Revista do Rádio.

Dorinha Freitas

Dorinha Freitas
Dorinha Freitas (Maria Auxiliadora Freitas Galvão), cantora, nasceu em 1937 na cidade de Lorena, SP. Efetuou seus estudos em sua cidade natal onde cursou a Escola Normal.

Em 1956, em uma visita ao Rio de Janeiro, inscreveu-se quase por brincadeira no programa de calouros da Rádio Tupi dirigido pelo locutor Aérton Perlingeiro e acabou tirando o primeiro lugar. A vitória lhe valeu um contrato de quatro meses com a Rádio Tupi.

Em seguida, assinou contrato com a gravadora RGE e lançou seu primeiro disco no qual fez sucesso com o samba Fracasso, de Fernando César e Nazareno de Brito. No mesmo disco estava o bolero Espérame en el cielo, de F. L. Vidol. Em seguida, gravou o bolero Ciúmes, de Renato de Oliveira e Fernando César, e o samba As paredes tem ouvido, de Nazareno de Brito e Newton Ramalho.

Ainda em 1958, gravou o slow Hey there, de R. Adler e J. Ross, e o samba É luxo só, de Ary Barroso e Luiz Peixoto. No final do mesmo ano, gravou os sambas Samba, chamego e zum-zum, de Nazareno de Brito e Luiz Cláudio de Castro, e Lamento, de Djalma Ferreira e Luís Antônio, que seria seu maior sucesso. Atuou durante algum tempo no "Dancing Avenida".

Em 1959, assinou contrato de exclusividade com o programa César de Alencar o que lhe rendeu diversas viagens pelo interior do Brasil. No mesmo ano, gravou o samba-canção Neste mesmo lugar, de Armando Cavalcanti e Klécius Caldas, o samba Você é a saudade, de Armando Nunes e Geraldo Serafim, e Sofro, de Nelson Alves e Verinha Falcão, e o bolero A noite e a prece, de Evaldo Gouveia e Almeida Rego.

Ainda em 1959, partcipou do LP Constelação de ouro RGE em LP lançado pela gravadora RGE com interpretações de astros da gravadora como Agostinho dos Santos, Roberto Luna, Leny Eversong, Germano Mathias e Elza Laranjeira, entre outros, interpretando seu grande sucesso Lamento.

Em 1960, realizou com êxito uma temporada na boate Chicote, em São Paulo. Em 1961, gravou o bolero Porque tinha de ser, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, o samba Que fazer? de Jaime Florence e Jorge Santos, e os sambas-canção Rival, de Raul Sampaio e Benil Santos, com o qual obteve bastante êxito, e Só acredito em você, de Heitor dos Prazeres.

Ainda nesse ano, lançou o LP A voz de Dorinha Freitas no qual interpretou as músicas Porque tinha de ser, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, Que fazer?, de Jaime Florence "Meira" e Jota Santos, Trevas (Noite sem luz), de Almeida Rego, Lamento, de Djalma Ferreira e Luis Antônio, Ocultei, de Ary Barroso, Vento vadio, de Hianto de Almeida e Evaldo Rui, Devolvi, de Adelino Moreira, o clássico Ave Maria do morro, de Herivelto Martins, Sofro, de Vera Falcão e Nelson Alves, A vida me ensinou, de Fernando César, Nunca mais" de Vera Falcão e Voltaire França, e Descendo o morro, de Billy Blanco e Tom Jobim.

Ainda em 1961, participou do LP Boleros e guarânias lançado pela RGE com a participação de nomes como Maysa, Raul Sampaio, Dupla Ouro e Prata, Roberto Luna, Trio Cristal e Agostinho dos Santos, entre outros. Nesse disco foi incluída sua interpretação para Porque tinha de ser, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Em 1962, lançou os sambas-choro Decisão, de Antônio Cirino e Carlos Marques, e , de Leonel Azevedo e Adelmo Lima. Ainda nesse ano, ingressou na gravadora Continental e gravou o bolero Corações vazios, de Oto Borges, e o samba Gente da noite, clássico do compositor gaúcho Túlio Piva. Nessas duas últimas músicas foi acompanhada pela orquestra dirigida pelo maestro Radamés Gnattali. Em 1963, gravou o samba-canção Orgulho, de Almeida Rego e Iran de Oliveira, e o tango Sonho desfeito, de Leonel Azevedo e Adelmo Lima.

Em 1965, já na gravadora Copacabana, gravou em conjunto com o cantor David de Castro o LP Dois corações - Dorinha Freitas e David de Castro no qual interpretou em dueto com David de Castro as músicas "Bonequinha linda (Te quiero dijiste)", de María Grever e C. Pasquale, com versão de Haroldo Barbosa, Sempre minha (Till the end of time), de L. W. Gilbert e H. Akst, e versão de Nazareno de Brito, Dois corações, de Herivelto Martins e Waldemar Gomes, Doce mistério da vida (Ah sweet mistery of life), de R. J. Young e V. Herbert, em versão de Alberto Ribeiro, Ouvindo-te, de Vicente Celestino, Sétimo céu (Seventh heaven), de L. Pollack e S. D. Mitchell, com versão de Amilcar Cerri, "Sempre no meu coração (Always in my heart)", de Ernesto Lecuona, e versão de Mário Mendes, e Verão no Brasil (Brazilian summer), de M. Vaughn e N. Bourget, em versão de Caetano Zamma, além das interpretações solo de Vai com Deus, de Luiz Bandeira e Silvio César, e Até você, de Armando Nunes.

Ainda em 1965, sua interpretação do bolero Vai com Deus, de Luis Bandeira e Sílvio César foi incluída no LP Maiores em boleros - VOL. 3, enquanto o dueto feito com David de Castro na música Ouvindo-te foi incluído no LP 14 maiorais Nº 7.

Em 2000, sua interpretação para Porque tinha de ser, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, foi incluída na série Raros compassos de três CDs lançada pelo selo Revivendo com gravações raras de Tom Jobim. Uma das melhores vozes da fase final da chamada Era do Rádio, gravou mais de dez discos pelas gravadoras RGE, Continental e Copacabana, sendo sua obra ainda não devidamente estudada e resgatada.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Orlando Dias

Orlando Dias (José Adauto Michiles), cantor, nasceu no Recife PE em 1/8/1923. O avô, poeta e violonista, ensinou-lhe os primeiros rudimentos musicais. Em 1938 tentou um programa de calouros, mas foi gongado; repetiu a experiência, com sucesso, na Rádio Clube de Pernambuco.

Influenciado por Orlando Silva imitava-o, quando se mudou para o Rio de Janeiro, chegando a ser contratado pela Rádio Mayrink Veiga. Mas a fama ainda não veio dessa vez: quatro anos depois, voltou a Recife, casou- se e enviuvou, decidindo arriscar novamente o Rio de Janeiro em 1950.

Em 1958, definiu estilo próprio de cantar: primeiro, o lenço branco acenado para o público, depois, a interpretação carregada de sentimentalismo, a mímica teatral e desmedida, intercalada de versos declamados “para desafogar a emoção” pela perda da esposa; finalmente, as roupas em desalinho, o cantor de joelhos, terminava o número.

Atingiu o auge da carreira e popularidade no início da década de 1960, tendo gravado na Odeon em 1963 o LP Se a vida fosse um sonho bom, faixa-título de Valdir Machado, autor de outro destaque, Beija-me pela última vez.

Dois anos depois, lançou para o Carnaval o samba Saravá (Zilda Gonçalves e Jorge Silva). De 1966 é o LP O ator na canção, com Sonho de amor (com Arsênio de Carvalho) e Uma esmola (Ramírez, versão de Pedro Lopes), pela Odeon. Em 1968s saiu O atual, LP com Amor desesperado (Dino Ramos, versão de Romeu Nunes) e Perdoa-me (Manzareno, versão de Rubem Carneiro), pela mesma etiqueta.

Em 1973 gravou o LP O cantor mais popular do Brasil, com Leva-me contigo (de sua autoria) e Tu partiste (Pedrinho), ainda pela Odeon. Apresentou-se na França, Países Baixos e Itália. Em 1997 regravou alguns de seus maiores sucessos no CD Vinte super sucessos.

CD

Vinte super sucessos, 1997, Polydisc 470.263.

O "brega-romântico"

Até o final dos anos cinqüenta, havia em nossa música popular cantores ecléticos, que gravavam para todos os gostos, dos mais refinados aos menos exigentes. Foi nessa ocasião que começaram a surgir os primeiros especialistas num tipo de música popularesca, de sentimentalismo exagerado que, tempos depois, passou a ser rotulada de brega-romântico.

Entre eles salientou-se a figura do pernambucano José Adauto Michiles, que com o nome artístico de Orlando Dias tornou-se um dos mais populares cantores bregas de sua geração. Com voz, físico e postura cênica ideais para o gênero — canto emocionado, mímica espalhafatosa, roupas em desalinho —, Orlando apresentava-se em toda parte, vendendo aos milhares discos em que interpretava composições como Tenho ciúme de tudo — “Sou louco por ti / eu sofro por ti / te amo em segredo (...) Tenho ciúme do sol, do luar, do mar / tenho ciúme de tudo” — e num rompante: “tenho ciúme até da roupa que tu vestes...”.

Um dos quinze ou vinte boleros que Valdir Rocha fez para o seu repertório, Tenho ciúme de tudo era o carro-chefe de Orlando Dias em 1961.

Fontes: A Canção no Tempo - Vol. 2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Carlos Alberto

Carlos Alberto (Nuno Soares), cantor, nasceu em Astolfo Dutra, Minas Gerais. Aos 9 anos foi para Petrópolis-RJ e aos 18 para Três Rios-RJ. Em Três Rios começou a cantar em bailes sendo até croone de um grupo. Lá se casou, e em 1963 veio para o Rio de Janeiro pelas mãos do amigo Maurício Farah.

No mesmo ano gravou seu primeiro LP onde cantava o sucesso Sabe Deus, versão do bolero Sabrá Dios, de Alvaro Carrillo. Possui mais de 60 LPs gravados e tem orgulho de dizer que o primeiro disco vende até hoje. Chamado de o Rei do Bolero na década de 1960, é apontado como o cantor que mais gravou boleros no Brasil.

Lançou em 1965 , pela CBS o LP Carlos Alberto canta para enamorados com acompanhamento da orquestra de Alexandre Gnattali, interpretando entre outras, as músicas Raiva de ti, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, O nosso amor está morrendo, de Raul Sampaio e Benil Santos, Não sei não, de Othon Russo e Niquinho, Pense em mim", de Antônio Maria, e Tu me abandonastes, de Nuno Soares, Wilson Mussauer e José Silva, além de versões de Clóvis Mello para os boleros Cinzas, de Wello Rivas, Tu, onde estás, de Gabriel Ruiz e Ricardo López Méndez, e Menos que nada, de Chucho Martinez.

Em 1971, lançou LP pela CBS, que trazia seu nome como título e que teve direção artística de Rossini Pinto apresentando como principal destaque a canção Rasguei o teu retrato, de Cândido das Neves, e incluiu ainda músicas como Só fiquei com o seu adeus, de Odair José, Perdoa-me, de Rossini Pinto e Álvaro Menezes, Melhor sorrir do que chorar, de Othon Russo e Niquinho, e Eu sou a solidão, de Toso Gomes e Antonio Correia.

No ano seguinte, passou a gravar pela Continental e lançou LP no qual interpretou Vingança, de Lupicínio Rodrigues, O amor só tem tristeza pra me dar e Eu só conheço a palavra perdoar, de Chico Xavier e Tito Mendes, Amor livre, de Pepe Ávila, e Razão de nossas vidas, de Renato de Oliveira e Ivan Reis.

Em 1977, gravou pela Som Livre o LP Esta casa foi nossa, música título de Roberto Livi com versão de Célio Roberto, e que contou com arranjos e regências de Walter Branco e Orlando Silveira, incluindo ainda as músicas Recusa, de Herivelto Martins, Encruzilhada, Corre trem, Você é diferente e Basta, de Nuno Soares, Confiança traída, de Waltel Branco e João Melo, Meu pecado, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, e Tango, de Chico Anysio e e Raymond.

Em 1979, voltou a gravar pela CBS e gravou LP com arranjos e regência do maestro Pachequinho no qual interpretou O que fizestes com as flores, Nem se despediu de mim, A única solução e Conclusão, de Nuno Soares, Instantes, de Alemão e Elzo Augusto, Disfarces, de Ivan Cardoso, Castelo de amor, de Nenzico, Creone e Barrerito, além do clássico tango Mano a mano, de José Razzano, Carlos Gardel, Esteban Flores e G. Ghiaroni, entre outras.

Em 1986, lançou pela gravadora CID o LP Música e romance no qual registrou clássicos do repertório romântico como Ronda, de Paulo Vanzolini, Negue, de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, Nervos de aço, Nunca, e Loucura, de Lupicínio Rodrigues, Quem há de dizer, de Lupicínio Rodrigues e Alcides Gonçalves, A noite do meu bem, de Dolores Duran, Minha rainha, de Rita Ribeiro e Lourenço Cavalcante, e Quase, de Mirabeau e J. Gonçalves, além do clássico tango Caminito, de J. D. Filiberto e G. G. Peñaloza.

Entre seus grandes sucessos estão os boleros Sabe Deus, Ansiedade (Ansiedad) e Atrasa esse relógio (El reloj).

Em 2000, lançou pela gravadora CID o CD Minha rainha e outros sucessos com música título de Rita Ribeiro que incluiu ainda sucessos como Ronda, de Paulo Vanzolini, Negue, de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, Nervos de aço, de Lupucínio Rodrigues, A noite do meu bem, de Dolores Duran, Talismã, de Michel Sullivan e Paulo Massadas, e Memórias, de Leonardo, entre outras.

Em 2006, apresentou-se no programa Sílvio Santos interpretando a canção Talismã, sucesso da dupla Leandro e Leonardo. Reside atualmente em três lugares: Simão Pereira-MG, Petrópolis-RJ e Rio de janeiro, mas não se esquece de sua cidade natal nem de Três Rios que o acolheu com muito carinho e deu a ele o título de "Cidadão Três Rios". Morando em Petrópolis, em 2005, continuou fazendo shows pelo Brasil.

Fonte: Comunidade Carlos Alberto - Orkut.

Silvinho


Silvinho (Sílvio Lima), compositor, cantor e instrumentista, nasceu em Petrópolis-RJ, em 05/12/1931. Em 1946 fez sua primeira música, Assim como as flores morrem.

De 1950 a 1960, atuou como cantor nos conjuntos Os Trovadores, Os Vocalistas, Trio Quitandinha e Conjunto Harmonia, entre outros.

Em 1959, gravou sua primeira composição Quem é?, depois interpretada também por Gregorio Barrios e por Bienvenido Granda. Em 1963 fez sucesso com a gravação de Esta noite eu queria que o mundo acabasse.

Atuou como cantor na Rádio Nacional, e em várias emissoras de rádio e televisão do Rio de Janeiro e de São Paulo. Realizou excursões à Argentina, Uruguai, Chile e México. Foi premiado diversas vezes em sua carreira.

Obras

Assim como as flores morrem, 1946; Esta noite eu queria que o mundo acabasse, 1963; Quem é?, 1959.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Paulo Gracindo

Paulo Gracindo (Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo), famoso artista do rádio, teatro, cinema e televisão do país, nasceu em 16 de junho de 1911, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de Demócrito Gracindo, que era político e que faleceu em 1928. Foi criado por sua mãe e guardou pela vida afora a educação, os modos, a nobreza de seu lar. Estudou direito, mas desde cedo quis ser ator.

Foi um dos últimos representantes da geração de intérpretes que surgiu nas novelas de rádio dos anos 40. Com uma carreira invejável, coroada de grandes sucessos, ídolo de seus colegas, costumava ser citado por eles como um dos poucos entre os chamados atores de sustentação que conseguiu colocar seu talento acima do charme dos galãs.

Gracindo foi para o Rio de Janeiro e iniciou a carreira teatral com a Companhia de Alda Garrido, tendo também integrado o elenco das principais companhias da época, como as de Procópio Ferreira, Elza Gomes e Dulcina. Ingressou na Tupi, como rádio-ator, passando em seguida para a Nacional. Foi levado pelas mãos de Olavo de Barros, diretor de teatro que também trabalhava na emissora. Interpretou personagens famosos, mas acabou conquistando o sucesso como animador de programas de auditório na década de 40.

Como essa atividade lhe rendesse bem financeiramente, Gracindo ficou anos afastado do teatro. Seguiram-se as novelas, tendo atuado no papel de Albertinho Limonta, herói do dramalhão mexicano O Direito de Nascer, considerado o maior êxito no gênero. Gracindo projetou-se ao lado de Brandão Filho num quadro humorístico que divertiu duas gerações, primeiro no rádio e depois no vídeo, o Primo Rico, que ridicularizava a vida do Primo Pobre.

Com a chegada da televisão, Gracindo levou seu programa de auditório para a TV Rio. Em 1968, transferia-se para a Rede Globo, passando a participar das telenovelas de Glória Madagan. Na emissora, foi o astro de diversas novelas, entre elas, O Bem Amado, onde personificou o prefeito Odorico Paraguaçú e chegou a atingir 70 pontos no Ibope em 1973. Em 1980, o personagem de Dias Gomes era ressuscitado e dava origem a um seriado. Nessa época, Gracindo foi o apresentador do programa 8 ou 800, ao lado de Silvia Falkenbourg.

Ainda pela Rede Globo, fez também as telenovelas A Próxima Atração, Sinal de Alerta (no papel de Tião Borges), Os Ossos do Barão (1973), O Casarão (no papel de um artista apaixonado, ao lado de Yara Cortes), Gabriela (1975, como o coronel Ramiro Bastos) e Roque Santeiro. Suas últimas aparições na TV foi na minissérie Agosto e no especial O Besouro e a Rosa, ambos em 1993.

Gracindo dedicou-se também ao cinema, com o surgimento das companhias Atlântida e Cinédia, atuando em O Meu Dia Chegará, Estrela da Manhã, João Ninguém (1937), Está Tudo Aí (1938), Anastácio (1939), Onde Estás, Felicidade? (1939), A Falecida (1965, de Leon Hirszman), Terra em Transe (1967, de Glauber Rocha), Tudo Bem (1978) e Amor Bandido (1978, de Bruno Barreto).

No teatro, trabalhou em Linhas Cruzadas, Frank Sinatra 4815, ao lado do filho em O Jogo do Crime e com Clara Nunes em Brasileiro, Profissão Esperança. Gracindo Jr. dirigiu o pai nas seguintes montagens teatrais: Paulo Gracindo - O Bem Amado (biografia teatralizada da vida do ator), Num Lago Dourado (1992) e A História é uma História (de Millor Fernandes, em 1994).

Paulo Gracindo faleceu aos 84 anos, em 4 de setembro de 1995.

Fontes: cinetvbrasil - PauloGracindo; Wikipédia - Paulo Gracindo; netsaber - Biografia de Paulo Gracindo.

Grande Otelo

Grande Otelo (Sebastião Bernardes de Sousa Prata), ator, cantor e compositor, nasceu em Uberlândia MG (18/10/1915) e faleceu em Paris, França (26/11/1993). Aos oito anos, exibia-se na calçada dos hotéis da cidade natal, para hóspedes e curiosos.

Por volta de 1925, com a companhia da atriz Iara Isabel, foi para o Rio de Janeiro, estreando na peça O tesouro da Serra Morena, no Circo Serrano. Nessa ocasião foi adotado pela atriz, casada com o maestro e professor Fellipo Aléssio. Na casa do professor, em São Paulo SP, acompanhava Abigail (outra filha adotiva do casal) nas aulas de canto e, assim, aprendeu noções de música e canto.

Em 1926, ainda como Pequeno Otelo, foi a sensação da Companhia Negra de Revistas. Estudou no Liceu Coração de Jesus, em São Paulo, mas preferiu voltar à vida artística, indo cantar na Rádio Educadora Paulista. Conheceu então Jardel Jércolis, ator e empresário, que mudou seu nome artístico para Grande Otelo. Com ele realizou uma excursão ao Sul do Brasil.

Em 1935 voltou ao Rio de Janeiro, para trabalhar na peça Goal. No ano seguinte, ainda com a companhia de Jardel Jércolis, fez temporada em Portugal, Espanha, Argentina e Uruguai. O ano que marcou realmente o início do sucesso em sua carreira artística foi 1937, quando trabalhou na peça Maravilhosa, no Teatro Carlos Gomes.

Apesar de haver estreado no cinema em 1935, fazendo uma ponta no filme Noites cariocas, de Enrique Cadimano, somente começou a ser notado em 1937, quando trabalhou em João Ninguém, de Mesquitinha. Desse ano até 1946 figurou com destaque em shows de teatro no Brasil, Uruguai e Argentina, além do Cassino da Urca, no Rio de Janeiro, onde era atração, tendo cantado com Carmen Miranda em 1940.

Em 1943 participou do filme de estréia da Atlântida — Moleque Tião, de José Carlos Burle —, ao lado de Custódio Mesquita. Junto com Oscarito, trabalhou em muitas comédias musicais de sucesso, entre as quais Tristezas não pagam dívidas (1944), de José Carlos Burle e J. Rui; Este mundo é um pandeiro (1947), Carnaval no fogo (1949) e Aviso aos navegantes (1950), todas de Watson Macedo; Barnabé, tu és meu (1952), de José Carlos Burle; e Matar ou correr (1954), de Eurides Ramos.

Em 1940 teve pela primeira vez uma composição gravada, Vou pra orgia (com Secundino), interpretada pelo parceiro. No mesmo ano fez parceria com Herivelto Martins no samba Praça Onze, que alcançou grande sucesso e venceu o concurso de Carnaval da prefeitura do Rio de Janeiro, em 1942. Lançada originalmente pelo Trio de Ouro, recebeu depois inúmeras gravações, no Brasil e no exterior. Com Herivelto Martins, compôs ainda, entre outras, Bom dia Avenida e Fala, Claudionor.

Nas décadas de 1940 e 1950, foi, ao lado de Oscarito, um dos maiores nomes do teatro de revistas — na Companhia Walter Pinto — e de shows em boates, produzidos por Carlos Machado.

Em 1955 trabalhou no filme Rio 40 graus, de Nelson Pereira dos Santos, e, em 1969, recebeu o Prêmio Molière pela atuação no filme Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Em 1973 desempenhou o papel de Sancho Pança na peça O Homem de la Mancha, direção de Flávio Rangel, ao lado de Bibi Ferreira e Paulo Autran.

Em 1989 participou das filmagens de A paz é dourada (direção de Noilton Nunes), filme inspirado na viagem de Euclides da Cunha à Amazônia, mas que ficou inabado. Em 1993 publicou o livro de versos Bom-dia, manhã (Topbooks, Rio de Janeiro), que recebeu prefácios de Antônio Olinto e Jorge Amado.

No mesmo ano faleceu de parada cardíaca ao desembarcar em Paris, onde fora a convite do governo francês para participar do Le Festival des Trois Continents, em Nantes, em que seria homenageado.

Como ator, deixou pronto o filme ainda inédito Histórias dos anos 80, dirigido por Roberto Moura. Deixou também projeto de outro filme, Elite Club, sobre as gafieiras cariocas na década de 1930.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Sônia Delfino

Sônia Delfino (Sonia de Campos Veras), cantora, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 23/11/1942. Sobrinha de Ademilde Fonseca cantava bossa nova e também rock-and-roll, sendo uma das primeiras cantoras brasileiras desse gênero, contemporânea e concorrente carioca da paulista Celly Campello.

Cantou em público pela primeira vez aos oito anos, participando de um concurso radiofônico infantil na cidade de Natal RN. Iniciou a carreira profissional no programa Clube do Guri, da TV Tupi, do Rio de Janeiro.

De 1960 a 1962, apresentou um programa de televisão — Alô, Brotos! — também na Tupi, ao lado do cantor Sérgio Murilo. Gravou seu primeiro disco aos 13 anos, para a Copacabana, o 78 rpm Uma valsa para mamãe (Emmanuel Jitay). Lançou a versão Sino de Belém para a canção natalina Jingle Bells, com o coral do Clube do Guri.

Seus maiores sucessos são o folkrock Bimbombey (Hugo Peretti, Luigi Creatore e Mack David), o twist Diga que me ama (Make Believe Baby, de Ben Weisman e E. Lewis, versão de Luís Bittencourt; Philips, 1960) e a bossa nova Bolinha de sabão (Orlandivo; Philips, 1963).

Gravou na Philips três LPs, Sônia Delfino canta para a mocidade (1960), Alô, brotos! (1962) e Alô, brotos!, vol. 2 (1964), além de vários compactos para a Copacabana e RGE. Considerada por muitos a sucessora natural de Celly Campelo, que abandonara a carreira artística em 1962, Sônia preferiu trocar o pop-rock por um repertório mais adulto, incluindo a bossa nova.

Participou como atriz em dois filmes: Tudo legal, de Vítor Lima, em 1960, e Um candango na Belacap, de Roberto Farias, em 1961.

Afastou-se do meio artístico ao se casar em 1970, retornando em 1986. Participou do projeto de três CDs O amor, o sorriso e a flor (Albatroz, 1998), produzido por Roberto Menescal para comemorar os 40 anos da bossa nova.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha; Cantoras: Sônia Delfino.

Cláudia Moreno

Cláudia Moreno (Aldina Soares Barroso), cantora, nasceu em 31 de outubro de 1932, na cidade de Cabo Frio, Estado do Rio de Janeiro. Destacou nas décadas de 1950 e 1960. Nos idos de 50, tornou-se a grande estrela Cláudia Moreno ou Morena.

Fez parte da geração de ouro da Música Popular Brasileira, iniciando sua carreira na TV Tupi do Rio de Janeiro, ao lado de cartazes como João Gilberto, Tito Madi, Elisete Cardoso e Lúcio Alves, permanecendo nas Emissoras Associadas no período compreendido entre 1951 e 1961.

No cinema, estrelou com Jece Valadão o polêmico e premiado filme Rio, 40 Graus onde, interpretando o samba A voz do morro, lançou nada mais nada menos que o compositor Zé Keti.

Claúdia Moreno também estrelou, nas boates do Copacabana Palace, Night and Day e Plaza, no Rio de Janeiro, os grandes shows de Carlos Machado, Caribé da Rocha e Haroldo Costa, dos quais também faziam parte astros e estrelas do porte de Ataulfo Alves, Marisa Gata Mansa, Lana Bittencourt, Grande Otelo, dentre outros.

A renomada cantora foi uma das pioneiras a levar a música brasileira para o exterior quando em 1952, viajou para a Venezuela acompanhada do conjunto de Waldir Azevedo, tendo sido posteriormente contratada pela Televisa Canal 2 de Caracas, permanecendo lá durante um ano quando se apresentou cantando, não só por toda a Venezuela, como também pelo Caribe.

Cláudia Moreno sempre teve cuidado na escolha de seu repertório, gravando, além de Zé Keti, nomes como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Ary Barroso, Mário Lago, Toquinho e uma infinidade de grandes autores, no entanto suas músicas de maior destaque no cenário artístico foram o clássico Ronda, de Paulo Vanzolini, e a versão Sozinha na praia (Perdonáme), de Júnior e Zé Fortuna.

O mais recente trabalho da artista teve a produção do cantor e compositor Belchior e se entitulou Cláudia Moreno Cantando o Amor, nele pode-se ouvir, além dos grandes mestres da MPB tradicionalmente gravados pela cantora, alguns compositores da nova geração.

Hoje Cláudia Moreno continua cantando e reside no interior do estado de São Paulo.

Fonte: Wikipédia.

Cinderela

O nome da cantora Cinderela é Luiza Trevisan Ela nasceu no interior paulista, na cidade de Bebedouro, num dia 19 de dezembro. Começou a cantar num programa de calouros, na Rádio Clube de Ribeirão Preto.

Realizou em seguida uma série de shows para o deputado Dauro Cavallaro, e pedia sempre a todos: "Quero ir pra capital paulista". E o deputado realizou sua vontade. Cinderela e sua mãe mudaram-se para São Paulo. Era o ano de 1951. E a moça foi cantar na Rádio Tupi de São Paulo. Passou depois para a Rádio Bandeirantes, Piratininga e Rádio Record. Aí passou para a TV Record.

Ela cantava e dançava, pois era muito bonita e graciosa. Passou a brilhar nas noites paulistanas e foi no restaurante do Hotel Excelsior que conheceu Leo Albano, que lhe deu o apelido de Cinderela.

Em 1952 assinou contrato com a Rádio Bandeirantes. Cantava em várias boates, como o Arpege, o Hotel Esplanada,o Lord. Fixou-se depois na TV Paulista, onde ficou vários anos e era também teleatriz e foi também locutora.

Gravou seu primeiro disco em 1954, pela Copacabana Discos. Seu maior sucesso aconteceu em 1958, quando gravou pela RGE, You are my destiny. Depois Cinderela foi contratada pela Companhia de Revistas de Juan Daniel e após excursionar pelo Brasil, foi para Buenos Aires. Houve problemas na excursão, por desorganização do grupo e Cinderela voltou ao Brasil, indo novamente pra TV Paulista.

Voltou outra vez às boates da época e em 1956 foi contratada pela TV Record. Participou do filme: Vou te contá,e gravou musicas de carnaval. Em 1959 fez excursão para Punta Del Este e, quando voltou, gravou discos para a RGE, RCA, Eco-Som, Ceme, California.

Sua carreira ia bem, quando ela se casou, em 1962 e abandonou tudo. E hoje, aquela que um dia foi uma verdadeira Cinderela, vive feliz, ao lado de seu marido Ary, numa pacata cidade mineira.

Informações complementares: Biografia realizada com apoio da pesquisadora Thais Matarazzo.

Fonte: Pró-TV - Associção dos Pioneiros, Incentivadores da TV Brasileira

Dircinha Costa

Dircinha Costa (Maria José Pereira da Silva), cantora, nasceu em Bauru, SP, em 26/8/1930. Começou a cantar com apenas oito anos de idade apresentado-se ao microfone da PRG-8 Rádio Bauru. Ficou conhecida como "A voz de romance da Paulicéia".

Por volta de 1940, mudou-se para São Paulo com a família e começou a se apresentar em programas de calouros. Em 1942, tirou o primeiro lugar num desses programas e foi convidada para um teste na Rádio Cruzeiro do Sul pela qual foi logo contratada e na qual permaneceu por seis meses ingressando em seguida na Rádio Record na qual atuou até 1947.

Afastou-se do Rádio durante três anos e retornou aos microfones em 1950, ingressando na Rádio Bandeirantes de São Paulo. Estreou em disco pela gravadora Columbia em 1954, quando registrou a marcha Bravo Manolo, de Geraldo Blota, Mário Pretextato dos Santos e Firmo Jordão, e o samba Pequei, de Victor Simon, Liz Monteiro e João Simon. Em seguida, gravou o samba-canção Pescadô, de Renato de Oliveira e Osvaldo Molles, e o baião Baião triste, de Dorival Chaves.

No mesmo período, gravou em dueto com o cantor Mário Gil o dobrado Bandinha do Eldorado, de Renato de Oliveira e Osvaldo Molles. Ainda no mesmo ano, gravou a valsa É o amore, de J. Brooks e H. Warren, com versão de Haroldo Barbosa, e o baião Chegadinho, chegadinho, de Elpídio dos Santos.

Em 27 de agosto de 1954 uma propaganda no jornal Estado de Minas informava: "Uma grande artista de São Paulo amanhã e domingo no auditório da Rádio Guarani: Dircinha Costa, a voz de romance da Paulicéia". Pouco depois dessa apresentação, gravou os fox Neurastênico, de Betinho e seu Conjunto e Nazareno de Brito, grande sucesso na época, e A luz da lua prateada, de E. Madden e G. Edwards, com versão de Ferreira Gomes.

Em 1954, era considerada uma das principais estrelas da Rádio Bandeirantes apresentando-se nos programas Beco da felicidade e Marco zero", apresentados por Osvaldo Molles, e Carrosel dos bairros apresentado por Júlio Rosemberg.

Em 1955, gravou os fox Como isso é bom, de H. Spina e versão de Edson Borges, Deixa-me ir amor, de Hill e Carson, em versão de Lauro Miller, Refúgio", de Newton Ramalho e Nazareno de Brito, e É pecado mentir, de B. Meyhew, em versão de Alberto Almeida, e os sambas Até segunda-feira, de Paulo Rogério, e Chega pra cá, de Edson Borges.

No mesmo ano, lançou seu primeiro LP, que trazia seu nome como título. Em 1956, era considerada uma das principais estrelas da Rádio Bandeirantes de São Paulo juntamente com o cantor João Dias, o conjunto Titulares do Ritmo, e a orquestra de Sylvio Mazzuca. Nesse ano, gravou o fox Eu quero é casar, de Nazareno de Brito e Luiz Cláudio de Castro, e o baião Sempre o papai, de Miguel Gustavo, música essa lançada especialmente para os festejos do Dia dos pais.

Nessa época, era uma das mais requisitadas cantoras paulistas, tendo ainda percorrido quase todo o Brasil. No Rio de Janeiro, apresentou-se nos programas César de Alencar, Carlos Henrique e Vesperal do Chacrinha.

Em 1957, gravou mais dois fox, uma especialidade em seu repertório, Rapaz acanhado, de Silvio Mazzuca, e Chocolate quente, de Mizzy e Drake, em versão de Edson Borges. Ainda nesse ano, lançou o LP Dircinha Costa canta para você.

Para o ano de 1958, gravou o samba Bamboleio de Iaiá, de Rubi, e a rumba Ama-me sempre, de G. Lynes e B. Guthrie, com versão de Júlio Nagib. No ano seguinte, em seu último disco na Columbia, gravou o fox Vedete, de Gig e versão de Fernando César, e o samba Isto é o amor, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal.

Em 1960, foi contratada pela gravadora Copacabana na qual estreou interpretando com acompanhamento da orquestra de Renato de Oliveira o samba Por pouco pouco, de Raul Duarte, e o fox Oô lá lá, de Dixon, Jones e Smith com versão de Paulo Rogério.

Dois anos depois, gravou com a orquestra de Hector Lagna Fietta o samba-canção A vida é um jardim, de Mário Gil, e o Tango italiano, de Malgoni, Pallesi e Beretta e versão de Romeu Nunes.

Em 1963, gravou o clássico Odeon, de Ernesto Nazareth, que em forma de maxixe recebeu letra de Ubaldo Maurício, e o fox Esta noite não dormi, de Mazzorihi, Tuminelli e Joluz. Em 1964, gravou os sambas Samba do ba-da-tu-blim" de José Bezerra e Pepe, e Se saudade matasse, de David Nasser e J. Roberto, o beguine Guitarras à noite, de A. Algueiró, G. Moreau e J. Gosa, e versão de Serafim Costa Almeida, a marcha Playboy de setenta, de Sílvio Curval e Arsênio Hipólito.

Gravou dezessete discos de 78 rpm pelas gravadoras Columbia e Copacabana além de alguns LPs. Com o advento da bossa nova e da jovem guarda, sua carreira entrou em declínio. Seus maiores sucessos foram É o amore, de J. Brooks e H. Warren, com versão de Haroldo Barbosa, e os fox Neurastênico, de Betinho e Nazareno de Brito, e Como isso é bom, de H. Spina e versão de Edson Borges.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Juanita Cavalcanti

A cantora Juanita Cavalcanti atuou com certo destaque na década de 1950, pelas ondas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Foi uma das mais requisitadas para interpretar boleros e música latina em geral, então em grande moda e quase constantemente nas paradas de sucesso e, também, figurava entre as mais preferidas pelos grandes maestros nos programas noturnos da da emissora.

Em 1952, gravou pela Continental o baião Meu limão, meu limoeiro, do folclore brasileiro, com arranjos de Carolina Pereira e o samba Lamento de uma raça, de Manuel Coelho e Alfredo Godinho. No mesmo ano, gravou de Mário Albuquerque o samba Noite de carnaval, e de Mário Vieira e Guilherme Leite, a toada-baião Oi-lê, oi-lá.

Em 1953, gravou a buleria A lua enamorada, de Villajos, Durango e Bolaños, com versão de Juracy Rago, e o samba Tortura sem par, de Ricardo Rangel e Lupicínio Rodrigues. No mesmo ano, gravou o samba João Valentão, do compositor baiano Dorival Caymmi, e o baião Vaidoso, de Poli e Juracy Rago.

São de 1954 as gravações do baião Acordei cansado, de Euclides da Cunha e Arlindo Pinto, e do samba Esta indecisão, de Cláudio Passos e Juracy Rago. Em 1955, gravou as marchas Tanaka, de Beduíno e Moacir Braga, Pombinha branca, de J. M. Alves e Reinaldo Santos, e o bolero Confesso, de Scorza Neto, e pela Todamérica, a marcha Pau d'água, de Juracy Rago, e o samba O samba não pode parar, de João de Barro e Alcir Pires Vermelho.

Em 1956, gravou o rojão Chapa 13, de Rubem Melo, e o samba-choro Não convém, de Antônio Rago e João Pacífico.

Discografia

Meu limão, meu limoeiro/Lamento de uma raça (1952) Continental 78
Noite de carnaval/Oi-lê, oi-lá (1952) Continental 78
A lua enamorada/Tortura sem par (1953) Continental 78
João Valentão/Vaidoso (1953) Continental 78
Acordei cansado/Esta indecisão (1954) Continental 78
Louca/Ando à procura de alguém (1954) Continental 78
Nega/Gato malvado (1954) Continental 78
Tanaka/Pombinha branca (1955) Continental 78
O pequeno sapateiro/Sh-boom (1955) Continental 78
Mister Sandman/Confesso (1955) Continental 78
Gentil senhorita/Carnavalito (1955) Continental 78
Bronqueia, Romeu!/Meu silêncio (1955) Continental 78
Páu d'água/O samba não pode parar (1955) Todamérica 78
O chapa 13/Não convém (1956) Continental 78
Innamorata/Amor e matrimônio (1956) Continental 78
Chora velho/O que chorei (1957) Continental 78
A taça é nossa/Os jogadores falam (1957) Continental 78
Doces cascabeles/Desde que te vi (1957) Continental 78
Venho de longe/Sozinha e discreta [S/D] Copacabana 78

Fontes: Revista do Rádio; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Márcia

Márcia (Márcia Elisabeth Raimundo Barbosa), cantora, nasceu em São Paulo SP em 25/11/1943. Começou a cantar como crooner na Orquestra de Erlon Chaves, atuando em bailes e clubes.

Por intermédio de Erlon Chaves e Kalil Filho, foi contratada pela TV Tupi, em 1958. Dois anos depois, mudou-se para Porto Alegre RS, passando a trabalhar na Rádio Farroupilha e na TV Piratini. Entre 1960 e 1963, ganhou diversos prêmios de melhor cantora dados pelas emissoras de rádio e televisão.

De volta a São Paulo, participou de várias apresentações em boates, teatros e televisões e, em 1965, recebeu o prêmio Berimbau de Ouro, em uma das fases eliminatórias do 1º Festival Nacional da MPB, da TV Excelsior, em Guarujá SP, defendendo Miss Biquini (Silvio Mazzuca).

Dois anos depois, participou do 3° Festival da MPB, da TV Record, de São Paulo, com a música Eu e a brisa (Johnny Alf) que, embora desclassificada, tornou-se mais tarde um de seus maiores sucessos. Gravou essa música num dos três LPs do Festival e, em 1968, lançou seu primeiro LP —Eu e a brisa — pela Philips, cantando, entre outras, Pra machucar meu coração (Ary Barroso) e Aula de matemática (Tom Jobim e Marino Pinto), além da canção-título.

Gravou seu segundo LP Márcia, pela Philips, em 1969, incluindo cinco composições de Johnny Alf.

No ano seguinte, a Philips lançou novo LP, Márcia volume II, e em seguida passou para a Odeon, gravando um compacto duplo com E lá se vão meus anéis (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro), Minha (Francis Hime e Rui Guerra), Eu e o crepúsculo (Johnny Alf) e Té amanhã (Baden Powell e Paulo César Pinheiro). Em seguida, saiu pela Odeon seu LP Rimas, em que cantou entre outras, Ilustre visita (Noel Rosa) e Fez bobagem (Assis Valente).

Com Baden Powell e Vinícius de Moraes, fez uma temporada em Portugal, em 1972, apresentando-se em boates e teatros. Dois anos mais tarde, participou com Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro do show O Importante é que a nossa emoção sobreviva, que ficou em cartaz por longo período no Teatro Oficina, em São Paulo.

CD

Tudo o que mais nos uniu: Eduardo Gudin, Márcia e Paulo César Pinheiro, 1996, Velas 11V198.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Julie Joy

Julie Joy (Beatriz da Silva Araújo), cantora e atriz, nasceu em 30/9/1930. Na infância estudou no Colégio Brasileiro de São Cristovão, morou em Copacabana, e depois mudou-se para Teresópolis-RJ.

Começou a carreira de cantora interpretando músicas norte americanas cantando em inglês e posteriormente passou a interpretar músicas brasileiras.

Em 1956, foi contratada pela gravadora Sinter e lançou seu primeiro disco interpretando o fox-trot Verão em Veneza, de Icini e Ribeiro Filho, e o samba Finge gostar, de Jaime Florence e Chico Anísio.

Por essa época também passou a fazer parte do cast da Rádio Nacional, onde cantava, preferencialmente em inglês, alguns sucessos da época.

Em 1957, gravou com acompanhamento de Britinho e sua orquestra o xote Amor é bom de dar, de Bruno Marnet e Roberto Faissal, e a Valsa do 1º filho, de Luiz de França e Ari Rabelo. No mesmo ano, foi contratada pela gravadora Columbia e lançou disco acompanhada pela orquestra de Renato de Oliveira interpretando o beguine Sombras, de Lavello, J. Mercer e Arierpe, e o bolero Tinha que ser, de Fernando César. Também em 1957, foi escolhida em votação popular a "Rainha do Rádio" com 319.430 votos. Além de se apresentar em programas de Rádio, cantou também na TV Tupi.

Foi coroada "Rainha do Rádio" de 1958, ano em que atuou no filme E o bicho não deu..., dirigido por J. B. Tanko e que contou no elenco com as presenças de Ankito e Grande Otelo num enredo escrito por Sérgio Porto, o popular Stanislaw Ponte Preta. Neste filme, além de cantar, foi também atriz, quando exibiu bons recursos de cena. Também nesse ano, lançou disco com o bolero Podes voltar, de Othon Russo e Nazareno de Brito, e a valsa ...E a chuva parou, de Ribamar, Esdras Silva e Vitor Freire.

Em 1960, gravou com acompanhamento da orquestra e coro de Bob Rose os fox Você não tem razão, de Bartel, Burns e Magio, e Quero sonhar, de J. Gluck Jr e F. Tobias, ambos em versões de Renato Corte Real. Retirou-se progressivamente da cena, a partir do final dos anos 1960.

Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Comunidade Julie Joy - Orkut.

Aérton Perlingeiro

Aérton Perlingeiro nasceu na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, em 1921 Algumas de suas biografias citam a cidade de Miracema,como de seu nascimento. Ele foi um apresentador de rádio e TV do Brasil, e por décadas teve muito prestígio.

Começou sua carreira artística em 1943 , na Rádio Transmissora, no Rio. Sempre como apresentador e locutor, transferiu-se para a Rádio Tupi,para a Fluminense e para a Rádio Clube. No ano de 1956, foi para a televisão. Em São Paulo, o colega Ayrton Rodrigues criou o programa "Almoço com as Estrelas". E o mesmo fez Aérton Perlingeiro no Rio de Janeiro. Ambos os programas foram um sucesso. E tinham o mesmo formato. Uma mesa grande, para um almoço rápido e vários cantores, atores e personalidades nacionais eram entrevistados.

No Rio, Aérton era o mestre de cerimônias, além de ser também o produtor . Naquele tempo era assim e por isso tanto ele, como Ayrton em São Paulo , tinham muito trabalho. Mas tinham também muita fama e muita estima, por parte de toda a classe artística, que desejava muito aparecer nesses programas.

Tanto o de São Paulo, como o do Rio, iam ao ar na hora do almoço de sábado. E ficavam no ar por várias horas. O programa do Rio chamava-se: "Aérton Perlingeiro Show". E existiu desde 1956, até 1980. Quase 30 anos no ar. Só terminando, quando a emissora faliu e saiu do ar. O programa de Aérton teve 2204 edições. Tinha alguns quadros e o que era dedicado ao samba, era apresentado por Jorge Perlingeiro, filho de Aérton.

Aérton foi um recordista da televisão brasileira. Personalidade muito querida pela classe artística, foi um grande incentivador dos cantores populares e do teatro brasileiro. No seu programa, marcavam presença gente importante como, Fernanda Montenegro, Fábio Jr, Sidney Magal e o proprietário das Emissoras Associadas, Assis Chateaubriand.

Criou o troféu "O Velho Capitão", busto de bronze representando a figura de Assis Chateaubriand. Esse troféu foi entregue para mais de 300 personalidades, dentre os quais as cantoras Maysa, Elis Regina e Elizeth Cardoso e o próprio Chateaubriand, que foi pessoalmente receber o prêmio no programa, três meses antes de morrer.

Homem do rádio e da televisão, Aérton foi incansável na promoção da arte, principalmente música e teatro. E ele ficou no primeiro lugar no IBOPE, por 23 anos. Sofria de forte bonquite. Veio a a falecer em 1996, na cidade do Rio de Janeiro.

Fonte: Pró-TV - Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da TV Brasileira

Alda Perdigão

Alda Perdigão nasceu em 19 de setembro de 1934. Desde garota gostava de cantar. Em 1950, ano em que foi fundada a Televisão TUPI, ganhou o 1º lugar no concurso: “A Mais Bela Voz Juvenil de São Paulo”.

Estava com apenas 16 anos, mas sua voz já tinha uma potência inigualável. Esse prêmio lhe valeu um contrato profissional como cantora.

Mas ficou pouco na TV Tupi, pois em fins de 1951 e começo de 1952, foi com vários colegas , comandados por Demerval Costalima, que era o Diretor Geral das Emissoras Associadas para as Organizações Victor Costa – TV Paulista.

E ali ficou desde o desembargue do material para a montagem da emissora até 1958, quando foi contratada pela TV Record.

Atuou por dois ano, e depois passou a free-lancer. Isso permitiu que ela viajasse por todo o país, e estivesse presente na inauguração de várias emissoras em outros estados. Teve um programa exclusivamente dela, de 30 minutos na TV Cultura de São Paulo.

Cantora de grande potência vocal e forte personalidade em cena, Alda Perdigão fez sempre muito sucesso, onde quer que se apresentasse. Foi casada por duas vezes, sendo que a segunda foi com o Durval Emmerich, quando Alda decidiu exercer apenas a função de esposa e mãe. Durval Emmerich veio a falecer para a grande tristeza de Alda, que por vezes se apresenta nos eventos da PRÓ-TV, de onde é associada.

Fonte: netsaber - Biografia de Alda Perdigão

Canarinho

Canarinho (Aluísio Ferreira Gomes), ator, cantor e compositor, nasceu em Salvador BA em 29/12/1927. Iniciou a carreira por volta de 1949, em Salvador, atuando como crooner em boates, orquestras e dancings, e cantando na Rádio Excelsior.

No Rio de Janeiro a partir de 1940, participou de vários programas de calouros, e de 1953 a 1955 atuou com as orquestras de Lima Filho e do maestro Cipó. Transferindo-se para São Paulo SP em 1955, inicialmente apresentou-se como cantor em rádio, boates e televisão, passando depois a trabalhar como comediante, ator, produtor e apresentador radiofônico.

Sua primeira composição gravada foi Morrendo de amor (com Maximino Parisi), cantada por Antônio Martins, em 1957. Lançou diversas composições carnavalescas, em parceria com A. Brumatti, Maximino Parisi ou Sebastião Ferreira da Silva.

Biografia de Canarinho, para o Museu da Televisão Brasileira

O nome do ator Canarinho é Aloísio Ferreira Gomes. Ele nasceu em Salvador, em 1927. Seu pai chamava-se Gonçalo Gomes. A mãe, Luzia Ferreira Gomes. Eram pobres. O pai morreu assassinado e a mãe faleceu, quando Canarinho tinha 12 anos. Com essa idade, o garoto já era um adulto, cuidava de suas próprias roupas, fazia comida, pagava o aluguel, tinha de se sustentar.

Desde pequeno gostava de música e de arte. Tocava violão e cavaquinho. E cantava bem. Era chamado de "o pequeno Orlando Silva". Durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou com os norte-americanos, nas bases navais e aéreas de Aratu e Ipitanga, na Bahia.

Aos 17 anos resolveu ser artista. "Um artista", disse-lhe um amigo fazendo piada: "Um artista precisa ser louro, alto e lindo, e de olhos verdes". Ao que ele respondeu: "Os que me assistirem, vão me ver: louro, alto, lindo e de olhos verdes".

Ali o garoto passou a cantar em night-clubs, cabarés, boates e bailes. Fez muito sucesso no Rio de Janeiro, cantando em casas noturnas. Cantava tangos e encantava. Mas seu encantamento era tanto, que as mulheres chegavam a brigar por ele. Foi por isso, diz ele, que resolveu mudar de cidade."Ou elas se matavam, ou elas me matavam", diz ele brincando.

Em 1955, chegou a São Paulo, e cantou com o Russo do Pandeiro, ex-integrante do Bando da Lua, na Rádio Nacional.Foi aí que conheceu Kalil Filho, que o levou para a TV Paulista. Logo fez a "Praça da Alegria", de Manoel de Nóbrega. Nóbrega não apenas o admirou, como se tornou um grande amigo, um pai. Canarinho passou a participar de todos os programas humorísticos. Fez: "Folias do Golias"; "Balança mas não cai"; e vários outros programas.

Tornou-se comediante importante. Mas o garoto era inteligente e atirado. Não apenas participava como ator, mas era diretor e redator de vários programas. Foi o responsável por :"Brincadeira tem hora";" Programa Show Canarinho"; "Samba e Etc"; "Domingo é Dia", e outros.

Criou a grande campanha beneficente: "Faça Uma Criança Sorrir" e também a: "Quanto Vale Uma Criança". Fez novelas , como:"Mãe", "O Homem que veio do Céu"; "Antonio Maria"; "Paixão Proibida"; "O Homem que Sonhava Colorido";"Meu Pedacinho e Chão"; "Jerônimo, o Herói do Sertão". E mais tarde, já na Rede Globo de Televisão, fez: "Sinhá Moça". Fez também vários filmes, como:"O Dia que o Santo Pecou"; "O Bacalhau", "Costinha, o Rei da Selva"; " Pequeno Polegar contra o Dragão Vermelho"; "No Tempo da Vaselina"; "Seduzida para Morrer"; ;"Supertio Maneco"; Na Rede Globo fez ainda : "O Sítio do Pica-pau Amarelo".

Com o falecimento de Manoel de Nóbrega, que deixou não só Canarinho, mas toda a classe muito triste, passou a participar do programa: "A Praça é Nossa" de Carlos Alberto de Nóbrega, fazendo o quadro "Canarinho ao Telefone".

Sempre alegre, ele está na mídia do Brasil até hoje, numa das carreiras mais longas, dentre todos os seus colegas Cantor., compositor, comediante, redator, diretor, ele é , acima de tudo, um grande ser humano, capaz de encantar a todos, mas principalmente as crianças, que o amam, o adoram , a quem ele não deixa de beijar, onde quer que as encontre.

Fontes: Pró-TV - Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da TV Brasileira; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Lolita Rodrigues

O verdadeiro nome de Lolita Rodrigues é Silvia Gonçalves Rodrigues Leite. Filha, neta, bisneta e tataraneta de espanhóis, o pai Issac e a mãe Izolina, eram imigrantes, bastante simples, de família muito unida.

Lolita nasceu muito linda, como linda também era sua mãe, no dia 10 de março de 1929, em Santos, onde os pais, ao chegarem da Espanha, ficaram trabalhando. Depois vieram para a capital paulista. Lolita, que estava acostumada a ouvir os familiares cantarem músicas espanholas, cantava também.

Foi assim que ela chegou à Rádio Record, e cantou em hora de calouro. Ganhou o prêmio e voltava todo mês e ganhava todo mês. Murillo Antunes Alves gostou dela, mas resolveu levá-la à Rádio Bandeirantes. Era o ano de 1944, e foi ali que Lolita (ainda Silvia) conseguiu seu primeiro contrato. Daí passou para a Rádio Cultura e depois para a Rádio Tupi. Já era Lolita e já fazia sucesso. Ganhou prêmios “Roquete Pinto”, como a “Melhor Cantora Internacional”, por duas vezes.

Foi quando inauguraram a Televisão Tupi - 1950. E Lolita Rodrigues e cantou o hino especialmente composto para a ocasião: O Hino da Televisão Brasileira, com música do maestro Marcelo Tupinambá e letra do poeta Guilherme de Almeida. Grande orquestra, coral e a mocinha Lolita cantando.

Seu sonho, porém, era ser atriz. E como fosse cada vez mais bonita, com sua tez morena e seus olhos verdes, não foi difícil. Seu primeiro papel foi como “Esmeralda”, a cigana, no TV de Vanguarda: “Corcunda de Notre Dame”, que foi um sucesso. Lolita cantava, dançava e representava. Além de tocar castanholas.

Foi nessa época que conheceu Airton Rodrigues, que era secretário de Assis Chateaubriand, e que estava fazendo trabalhos também na televisão. Lolita, que era normalista, não levou muito à sério o namoro que, porém, terminou em casamento, do qual nasceu uma filha, Silvia, hoje médica em S.Paulo.

Airton e Lolita, aos poucos, foram se tornando uma dupla, que veio a fazer muito sucesso. Airton lançou e manteve no ar, por muitos anos, os programas: “Almoço com as Estrelas” e “Clube dos Artistas”, na TV Tupi de São Paulo. No começo, o próprio diretor artístico, Cassiano Gabus Mendes, estranhou: “O que ? Vão por gente comendo, diante das câmeras de televisão ?” . Mas assim foi. E foi sucesso.

Aquilo durou muitos anos. Lolita e Airton eram amados, prestigiados, imitados. Fizeram nome e sucesso. E faziam de tudo. Eram uma equipe completa, só os dois. Mas um dia.... o casal se separou. Após 31 anos casada, Lolita ficou bastante abalada, embora não tivesse deixado de trabalhar um dia sequer.

No começo ao lado do ex-marido e depois em sua carreira solo. Foi contratada por outras emissoras, como TV Record, TVS, TV Globo. Agora Lolita voltou com carga total a ser atriz, embora tenha tido também participação na TV Manchete como apresentadora.

Fez novelas como: “Sassaricando”, “Despedida de Solteiro”, “A Viagem”, e várias na TVS e TV Record. Uma carreira cheia, sempre repleta de atividades, sendo que por várias capitais do Brasil.

Lolita diz que se não está trabalhando, sente-se “morta”. Atuar é sua vida. Mas continua muito ligada aos amigos e aos familiares, que preza, ajuda, e estima, acima de tudo. Lolita Rodrigues, uma mulher de sentimentos simples, que se diz muito feliz, e que um dia foi chamada de: “La Salerosa”.

Pedro Celestino

Pedro Celestino, cantor e compositor, era o irmão mais novo de Vicente Celestino. Em 1928, fez sua estréia em disco gravando pela Odeon o samba Gosto de apanhá, de Duque e o maxixe Viva a Penha, de Tuiú. No mesmo ano, lançou o tango Caboquinha, de Alfredo Gama e o motivo popular Peixinhos do mar.

Em 1929, gravou a canção O guasca, de Zeca Ivo e o fado-toada A vida é um inferno onde as mulheres são os demônios, de Zeca Ivo e Lamartine Babo e ainda o coco Campineiro, de J. B. Silva, o conhecido Sinhô.

Em 1931, participou da opereta As pastorinhas, juntamente com Araci Cortes, apresentada no Teatro Recreio, no Rio de Janeiro.

Ficou mais de 10 anos sem gravar, retornando em 1941, quando lançou a valsa Pertinho do céu, de Vicente Paiva e Ariovaldo Pires e a canção História de circo, de Edgard Barroso e Paulo Mac Dowell.

Em 1947, gravou de sua autoria, Adolar e J. Francisco de Freitas a canção Confissão e, de Átila Yorio e Alberto Oliveira, a toada-canção O vagabundo.

Em 1948, foram gravadas a valsa Supremo adeus, de Belmácio Godinho e Benedito Costa e a canção Desespero, de René Bittencourt. São de 1953 as gravações, pela Todamérica do bolero Alma cigana, de René Bittencourt e do tango Guitarra de marfim, de Arlindo Pinto e J. M. Alves. No mesmo ano, gravou a toada-canção Olhos criminosos, de René Bittencourt e a canção Rua da saudade, de Arnaldo Pescuma.

Foi por essa época que Pedro Celestino apareceu na TV Tupi de São Paulo e, ao lado de Tersina Sarraceni fez uma temporada de operetas. Isso foi muito importante para a TV Tupi, pois eram encenadas operetas famosas, com grandes interpretes e grandes cantores.

Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Pró-TV - Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da TV Brasileira.

Raul Gil

Raul Gil é filho de imigrantes espanhóis. Nascido no bairro do Ipiranga, capital paulista, começou a trabalhar muito cedo, para ajudar os pais. Foi feirante, vendedor de pastéis, frutas e azeitonas; foi metalúrgico, na fábrica Fundição Brasil e Termomecânica. Também trabalhou na empresa Transporte Londrino e Rodoviária Santa Fé.

Mas desde os 8 anos tinha paixão pela carreira artística e foi levado pelos irmãos para assistir ao programa de rádio: "Clube do Papai Noel" e ele ficou encantado. Anos mais tarde Raul Gil resolveu enfrentar um programa de calouros. Foi rejeitado 17 vezes. Mesmo assim não desistiu.

Foi, porém, convidado para cantar nos Calouros Toddy, que era apresentado por Hebe Camargo e foi vitorioso. Começou então sua carreira de vitórias cantando em em vários locais: parques de diversão, circos, festas, etc. Passou a fazer parte de um grupo de artistas, entre os quais: Adoniran Barbosa, Maria Tereza e outros, que eram destaque na época. Participou da Caravana do Peru, dirigida por Silvio Santos.

Ele já estava casado e precisava trabalhar. Em 8 de dezembro de 1960 foi convidado por Sônia Ribeiro para cantar em seu programa. E em 11 de dezembro nasceu sua primeira filha, Nancy. Foi nesse mesmo dia que se iniciou como cantor profissional, no programa de Geraldo Blota: "Alegria dos Bairros".

Na época começou a cantar boleros por influência dos pais, pois era o gênero musical na moda nessa ocasião. E assim ele gravou 8 discos de 78 rotações, 3 Lps e 2 cds, todos com boleros. E percebeu só então que gostava também do humor e tinha facilidade em imitar artistas. Imitava convincentemente os cantores: Gregorio Barrios, Vicente Celestino, Cauby Peixoto e o humorista Mazzaropi. E foi assim que virou apresentador de programas, somando essas suas características.

Em 1967 José Vasconcelos, que era apresentador de um programa na TV Excelsior, desistiu do programa em cima da hora. Chamaram Raul, que fazia uma boate nas proximidades e ele aceitou. Começou assim sua carreira, que dura até hoje.

Estreou a seguir, o programa: "Raul Gil Room", pela TV Excelsior. Passou depois para as emissoras: Bandeirantes, Tupi, SBT, Record. Em verdade todas o disputavam, pois seus programas sempre deram grande audiência.

Na década de 90 foi para a TV Record e revelou vários talentos nacionais, tais como: Sidney Magal, Grechen, Cristian e Ralf, Só pra Contrariar, Katinguelê, Mara Maravilha, Gera Samba, Ultraje a Rigor, Titãs e muitos outros.

Fonte: Adaptado do site Pró-TV: Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da TV Brasileira.

Tom Zé

Tom Zé (Antônio José Santana Martins), compositor, cantor e arranjador, nasceu em Irará BA, em 11/10/1936. Estudou música na UFBA, em Salvador BA. Cursou composição e estrutura com Ernst Widmer; história da música com H. J. Koellreuter; contraponto com Yulo Brandão; violoncelo com Piero Bastianelli e Walter Smetak; harmonia com Mary Oliveira; instrumentação com Lindembergue Cardoso; orquestração com Sérgio Magnani.

Em 1964 participou dos shows Nós, por exemplo e Velha bossa nova e nova bossa velha, que reuniram pela primeira vez os integrantes do tropicalismo — movimento do qual foi um dos fundadores: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia.

Em 1965, em São Paulo, ao lado do mesmo grupo, participou como ator e cantor do espetáculo Arena canta Bahia, dirigido por Augusto Boal, que incluía sua música Cachorro do inglês (com Chico de Assis). No mesmo ano, gravou na RGE sua composição Maria do colégio da Bahia.

Em 1968, participou do LP Tropicália ou Panis et circensis, da Philips, com a faixa Parque industrial (sua autoria) e gravou na Rozemblit seu primeiro LP individual. Ainda em 1968, obteve o primeiro lugar no IV FMPB, da TV Record, de São Paulo, com São São Paulo meu amor e o quarto lugar e prêmio de melhor letra com 2001 (com Rita Lee).

Em 1970 lançou o LP Tom Zé, pela RGE. Em 1972, pela Continental, lançou o LP Tom Zé, relançado em 1984 com o tftulo Se o caso é chorar. Em 1973 gravou o LP Todos os olhos, também na Continental.

Sua produção inovadora, que incorpora formas brasileiras tradicionais e recursos da música erudita contemporânea, afastou-o do grande consumo de massa. Ainda assim, continuou gravando.

Lançou em 1976, na Continental, o LP Estudando o samba. Trabalhou na agência de publicidade DPZ, em 1977, e, no ano seguinte, gravou o LP Correio da Estação do Brás, sempre pela Continental. Apresentou show homônimo no Teatro da FGV, utilizando instrumentos experimentais de sua criação, realizando depois concerto com esses instrumentos no Teatro Municipal, de São Paulo. Em 1984 gravou o LP Nave Maria, agora pela RGE.

Desenvolveu carreira internacional a partir de 1989, quando foi descoberto pelo músico norte-americano David Byrne (ex-Talking Heads), que fez dele o primeiro contratado de sua gravadora nova-iorquina Luaka Bop.

Em 1991, nos EUA, o disco The best of Tom Zé foi o terceiro do ano na votação dos críticos e o quarto na votação do público, em concurso da revista Down Beat. Em 1992 gravou, pela Luaka Bop, The Hips of Tradition, e participou do festival de jazz de Zurique, Suíça.

A partir de 1992, fez várias tournées pela Europa e EUA, recebendo elogios da crítica especializada. Em 1993, foi o primeiro e único músico brasileiro a apresentar-se no MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova York), e o primeiro e único compositor da América Latina a apresentar-se no Walker Art Center, de Minneapolis, EUA. Em 1995 e 1996 apresentou-se, com seu grupo ou sozinho, em shows nas capitais e grandes cidades do Brasil.

Em 1997 voltou ao Brasil, com grande sucesso, e criou, para balé do Grupo Corpo, a trilha sonora Parabelo, em parceria com José Miguel Wisnik, recebendo, no mesmo ano, prêmio da APCA por essa obra. Participou também das comemorações dos 30 anos do Tropicalismo.

Como ator, atuou, no espetáculo Rock Horror Show, direção de Rubens Correia (1975), e no filme Sábado, de Ugo Giorgetti (1994), entre outros.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Tony Tornado

Tony Tornado chama-se Antônio Viana Gomes. Ele nasceu em Mirante de Paranapanema, interior de São Paulo, em 26 de maio de 1930. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 11 anos, depois de perder o pai. Trabalhou como engraxate, vendedor de balas e outros pequenos serviços até a maioridade, quando entrou para o serviço militar como pára-quedista.

Iniciou-se na sua carreira musical como cantor de rock'n'roll, com o pseudônimo Tony Checker, no programa "Hoje É Dia de Rock", da Rádio Mayrink Veiga. Depois integrou o grupo de música e dança Brasiliana, e com ele excursionou pelo exterior, passando dez anos fora do Brasil.

Morou por três anos em Nova York, onde travou contato com o movimento negro e conheceu Tim Maia. Chegou a ser preso uma vez, no Brasil, por fazer o gesto típico do grupo negro americano Panteras Negras. De volta ao país, trabalhou no conjunto de Ed Lincoln e foi crooner da boate New Hollyday, no Rio, onde foi descoberto pelo compositor Tibério Gaspar.

Tibério e Antônio Adolfo confiaram a Tornado, acompanhado pelo Trio Ternura, a interpretação de sua composição BR-3 no V Festival Internacional da Canção, em 1970. A música conseguiu obter um sucesso avassalador. Outro grande êxito foi Podes crer, amizade.

Paralelamente desenvolveu carreira como ator, principalmente a partir da década de 70, quando estreou na minissérie "Jerônimo", em 1972, na TV Tupi. E daí conseguiu prestígio nacional. Participou de várias novelas na TV Tupi e depois na TV Globo.

Tony Tornado é um dos mais importantes atores negros do país, e destaca-se pela luta no movimento pela maior participação de artistas negros nas artes em geral. Também participou de filmes brasileiros, como "Chão Bruto"; "Pixote, A Lei do Mais Fraco" "Os Trapalhões e o Mágico de Oroz"; "O Rei e o Rio"; "Vai Trabalhar, Vagabundo"; "Casseta e Planeta- A Taça do Mundo é Nossa"; "Redentor".

O ator e cantor Tony Tornado foi casado , na década de 70, com a atriz Arlete Salles.

Fonte: Tony Tornado: Pró-TV - Asociação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da TV Brasileira