terça-feira, novembro 04, 2008

Levanta Mangueira

Uma das inúmeras homenagens musicais prestadas à escola de samba de cores verde e rosa, este samba foi um dos campeões do carnaval de 1959. Gravação Odeon de Zezinho, feita em 24 de outubro de 1958 e lançada ainda em dezembro no 78 rpm n.o 14400-A, matriz 13000, e no LP coletivo anual da gravadora com músicas para os festejos momescos (Samuel Machado Filho).

Levanta Mangueira (samba/carnaval, 1959) - Luiz Antônio - Intérprete: Zezinho

Disco 78 rpm / Título da música: Levanta Mangueira / Luiz Antônio (Compositor) / Zezinho (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1958 / Nº Álbum 14400 / Lado A / Gênero musical: Samba.



Levanta Mangueira
A poeira do chão
Samba do coração

(bis)

Mostra a sandália de prata da mulata
A voz da cuíca do tamborim
Mostra que o samba nasceu em Mangueira
Sim



Ideias erradas

Dolores Duran
Ideias erradas (samba, 1959) - Ribamar e Dolores Duran - Interpretação da Trio Irakitan

Disco 78 rpm / Título da música: Ideias erradas / Duran, Dolores (Compositor) / Ribamar (Compositor) / Trio Irakitan (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1959 / Nº Álbum 14501 / Lado B / Gênero musical: Samba.


Tom: Em7

  (intro) Em7 C7  F#m7 B7 

     Em7                   D7  C#7 
Não faça ideias erradas de mim 
     F#m7                         B7 
Só porque eu quero você tanto assim 
   Em7        Gm7              F#m7 
Eu gosto de você, mas não me esqueço 
F#m7                     F#m7  B7 D7 
De tudo quanto valho e mereço 
Gm7              Bm7 Bbm7  Am7 
Não pense que se você me deixar 
D7                    F#m7  B7 
A dor será capaz de me matar 
     Em7                        D7  C#7 
E um verdadeiro amor não se aproveita 
  F#m7                G#7           D7  C#7 
E não se faz senão aquilo que enobrece 
  F#m7            D7              Em7  C#7 
Depois, se ele se vai, a gente aceita 
        F#m7             B7          Em7 
A gente bebe, a gente chora, mas esquece 

Ho-ba-la-lá

Ho-ba-la-lá (bolero, 1959) - João Gilberto

LP Chega de Saudade / Título da música: Ho-ba-la-lá / João Gilberto (Compositor) / João Gilberto (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1959 / Nº Álbum MOFB 3073 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Bolero.


Intro: Ebm9 G#7 Ebm9 G#7 Ebm9 G#7 Ebm9 G#7

Ebm9   G#7 Aº   Bbm7        Gº   Eº
E amor,   O    hó-bá-lá-lá,        
Ebm7        G#7/9 Ebm6   C#6  Eº   Ebm7 Fº
hó-bá-lá-lá      uma canção,
Ebm9       G#7 Aº   Bbm7        Gº   Eº 
Quem ouvir    o    hó-bá-lá-lá,        
Ebm7        G#7/9 Ebm6  C#7/4 C#7
Terra feliz      o coração
F#m7      B7/9 F#m6     Emaj7       Gº  
O amor encontrara      ouvindo esta cançao    
F#m7          B7/9 F#m6     Fm7 E7
alguem compreendera      seu coração
Ebm9      G#7 Aº   Bbm7        Gº 
Vem ouvir,   O    hó-bá-lá-lá,        
Eº   Ebm7        G#7/9 Ebm6   C#6
hó-bá-lá-lá      uma cançao
Ebm9   G#7 Aº   Bbm7        Gº   Eº
E amor,   O    hó-bá-lá-lá,        
Ebm7        G#7/9 Ebm6   C#6  Eº   Ebm7 Fº
hó-bá-lá-lá      uma canção,
Ebm9       G#7 Aº   Bbm7        Gº 
Quem ouvir    o    hó-bá-lá-lá,        
Eº   Ebm7        G#7/9 Ebm6  C#7/4 C#7
Terra feliz      o coração
F#m7      B7/9 F#m6     Emaj7       Gº 
O amor encontrara      ouvindo esta canção    
F#m7          B7/9 F#m6     Fm7 E7
alguem compreendera      seu coração
Ebm9      G#7 Aº   Bbm7        Gº   Eº 
Vem ouvir,   O    hó-bá-lá-lá,        
Ebm7        G#7/9 Ebm6    Eb7
hó-bá-lá-lá      esta cançao bá-lá-lá hó-bá-lá-lá
Dmaj7                    Eb7         G#7/9 Ebm6
hó-bá-lá-lá hó-bá-lá-lá, hó-bá-lá-lá,      
C#6
hó-bá-lá-lá, hó-bá-lá-lá, hó-bá-lá-lá

E daí?

Isaura Garcia
E daí? (samba, 1959) - Miguel Gustavo - Intérprete: Isaura Garcia

Disco 78 rpm / Título da música: E daí!... (proibição inútil e ilegal) / Gustavo, Miguel (Compositor) / Garcia, Isaura (Intérprete) / Conjunto (Acompanhante) / Wanderley, Walter (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 01/09/1959 / Nº Álbum 14528 / Gênero musical: Samba.



Proibiram que eu te amasse
Proibiram que eu te visse
Proibiram que eu saísse
Ou perguntasse a alguém por ti

Proíbam muito mais
Preguem avisos
Fechem portas
Ponham guizos
Nosso amor perguntará:
E daí, e daí?

Daí, por mais cruel desilusão
Eu continuo a te adorar
Ninguém pode parar meu coração

Proibiram que eu te amasse
Proibiram que eu te visse
Proibiram que eu saísse
Ou perguntasse a alguém por ti

Proíbam muito mais
Preguem avisos
Fechem portas
Ponham guizos
Nosso amor perguntará:
E daí, e daí?

Daí, por mais cruel desilusão
Eu continuo a te adorar
Ninguém pode parar meu coração

Que é teu, todinho teu
Somente teu, todinho teu
Somente teu

Chora Doutor

Blecaute
Chora Doutor (samba/carnaval, 1959) - J. Piedade, Orlando Gazzaneo e J. Campos - Interpretação: Blecaute

Disco 78 rpm / Título da música: Chora doutor / Piedade, J (Compositor) / Campos, J (Compositor) / Gazzaneo, Orlando (Compositor) / Blecaute (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1958 / Nº Álbum 5963 / Lado A / Gênero musical: Samba.



Chora doutor
Chora
Eu sei que o medo
De ficar pobre
Lhe apavora.

O senhor tem palacete
Pra morar
Mais eu tenho
Um barracão e um amor
Ai, ai, ai, doutor
Eu só não quero
Ter a vida do senhor.
( chora doutor )

Baiano burro nasce morto

Baiano burro nasce morto (baião, 1959) - Gordurinha - Intérprete: Gordurinha (LP "Gordurinha tá na praça" - 1960 – Continental)



O pau que nasce torto
Não tem jeito morre torto
Baiano burro garanto que nasce morto

Sou da Bahia comigo não tem horário
Não sou otário e você pode zombar
Sou cabra macho, sou baiano toda hora

Meio dia, duas hora, quatro e meia o que é que há
Cabeça grande é sinal de inteligência
Eu agradeço a providência ter nascido lá

Salve a Bahia, ioio
Salve a Bahia, iaia
Sou cabra macho, sou baiano toda hora
Meio dia, duas hora, quatro e meia o que é que há
Cabeça grande é sinal de inteligência
Eu agradeço a providência ter nascido lá

O pau que nasce torto
Não tem jeito morre torto
Baiano burro garanto que nasce morto

Salve a Bahia, ioio
Salve a Bahia, iaia
Sou cabra macho, sou baiano toda hora
Meio dia, duas hora, quatro e meia o que é que há
Cabeça grande é sinal de inteligência
Eu agradeço a providência ter nascido lá

O Castro Alves poeta colosso
Sujeito moço, mas soube o que fez
A Marta Rocha violão baiano
Foi mostrar pro americano que a Bahia

Vendedor de caranguejo

Vendedor de caranguejo (coco, 1958) - Gordurinha (LP "Gordurinha tá na praça" - 1960 – Continental)


(intro) Dm

Dm   Gm  Dm  Dm  Gm Gm
Ah,ah,ah,  Oh,oh,oh

D            Gm
Caranguejo uçá
             Dm
Caranguejo uçá
        G
Apanho ele na lama
           Dm
E trago no meu caçoá

Tem caranguejo
Tem gordo guaiamum
              Bb    A       Dm
Cada corda de dez eu dou mais um
            Gm     C      F
Eu dou mais um,eu dou mais um
              Bb    A       Dm
Cada corda de dez eu dou mais um

Dm   Gm  Dm  Dm  Gm Gm
Ah,ah,ah,  Oh,oh,oh
               Gm
Eu perdi a mocidade
       C           F
Com os pés sujos de lama
  Bb
Eu fiquei analfabeto
        A
Mas meus filhos criou fama
Dm           G
Pelo gosto dos meninos
Dm         G
Pelo gosto da mulher
        Bb
Eu já ia descansar
            A
Não sujava mais os pés
D                 Gm
Os bichinho tão criado
C               F
Satisfiz o meu desejo
               Bb
Eu podia descansar
                A
Mas continuo vendendo
      Dm
Caranguejo

Os rouxinóis


Os rouxinóis (marcha-rancho/carnaval, 1958) - Lamartine Babo

Disco 78 rpm / Título da música: Os rouxinóis / Autoria: Babo, Lamartine, 1904-1963 (Compositor) / Rouxinóis de Paquetá (Intérprete) / Coro (Acompanhante) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Todamérica, 1957 / Nº Álbum 5723 / Gênero musical: Marcha rancho


Os rouxinóis entre as flores procuram seus amores
É lindo o cântico das aves
As melodias se renovam tão suaves
Salve os rouxinóis!

Surgem orquestras nos arrebóis
Sustenidos são feridos e se ouvem à meia voz os bemóis
Porque os rouxinóis foram buscar Amor-perfeito
E no canteiro já desfeito da Amizade
Só encontraram Saudade


Sem sonhos os rouxinóis se vêem a sós tristonhos
E se consolam com as sutis cigarras
Cigarras sutis cada qual mais feliz
Pois cantam, cantam, cantam, depois se desencantam
Cantar até morrer é o seu infinito prazer

Estão nos arrebóis os rouxinóis silentes
Descrentes de seus amores pelas lindas flores
Nesta canção, pensando bem
O amor dos rouxinóis é o nosso amor também

Sem sonhos os rouxinóis se vêem a sós tristonhos
E se consolam com as sutis cigarras
Cigarras sutis cada qual mais feliz
Estão nos arrebóis os rouxinóis silentes
Descrentes de seus amores pelas lindas flores

Nesta canção, pensando bem
O amor dos rouxinóis é o nosso amor também
É o nosso amor também
É o nosso amor também
É o nosso amor também
É o nosso amor também.

Olha-me, diga-me

Olha-me, diga-me (valsa, 1958) - Tito Madi - Interpretação: Luely Figueiró

Disco 78 rpm / Título da música: Olha-me, diga-me / Madi, Tito (Compositor) / Figueiró, Luely (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Continental, 1958 / Nº Álbum 17565 / Lado B / Gênero musical: Valsa.



Olha-me, diga-me, por favor
Se ainda em seu pensamento
Vive o nosso amor
Embora muito tarde
Só queria saber
Se hoje como ontem
É só meu, seu bem querer
Querer

Olha-me, diga-me, por favor
Mesmo que morto
O sonho meu
Viverei para esse amor
Diga uma palavra apenas
Pra fazer meu coração feliz
Olhe-me, diga-me
Mas você não diz.

O apito no samba

O apito no samba (samba, 1958) - Luiz Bandeira e Luís Antônio - Intérprete: Marlene

Disco 78 rpm / Título da música : O apito no samba / Luiz Antônio (Compositor) / Bandeira, Luiz, 1923-1998 (Compositor) / Marlene (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon / Gravação: 12/12/1958 / Lançamento: Janeiro/1959 / Nº Álbum 14415 / Lado A / Gênero musical: Samba.


Tom: G (intro)

    G
Se você
              C     G
No samba de "gente bem"
               C       G
Não vai encontrar ninguém
    C                  Gmaj7
Apitando um apito no samba
    Bm7
É porque
             Em    Bm7
O samba que vai nascer
               Em   Bm7
Só vai mesmo acontecer
          Em7              Bm
Quando houver um apito no samba
      Am7
Venha ver, squindô, squindô
       D7
No terreiro
            Am7
Que é para ver
                        D7
O que é o squindô verdadeiro

E, então
Você me dará razão
Chegando a esta conclusão
Que é preciso um apito no samba

G     Am7  D7 Gmaj7(9)                  Bm7 E7(b9) Am7
Que boni - to é           um tamborim a ba   -  tucar
Am7   Bm7  E7 Am7             D7(9)    Gmaj7
Que boni - to é um corpo de mulher sambar
 Cm7 F7   Cm7      F7         Bbmaj7
Suas saias vão correndo pelo chão
     Cm7     Fmaj7             Cm7
Seus pés que são o ritmo que nasce
Gm6      A7
Cresce, vibra (Ah!)
Am7(9)            D7
Viva o apito no samba

E então
Você me dará razão
Chegando a esta conclusão
Que é preciso um apito no samba.

(instrumental)

G     Am7  D7 Gmaj7(9)                  Bm7 E7(b9) Am7
Que boni - to é           um tamborim a ba   -  tucar
Am7   Bm7  E7 Am7             D7(9)    Gmaj7
Que boni - to é um corpo de mulher sambar
 Cm7 F7   Cm7      F7         Bbmaj7
Suas saias vão correndo pelo chão
     Cm7     Fmaj7             Cm7
Seus pés que são o ritmo que nasce
Gm6      A7
Cresce, vibra (Ah!)
Am7(9)            D7
Viva o apito no samba

E então
Você me dará razão
Chegando a esta conclusão
Que é preciso um apito no samba.

Madureira chorou

Zaquia Jorge teve morte trágica, na praia da Barra da Tijuca, quando tomava banho de mar em companhia de várias outras artistas. Era comum as vedetes se bronzearem 'al natural' na Barra, por ser uma praia deserta na época. A edição do jornal O Globo de 23 de abril de 1957 assim noticiou a morte de Zaquia Jorge:

"Rapidamente, a notícia foi propagada, e grande número de atores da Companhia da Revista Zaquia Jorge e de outras empresas chegou ao local. Em poucos instantes as brancas areias da praia foram pisadas por centenas de pés, já que também foi grande o número de curiosos que acorreu.

Quando um guarda-vidas retirou, do perau em que caíra, o corpo da vedete, Celeste Aída, uma das que a acompanhavam, abraçou-se ao cadáver, chorando copiosamente. Celeste Aída vira a amiga desaparecer e tudo fizera para salvá-la, não o conseguindo porque era muito fundo o perau. Enquanto ela se esforçava, os dois homens que integravam o grupo e que estavam longe aproximaram-se. Na areia, muito assustadas, cinco girls assistiam à luta de Celeste Aída, sem poder ajudá-la.

Afinal, cansada e desanimada, Celeste Aída voltou às areias, Zaquia Jorge desaparecera e, quando foi encontrada, já estava quase sem vida. Morreu pouco depois..."

"Foi sepultada no Cemitério de São Francisco Xavier, pranteada por artistas e populares, que a reverenciaram como a pioneira do teatro suburbano carioca. Das 6h às 16h30m de ontem, mais de 4.000 pessoas afluíram ao Teatro de Madureira, em cujo palco ficou exposto o corpo da artista. Com a platéia e os balcões apinhados, o ambiente fazia lembrar um grande dia de récita. Contudo, a emoção do público era intensa, guardando os presentes muito respeito.

No palco, no alto, por cima do caixão de Zaquia Jorge, havia um grande quadro de São Jorge. A artista morrera na véspera do dia consagrado ao santo. Ontem fazia cinco anos que inaugurara seu teatro, com a peça Trem de luxo, de Válter Pinto e Freire Júnior. 

Sobre uma fileira de dez cadeiras havia dezenas de coroas entre elas, do Teatro Santana (São Paulo), do Corpo de Bombeiros, das escolas de samba Sampaio e Império Serrano, de inúmeras entidades e figuras da arte e de outros setores. O povo humilde do subúrbio formou filas, subindo ao palco para dar seu último adeus a Zaquia Jorge..."

Em sua homenagem foi composta a música "Madureira chorou", um samba de sucesso no carnaval de 1958.

Madureira chorou (samba, 1958) - Carvalhinho e Julio Monteiro (marido de Záquia) - Intérprete: Joel de Almeida

Disco 78 rpm / Título da música: Madureira chorou / Carvalhinho (Compositor) / Monteiro, Júlio (Compositor) / Almeida, Joel de, 1913-1993 (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 1957 / Nº Álbum 14262 / Gênero musical: Samba.



Madureira chorou,
Madureira, chorou de dor,
Quando a voz do destino,
Obedecendo ao divino,
A sua estrela chamou.

Gente modesta,
Gente boa do subúrbio,
Que só comete distúrbio,
Se alguém os menosprezar,
Aquela gente,
Que mora na Zona Norte,
Até hoje, chora a morte,
Da estrela do lugar.



Fonte: Matéria publicada no jornal O Globo - 23 de abril de 1957

Fanzoca de rádio

Fanzoca de Rádio (marcha/carnaval, 1958) - Miguel Gustavo - Intérprete: Carequinha

Disco 78 rpm / Título da música: Fanzoca de rádio / Gustavo, Miguel (Compositor) / Carequinha (Intérprete) / Carrilho, Altamiro, 1924- (Acomp.) / Carnavalescos (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, Indefinida / Nº Álbum 5845 / Gênero musical: Marcha.



Ela é fan da Emilinha
Não sai do César de Alencar
Grita o nome do Cauby
E depois de desmaiar
Pega a Revista do Rádio
E começa a se abanar.
(bis)

É uma faixa aqui, outra faixa ali
O dia inteirinho ela não quer nada
Enquanto isso na minha casa
Ninguém arranja uma empregada!

Eu chorarei amanhã

Orlando Silva
Eu chorarei amanhã (samba/carnaval, 1958) - Raul Sampaio e Ivo Santos - Intérprete: Orlando Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Eu chorarei amanhã / Santos, Ivo (Compositor) / Sampaio, Raul (Compositor) / Silva, Orlando (Intérprete) Imprenta [S.l.]: Odeon, 1957 / Nº Álbum 14302 / Gênero musical: Samba.


Tom: D

(D  G  A7  D  B7  Em7  A7  D  A7)

D       B7     Em7
Eu chorarei amanhã
A7          A/G      D
Hoje eu não posso chorar
        B7     Em7
Eu chorarei amanhã
A7          A/G      D     D7
Hoje eu não posso chorar

   G         Fº      Em7
Um dia é pra gente sofrer
  A7        F#m7   B7
O outro é pra desabafar
D       B7     Em7
Eu chorarei amanhã
A7            A/G        D
Hoje o que eu quero é sambar

Engole ele paletó

Samba de J. Audi e David Nasser de grande sucesso no carnaval de 1958, lançado em janeiro desse ano nas gravações do Trio de Ouro (RCA Victor) e João Dias (Copacabana), esta última aqui ouvida, em disco de 78 rpm 5854-A, matriz M-2073, que gerou polêmica e briga na justiça entre alguns grandes compositores de nossa MPB (ao lado o Vasco vai enfrentar um time da cidade de Bicas - Jornal Última Hora, 1958).

O compositor Antônio Almeida, com o apoio da UBC, ingressou na justiça contra o que considerou este samba um "plágio deslavado" de O que é que dou?, de sua autoria e do baiano Dorival Caymmi, gravado por Jorge Veiga em 1947. No final de janeiro de 1958, Caymmi, ausente do Rio, cumprindo sua agenda profissional na Bahia, recebeu um telegrama pedindo uma procuração sua, para dar início à busca e apreensão do disco. No entanto, Edigar de Alencar, em seu livro O carnaval carioca através da música, quando menciona Engole ele, paletó e seu autor assinala o samba como sendo de autoria discutida.

Na coluna de Stanislaw Ponte Preta e Lan, (charge ao lado) do Jornal Última Hora de 14/02/1958, relata o caso com bastante humor: "Em virtude do fundamentado despacho do Juiz Alcino Pinto Falcão, procedeu-se ontem à tarde, a busca e apreensão da música de carnaval "Engole ele, paletó", havida como cópia servil de outra, isto é, do samba de Dorival Caymmi e Antônio Almeida - "O que é que eu dou". 

E quem é o autor do plágio? Pois é Herivelto Martins (um dos dez mais apitos de 57), que já deu entrevista dizendo que "Engole ele" é plágio de um plágio, pois a música plagiada era plágio, não do plágio que se quer, mas de uma outra música plagiada pelos que lhe acusam de plagiador.

É, companheiros... nem só de teleco-teco vive o samba!."

Se os autores do suposto plágio são J. Audi e David Nasser, o que tem a haver Herivelto Martins, que apenas interpretava no Trio de Ouro, citado na coluna acima? As primeiras gravações, os discos, esgotaram-se rapidamente, tamanho o sucesso. Engole eu, confusão!

Engole ele paletó (samba/carnaval, 1958) - J. Audi e David Nasser - Interpretação de João Dias

Disco 78 rpm / Título da música: Engole ele, paletó / Audi, J (Compositor) / Nasser, David (Compositor) / Dias, João (Intérprete) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1958 / Nº Álbum 5854 / Lado A / Matriz M-2073 / Gênero musical: Samba.



Engole ele / Engole ele, paletó
Engole ele, paletó / Que o dono dele era maior.

Paletó de gente pobre / Não tem tamanho nem cor
No verão é guarda-chuva / No inverno é cobertor.

Gente rica quando morre / Papai do céu quem levou
Gente pobre quando morre / Foi bebida quem matou.



Fontes: Jornal Última Hora, de 14/02/1958; Dorival Caymmi – O Mar e o Tempo – Editora 34, de Stella Caymmi; Samuel Machado Filho (Youtube).