sábado, abril 17, 2010

Dom Um

Dom Um (Dom Um Romão), instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 03/08/1925. Iniciou-se profissionalmente no final da década de 1940, tocando bateria em cabarés da Lapa e orquestras de bailes.

Integrou a orquestra da Rádio Tupi, acompanhando cantoras como Dircinha e Linda Batista. No programa de Aérton Perlingeiro, na mesma rádio, participou da Noite das Estrelas, com Elis Regina.

Nos anos 50, tornou-se baterista da boite Vogue do Rio de Janeiro. Em 1955, formou, com Toninho (piano) e Manuel Gusmão (contra-baixo), o Copa Trio, com o qual apresentou-se no Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro.

Em 1958 participou do álbum Canção do amor demais, de Elizeth Cardoso, disco precursor da bossa-nova. Por volta de 1959, participou das jam-sessions da boate Little Club, passando a atuar em shows de boates no Beco das Garrafas, em Copacabana, então quartel-general da bossa-nova.

Em 1961, como baterista do Brazilian Jazz Sextet, liderado por Sérgio Mendes, participou do III Festival Sul Americano de Jazz, no Uruguai. No ano seguinte gravou, com o conjunto do pianista J. T. Meireles, o LP O som, da Philips, e integrou a primeira formação do Bossa Rio Sextet, de Sérgio Mendes, participando, em novembro, do Festival da Bossa Nova, realizado no Carnegie Hali, em Nova York, EUA. Na época, gravou na etiqueta norte-america na Riverside Cannonball’s Bossa-nova, com o saxofonista norte-americano Julian Cannonball Aderley.

Em 1963, novamente com o grupo musical do pianista J. T. Meireles, gravou o LP Meireles e os Copa 5, pela Philips, e no ano seguinte, com o Copa Trio, atuou no show O fino da bossa, no Teatro Paramount, de São Paulo SP.

Ainda em 1964, com o Copa Trio, agora com o pianista Dom Salvador e o baixista Manuel Gusmão, participou de vários shows, inclusive do primeiro de Elis Regina, no Rio de Janeiro, em novembro, na boate Bottle’s. Com o trio, acompanhou o Quarteto em Cy e outros cantores. Em seguida, Jorge Ben veio a integrar o grupo que passou a se chamar Copa 4.

Gravou ainda nesse ano o LP Dom Um, pela Philips, com arranjos de Paulo Moura e Waltel Branco, em que se destacaram as faixas Telefone (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli), África (Waltel Branco), Berimbau (João Meio e Codó), Dom Um sete (Waltel Branco) e Zona Sul (Luís Henrique A. Soares).

Em 1965 coordenou o disco de estréia de Flora Purim, então sua esposa (Flora é MPB, RCA) e, no final do ano, foi novamente para os E.U.A., a convite de Norman Grantz, produtor de Ella Fitzgerald. Lá apresentou-sé com Stan Getz e Astrud Gilberto em universidades e várias cidades e, depois, na Europa. Em Nova York, trabalhou com diversos conjuntos norte-americanos e também ao lado de brasileiros, como Luiz Bonfá e Tom Jobim, com quem gravou diversos discos.

Em 1966, nos EUA, voltou a trabalhar com Sérgio Mendes, atuando no conjunto Brasil 66, com o qual gravou o LP Fool on the Hill (A&M Records), e excursionou pelo Brasil nesse mesmo ano. Em 1967 participou do LP de Tom Jobim com Frank Sinatra (Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim), além do LP solo de Tom Jobim, Wave (A&M Records).

No ano seguinte deixou o conjunto de Sérgio Mendes e, permanecendo nos EUA, integrou vários grupos norte-americanos, participando de shows e gravações. Com Luís Bonfá, participou do disco The movie song album de Tony Bennett.

Em 1972 passou a ser o percussionista do grupo Weather Report, no lugar de Airto Moreira. Nesse mesmo ano apresentou-se com o grupo no Japão, gravando ao vivo o disco 1 Sing the Body Electric. Em 1973 excursionou com o grupo Blood, Sweat and Tears, e lançou seu primeiro disco solo nos EUA, Dom Um Romão. Com o Weather Report participou da gênese do estilo free jazz e gravou também os LPs Mysterious Traveller e Sweetnighter, antes de abandonar o grupo em 1976, ano em que lançou o LP solo Hotmosphere (Pablo Records).

No início dos anos de 1980, radicou-se em Wechis, Suíça, apesar de manter o famoso estúdio Black Beans, em New Jersey, EUA. Em 1985, com seu Quinteto Dom Um Romão, participou do 1 Festival de Jazz de Lisboa, Portugal. O quinteto era formado por Izio Gross (piano), Wilson D’Oliveira (sax-tenor), Hal Thurmond (bateria) e Norbert Dömling (baixo), com ele na percussão. Com o conjunto acompanhou diversos músicos norte-americanos, como Tony Bennet e Robert Palmer, além do grupo Blood, Sweet and Tears.

Apresentou- se no projeto Som das ondas, na praia do Arpoador, Rio de Janeiro, em 1992. No ano seguinte, lançou o álbum Saudades (Water Lily Acoustics). Em 1997 fez show na Casa de Cultura Laura Alvin, Rio de Janeiro, na série Quintas Acústicas. Na mesma ocasião, realizou workshop sobre bateria no teatro Cultura Inglesa, em São Paulo. Depois de 30 anos sem gravar no Brasil, registrou o CD Rhythm traveler e participou dos CDs de Itamara Koorax e de Nelson Ângelo.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Dom Salvador


Dom Salvador (Salvador da Silva Filho), instrumentista e compositor, nasceu em Rio Claro SP, em 12/9/1938. Iniciou a carreira aos 12 anos, tocando piano em orquestra. Em 1961 já era pianista conhecido, mas passou a ter maior sucesso atuando na boate Lancaster, em São Paulo SP, ponto de encontro dos músicos do jazz.

A convite do baterista Dom Um, foi trabalhar no Rio de Janeiro RJ, integrando o Copa Trio. Com o grupo atuou em boates do Beco das Garrafas, em Copacabana, acompanhando shows de Elis Regina, Quarteto em Cy e Jorge Ben.

Em 1965, ainda atuando no Beco das Garrafas, formou o Rio-65 trio, com Edison Machado (bateria) e Sérgio Barroso (contrabaixo), participando de shows e gravando discos.

No ano seguinte o trio foi para a Europa, apresentando-se em nove países com Edu Lobo, Sylvia Telles, Rubens Bassini e Rosinha de Valença. Com o sucesso, o grupo gravou um LP na República Federal da Alemanha, destacando-se uma música sua, Meu fraco é café forte.

Em 1966, com Copinha, Chico Batera e Sérgio Barroso, foi para os EUA, atuando em Nova York, Minneapolis e no Texas. Mais tarde, retornou aos E.U.A. acompanhando Elza Soares no Hotel Waldorf Astoria, de Nova York. De volta ao Brasil, afastou-se dos shows e atuou em várias gravações, além de ter viajado por outros países, pesquisando música.

Em 1970, formou um grupo somente com músicos negros, o Abolição, tendo Darci no trompete, Oberdã no sax-tenor e flauta, Serginho no trombone, Lulu na bateria e vocal, Rubão Sabino no contrabaixo, Nelsinho na tumbadora, Mariá cantando e ele ao piano e acordeom. No ano seguinte, o grupo gravou um LP pela CBS.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Leila Silva

Leila Silva (Inezilda Nonato da Silva), nasceu em Manaus-AM, em 07/06/1935, filha de Seu Raimundo e D. Raimunda, na Rua Ajuricaba, bairro da Cachoeirinha, onde foi criada.

Em 1950, seu pai, que era telegrafista, resolveu buscar uma cidade que oferecesse melhores condições de vida para os 10 filhos, transferindo-se então para a cidade de Santos, SP com a família.

Estudou piano durante seis anos além de ter tido aulas de violão. Iniciou a carreira artística na cidade de Santos, SP, cantando na Rádio Atlântica acompanhada pelo pianistas Tico-Tico e Nestor. Cantou também na Rádio Clube de Santos, onde chegou a ter um programa exclusivo. Nessa época, ganhou o troféu do jornal A Tribuna, como melhor intérprete e foi coroada "Rainha dos Músicos".

Em 1959 foi contratada pelo selo Califórnia e estreou em discos cantando os sambas-canção Resignação, de Plínio Metropolo e Mentira, de Denis Brean e Osvaldo Guilherme. Nessa época, por sugestão do compositor Denis Brean adotou o nome artístico de Leila Silva.

No mesmo ano, levada pelo compositor Diogo Mulero, o Palmeira, transferiu-se para a gravadora Chantecler e gravou o tango Mar negro, de Leo Rodi e Palmeira e o samba-canção Irmã da saudade, de Portinho e João Pacífico.

Em 1960, gravou com orquestra com regência do maestro Guerra Peixe o tango Tango triste, de Osvaldo de Souza e Haroldo José e o samba-canção Sarjeta, de J. Luna e Clodoaldo Brito, o Codó. Nesse ano, fez sucesso com a balada Perdão para dois, de Palmeira e Alfredo Corleto, e com o samba Não sabemos, de Rubens Caruso, seus dois maiores destaques. Ainda no mesmo ano, lançou seu primeiro LP, Perdão para dois, com orquestras regidas por Élcio Alvarez e Guerra Peixe.

Em 1961, gravou os sambas Justiça de Deus, de Normindo Alves e Ruth Amaral e Nossa união, de Vicente Clair; o tango Promessa, de W. White com versão de Teixeira Filho; o rock-balada Adeus amor, de Haroldo José e Eufrásio Boreli e o bolero Na solidão do meu quarto, de Rubens Machado. Ainda em 61, gravou pela Chantecler o LP Quando a saudade apertar.

No ano seguinte, lançou ainda na Chantecler o bolero Vai dar no mesmo, de Edmundo Arias e Teixeira Filho; as baladas Mais uma vez, adeus, de G. Auric e D. Langdon, com versão de Teixeira Filho e Meu amor pertence a outra, com adaptação de Teixeira Filho sobre tema de Beethoven e, o samba O que é que eu faço, de Ribamar e Dolores Duran. Ainda em 1962, assinou contrato com a gravadora Continental embora ainda lançasse mais três discos pela Chantecler.

Em seu disco de estréia na nova gravadora registrou a balada Deus o mundo e você, de Palmeira e Alvares Filho e o tango Desespero, de Umberto Silva, Luiz Mergulhão e Paulo Aguiar. Também em 1962, lançou pela Chantecler o LP Quando Canta Leila Silva.

Em 1963, lançou a balada Canção do fim, de U. Mincci e R. Jaden com versão de Paulo Rogério e os sambas Correio das estrelas, de Denis Brean e Osvaldo Guilherme; Coração a coração, de Arquimedes Messina e B. Barrela e Não diga a ninguém, de José Messias. Nesse ano, lançou seu último disco na Chantecler, o LP Novamente Ela.

Em 1964, gravou pela Continental os sambas Juca do Braz; Nó de porco e Joguei fora o brilhante, de Haroldo José e Romeu Tonelo e Favela do Vergueiro, de K-Ximbinho e Laércio Flores.

Ainda na década de 1960, apresentou um programa na TV Record de São Paulo que ficou no ar durante três anos. Gravou discos também pelas gravadoras RCA Victor, Continental, RGE, Copacabana e Warner. Teve discos lançados na Itália, França, Japão, México, Argentina, Paraguai e Uruguai. Recebeu inúmeros prêmios ao longo da carreira sendo detentora de quatro prêmios "Roquete Pinto", cinco "Chico Viola" e cinco "Discos de Ouro".

Em Curitiba, PR, recebeu o prêmio "Pinheiro de Prata". Foi cinco vezes premiada como "melhor cantora" pela Rádio Cultura. Foi coroada pela Revista do Rádio como "Rainha do samba".

Em 2001, apresentou-se no "Programa da Saudade na TV", do cantor Francisco Petrônio no canal Rede Vida. Em 2002, o selo Revivendo lançou o CD Leila Silva - o mais puro amor, com 21 gravações suas incluindo antigos sucessos. Recebeu do compositor Palmeira o título de "A estrela de São Paulo".
Fontes: Revivendo: biografias; Cantoras do Brasil: Leila Silva.

Flora Purim


Flora Purim, cantora, nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 6 de março de 1942. Desde pequena, convivia com a música, já que seu pai, de descendencia russa, tocava violino e sua mãe, pernambucana, era uma pianista amadora.

Ainda jovem, Flora gostava de cantar, tocar piano e violão. A cantora foi influenciada por Billie Holiday, Dinah Washington, Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan.

Em 1967 mudou-se para os Estados Unidos, para estudar música na Califórnia. Cinco anos mais tarde, casou-se com o percussionista Airto Moreira. Trabalhou ao lado de artistas como Stan Getz e Gil Evans e integrou o conjunto Return to Forever, que excursionou com êxito pelos EUA no início dos anos 70.

Em 1973 partiu para a carreira solo com o disco Butterfly Dreams, seguido por outros pela gravadora Milestone. Entre seus discos destacam-se Light As A Feather e Return to Forever.

Em 1971 foi presa nos Estados Unidos, sob acusação de posse de drogas, e, depois de recorrer da sentença, acabou detida em 1974, passando 18 meses na prisão e 12 anos em liberdade condicional, sem poder deixar o país.

Nessa época, seu caso suscitou protestos na classe artística, que a elegeu, por meio de pool de críticos, a melhor cantora de jazz dos EUA por quatro anos sucessivos (de 1974 e 1977), em parte como instrumento de pressão para sua libertação, mas principalmente por seu real talento.

Nos anos 70 gravou ainda ao lado de Carlos Santana, Hermeto Pascoal, Chick Corea e muitos outros, encantados com sua notável extensão vocal e capacidade de improvisação.

Na década de 1980 gravou com Airto Moreira os LPs Humble People (1985) e The Magicians (1986), pelos quais recebeu duas indicações para o Prêmio Grammy relativas às faixas Vinte anos blues (Sueli Costa e Vitor Martins) e Esquinas (Djavan), respectivamente. Integrou a banda Fourth World, juntamente com Airto Moreira, José Neto (guitarra) e Gary Meek (teclados).

Em 1987, ao lado de Airto Moreira e Joe Farrel, gravou Three-Way Mirror. Em 1988 sairam The Colors of Life, ao lado de Airto Moreira e Midnight Sun. Em 1989 mais um disco ao lado de Airto, The Sun Is Out.

Em 1992, gravou em dois discos contemplados com o Grammy: Planet Drum, de Mickey Hart, baterista do conjunto Grateful Dead (Melhor Disco na categoria World Music), e The Dizzy Gilliespie United Nations Orchestra (Melhor Disco de Jazz). Três anos depois, apresentou-se no Soho's, Ronnie Scott's Club de Londres (Inglaterra). Em 1992 lançou Queen of The Night.

Em 1995 ravou o disco Speed of Light, que contou com a participação de sua filha Diana Purim Moreira. Ao longo de sua carreira, participou de gravações com diversos artistas como Duke Pearson, Carlos Santana, Hermeto Pascoal, Gil Evans, Joe Sample, José Neto, Mickey Hart e Dizzy Gillespie, entre outros, além de Airto Moreira, com quem gravou cerca de 30 discos.

Em 2001, lançou o CD Perpetual emotion e, no ano seguinte, o CD Flora Purim sings Milton Nascimento. Em 2003 esteve no Brasil, divulgando seu CD Speak no evil. Realizou shows no Rio de Janeiro (Teatro Rival), acompanhada por Airto Moreira (percussão), Luiz Avellar (piano), Nei Conceição (contrabaixo) e Philipe Baden (teclados (Teatro Rival), seguindo em turnê por outras cidades brasileiras.

Fontes: Wikipédia; Cantoras do Brasil: Flora Purim.

Lolita Rios

Lolita Rios (Judite Monteiro Coimbra), cantora e compositora, nasceu em 14/1/1922 na cidade de Recife, PE. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, com sua família, em 1927.

Estudou canto, desde os 17 anos, com Alda Pereira Pinto.

Em 1948, iniciou sua carreira, cantando no rádio. Participou de programas na Rádio Nacional e na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. Nessa época, integrou, como crooner, a orquestra do maestro Fon-Fon, com a qual excursionou pela Europa e Oriente Médio.

Gravou seu primeiro disco em 1953, na Copacabana, com os sambas-canção Vinte e sete de setembro, de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e Juntinho de você, de Ari Monteiro e Raul Marques. No mesmo ano, lançou pela Todamérica o Baião do paxá e o samba Creio em São Paulo, da dupla Ari Monteiro e Irani de Oliveira.

Em 1954, gravou os sambas Estou com São Jorge, de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e "Depois das dez, de Ari Monteiro e Valter Tourinho. Nesse mesmo ano, voltou a gravar na Copacabana lançando em dueto com Hélio Chaves os sambas De braços abertos, de Roberto Martins e Ari Monteiro e Não é covardia, e Raul Marques e Ari Monteiro.

No mesmo ano, gravou a valsa O disco da páscoa, de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e o samba-canção Um de nós dois, de Ari Monteiro, Arnaldo Moreira de Castro e Anselmo Peixoto. Em seguida, gravou mais duas composições da dupla Irani de Oliveira e Ari Monteiro: o Baião do Mikado e a Valsa do marinheiro.

Em 1955, gravou na RCA Victor o baião Zabelelê, de Ari Monteiro e Tito Neto e o samba Bolha de sabão, de Ari Monteiro e Valter tourinho. No mesmo ano, gravou o bolero Lua verde, de Valter Gomes, S. Sagnini e Osvaldo Santiago, os sambas-canção Sou eu, de Valdir Machado e Rubens Machado e Maledicência, de Anselmo Peixoto, Ari Monteiro e Arnaldo Moreira e o fox Toda semana, de Ari Monteiro e Ari Rebelo.

Trabalhou, ainda, para a TV e nas boates cariocas Night and Day, Casablanca, Drink e Arpège. Fez também várias excusões à Argentina e compôs Marcha do toureiro, em 1974.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB

Inhana

Inhana (Ana Eufrosina da Silva Santos), cantora, nasceu em Araras, SP (28/03/1923) e faleceu em São Paulo, SP (11/06/1981). Começou sua carreira atuando como solista em um conjunto formado com seus irmãos.

Em 1941 conheceu a dupla Chopp e Cascatinha. Nesse mesmo ano se casou com Cascatinha, formando-se então o Trio Esmeralda, adotando a partir dessa época o nome artístico de Inhana.

Seguiram para o Rio de Janeiro, onde conseguiram fazer um certo sucesso, recebendo vários prêmios nas apresentações em programas de rádio, como o de César Ladeira na Rádio Mayrink Veiga, Manoel Marcelos e Papel Carbono, os dois na Rádio Nacional.

Em 1942 Chopp deixou o grupo, prosseguindo a dupla Cascatinha e Inhana, ingressando a dupla no elenco do Circo Estrela D'Alva, fazendo excurções pelos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Devolta à São Paulo passaram a atuar no Circo Imperial, onde permaneceram por cinco anos.

Em 1947 cantaram pela primeira vez em rádio como dupla, na Bauru Rádio Clube. Em 1950 Cascatinha e Inhana foram contratados pela Rádio Record, onde ficaram por doze anos. Gravaram o primeiro disco em 1951 na gravadora Todamérica, registrando as músicas La paloma (Iradier - Pedro Almeida) e Fronteiriça (José Fortuna).

Em 1952 a dupla gravou os dois maiores sucessos de sua carreira, as guarânias Meu primeiro amor (Lejania) (H. Gimenez - versão: José Fortuna - Pinheirinho Jr.) e Índia (J. A. Flores - M. O. Guerrero - versão: José Fortuna), que a despeito de serem versões de música estrangeira podem ainda assim ser consideradas dois grandes clássicos da MPB, seja pelas gravações de imenso sucesso de Cascatinha e Inhana assim como suas regravações, feitas por grandes nomes como Maria Bethânia e Gal Costa.

Em 1953 a dupla gravou Mulher rendeira (motivo folclórico - arranjos: João de Barro). Em 1955 a dupla participou do filme Carnaval em Lá Maior, de Ademar Gonzaga. Nesse mesmo ano fizeram sucesso com a música Despertar do sertão (Pádua Muniz - Elpídio dos Santos). Outro grande sucesso foi Colcha de retalhos (Raul Torres), gravada em 1959.

Chamados de "Os Sabiás do Sertão", a dupla Cascatinha e Inhana é ainda hoje a mais importante dupla sertaneja da história da MPB, apesar do imenso sucesso popular de duplas surgidas à partir da década de 70. Permaneceram ativos e gravando regularmente até a morte de Inhana, em 1981.

Na década de 90 a gravadora Revivendo lançou uma série de CDs reunindo diversas gravações de Cascatinha & Inhana. Cascatinha ainda lançou um disco solo em 1982, e faleceu em 1986.

Carmen Déa

Carmen Déa (Carmen Déa Santos Braga), cantora, nasceu em Vitória-ES em 01/09/1934. Desde pequena cantava em festas familiares incentivada pela família. Aos cinco anos, já cantava em programas infantis na Rádio Canaan, de Vitória. Seu repertório incluía músicas de Ary Barroso. Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro aos 13 anos.

Participou de vários programas de calouros na Rádio Nacional e Cruzeiro do Sul, no Rio de Janeiro. No início da carreira, formou dupla com sua irmã, que ficou conhecida como Irmãs Braga.

Aos 18 anos, passou a atuar como crooner do Conjunto Bandeirantes. Em 1950, passou a integrar o conjunto vocal As Três Marias, substituindo Regina Célia, com o qual gravou uma série de LPs só de baiões (Musidisc). Com As Três Marias, trabalhou na Rádio Tupi. Excursionou pelo Brasil com a orquestra de Ary Barroso na década de 1950.

Em 1952, participou com o grupo do filme Era uma vez um vagabundo, de Luís de Barros. Em 1953, saiu do grupo e seguiu carreira solo. Foi convidada por Sivan Castelo Neto para gravar vários jingles e assinou contrato, por um ano, com a Rádio Tupi.

Gravou o primeiro disco pela etiqueta Mocambo em 1955, com os sambas canção Não importa, de Raimundo Froler e Só resta a esperança, de Braga Júnior. No mesmo ano, gravou mais quatro discos pela Mocambo interpretando, entre outras músicas, o samba-fox Agora? e o samba-canção A carne, ambas do compositor potiguar Hianto de Almeida e o samba Você se enganou, de Erasmo Silva e Jorge de Castro.

Em 1956, gravou pela Polydor o samba Pra que falar, de Nazareno de Brito e Fernando César e o fox Zuque zuque, de José Maria de Abreu e Luiz Peixoto. No mesmo ano, deixou ainda registrados na Mocambo mais três discos interpretando, entre outras, o beguine Horas esquecidas, de Fernando César e Nazareno de Brito, o samba Camaleão, de Ary Barroso e a polquinha , de Hianto de Almeida e Sebastião Barros.

Em 1957, gravou, ainda na Polydor, o fox-trot Viver é bom, de Haroldo Eiras e Bruno Marnet e o samba-canção Noite escura, de V. de Andrade.

Gravou mais de dez discos, na Mocambo e Polydor e um LP solo intitulado Eu, você e mais ninguém, pela Polydor, no fim da década de 1950.

Cynara Rios

Cynara Rios (Geni Dutra), irmã da cantora Lolita Rios, estreou em disco na Victor em 1939 gravando os sambas Um jarro d'água de Assis Valente e Ele é o samba de Ciro Monteiro e Célio Ferreira.

Seu timbre de voz lembrava muito o de Carmen Miranda, e foi apelidada pelo radialista César Ladeira como "A Garota Último Tipo".

Em 1940 gravou a marcha O cabrito quer fugir de Célio Ferreira e o samba Perdoa de Max Bulhões e Milton de Oliveira. No mesmo ano gravou os sambas Carnaval em família de Cristóvão de Alencar e Nássara e Artigo nacional de Germano Augusto e Wilson Batista.

Em 1941 gravou as marchas Que chero bom de Jararaca e Laurindo de Almeida e Bebe Juju, de Jaime Guilherme e Santos Lima.

Em 1942 gravou pela Colúmbia o samba-choro Você não tem coração de Orlando Braga e Pedrito e o jongo Nego de Orlando Braga, Pedrito e Miguel Lima.

Em 1943 gravou o samba Meu coração é quem diz de Orlando Braga, Miguel Lima e Gil Lima e a batucada A Maria lava a roupa de Orlando Braga e João Bastos Filho.

Fonte: Cantoras do Brasil: Cynara Rios; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Sônia Barreto

Sônia Barreto, cantora, foi, ao lado de cantoras como Jesy Barbosa , Elsie Houston, Olga Praguer Coelho, Stefana de Macedo, Silvinha Mello e Dilu Melo, uma das principais divulgadoras de músicas folclóricas na década de 1930.

Foi contratada pela Victor em 1931 e em agosto daquele ano lançou o primeiro disco com acompanhamento de orquestra cantando a toada Beijo azul, de José Francisco de Freitas e Osvaldo Santiago e a valsa História de uma flor. No mesmo ano, gravou de Fernando Castro Barbosa o samba-canção Bastiano e o choro Ando a percurá.

Passou para a gravadora Columbia em 1932 e em seu disco de estréia no novo selo gravou com acompanhamento da Orquestra Columbia os fox-canção Tarde demais, de Lewis e Young e Descansa coração, de Simons e Marks, ambos com versão de Alberto Ribeiro.

No ano seguinte, gravou em dueto com Moacir Bueno Rocha a marcha Um beijo só, de Plínio Brito. Em 1934, chegou a constar entre as cinco mais votadas no concurso para a escolha da "Rainha do Rádio", concurso promovido pelo jornal Synthonia. Nesse ano, gravou o fox-trot Sombra...a saudade da luz e a valsa Por ti falam teus olhos, composições de José Maria de Abreu e Osvaldo Santiago, com acompanhamento de Pixinguinha e sua orquestra.

Em 1938, gravou as canções Quanto mais tu foges, mais te quero!, de Alberto Ribeiro e És a canção que eu canto, de sua autoria, com acompanhamento da Embaixada Regional de Raul Torres.

Ao todo, lançou 7 discos com 12 músicas pelas gravadoras Columbia e Victor.

Laura Suarez


Laura Suarez (23/11/1909 - circa 1990, Rio de Janeiro RJ), atriz, compositora e cantora, foi eleita Miss Ipanema em 1929. O acontecimento foi filmado e ainda existe o registro. Apesar de ser uma das mulheres mais bonitas de seu tempo, Laura buscou outros caminhos e também abraçou as carreiras de atriz, cantora e compositora. Foi feliz em todas elas.

Já em janeiro de 1930 seu primeiro disco chegava às lojas com duas toadas de sua autoria: Moreno, meu bem e Coco de Pagu.

Atuou no teatro em peças como Yára, de 1933, ao lado de Zezé Fonseca e Roberto Vilmar. Nesse mesmo ano ela se casou com Willian Melniker, diretor geral da Metro-Goldwyn-Mayer na América do Sul. O acontecimento foi de forma simples, voltado para a intimidade da família.

Em 1933 a revista Vida Moderna assim descrevia Laura: “Uma voz branda e quente, com qualquer coisa de preguiçoso, voz que parece provocar lassidões, que tem a virtude de perturbar e que desperta a vontade de sonhar..."

Gravou com regularidade, inclusive músicas de sua própria autoria, como Meu gaúcho, Felicidade que passa, Serenata, Embala rede, Moreno bamba, Você... você..., Velha canção e Os olhos de você, as duas últimas em parceria com o compositor Henrique Vogeler, autor de Linda flor (Ai, Yoyô)

Ao todo gravou 13 discos, todos pela gravadora Brunswick. Em 1941, já afastada das gravações, atuou na peça Trio em Lá Menor, ao lado dos atores Cacilda Becker e Raul Roulien.

Apareceu também em filmes como 24 Horas de Um Sonho (1941), onde aparece ao lado de Sarah Nobre, dirigidas por Chianca de Garcia, Tudo azul, de Moacyr Fenelon, de 1954, e Mulheres, cheguei, de Victor Lima, em 1961.

Laura também participou da telenovela Te Contei?, direção de Dennis Carvalho e escrita por Cassiano Gabus Mendes. Foi exibida em 1978 pela Rede Globo de Televisão.

Título da música: Pensa-me, diz o passado / Gênero musical: Modinha / Intérprete: Suarez, Laura / Compositores: Suarez, Laura - Carvalho, Vantuil de /Acompanhamento: violões / Gravadora: Brunswick / Número do Álbum: 10147 / Data de Lançamento: 1929-1931 / Lado: lado B / Rotações: Disco 78 rpm:




Fontes: Cantoras do Brasil: Laura Suarez; Dicionário Cravo Albin da MPB; Estrelas que Nunca se Apagam: Laura Suarez.

Laís Marival

Laís Marival (Maria Neomésia Negreiros), paulista de Taquiritinga, ganhou o pseudônimo do maestro Gaó. Cantora desde o início da década de 30, estreou em disco na gravadora Columbia em 1936, com os sambas Condenada (João Pacífico e Correia Leite) e Cada um dá o que tem (Raul Torres), acompanhada pelo Conjunto Regional Bandeirantes.

Em 1937 gravou os maracatus Onde o sol descamba (Ascenco Ferreira e Capiba) e Eu sou do forte (José Gonçalves, depois famoso como Zé da Zilda). Gravou nesse mesmo ano o samba Amanhã tem mais (Silvino Neto e Lírio Panicali) e a marcha Gorro de meia, (Silvino Neto) com acompanhamento de Otto Wey e sua orquestra.

Ainda em 37 gravou o samba É de virada e a marcha A quem queremos (ambas de Miguel Sandini e J. P. Camargo) e também o maracatu Meu ganzá e o samba-canção Saudades do morro (ambas de H. Celso e A . Santos), com a orquestra de Gaó.

Em 1938, gravou com a Orquestra Columbia o samba Apanhar não é prazer (Elpídio de Faria) e a marcha Você gosta de brincar (Lina Pesce), músicas classificadas em primeiro lugar nos gêneros samba e marcha do concurso Oficial da Divisão de Turismo e Divertimento Público da Prefeitura de São Paulo para o carnaval daquele ano.

Laís Marival gravou apenas seis discos na Columbia além de se apresentar em programas de rádios paulistanas, sumindo do cenário musical nacional ainda na década de 30.

Em 1987 a gravadora Revivendo lançou o LP Grandes Cantoras - Odete Amaral, Laís Marival, Aracy Cortes, Carmen Barbosa, relançando em disco as músicas Saudades do morro, Condenada e Cada um dá o que tem.

Em 2002, no volume 5 da série Carnaval - Sua História, sua glória, também da Revivendo, foi relançada sua interpretação para a marcha Você gosta de brincar. No volume Capiba - O poeta do frevo - 100 Anos, da mesma série, foi relançada sua interpretação para o frevo "Onde o sol descamba".

Cássia Eller

Cássia Eller, cantora e compositora, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 10 de Dezembro de 1962. Residiu em Santarém PA, Belo Horizonte MG e Brasília DF. Tocando violão desde os 18 anos, chegou também a cantar opera e frevo e a tocar surdo em grupo de samba.

Voltando ao Rio de Janeiro em 1990, foi contratada no mesmo ano pela Polygram. Seu primeiro disco, Cássia Eller, de 1990, incluiu regravações de Rubens (Premeditando o Breque), Já deu pra sentir (Itamar Assumpção), Qualquer dia (Legião Urbana) e um arranjo reggae para Eleanor Rigby (Beatles).

O segundo, Marginal, trouxe ECT (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Nando Reis). No terceiro disco, Cássia Eller, gravou uma versão de Malandragem (Frejat e Cazuza), muito tocada nas rádios. Em 1996 lançou Ao vivo, gravado nas apresentações carioca e paulista do show Violões. Em Veneno antimonotonia (1997), traz somente composições de Cazuza.

Impôs-se por seu estilo enérgico de interpretação, principalmente em razão de seu timbre vocal de contralto - uma das mais marcantes vozes da nova MPB.

Faleceu no Rio de Janeiro em 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos de idade.

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha

Arnaldo Antunes

Arnaldo Antunes (Arnaldo Antunes Filho), compositor, cantor e poeta, nasceu em 02/09/1960 na cidade de São Paulo, SP. Iniciou a carreira artística em 1982, quando integrou o grupo músico-teatral Aguilar e Banda Performática, que chegaria a lançar um LP independente.

Ainda no mesmo ano, entrou para o grupo Titãs do Iê-Iê, que logo abreviaria o nome para Titãs, banda na qual permaneceu até 1992.

Entre 1982 e 1992, quando integrou os Titãs, realizou inúmeras apresentações por todo o Brasil e em outros países como Suiça (Festival de Montreaux, em 1989), Portugal e EUA.

No ano de 1992 recebeu o "Prêmio de Melhor Música do Ano" com Grávida, (c/ Marina Lima) da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte).

A partir de 1993, iniciou carreira solo lançando o CD Nome, projeto multimídia acompanhado de livro e vídeo. Do disco participaram Péricles Cavalcanti, Edgard Scandurra, Marisa Monte, Arto Lindsay e João Donato, entre outros.

Nos anos seguintes, lançou o CD Ninguém (1995) e o disco O silêncio (1996).

Fez parcerias com vários artistas, principalmente na década de 1980, entre os quais se destacam Jorge Benjor, Gilberto Gil, Arto Lindsay, João Donato, Roberto Frejat, Arrigo Barnabé, Paulo Leminski, Roberto de Carvalho, Cazuza, Frejat, Pepeu Gomes, Alice Ruiz, Edgard Scandurra, Carlinhos Brown e Marisa Monte.

Em 1998, lançou o quarto disco, Um som, que, apesar de manter o tom de experimentação, apresentou um acabamento mais pop.

Como poeta, com forte influência do movimento Concretista, recebeu elogios dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos, que o consideram um dos melhores poetas da sua geração.

Participou, em 1999, de dois projetos ligados a Chico Buarque, interpretando Cotidiano, no songbook preparado por Almir Chediak, e participou da exposição "A imagem do som de Chico Buarque", promovida pelo Paço Imperial (RJ), com um trabalho inspirado na composição Meu refrão.

Em 2000, compôs a trilha sonora para o espetáculo de dança O corpo, do Grupo Corpo, de Belo Horizonte. No ano seguinte, lançou pela gravadora BMG Paradeiro, o quinto disco solo, no qual incluiu Exagerado (Cazuza, Ezequiel Neves e Leoni), Luzes (José Miguel Wisnik e Paulo Leminski) e ainda Na massa (c/ Davi Moraes), Atenção (c/ Alice Ruiz e João Bandeira), Santa (c/ Carlinhos Brown), Debaixo d'Água, Se tudo pode acontecer, Cidade, Essa mulher, parceria com Carlinhos Brown e Marisa Monte e ainda a faixa-título Paradeiro, interpretada em dueto com Marisa Monte. O disco foi produzido por Carlinhos Brown e Alê Siqueira.

Ainda neste ano de 2001, Zélia Duncan fez sucesso com Alma, composição de sua autoria em parceria com Pepeu Gomes. Neste mesmo ano, Suzana Salles gravou Paraíso eu, de sua autoria no CD As sílabas.

Suas composições foram gravadas por vários artistas, entre eles, Ira!, Sandra de Sá, Ney Matogrosso e Cássia Eller, no sucesso Socorro, em parceria com a poeta Alice Ruiz.

No ano de 2002, ao lado de Angela RôRô, participou como convidado de Roberto Frejat do "Projeto Concertos MPBR", apresentado no Canecão, no Rio de Janeiro. Ainda neste ano, ao lado de Branco Mello, Biquini Cavadão, Jair Oliveira, Penélope, Nando Reis e Frejat, participou do CD da ópera-rock Eu e meu guarda Chuva, com composições de Branco Mello em parceria com Ciro Pessoa, produzido por Luiz Carlos e Bruno Gouveia.

Neste mesmo ano, participou outra vez do "Projeto Concertos MPBR", desta vez na casa de espetáculo Tom Brasil, em São Paulo, tendo Jussara e Frejat como convidados especiais. Elza Soares gravou de sua autoria Eu vou ficar aqui no disco Do cóccix até o pescoço. Ainda em 2002, gravou junto à Marisa Monte e Carlinhos Brown o disco Os tribalistas. O disco ainda contou com as participações de Margareth Menezes (voz), Dadi Carvalho (violão, guitarra slide, guitarra, bandolim, cavaquinho, piano, órgão Hammond e acordeom) e Cezar Mendes (violão).

No repertório, as parcerias de Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte em Carnavália, Um a um, O amor é feio, É você, Mary Cristo, Anjo da guarda, Lá de longe, Já sei namorar, Tribalistas, Velha infância (c/ Davi Moraes e Pedro Baby), Passe em casa (c/ Margareth Menezes) e Carnalismo (c/ Cezar Mendes), além de Pecado é lhe deixar de molho (Carlinhos Brown, Marisa Monte e Cezar Mendes).

A gravação foi realizada em apenas duas semanas, no estúdio caseiro de Marisa Monte, sendo filmada por câmeras digitais que geraram as imagens para o DVD. O disco, produzido por Alê Siqueira, atingiu rapidamente altos índices de vendagem, com o grande sucesso obtido pela faixa Já sei namorar. Ainda em 2002, os artistas foram contemplados com o Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Artes de São Paulo) de Melhor Disco e com o Troféu Imprensa, nas categorias Melhor Grupo e Melhor Música (Já sei namorar). Neste mesmo ano de 2002 Gal Costa regravou com sucesso Socorro (Arnaldo Antunes e Alice Ruiz) no disco Gal bossa tropical. Ainda em 2002 foi lançado o livro A vida até parece uma festa, biografia do grupo Titãs escrita pelos jornalistas Hérica Marmo e Luiz André Alzer.

No ano de 2003 Arnaldo Antunes apresentou o show "Paradeiro", no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Participou de vários disco de tributo, entre eles, Chico Buarque, João Donato, Cazuza e Mutantes. Fez também participações em discos de outros artistas: CD Jota Quest - MTVT ao vivo na faixa Tanto faz; no CD O Grande Circo Místico da peça homônima, na música A bailarina; no disco Memórias, crônicas e declarações de amor, de Marisa Monte na faixa Amor I love you; no CD São Paulo confessions, de Suba, na faixa Abraço"; no disco da banda baiana de rock Penélope, na faixa-título Superfantástico; também na faixa Máximo fim do disco No olho do lago?, do cantor e compositor Cid Campos (filho do poeta concretista Augusto de Campos); na faixa Poemas do disco João Marcelo Bôscoli e CIA, e no disco Meu nome é Brasil, de Moraes Moreira, no qual em parceria com o anfitrião interpretou 'Trem das onze, de Adoniran Barbosa, entre tantos outros.

Apresentou-se em festivais na Espanha e Portugal e ainda em uma turnê, com Marisa Monte e Carlinhos Brown, na Europa, divulgando o disco Os Tribalistas, que vendeu no ano de seu lançamento 900 mil cópias (oficiais) no Brasil e 80 mil na Itália. Embora o projeto "Os Tribalistas" tenha se limitado ao lançamento do CD e do DVD, sem a intenção de espetáculos ao vivo, em 2003 o grupo fez um showcase para jornalistas e diretores da gravadora EMI, em Paris, e apresentou-se na festa de entrega do Grammy Latino, em Nova York.

Nesse mesmo ano, foi contemplado com os seguintes prêmios: "Multishow de Música Brasileira", nas categorias "Melhor CD", "Melhor DVD" e "Melhor Música" com Já sei namorar; prêmio "Austregésilo de Athayde", da Academia Brasileira de Letras, na categoria "Melhor CD", prêmio "Tim" na categoria "Melhor Grupo"; Grammy Latino, na categoria "Melhor Álbum Pop Brasileiro Contemporâneo"; prêmio "Nickelodeon Brasil", nas categorias "Melhor Música" (Já sei namorar) e "Melhor Banda"; "Melhor Artista Internacional", no "Festival Bar Verona Itália"; prêmio Ondas (Espanha), na categoria "Melhor Artista ou Grupo Latino"; e "Italian Music Awards", na categoria "Revelação Internacional".

Foram também premiados pela revista "Rolling Stones" (edição argentina), nas categorias "20 Melhores Discos", "Dez Celebridades" e "Cinco Melhores DVDs". Em Portugal, o disco atingiu a vendagem de 190.000 cópias, o equivalente a quatro discos de platina, registrando a maior vendagem do ano no país.

Ainda em 2003, Rita Lee gravou no CD Balacobaco a canção Já te falei, parceria inédita de Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Dadi Carvalho. Nesse mesmo ano, a editora Gryphus lançou "Tribalistas - Livro de Partituras".

Com mais de 1 milhão de cópias vendidas no Brasil e 800 mil no exterior, o disco foi contemplado, em 2004, com o Prêmio Amigo, concedido pela indústria fonográfica da Espanha, na categoria "Melhor Álbum Latino". Nesse mesmo ano, a faixa É você foi incluída na trilha sonora da novela Da cor do pecado, da Rede Globo.

Ainda em 2004 a banda Titãs lançou o primeiro disco pela nova gravadora BMG: Como estão vocês?, no qual foi incluída de sua autoria Esperando para atravessar a rua, parceria com Tony Belloto e Charles Gavin. Em abril de 2004 lançou o CD Saiba, por seu próprio selo Rosa Celeste, com distribuição da gravadora BMG. Do disco, produzido em parceria com Chico Neves, destacaram-se as faixas Elizabeth no Chuí (c/ Carlinhos Brown) e Consumado, composta em parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown, além da faixa-título e a regravação de A razão dá-se a quem tem (Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves).

Neste mesmo ano Rita Lee, no disco Rita Lee - MTV ao vivo, incluiu de sua autoria Meio fio, parceria com Rita Lee e Roberto de Carvalho. Ainda em 2004 Arnaldo Antunes compôs Alegria, música que integrou a trilha sonora de Benjamim, filme de Monique Gardenberg baseado em romance homônimo de Chico Buarque. O filme recebeu sete indicações no "Grande Prêmio Cinema Brasil", sendo uma delas na categoria "Melhor trilha sonora".

No ano de 2006 lançou o CD Qualquers no qual foram incluídas Hotel Fraternité, sobe poema do alemão Hans Magnus Enzenberger, traduzido por Aldo Fortes e incluída no filme Achados e perdidos, do diretor José Joffily; Pra lá (c/ Adriana Calcanhotto); O que você quer saber de verdade e Contato imediato, ambas em parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown), Qualquer, parceria com os portugueses Helder Gonçalves e Manuela Azevedo, integrantes da banda Clã e ainda Num dia (c/ Helder Gonçalves, Manuela Azevedo e Chico Salem; 2 perdidos e Da aurora até o luar, ambas com Dadi; Lua vermelha e Sem você, ambas com Carlinhos Brown; Eu não sou da sua rua (c/ Branco Mello); As coisas (c/ Gilberto Gil), além de duas outras composições Acabou chorare (Moraes Moreira e Luiz Galvão) e Nossa Bagdá, de Péricles Cavalcanti.

O disco contou com produção de Alê Siqueira e com os músicos Paulo Tatit (baixo e violão), Edgard Scandurra (guitarra), Daniel Jobim (piano elétrico), Chico Salem e Cezar Mendes (violões de aço e de nylon), Dadi (baixo, bandolim, guitarra sitar e okulele). A turnê de lançamento do disco Qualquer conta também com cenário e um video de média-metragem com imagens e fotos feitas pela fotógrafa e artista Márcia Xavier, namorada de Arnaldo Antunes.

No ano de 2007 lançou em show no Allegro Bistrô - Modern Sound, em Copacabana, o CD e DVD Ao vivo no estúdio, gravadora Biscoito Fino, no qual interpretou várias composições, entre elas Eu não sou da rua (c/ Branco Mello), com a participação especial do parceiro; Para la´ (c/ Adriana Calcanhoto); Não vou me adaptar, com participação de Nando Reis; Judiaria (Lupicínio Rodrigues), com participação do guitarrista Edgard Scandurra; Velha infância e a Um a um, ambas em parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown e nas quais contou com a participação dos parceiros e do baixista Dadi. Também foram incluídas no CD e no DVD as faixas Qualquer coisa (Caetano Veloso), As coisas, parceria com Gilberto Gil, Socorro (c/ Alice Ruiz) e Se tudo pode aparecer, além da única inédita Quarto de dormi, em parceria com Marcelo Jeneci. Neste mesmo ano Paulinho da Viola interpretou Talismã, primeira parceria de Paulinho da Viola, Marisa Monte e Arnaldo Antunes, no disco Paulinho da Viola - Acústico MTV.

Suas composições foram gravadas por diversos artistas da MPB: Lua vermelha, parceria com Carlinhos Brown, gravada por Maria Bethânia no CD Âmbar (1996), Eu não sou da sua rua, parceria com Branco Mello, gravada por Marisa Monte no CD Mais (1990); As coisas, parceria com Gilberto Gil, gravada pelo parceiro em dueto com Caetano Veloso no disco Tropicália 2 (1993) e ainda Sem você, gravada pelo parceiro Carlinhos Brown em 1998 no CD Omelete Man, esta regravada pelo próprio Arnaldo Antunes junto com Arto Lindsay e Davi Moraes para a coletânea Red Hot Lisbon, lançada no exterior.

Biografia: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

sexta-feira, abril 16, 2010

Jurandir da Mangueira

Jurandir da Mangueira (Jurandir Pereira da Silva), compositor e cantor, nasceu em 1939 no Município de Campos dos Goitacazes-RJ, e faleceu no Rio de Janeiro em 25/04/2007. Morou na Favela do Esqueleto e em Vila Kenedy, desde a fundação do bairro, em 1969.

Integrou a Ala dos Compositores da Mangueira e a Velha-Guarda da Mangueira. Exerceu várias profissões, como sapateiro e caldeireiro na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Faleceu em decorrência de problemas cardíacos, sendo sepultado no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

Como compositor, teve entre seus parceiros Comprido, Darci da Mangueira e Hélio Turco.

Em 1969, a Escola de Samba Mangueira classificou-se em 2º lugar do Grupo 1 com um samba de sua autoria, Mercadores e suas tradições, em parceria com Darci da Mangueira e Hélio Turco. Dois anos mais tarde, a Escola desfilaria outra vez com outro samba de sua autoria, Modernos bandeirantes (c/ Hélio Turco e Darci da Mangueira), clasificando-se em 4º lugar do Grupo 1.

No ano de 1984, seu samba-enredo Yes, nós temos Braguinha, em parceria com Hélio Turco e Darci da Mangueira, representou a Mangueira na avenida, conseguindo boa aceitação do público. A escola foi a campeã do desfile com este samba, que também inaugurou o Sambódromo Darcy Ribeiro, projetado por Oscar Niemeyer em 1983.

Ainda em 1984 Beth Carvalho interpretou de sua autoria Vovó Chica. No ano seguinte, em 1985, outro samba seu Abram alas, que eu quero passar - Chiquinha Gonzaga (c/ Hélio Turco e Darci da Mangueira) também representou a Mangueira no carnaval daquele ano, classificando a escola em 7º lugar do Grupo 1. Beth Carvalho regravou Vovó Chica em seu disco ao vivo, de 1987.

Em 1988 100 anos de liberdade - realidade ou ilusão (Alvinho e Hélio Turco) classificou a escola em 2º lugar do Grupo 1. Neste mesmo ano, Emílio Santiago incluiu este samba-enredo no LP Aquarela brasileira.

No ano de 1989, o grupo Fundo de Quintal, no LP Ciranda do povo, lançado pela gravadora RGE, incluiu de sua autoria "Folha de zinco", em parceria com Ratinho.

Um de seus maires sucessos é a composição Transformação, em parceria com João da Gente.

Em 1991, com a reformulação da Velha-Guarda da Mangueira, que de 26 componentes ficou apenas com 13, permaneceu reforçando o coro com sua voz firme. Em 1998, ainda como integrante da Velha-Guarda da Mangueira, participou do CD Chico Buarque de Mangueira, gravado pela BMG, no qual interpretou Capital do samba, de Zé Ramos.

No ano seguinte, participou do CD Velha-guarda da Mangueira e convidados, no qual constou a composição Palácio encantado, em parceria com Irson Pinto. Este disco, editado pela gravadora Nikita Music, contou com as participações de Dona Neuma, Dona Zica, Nelson Sargento, Fernanda Abreu, Noca da Portela e muitos outros.

No ano 2000, o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro produziu o CD duplo Mangueira - sambas de terreiro e outros sambas, no qual participou das faixas Chega de demanda (Cartola), Alegria (Cartola e Gradim), Sai da minha frente (Zagaia), Vela acesa (Fandinho) e Minha companheira, composição dele próprio. Também neste mesmo ano, foi o puxador oficial do samba-enredo da Escola Canários de Laranjeiras.

No ano de 2001, ao lado de Dauro do Salgueiro, Nei Lopes, Nelson Sargento, Dona Ivone Lara, Baianinho, Niltinho Tristeza, Casquinha, Zé Luiz, Nilton Campolino, Monarco, Jair do Cavaquinho, Elton Medeiros, Luiz Grande e Aluízio Machado, participou do show Meninos do Rio, apresentado no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, foi lançado o CD homônimo, no qual interpretou de sua autoria Transformação e Vovó Chica.

Em 2003, foi um dos convidados do grupo Dobrando a Esquina, que se apresentava todas as terças-feiras no bar Carioca da Gema, no Centro do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, participou da festa de inauguração do Teatro Mário lago, em Vila Kennedy, apresentando-se no show Nós no samba, ao lado de Serginho Meriti, entre outros.

Em 2005, pelo Selo Candongueiro, do Centro Cultural Candongueiro, de Pendotiba, lançou o primeiro disco solo. O lançamento aconteceu no Teatro Municipal de Niterói e posteriormente no Teatro Rival BR.

No ano de 2006 acompanhado pelo grupo É do Baú, integrado por Diego França (violão 7 cordas), Pitt (surdo), Helinho (cavaquinho), Gersinho (tantan e repique de mão) e Thiago (pandeiro) e com as particpações especiais de Iracema Monteiro, Dayse do Banjo e Aldo Bueno, apresentou-se na casa Traço de União, tradicional reduto do samba paulista.

Durante sua carreira ganhou por 12 vezes o samba-enredo da Mangueira.

Obras

Abram alas que eu quero passar (c/ Darci da Mangueira e Hélio Turco) • Cem anos de liberdade, realidade ou ilusão (c/ Alvinho e Hélio Turco) • Folha de zinco (c/ Ratinho) • Mercadores e suas tradições (c/ Darci da Mangueira e Hélio Turco) • Minha companheiraModernos bandeirantes (c/ Darci da Mangueira e Hélio Turco) • Palácio encantado (c/ Irson Pinto) • Transformação (c/ João da Gente) • Vovó Chica

Fonte: samba campista - Série Biografia

Jair do Cavaquinho

Jair do Cavaquinho (Jair de Araújo Costa), instrumentista e compositor - Rio de Janeiro RJ, 26/4/1922. Nascido em Madureira, desde os oito anos de idade já participava dos ensaios da Portela, levado pela mãe.

Em 1960 participou dos LPs A voz do morro, volumes I e II, da Musidisc. Durante 15 anos foi conhecido como Jair do Tamborim, tocando na bateria da escola, mas começou a compor com o cavaquinho. Sua primeira composição foi o samba Meu barracão de zinco, gravado por Jamelão, também seu parceiro, em 1962.

Outro de seus parceiros, vizinho na Parada de Lucas, na Vila Esperança, foi Nelson Cavaquinho, com quem fez Vou partir (1965), Eu e as flores (1969) e Enquanto a cidade dorme (1975).

Em 1965, participou, com Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Nelson Sargento e Nescarzinho do Salgueiro, do musical Rosa de ouro, organizado por Hermínio Bello de Carvalho, no Teatro Jovem, do Rio de Janeiro, que relançou Araci Cortes e apresentou Clementina de Jesus.

Em seguida foi convidado a participar do conjunto Voz do Morro, com Zé Keti e os elementos do Rosa de Ouro, acrescido de Oscar Bigode e José Cruz. Com essa formação, gravou pela Musidisc o LP Roda de samba, volume I, com Pecadora (com Joãozinho) e Meu viver (com Elton Medeiros e Kléber Santos), e volume II, do qual também participou Nelson Sargento.

No mesmo ano, a Odeon lançou o LP Rosa de ouro, volume I. Em 1967 sua composição E a rosa voltou foi gravada pelo grupo no volume II do LP Rosa de ouro. Ainda em 1967 integrou o Conjunto Cinco Crioulos, com Elton Medeiros, Nelson Sargento, Nescarzinho do Salgueiro — do Rosa de Ouro — e Mauro Duarte, gravando pela Odeon, de 1967 a 1969, três LPs, sendo um deles Cinco crioulos (1968).

Em 1969, seu samba-enredo Treze naus ganhou o concurso na Portela. Na década de 1970 participou, ao lado de compositores de diversas escolas, do conjunto Cinco Só. Entre suas composições mais conhecidas estão, além de Vou partir, gravada por Elizeth Cardoso em 1965, Pecadora e Tudo em vão, gravadas por Nara Leão em 1976 e Fim do nosso amor, gravada por Norimar em 1993.

CD

Rosa de Ouro vol. 1 e 2, 1993, EMI 827301-2 (Série dois em um).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha

Baianinho

Baianinho (Eládio Gomes dos Santos), compositor, nasceu em Salvador BA, em 3/9/1936. Começou em 1942 na banda de música da escola municipal, onde estudou, tocando clarineta e requinta.

Em 1946 mudou-se. para o Rio de Janeiro, indo morar no bairro de Cavalcanti. Juntamente com outros músicos, fundou em 1959 o G.R.E.S. Em Cima da Hora, integrando a ala dos compositores.

Em 1963, 1964 e 1973, a escola desfilou com sambas-enredo de sua autoria, respectivamente Insurreição pernambucana, Apoteose econômica e financeira do Império (ambos com Zeca do Varejo) e O sabor poético da literatura de cordel.

Em 1971 fez sucesso com o samba Ê baiana (com Fabrício da Silva, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), gravado por Clara Nunes na Odeon. Em 1972 integrou o conjunto Os Cinco Só e no ano seguinte apresentou-se como cantor no Teatro Opinião, do Rio de Janeiro.

Obras

Ê baiana (c/Fabrício da Silva, Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), samba, 1971; O sabor poético da literatura de cordel, samba-enredo, 1973.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Dauro do Salgueiro

Dauro do Salgueiro (Dauro Ribeiro), compositor e cantor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 13/10/1935. Integrante do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro desde 1958, em 1963 ingressou em sua ala dos compositores e no ano seguinte gravou sua primeira música, o samba Graças a Deus (com Binha), no LP Musidisc Ala dos compositores do Salgueiro.

Em 1966, ainda como cantor, gravou em compacto Etiqueta o samba Ironia do destino (c/Zuzuca e Adir Morais).

Com Nininha, Zé Pinto e Mário compôs, em 1975, o samba-enredo Segredo das minas do rei Salomão, que fez enorme sucesso no desfile do Salgueiro.

No mesmo ano seu Hino de amor ao Salgueiro (com Ney Lopes e João Laurindo), interpretado por Zuzuca, foi incluído no LP CBS As minas do rei Salomão.

Obras

Graças a Deus (c/Binha), samba, 1964; Hino de amor ao Salgueiro (c/Ney Lopes e João Laurindo), 1975; Ironia do destino (c/Zuzuca e Adir Morais), samba, 1966; Segredo das minas do rei Salomão (c/Nininha, Zé Pinto e Mário), samba-enredo, 1975.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha

quinta-feira, abril 15, 2010

Geraldo Babão

Geraldo Babão (Geraldo Soares de Carvalho, compositor, instrumentista e flautista (de onde herdou o apelido Babão), nasceu no bairro Terreiro Grande, no Morro do Salgueiro, Rio de Janeiro em 20/7/1926, e faleceu na mesma cidade em 22/5/1988. Durante anos trabalhou como carregador de engradados de cerveja, trocador de ônibus, engraxate e entregador.

Compositor brilhante, Geraldo Babão teve seu primeiro samba-enredo cantado em 1940, ainda na Unidos do Salgueiro, quando a escola desfilou na Praça Onze, com o enredo "Terra Amada".

Com a fusão das escolas Azul e Branco e Depois Eu Digo, para a fundação do Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, Geraldo Babão continuou fiel à Unidos do Salgueiro que viria a desaparecer alguns anos mais tarde, e passou a fazer parte também da ala de compositores da Unidos de Vila Isabel, onde compôs os sambas de enredo "Castro Alves - Poeta dos escravos" (1959) e "Imprensa régia" (1960).

Em 1962, convidado por seu amigo Tião da Alda, então diretor de bateria do Salgueiro, passou a integrar a Ala dos Compositores da escola. O samba-enredo "Descobrimento do Brasil", de sua autoria, classificou o Salgueiro em terceiro lugar no Grupo 1 do carnaval daquele ano.

Dois anos depois, compôs com seu irmão, irmão Jarbas Soares de Carvalho (Binha) e Djalma Sabiá, um dos mais conhecidos sambas da escola: Chico-Rei.

A escola seria campeã do carnaval, em 1965 - História do Carnaval Carioca - com um samba feito por Babão em parceria com Valdelino Rosa. A escola desfilaria ainda com um samba de Geraldo Babão em 1973 ("Eneida, amor e fantasia") e 1977 ("Do cauim ao efó, com moça branca, branquinha).

Em 1974, foi lançado o LP "História das escolas de samba: Salgueiro", pelo selo Marcus Pereira, no qual interpretou algumas de suas composições. Dois anos depois, sua composição "Samba do sofá" (com Dicró) foi registrada por Roberto Ribeiro, no LP "Arrasta povo".

Faleceu em conseqüência de complicações acarretadas por um tombo na escadaria que liga a Lapa (Rua Joaquim Silva) à Santa Teresa.

Após sua morte, a BMG lançou, em 2001, a série "Sambas da Minha Terra", coletânea que incluiu sua composição "Viola de maçaranduba", cantada pelo próprio Geraldo Babão. No ano de 2002, Martinho da Vila incluiu "Chico Rei" no disco "Voz e coração", com a participação especial do percussionista Naná Vasconcelos.

Ederaldo Gentil

Ederaldo Gentil, cantor e compositor, nasceu no dia 7 de setembro de 1943, no Largo Dois de Julho, um dos tradicionais bairros do centro de Salvador. Seus pais foram D. Maria José de Souza (D. Zezé) e Sr. Carlos Gentil Peres, antigo relojoeiro da capital baiana. Foi no Largo Dois de Julho que o menino Ederaldo Gentil passou parte da sua infância, brincando, estudando e trabalhando na modesta oficina do pai. Foi desta forma que aprendeu o ofício de relojoeiro o que ajudava nas rendas financeiras da família bastante numerosa.

Ainda adolescente mudou-se para o bairro do Tororó, também na área central da cidade, que era nessa época, o mais forte reduto do carnaval baiano. Ali podiam ser encontradas diversas agremiações carnavalescas, como o bloco Os Apaches do Tororó, a Escola de Samba Filhos do Tororó, entre outras. O menino Ederaldo começou bem cedo o gosto pelo carnaval, acompanhando o pai nos bailes à fantasia que eram realizados nos clubes tradicionais da cidade.

Por residir perto do QG do samba baiano, Ederaldo passou a freqüentar os ensaios da bateria da escola Filhos do Tororó. A sua facilidade em tocar instrumentos rítmicos logo despertaria a curiosidade e atenção dos mais velhos e compenetrados sambistas. Desses, em especial Arnaldo Silva (o Sêu Arnaldo), então presidente da Escola, foi quem lhe deu primeiro incentivo para o entrosamento no mundo do samba. Ainda adolescente, Ederaldo começa a elaborar as suas primeiras composições, participando ativamente da ala dos compositores da escola de samba Filhos do Tororó. Os seus sambas passam a ser cantados nos ensaios da escola.

A luta do dia-a-dia
Do lado de cá, as dificuldades da vida obrigavam o jovem Ederaldo a procurar outras atividades profissionais para sobreviver. Por esse período, chegou a ter uma rápida passagem pelo mundo do futebol, onde atuou como meia-esquerda no Esporte Clube Guarany. Fazia uma dupla imbatível com o ex-jogador André Catimba, este que seria, mais tarde, um dos maiores nomes da história do Esporte Clube Vitória. Consta que Ederaldo Gentil chegou também a treinar no Vitória, porém a sua vocação maior não era o futebol, e sim, a música popular, e em especial, o samba. Contam os que o viram jogar que, comparado a muitos dos “craques” de hoje, o Ederaldo teria, com certeza, espaço em qualquer grande clube do Brasil ou do exterior, entretanto a música falaria mais alto em sua opção de vida.

Por esse tempo continuava ligado à música compondo suas canções. No ano de 1967 vence um concurso municipal para o carnaval de Salvador com a música "Rio de Lágrimas", defendida pela cantora Raquel Mendes. A partir daí, durante alguns anos, torna-se presença constante nesses concursos, sempre obtendo as primeiras colocações. Chegou a repetir a façanha de obter o primeiro lugar por três anos consecutivos.

Uma das composições vitoriosas dessa fase foi o samba "Esquece a Tristeza" que seria gravado mais tarde pelo cantor e compositor Tião Motorista, já falecido. Ainda em 1967, vence o concurso interno de samba-enredo da escola Filhos do Tororó com a música "Dois de Fevereiro", a qual aborda o tema da famosa festa de Yemanjá, que acontece anualmente no bairro do Rio Vermelho. Foi nesse ano que ele teve, pela primeira vez, a alegria de ter dois sambas seus na boca do povo.

No ano de 1969 houve um fato, inusitado até hoje, na história do carnaval baiano, quiçá do país. Indisposto com as dissenções internas da sua escola, Ederaldo resolve se afastar. Imediatamente seria assediado pelas escolas concorrentes que o convidam para compor seus sambas-enredos. O resultado foi que, no carnaval de 1970, todas as outras nove escolas de samba de Salvador saíram no desfile principal da cidade com sambas-enredos assinados pelo mesmo compositor, Ederaldo Gentil. A única que não trazia essa autoria era, simplesmente, a sua escola - Filhos do Tororó. Esse fato por si só já seria digno de registro no livro de recordes - O Guinness Book.

A estréia nacional

Como compositor urbano, fora do ambiente carnavalesco, Ederaldo Gentil aportou para valer na cena da MPB no ano de 1970 através das composições Berequetê e Alô Madrugada (esta última em parceria com Edil Pacheco). O criador desses sucessos foi o cantor paulista Jair Rodrigues, na época um dos nomes de maior cartaz como sambista. Foram gravadas no disco LP “Talento e Bossa – JAIR RODRIGUES”, Philips R765. 117, ano de 1970.

Foi o batismo musical deste jovem e talentoso músico. Essa abertura facilitou-lhe a aproximação com outros cantores nacionais como Alcione, Eliana Pittman, Leny Andrade e Conjunto Nosso Samba que se interessaram por suas músicas. Estava dado o primeiro passo para ter, dessa forma, o devido reconhecimento nacional como compositor.

Em 1972, transferiu-se temporariamente para a cidade de São Paulo onde tenta gravar o seu próprio disco. Nesse tempo, recebeu o incentivo e a ajuda de pessoas como o ator Juca de Oliveira, o produtor e pesquisador musical Fernando Faro, Walter Silva - o “Pica-Pau” e o Magno Salermo. Esse tempo na capital paulista se dividia em apresentações em programas de rádio e também de TVs, como a TV Cultura e a TV Record (Mixturação).

Embora contasse com a boa vontade dos amigos paulistas, o disco demorava a sair, e, decepcionado, retorna no final de 1972 à sua Bahia. É o reencontro com a família, os amigos e também com seu ofício de relojoeiro. Reaproxima-se também da sua escola de samba, onde, após as pazes com os dirigentes, resolve participar do enredo daquele ano que comemorava o cinqüentenário da maior ialorixá da Bahia, Menininha do Gantois.

O seu samba "In-Lê-In- Lá" é, para variar, novamente o vencedor desse ano. Seria também a sua despedida da atividade de compor sambas-enredos. Essa música seria gravada por ele próprio alguns anos depois no seu segundo disco LP.

O ouro e a madeira

Em 1975, a gravadora Chantecler o convoca de volta a São Paulo onde grava um compacto simples (vinil), que trazia as composições "O Ouro e a Madeira" e "Triste Samba", ambas de sua exclusiva autoria. A primeira composição fêz um relativo sucesso em sua voz, despertando a atenção do radialista e produtor musical Adelzon Alves, na época trabalhando com a cantora mineira Clara Nunes e outros artistas do mundo do samba. Foi no famoso programa radiofônico do Adelzon Alves, o Comando da Madrugada, da rádio Globo do Rio de Janeiro, que se decidiu a gravação do samba O Ouro e a Madeira pelo grupo Nosso Samba (acompanhantes oficiais da Clara Nunes). Essa nova gravação do samba foi, como se diz no jargão do mundo fonográfico, um estouro!

Esse destaque fêz com que a gravadora Chantecler o convidasse para uma nova gravação. Desta feita, para a sua surpresa, não mais um simples compacto, mas sim, um longa-duração (LP), o primeiro de sua carreira. E assim surge, ainda em 1975, o disco Samba, Canto Livre de Um Povo, que trazia novamente o sucesso "O Ouro e a Madeira". Esse disco é hoje uma raridade, visto que ainda não foi reeditado em CD, assim como os seus outros discos em vinil. Embora não tenha tido um maior rigor técnico da produção, esse trabalho do Ederaldo mereceu, na época do seu lançamento, comentários bastante favoráveis da crítica especializada.

Ainda pela gravadora Chantecler, lança no ano seguinte (1976) outro LP, intitulado Pequenino. Dessa vez a produção se esmerou (o que não aconteceu com o primeiro), e o disco, tecnicamente irrepreensível, trouxe um time de músicos e arranjadores da pesada como João de Aquino, Waldir Silva, Altamiro Carrilho, Luna, Eliseu, Marçal, Jorginho, Pedro Sorongo e um coro de primeira com Dinorá, Zélio, Eurídice, Da Fé, Therezinha e outros. No repertório desse LP destacam-se os sambas De Menor, Dois de Fevereiro e In-Lê-In-Lá. Estava então consolidado o seu nome no universo fonográfico brasileiro. São vários os convites para participar de shows e apresentações em rádio e TV.

Participou, em 1977, na rádio Jornal do Brasil RJ como entrevistado especial do programa Especial JB-AM, apresentado pelo radialista Haroldo Saroldi. Já consagrado na mídia, Ederaldo retoma em Salvador aos seus shows. Ao seu lado grandes companheiros do mundo do samba como Edil Pacheco, Batatinha, Riachão, Nelson Rufino, Walmir Lima e outros. No final da década de 70, protagoniza ao lado de Edil Pacheco e Batatinha (já falecido) o show O Samba Nasceu na Bahia, que ficaria célebre na história da música baiana.

A despeito da qualidade do seu trabalho, inexplicavelmente permanece cerca de sete anos sem gravar. Parece que os seus discos não alcançaram vendagens que atendessem às expectativas financeiras dos executivos das gravadoras.

Devido a esse "jejum" fonográfico, resolve lutar contra a indiferença para com o seu trabalho. Começa no ano de 1982 a produzir um disco independente, concluindo o projeto dois anos depois com o lançamento do LP denominado Identidade. Esse disco foi todo gravado nos estúdios da WR em Salvador, contando com o apoio de diversos amigos. Entre esses, alguns músicos, compositores, divulgadores e outras pessoas identificadas com o projeto. Em seu texto, na contra-capa do disco, ele cita todas as pessoas (uma relação enorme) que o ajudaram nesse trabalho.

Sobre o valor do Ederaldo Gentil como compositor, o produtor e crítico musical Roberto Moura, assim se expressa na contra-capa do disco Pequenino: "Ederaldo guarda um estilo macio. Mesmo nos temas ácidos. Talvez alguma coisa entre Ataulfo Alves e seu parceiro Batatinha".

O declínio
Durante todos esses anos, continuou junto com os parceiros Edil Pacheco e Batatinha, promovendo a anual festa da noite do samba na Bahia todo dia 2 de dezembro. O tempo passou e Ederaldo Gentil viu o seu nome sendo pouco à pouco esquecido pela mídia e pelas gravadoras. As suas canções, consagradas por vários cantores nacionais, ainda continuavam sendo executadas nos bares das noites baianas, porém muitos nem sabiam que eram de sua autoria. Contam os amigos que, antes da reforma do bairro do Pelourinho, ele ainda gostava de circular pelas ruas do Centro Histórico, e, às vezes, chegava a corrigir quando os cantores e boêmios erravam cantando suas músicas. Esse fato se deu mais de uma vêz no espaço cultural da Cantina da Lua no Terreiro de Jesus.

Os anos 90 seriam terríveis para os artistas tradicionais do samba baiano. A invasão do fenômeno batizado primeiramente de fricote e mais tarde, indevidamente, de axé-music, é a pá de cal para a música de Ederaldo Gentil e outras da mesma linha. O historiador Luiz Américo Lisboa Júnior, em seu livro 81 Temas da Música Popular Brasileira, conta que no ano de 1991 Ederaldo participou, com outros compositores do samba tradicional, de um projeto que usava a tecnologia do trio elétrico para apresentar um outro lado do carnaval baiano. Houve até apoio da prefeitura, mas o momento era ingrato, pois a concorrência com as estrelas da chamada axé-music era desleal. Tudo isto, somado à intolerância de algumas pessoas, foi a gota d´água para Ederaldo Gentil. Vencido, e sem forças para resistir, entrega os pontos afastando-se de vêz do mundo artístico.

Provavelmente tudo isso deve ter contribuído para que ele tenha se entregue ao desânimo e ao pessimismo, comportamentos que o levaram a um isolamento do mundo artístico e social. Hoje vive recolhido a um exílio voluntário, dentro da sua casa no bairro da Vila Laura, onde reside com a irmã Denise Gentil e outros familiares.

As homenagens

No ano de 1999, o seu parceiro e amigo Edil Pacheco produziu o CD "Pérolas Finas", patrocinado pela Copene (Companhia Petroquímica do Nordeste) e apoiado pelo órgão do estado o FAZCultura, que mostra uma visão da carreira de Ederaldo Gentil. O disco conta com participações especiais do saudoso João Nogueira, Carlinhos Brown, Elza Soares, Beth Carvalho e Gilberto Gil, entre outras. Do repertório do autor foram escolhidas músicas como por exemplo "Saudade Me Mata", "Rose", "Barraco" e "Identidade". O disco é um primor como representação da pequena, porém valiosa, obra de Ederaldo Gentil.

Nesse CD, todos os artistas que participaram do projeto o fizeram com um carinho muito grande pelo trabalho do compositor baiano. As músicas são quase todas releituras de outras gravações, exceto a "Maria da Graça", até então inédita. Esta canção estava a cargo da interpretação de Chico Buarque, que no momento da gravação não pode estar presente, cabendo ao incansável companheiro Edil Pacheco interpretá-la.

Gravado basicamente nos estúdios da WR (Salvador) e Cia dos Técnicos (Rio), além dos intérpretes, o CD traz um time de músicos de primeira como Cristóvão Bastos, Luciana Rabello, Carlinhos Marques, Ivan Bastos, Maurício Carrilho e outros. A ilustração da capa, que é um primor de imagem, ficou a cargo da competência de Elifas Andreatto. "Pérolas Finas" já pode ser considerado um clássico da MPB. Está necessitando de uma outra edição, visto que a primeira de três mil discos está esgotada. Sobre o disco assim se expressou o produtor, Edil Pacheco: "Tive uma felicidade na escolha dos intérpretes. Os músicos participaram de boa vontade. O disco serve para mostrar a obra do Ederaldo de uma forma mais ampla... ele é um poeta!".

O lançamento desse disco aconteceu às 19 horas do dia 08 de setembro de 1999, na Praça Tereza Batista, no Pelourinho onde foi oferecido um caruru aos convidados. Entre os artistas presentes no evento estavam alguns dos que participaram do disco como Jair Rodrigues, João Nogueira, Lazzo, Vânia Bárbara, e Paulinho Boca de Cantor. Alguns até adiaram compromissos para prestigiarem o homenageado. Entre o público em geral, pessoas de renome, como os artistas Duda Valverde, Carlinhos Cor das Águas, Clécia Queiroz, o poeta José Carlos Capinan, a coordenadora do Projeto Pelourinho Dia & Noite, Tânia Simões, além de muitos amigos, admiradores e gente interessada do meio cultural.

No dia 5 de outubro de 1999, às 18 horas, a rádio EDUCADORA FM apresentou o seu programa ESPECIAL DAS SEIS, todo dedicado ao disco Pérolas Finas - Homenagem a Ederaldo Gentil, apresentando as músicas: Luandê, com Gilberto Gil; A Saudade Mata, com Elza Soares; e Barraco, com Carlinhos Brown, entre outras.

Os parceiros e sucessos
Embora Ederaldo Gentil seja um compositor completo (muitas de suas canções não têem co-autores), não se pode esquecer daqueles compositores seus parceiros que, sem dúvidas, auxiliaram no brilho de suas criações. São eles: Edil Pacheco, Batatinha, Nelson Rufino, Paulinho Diniz, Eustáquio Oliveira, Luiz Carlos Capinam, Anísio Félix, Roque Ferreira e Gereba. Destaque também para os cantores que interpretaram suas músicas como os já citados Jair Rodrigues, que foi o primeiro grande incentivador, Conjunto Nosso Samba e Alcione (Feira do Rolo), além de Roberto Ribeiro (Rose, c/ Nelson Rufino), Lazzo e outros.

A discografia

1. Compacto Simples. Gravadora Chantecler Ano 1975. Nº 2-08-101-043
Lado A Triste Samba (Ederaldo Gentil). Lado B O Ouro e a Madeira (Ederaldo Gentil)

2. LP Gravadora Chantecler Ano 1975 Nº 2-08-404-066: Ederaldo Gentil – Samba, Canto Livre de um Povo

Lado A

1. A Saudade Me Mata (Ederaldo Gentil)
2. Samba, Canto Livre De Um Povo (Ederaldo Gentil - Edil Pacheco)
3. Fevereiro Eu Volto (Ederaldo Gentil - Eustáquio Oliveira)
4. O Ouro E A Madeira (Ederaldo Gentil)
5. Miro, Pandeiro De Ouro (Jandira Aragão - Walmir Lima)
6. Eu E A Viola (Ederaldo Gentil)

Lado B

1. Dia De Festa (Ederaldo Gentil
2. Barraco (Ederaldo Gentil
3. Rose (Ederaldo Gentil - Nelson Rufino)
4. Pam Pam Pam (Ederaldo Gentil - Batatinha)
5. Amargura (Ederaldo Gentil - Paulinho Diniz)
6. Ladeiras (Ederaldo Gentil

3. LP Gravadora Chantecler, ano de 1976, nº 2-08-404-074 Edição com encarte, texto e letras das músicas: Ederaldo Gentil - Pequenino

Lado A

1. In-Lê-In-Lá (Ederaldo Gentil - Anísio Félix)
2. O Rei (Ederaldo Gentil - Paulinho Diniz)
3. De Menor (Ederaldo Gentil)
4. Manhã de um Novo Dia (Ederaldo Gentil - Edil Pacheco)
5. Bêrêkêtê (Ederaldo Gentil)
6. O Samba e Você (Ederaldo Gentil - Nelson Rufino - Memeu)

Lado B

1. Dois de Fevereiro (Ederaldo Gentil)
2. Vento Forte (Ederaldo Gentil - Eustáquio Oliveira)
3. Compadre (Ederaldo Gentil)
4. Peleja do Bem (Tatau - Théa Lúcia)
5. Rio das Minhas Ilusões (Ederaldo Gentil)
6. A Bahia Vai Bem (Ederaldo Gentil - Batatinha)

4. LP Independente Nosso Som nº 0384: Ederaldo Gentil - Identidade

Lado A

1. Identidade (Ederaldo Gentil
2. Choro – Dor (Ederaldo Gentil)
3. Roxinha (Ederaldo Gentil
4. Nordeste de Amaralina (Ederaldo Gentil
5. Luandê (Ederaldo Gentil - Capinam)

Lado B

1. Cimento Fraco (Ederaldo Gentil)
2. Provinciano (Ederaldo Gentil - Roque Ferreira)
3. Amor Amor (Ederaldo Gentil)
4. Ternos da Lapinha (Ederaldo Gentil - Gereba)
5. Baticum (Ederaldo Gentil)

5. LP Gravadora Phonodisc nº 0.34.405.556. Ano 1989: Ederaldo Gentil

Lado A

1. Vento Forte (Ederaldo Gentil - Eustáquio Oliveira)
2. De Menor (Ederaldo Gentil)
3. Samba, Canto Livre de um Povo (Ederaldo Gentil - Edil Pacheco)
4. Rose (Ederaldo Gentil
5. In-Lê-In-Lá (Ederaldo Gentil - Anísio Félix)
6. Ladeiras (Ederaldo Gentil)

Lado B

1. O Ouro E A Madeira (Ederaldo Gentil)
2. Bêrêkêtê (Ederaldo Gentil)
3. Dois de Fevereiro (Ederaldo Gentil)
4. Manhã de um Novo Dia (Ederaldo Gentil)
5. Dia de Festa (Ederaldo Gentil)
6. Barraco (Ederaldo Gentil)
Obs: Esse último disco LP é uma coletânea dos dois primeiros LPs da Chantecler.

6. CD Copene, FAZ

Cultura, 1999. Produção de Edil Pacheco: Ederaldo Gentil - Pérolas Finas.

1. Luandê (E. Gentil - Capinam) c/ Gilberto Gil.
2. Identidade (E. Gentil) c/ João Nogueira
3. Espera (Batatinha/E. Gentil) c/ Luiz Melodia
4. Saudade Me Mata (E. Gentil) c/ Elza Soares
5. Rose (E. Gentil - Nelson Rufino)c/ Lazzo
6. Maria da Graça (E. Gentil) c/ Edil Pacheco
7. Barraco (E. Gentil) c/ Carlinhos Brown e César Mendes
8. Impressão Digital (E. Gentil - Paulinho Diniz) c/ Jussara Silveira
9. De Menor (E. Gentil) c/ Paulo César Pinheiro
10. Eu e a Viola (E. Gentil) c/ Beth Carvalho
11. Oceano de Paz (E. Gentil - Edil Pacheco) c/ Vânia Bárbara
12. In-lê-in-lá (E. Gentil - Anísio Félix) c/ Paulinho Boca de Cantor e Pepeu Gomes
13. O Ouro e a Madeira (E. Gentil) c/ Jair Rodrigues

Fonte: Samba & Choro - Ederaldo Gentil - Matéria publicada pelo Sr. Lourival Augusto - Fevereiro 2001.