quinta-feira, setembro 16, 2010

Língua de preto

Honorino Lopes (28/8/1884 - 19/8/1909, Rio de Janeiro, RJ) foi o compositor do clássico choro Língua de preto, gravado pela primeira vez pela Banda da Força Policial do Estado de São Paulo, na Odeon, entre 1907 e 1912.

Em 1913, foi gravada pela Banda da Casa Edison. Obra que faz parte do repertório de chorões, conta com gravações de músicos como Henrique Cazes, entre outros. Abaixo uma interpretação de Garoto.

Disco 78 rpm / Título da música: Língua de preto / Honorino Lopes (Compositor) / Garoto (Violão tenor) (Intérprete) / Seu Conjunto (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 12966-b / Nº da Matriz: 8566 / Data de Gravação: 3/Outubro/1949 / Data de Lançamento: Dezembro/1949 / Gênero musical: Choro / Acervo Humberto Franceschi



Pudesse esta paixão

Pudesse esta paixão (polca-tango, 1912) - Chiquinha Gonzaga e Álvaro Colas

Disco selo: Odeon Record / Título da música: Pudesse esta paixão / Chiquinha Gonzaga (Compositora) / Grupo Chiquinha Gonzaga (Intérprete) / Flauta, cavaquinho e violão (acomp.) / Número do Álbum: 120586 / Gravação: 13/Julho/1913 / Lançamento: 1913 / Gênero musical: Polca-tango / Coleção de Origem: IMS, Nirez



Amor ingrato


Amor ingrato (Descrente) (modinha, 1912) - Manuel Antenor de Souza (Neco)

Neco, compositor e cantor, nasceu em Petrópolis (RJ), em 25/05/1893 e faleceu em 24/05/1968. Em 1911 compôs sua primeira música, Amor ingrato, que ele mesmo gravaria em disco da Casa Faulhaber, um dos maiores sucessos de sua carreira.

Disco selo: Favorite Record / Título da música: Amor ingrato / Neco (Manuel Antenor de Souza) (Compositor) / Neco (Intérprete) / Nº do Álbum: 1-455077 / Nº da Matriz: 11358-0 / Gravação: 17/Maio/1911 / Lançamento: 1911 / Gênero musical: Modinha



Em 1962, sua música Amor ingrato foi regravada pelo cantor Silvinho, com êxito:

LP O Sucesso: Silvinho / Título da música: Amor Ingrato / Neco (Compositor) / Henrique de Almeida (Compositor) (?) / Gravadora: Philips / Álbum: P 632.108 L / Ano: 1962 / Gênero musical: Bolero



Neste mundo não pretendo mais amar.
Só a ti, só a ti foi quem amei.
Neste mundo não pretendo mais amar.
Só a ti, só a ti foi quem amei.

Amei como pude amar no mundo
Amor ingrato nem por outra,
Meu amor me desprezei.

Foste tu, foste tu a causadora
Do nosso amor, do nosso amor se acabar.
Foste tu, foste tu a causadora
Do nosso amor, do nosso amor se acabar.

Amor só se paga com amor, amor ingrato,
Não se deve com desprezo acabar.

Quando chegar a hora da minha morte
Triste olhar pra teu retrato lançarei
Quando chegar a hora da minha morte

Triste olhar pra teu retrato lançarei.
 Só te peço que não chores a minha sorte,
Amor ingrato, pois com a morte
Eu de ti esquecerei.


Dor suprema

Bahiano
Dor suprema (valsa, 1911) - João Francisco de Almeida e Raul C. de Moraes - Intérprete: Bahiano

João Francisco de Almeida, compositor e flautista, nasceu no Rio de Janeiro-RJ e faleceu na mesma cidade em 1900. É autor das valsas Nestor e Albertina. Esta última recebeu versos de Catulo da Paixão Cearense, passando a ser conhecida como Dor constante ou Dor suprema.

Disco selo: Odeon Record / Título da música: Dor suprema / João Francisco de Almeida (Compositor) / Raul C. de Moraes (Compositor) / Bahiano (Intérprete) / Cavaquinho e violão (Acomp.) / Número do Álbum 121058 / Data de Lançamento: 1915 / Gênero musical: Valsa / Coleção de Origem: IMS



Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira

Sou teu escravo

Mário Pinheiro
Neco (Manoel Ferreira Capellani, Niterói RJ, circa 1865 - 1940), violinista, cantor e compositor, participou intensamente da vida boêmia e musical de fins do século passado e início deste, tendo frequentado as mesmas rodas que Anacleto de Medeiros, Juca Kalut, Luís de Souza, Catulo Cearense, Irineu de Almeida, entre outros. Um dos primeiros acompanhadores de choro ao violão, era muito respeitado pelos chorões da época, dentre os quais, Quincas Laranjeiras, João Pernambuco, Zé Rabelo, Galdino, e outros.

Sou teu escravo (modinha, 1906) - Manoel Ferreira Capellani - Intérprete: Mário Pinheiro

Disco selo: Odeon Record / Título da música: Sou teu escravo / Manoel Ferreira Capellani (Compositor) / Mário Pinheiro (Intérprete) / Violão (Acomp.) / Nº do Álbum: 40526 / Lançamento: 1906 / Gênero musical: Cançoneta / Coleção de Origem: IMS, Nirez



Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Meu assobio

Eustórgio Wanderley (Recife, 5/9/1882 - Rio de Janeiro, 31/5/1962) foi um dos primeiros pernambucanos a participar, pelo selo da RCA – Victor, da discografia brasileira, através de suas cançonetas que fizeram muito sucesso, como A pianista, O almofadinha e A melindrosa.

Durante o tempo que morou no Rio escreveu no Correio da Manhã, em A Noite Ilustrada, no Jornal do Brasil e em O Malho.

Meu assobio (cançoneta, 1905) - Eustórgio Wanderley

Disco selo: Odeon Record / Título da música: Meu assovio / Eustórgio Wanderley (Compositor) / Geraldo Magalhães (Intérprete) / Nº do Álbum: 40384 / Lançamento: 1906 / Gênero musical: Cançoneta / Coleção de Origem: IMS, Nirez





Sorrir dormindo

Gilberto Alves
Sorrir dormindo (Por que sorris?) (valsa, 1911) - Juca Kalut - Versos de: Catulo da Paixão Cearense

Disco selo: Favorite Record / Título da música: Sorrir dormindo (Por quê sorris?) / Juca Kalut (Compositor) / Banda da Casa Faulhaber / Cia. (Intérprete) / Nº do Álbum: 1-452131 / Nº da Matriz: 11353-o- / Data do lançamento: 1911 / Gênero musical: Valsa / Coleção de Origem: Nirez D



Em 1962, a canção Por que sorris?, foi relançada por Gilberto Alves no LP Gilberto Alves de Sempre, gravadora Copacabana (CLP 11268). Ainda em 1969 outra edição agora pela gravadora Som (SOLP 40162):

LP Gilberto Alves De Sempre / Título da música: Por Que Sorris / Juca Kalut (Compositor) / Catulo da Paixão Cearense (Compositor) /Gravadora: Copacabana / Álbum: CLP 11268 / Ano: 1962 / Gênero musical: Valsa



Mas por que sorris / De me ver assim chorando?
Sorris porque não sou feliz / E não mereço teu amor
Gostas de brincar com a dor / E gostas de zombar das dores
Ri de mim, assim / Com teus gestos sedutores
Podes rir assim de mim.

Mas do som, mas sabor / Tem sempre o amor
Demais amargor / Oooooh.... ri... ri de mim!
É uma glória viver / A rir desta dor
Que também, sorri / Que se sente prazer de feliz
Que vê, / Ri que tu és a pureza
É o anjo / A beleza / Não sabe gemer

Feliz quando / O trovador na lira chorando 
Tem o coração / Nos grilhões das prisões 
Do amor são as dores / a extrema 
A inspiração dos cantores / Desejo assim findar 
Cantando os meus amargores / com os teus primores rimar...

Ri de mim, assim / Com teus gestos sedutores
Podes rir assim... / De mim...


Luís de Souza

Luís de Sousa (Joaquim Luís de Sousa - 1865 / 1920 - Rio de Janeiro, RJ), compositor, instrumentista e pistonista, começou a estudar trompete no Ceará, com o mestre de banda Soares Barbosa, e chegou a ser contramestre da Banda do 23º Batalhão de Caçadores de Fortaleza (CE).

Por volta de 1904, frequentava a casa Cavaquinho de Ouro, na Rua do Ouvidor, centro do Rio de Janeiro onde era acompanheiro de importantes chorões da época como Anacleto de Medeiros, Irineu de Almeida, Juca Kalut, e outros. Foi integrante do famoso Rancho Ameno Resedá. Foi diretor do Grupo Luís de Sousa, conjunto instrumental que gravou vários discos pela Odeon no começo do século passado.

Por volta de 1905, sua valsa Clélia, ainda sem a letra de Catulo da Paixão Cearense com a qual ficou conhecida, foi gravada na Odeon pela Banda da Casa Edson. Por volta de 1910, a mesma valsa foi gravada pela Banda da Casa Faulhaber & Cia. Recebeu ainda uma gravação da Banda da Força Policial em disco Columbia.

Por volta de 1907, a canção Missa de amor, com letra de Catulo da Paixão Cearense, foi gravada na Odeon pelo cantor Mário Pinheiro. Por essa época, fez várias gravações na Odeon com seu grupo incluindo o xote Nair, de Catulo da Paixão Cearense e Edmundo Otávio Ferreira, além de choros e valsas como A mulata e Iluminada, provavelmente de sua autoria já que não havia qualquer indicação de autores nos selos dos discos. Por essa época, sua valsa Clélia com letra de Catulo da Paixão Cearense, tornou-se a modinha Ao desfraldar da vela sendo gravada na Odeon por Mário Pinheiro.

Em 1913, voltou a gravar com seu grupo registrando os xotes Mercedes, de Luiz Faria, e Meu ideal, de Irineu de Almeida. Dirigiu também o Quarteto Luis de Souza que ainda em 1913, gravou a valsa Guiomar e as polcas Angelina e Enedina, de Artur Ayrão. Gravou também com seu grupo pela Columbia registrando a polca Isto não é vida, de Felisberto Marques, a valsa O regato, de Catulo da Paixão Cearense, as polcas Amenade e Jurandi, de Albertino Pimentel, e a valsa Em ti pensando, de J. Belizário.

Sobre ele, assim escreveu Alexandre Gonçalves Pinto:

"Pistom dos mais chorões que até hoje ainda ocupa o primeiro lugar entre todos os chorões. O seu pistom tinha a magia das grandes melodias, tocava com sentimento e perfeição de um sopro e mecanismo que só ele possuía, por isso era muito distinguido".

Já Catulo da Paixão Cearense assim o descreveu:

"Foi o mais gigantesco e mimoso pistonista que tive a glória de ouvir até o momento em que escrevo estas linhas. Anacleto de Medeiros no saxofone, Irineu de Almeida, oficlide, Lica, no bombardino, Pedro Augusto, no clarinete; e Luís de Sousa, no pistom, em uma serenata plenilunar, era a maior homenagem que a noite poderia receber de corações humanos."

Obras

Ao desfraldar da vela (c/ Catulo da Paixão Cearense); Carroca; Clélia (c/ Catulo da Paixão Cearense); Georgina; Mimo; Missa de amor (c/ Catulo da Paixão Cearense).

Fontes: Enciclopédia Crevo Albin da MPB; O Choro - Reminiscências dos chorões antigos - Rio de Janeiro, 1936 (Alexandre Gonçalves Pinto).