terça-feira, dezembro 21, 2010

Maurício Einhorn

Maurício Einhorn
Maurício Einhorn (Moisés Davi Einhorn), instrumentista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 29/5/1932. Aos cinco anos ganhou uma pequena gaita-de-boca dos pais, que também tocavam o instrumento, participando até os 13 anos em shows no Colégio Franco-Brasileiro, onde estudava.

Formou vários conjuntos e duplas de gaita, apresentando-se em shows e festas escolares, além de participar de vários programas de calouros. Desde 1947 conduziu, dele participando, o Programa das Gaitas Hering, na Rádio Tupi, ao lado de Fred Williams e outros.

Em 1949 gravou em 78 rpm da gravadora Rio o tema Portate bien, com o conjunto de gaitas Brazilian Rascais, e apresentou-se com Waldir Azevedo e seu Regional, tocando chorinhos desse compositor na Rádio Clube do Brasil.

Por volta de 1954, no bar do Hotel Piaza, entrou em contato com Durval Ferreira, com quem começou a compor. A primeira música dos dois, Sambop, foi gravada em 1960 por Claudete Soares no LP Nova geração em ritmo de samba (do qual participou como instrumentista), seguindo-se Estamos aí (com Durval Ferreira e Regina Werneck), gravada por Leny Andrade; Tristeza de nós dois (com Durval Ferreira e Bebeto); Batida diferente (com Durval Ferreira), Nuvem, Clichê (as duas com Durval Ferreira e Luis Fernando Freire); Samblues (com Durval Ferreira e Regina Werneck), e muitas outras.

Compôs também com Marco Versiani, José de Alencar Schetini Filho, Johnny Alf, Eumir Deodato e outros.

Em 1968 participou do III FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, com Negróide (com Arnaldo Costa e Taiguara), defendida pelo último. Nesse ano, participou do IV FMPB, da TV Record, de São Paulo SP, com Domingo de manhã (com Arnaldo Costa e Mário Teles), atuando também em shows na TV Globo e na TV Tupi.

Sua música Avião (com Durval Ferreira e Hélio Mateus) foi uma das últimas canções gravadas por Agostinho dos Santos.

Tocou com Vítor Assis Brasil, tendo atuado como gaitista em várias gravações de Chico Buarque, Os Gatos, Grupo Abolição, Som-3, Luis Loy Quinteto, Claudete Soares, Eumir Deodato, Os Cariocas, Gilberto Gil e muitos outros. Participou também das trilhas sonoras de diversos filmes.

Em 1975 gravou para o selo Philips um LP que deveria ter sido o primeiro a aparecer com seu nome mas que, por razões comerciais, acabou batizado de The Oscar Winners (Vencedores do Oscar), sendo reeditado dois anos depois com o nome de A era de ouro do cinema.

Em 1979 saiu o primeiro LP em seu nome, ME, lançado pela etiqueta Clam. Outros LPs seus saíram em 1984 (Barclay/Ariola) e 1985 (Jugando en BuenosAires, selo lnterdisc).

Em 1993 apresentou-se no Sesc Pompéia, em São Paulo SP, apresentação da qual foram extraídas faixas para seu quarto disco, pela etiqueta Tom Brasil. Em 1995 gravou um CD ao vivo com Sebastião Tapajós, Gilson Peranzetta e Paulinho Nogueira; no ano seguinte gravou, novamente com Tapajós e Peranzetta e mais Altamiro Carrilho o CD independente Nas águas do Brasil.

Apresentou-se, em 1999, nos shows "Tributo a K-Ximbinho" (RJ), "Tributo a Waldir Azevedo" (Brasília) e "40 anos de bossa nova" (RJ), entre outros.

Em janeiro de 2000, participou, em Paris (França), da gravação da trilha sonora de Alexandre Desplat para o filme "Lulu", de Phillipe de Broca, com o ator Jean-Paul Belmondo.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Duofel


Duofel - Dupla de violonistas formada por Fernando Melo (Arapiraca AL 1955—) e Luís Bueno (São Paulo SP 1951—). Tocando juntos desde 1977, constituíram o duo quando foram convidados por  Tetê Espíndola para participar de seu grupo.

Rapidamente o duo se transformou em sucesso de crítica e de público, associando violões com cordas de aço e de nylon, extraem sonoridade única dos instrumentos num tipo de música que passou a ser conhecida como “música plena”, mistura de jazz, pop, rock e MPB.

Responsáveis pelo arranjo de Escrito nas estrelas, lançou em 1987 seu primeiro disco, Duofel disco mix (independente). No mesmo ano, o duo venceu o Festival de Música Instrumental de Avaré SP.

Ao lado de Arrigo Barnabé e Tetê Espíndola, apresentaram-se em 1989 no Belga Jazz Festival, em Bruxelas.

Em 1990, a dupla gravou o CD As cores do Brasil pela Line Music, de Hamburgo (Alemanha), disco lançado posteriormente no Brasil.

Com Hermeto Pascoal, participou em 1992 de vários shows pelo Brasil. Em 1993 lançou Duofel pela gravadora Camerati, CD que conta com a participação de Osvaldinho do Acordeom, Duda Neves e Edu Helou, e composições, com arranjos próprios, de Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal e Caetano Veloso, entre outros. A faixa Do outro lado do oceano, deste CD, recebeu o Prêmio Sharp de melhor música instrumental.

Com Sebastião Tapajós, participou do Brazilian Guitar Night, apresentando-se na Alemanha, Áustria, Bélgica e Liechtenstein. O CD de 1996, Kids of Brazil, possui arranjos de Hermeto Pascoal e foi escolhido no X Prêmio Sharp de Música como o melhor arranjo instrumental do ano.

Em 2000, comemorando 20 anos de carreira, lançou o CD Duofel 20.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Piblifolha.

Zélia Duncan


Zélia Duncan (Zélia Cristina Gonçalves Moreira), cantora e compositora, nasceu em Niterói, RJ, em 28/10/1964. Iniciou a carreira profissional em 1981 cantando na sala Funarte.

Sob a orientação do diretor teatral Moacir Góis, estreou no Rio de Janeiro em 1987 no extinto Botanic, como Zélia Cristina. No mesmo ano, excursionou pelo Nordeste acompanhando Cida Moreira e Wagner Tiso, no projeto Pixinguinha.

Em 1989 apresentou-se no show Zélia Cristina no caos, na Casa de Cultura Laura Alvim, que resultou no convite para gravar o primeiro disco, Outra luz, pela gravadora Eldorado.

No final de 1991, insatisfeita com o resultado de seu primeiro trabalho, foi cantar em um hotel em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, retornando ao Brasil em 1992.

Convidada por Almir Chediak, participou do songbook de Dorival Caymmi cantando Sábado em Copacabana, ocasião em que foi descoberta por aquela que passou a ser sua empresária, Beth Araújo, da Warner. Nessa ocasião, mudou o nome para Zélia Duncan, sobrenome de solteira da mãe, título do disco lançado em 1994 pela Warner.

A música Catedral (Cathedral Song, de Tanita Tikaran, versão em parceria com Christian Oyens) fez grande sucesso como trilha da novela A próxima vítima, da TV Globo, e o disco foi eleito pela revista Bíllboard como um dos dez melhores álbuns latinos de 1995.

Participou do songbook de Djavan com a canção Cigano e do songbook de Tom Jobim com Bonita.

Embora estabelecida como artista de pop-rock, participou com o samba Quantas lágrimas (Manacéia) do disco Casa de bamba (Polygram, 1995).  Seus sucessos incluem a regravação de Lá vou eu, de Rita Lee.

Em 1996 lançou o CD Intimidade, pela Warner, e, em 1997, apresentou-se em shows no Brasil e no exterior (EUA, Japão), e também na TV portuguesa.

Em 2000, após turnê por cidades do Nordeste e Sul do país, a cantora apresentou-se no Teatro Rival, com o show solo Entre parênteses, tocando violão de seis e 12 cordas e bandolim.

Em 2001, gravou um rap em português para o relançamento no Brasil e no México do CD Brand new day, de Sting. Nesse mesmo ano, lançou o CD Sortimento, contendo suas canções Chicken de frango e Beleza fácil (ambas com Rodrigo Maranhão), Eu me acerto, Desconforto (c/ Rita Lee) e Hóspede do tempo (c/ Fred Martins), além da faixa-título (Nando Reis), Por que que eu não pensei nisso antes? ( Itamar Assumpção), Alma (Arnaldo Antunes e Pepeu Gomes), Todos os dias (John), Flores (Fred Martins e Marcelo Diniz), Na hora da sede (Luiz Américo e Braguinha), que contou com a participação do Trio Mocotó, e as faixas bônus que registraram sua participação em discos de Herbert Vianna (Partir, andar, de Herbert Vianna) e Capital Inicial (Eu vou estar, de Alvin L. e Dinho Ouro Preto).

Em 2002, gravou a faixa Look at me no CD Dê uma chance à paz - Uma homenagem brasileira, tributo a John Lennon idealizado por Marcelo Fróes e co-produzido com Celso Fonseca para o selo Geléia Geral, atuando no show de lançamento do disco, realizado na Praia de Copacabana no dia 8 de dezembro desse mesmo ano. Ainda nesse ano, lançou Sortimento vivo, em CD e DVD, o primeiro de sua carreira, com direção de Oscar Rodrigues Alves, contendo o registro ao vivo de show realizado nesse mesmo ano no Sesc Vila Mariana (SP), cenas da viagem a Portugal, videoclipes de sua carreira e o making-of das gravações.

Fez show na Praia de Icaraí, em 2003, em comemoração ao 430º aniversário de Niterói. Nesse mesmo ano, apresentou-se no Cais do Oriente (RJ), ao lado de outros artistas, para o lançamento do livro Vamo batê lata (Editora 34), uma biografia do grupo Paralamas do Sucesso escrita pelo jornalista Jamari França.

Em 2004, gravou o CD Eu me transformo em outras, primeiro projeto do selo Duncan Discos, com distribuição da Universal Discos. Nesse mesmo ano, fez show de lançamento do disco no Teatro Rival BR (RJ). Nesse mesmo ano, lançou o DVD Eu me transformo em outras.

Lançou, em 2005, o CD Pré, pós tudo, bossa band, produzido por Christiaan Oyens, Bia Paes Leme e Beto Villares. O disco incluiu Diz nos meus olhos (Inclemência), composição de Guerra Peixe que recebeu letra de sua autoria e foi incluída na trilha sonora da novela Alma gêmea (Rede Globo), nesse mesmo ano.

Em 2007, apresentou-se com Os Mutantes em São Paulo, durante as comemorações do aniversário da cidade e, em seguida, no Rio de Janeiro, seguindo em turnê com o conjunto pela Europa e Estados Unidos. Em setembro desse mesmo ano, desligou-se do grupo.

Lançou em 2008, ao lado de Simone, o DVD e CD Amigo é Casa, gravado no ano anterior no Auditório Ibirapuera, com roteiro de ambas, direção geral e cenografia de Andréa Zeni, direção musical de Bia Paes Leme, direção de DVD de Joana Mazugueli.

Em 2009, lançou o CD Pelo sabor do gesto, contendo suas canções Nem tudo e Aberto, ambas com Edu Tedeschi, Sinto encanto (c/ Moska), Tudo sobre você (c/ John Ulhoa), Se um dia me quiseres (c/ Zeca Baleiro), Se eu fosse (c/ Dante Ozzetti), Todos os verbos (c/ Marcelo Jeneci) e Esporte fino confortável (c/ Chico César), e ainda suas versões Boas razões (De bonnes raisons) e Pelo sabor do gesto (As-tu dejà aimé?), músicas do francês Alex Beaupain.


Fonte: Enciclopédia Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998 - Dicionário Cravo Albin da MPB.

Noel Rosa de Oliveira

Noel Rosa de Oliveira
Noel Rosa de Oliveira, compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 15/7/1920, e faleceu na mesma cidade, em 19/3/1988. Nascido e criado no morro do Salgueiro, era tido como mascote da roda de partido-alto que se reunia em frente à venda do pai.

Com 13 anos, começou a compor para um bloco de morro, sendo sua primeira música Adeus, minha companheira. Pouco depois, por intermédio de um amigo do pai — Casimiro Calça Larga — foi admitido na Unidos do Salgueiro, uma das três escolas de samba daquele morro, na época.

Nos anos seguintes, passou por outras escolas: Príncipe da Floresta, Azul e Branco e Depois Eu Digo, onde ficou cerca de cinco anos. Trabalhou nesse período como pedreiro, serviu o Exército de 1939 a 1942, e foi funcionário do Ministério da Guerra.

Em 1939 voltou para a Unidos do Salgueiro, onde foi diretor de harmonia até 1954.

Na década de 1940 cursou escola de Aeronáutica, trabalhou numa cervejaria e numa cerâmica e tornou-se motorista profissional, trabalhando nessa função até se aposentar duplamente, como motorista e músico.

Falam de mim (com Éden Silva e Aníbal Silva) foi sua primeira composição gravada, em selo Continental, em 1948, pela dupla Zé da Zilda e Zilda do Zé

Compôs em 1952 o samba-enredo da Unidos do Salgueiro, Homenagem a Getúlio Vargas e, em 1955, acompanhou a fusão das escolas do morro, passando a fazer parte do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro. 

Com Nilo Moreira da Silva, fez o samba Assim não é legal, em 1957, e três anos depois compôs, em parceria com Anescar do Salgueiro e Walter Moreira, o samba-enredo Quilombo dos Palmares, que obteve o primeiro lugar no desfile da avenida. 

Em 1963, novamente conseguiu o primeiro lugar no desfile das escolas, com Chica da Silva (com Anescar do Salgueiro), samba-enredo que lhe deu fama. 

No ano de 1965, o cantor Noite Ilustrada gravou com sucesso a música O neguinho e a senhorita, regravada pela cantora Elza Soares em compacto simples pela gravadora Odeon e  no ano seguinte, Jair Rodrigues obteve sucesso com Vem chegando a madrugada, de sua autoria com Zuzuca do Salgueiro.

Atuou como cantor em shows, rádio e televisão, participou de 1966 a 1968 do conjunto A Voz do Samba, e desde 1972 do grupo Partideiros do Plá. 

Tocava todos os instrumentos de percussão e compôs mais de quarenta músicas, entre sambas, partidos-altos e batucadas, em parceria com Aníbal Silva, Haydée Bandina de Almeida, Iraci Antônio Serra, Abelardo Silva, Duduca (Eduardo de Oliveira) e Zuzuca, entre outros. 

Obra

Água do rio (c/Anescar do Salgueiro), samba, 1964; Assim não é legal (c/Nilo Moreira da Silva), samba, 1957; Chica da Silva (c/Anescar do Salgueiro), samba-enredo, 1963; Falam de mim (c/Éden Silva e Aníbal Silva), samba, 1948; Homenagem a Getúlio Vargas, samba-enredo, 1952; O neguinho e a senhorita (c/Abelardo da Silva), samba, 1964; Quilombo dos Palmares (c/Anescar do Salgueiro e Walter Moreira), samba-enredo, 1960; Vem chegando a madrugada (c/Zuzuca), batucada, 1965.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.

Anescar do Salgueiro

Anescar Pereira Filho
Anescar do Salgueiro (Anescar Pereira Filho), compositor, cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 04/07/1929, e faleceu na mesma cidade, em 22/02/2000. Nascido no bairro de Laranjeiras, logo mudou-se para a Tijuca, onde hoje fica o Salgueiro.

Seu primeiro samba foi Maravilhas do Brasil, composto em 1949, mas os que obtiveram maior êxito foram Quilombo dos Palmares, Mártires da Independência, Água do Rio e Chica da Silva (todos ao lado do parceiro Noel Rosa de Oliveira). 

Teve grande importância na consolidação da forma do samba-enredo, sendo um dos primeiros a homenagear heróis da história não oficial, como Zumbi e Chica da Silva.

Integrou os conjuntos A Voz do Morro, Rosa de Ouro e Os Cinco Crioulos, ao lado de figuras como Zé Keti,  Elton Medeiros, Paulinho da Viola, Nelson Sargento e outros, gravando com eles sambas como Vou partir, Carnaval que passou, Meus dias são de sol e Bom Conselho.

Fonte: Cliquemusic : Artista : Anescar do Salgueiro.

Duduca

Duduca do Salgueiro
Duduca (Eduardo de Oliveira), compositor e gráfico de profissão, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 8/6/1926, e faleceu na mesma cidade, em 29/6/1978. 

Desde os sete anos viveu no morro do Salgueiro, participando, ainda rapaz, da escola de samba Depois Eu Digo, uma das três existentes no morro (as outras duas eram Unidos do Salgueiro e Azul e Branco).

Tocava tamborim e por 1943 começou a fazer sambas para a Depois Eu Digo, onde chegou a diretor de harmonia, cargo que manteve com a fusão das três escolas e a criação do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro, em 1953.

Em 1954, foi um dos autores de Romaria à Bahia (com Abelardo e Juca), um dos primeiros sambas-enredo do Salgueiro. Compôs ainda os sambas-enredo Epopéia do samba (com Bala e Juca), que alcançou o quarto lugar no desfile de escolas de samba de 1955, e Vida e obra do Aleijadinho (com Bala), segundo classificado no desfile de 1961. 

No ano de 1964, assumiu o cargo de presidente da Ala dos Compositores da Acadêmicos do Salgueiro, que ocupou até a sua morte.

Em 1974, Elza Soares gravou em LP uma composição sua, "Nem vem", em parceria com Noel Rosa de Oliveira e José Alves.

Faleceu em 1978, quando ainda estava em plena criação artística.

Obra

Epopéia do samba (com Bala e Juca), samba-enredo, 1955; Exaltação a Debret (com Djalma), samba-enredo, 1975; Romaria à Bahia (com Abelardo e Juca), samba-enredo, 1954; Vida e obra do Aleijadinho (com Bala), samba-enredo, 1961. 

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - 2a. Edição - 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Maestro Duda

Maestro Duda
Maestro Duda (José Ursicino da Silva),regente, compositor, arranjador e instrumentistas, nasceu em Goiana, PE, em 23/12/1935. Começou a estudar música aos oito anos com Alberto Aurélio de Carvalho, regente da Banda Saboeira, de Goiana.

Dois anos depois passou a integrar a banda e fez sua primeira composição, o frevo Furacão. Aos 15 anos foi para Recife PE integrar a Jazz Band Acadêmica, sendo também contratado para a Orquestra Paraguari, da Rádio Jornal do Comércio.

No ano seguinte teve pela primeira vez uma música de sua autoria gravada, o frevo Taradinho, interpretado pela Jazz Band Acadêmica, trazendo do outro lado Cigana mentirosa (Genival Macedo), pela Copacabana.

Em 1953, já como arranjador e regente da Orquestra Paraguari, teve seu maracatu Homenagem à princesa Isabel classificado em segundo lugar no Festival de Música Carnavalesca promovido pela câmara municipal do Recife. No mesmo ano assumiu o departamento de música da TV Jornal do Comércio, fazendo, em 1960, cursos de música sacra e regência na Escola de Artes da Universidade Federal de Pernambuco.

No ano seguinte musicou para o teatro Um americano no Recife, direção de Graça Melo, além de outras peças dirigidas por Lúcio Mauro e Wilson Valença.

A partir de 1962, passou a integrar a Orquestra Sinfônica do Recife, como oboísta e corne-inglês, e no ano seguinte formou sua própria orquestra de bailes.

Em 1967 foi para São Paulo SP, contratado pela TV Bandeirantes, retornando a Recife em 1970. Organizou em 1971 nova orquestra para bailes carnavalescos, com a qual realizou algumas gravações e, no mesmo ano, obteve a classificação máxima do Festival do Frevo realizado pela Rede Tupi, com o frevo de rua Quinho.

Sua orquestra foi escolhida várias vezes como a melhor do ano e em 1975 gravou, para a Rozenblit, um álbum com vários trevos, em homenagem ao Diário Pernambucano.

Também compôs choros, gravados por Severino Araújo e sua Orquestra, e Osmar Milani e sua Orquestra, além de sambas, gravados por Jamelão. Compôs ainda a série de trevos que denominou Familiar (1970), a Suíte 2001, para quinteto de sopro, a Suíte pernambucana de bolso, a Suíte nordestina, para banda e orquestra e O poema sinfônico, para metais, freqüentemente incluídos em repertórios de bandas de todo o país. 

Recebeu o prêmio de melhor arranjador de música popular brasileira, em 1980, em concurso promovido pela TV Globo, Shell e Associação Brasileira de Produtores de Discos. Suíte Nordestina abriu o concerto oficial da Semana da Pátria, no dia 7 de setembro de 1982, transmitido para todos os Estados do Brasil pela TV Educativa, executado pela Orquestra do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, e a Banda Sinfônica do Estado da Guanabara. 

Em 1985, representou o Brasil com sua orquestra na Feira das Nações, em Miami, Flórida, EUA. Na comemoração dos 138 anos do Teatro Santa Isabel, em Recife, em 1988, apresentou sua obra Música para metais nr. 2, com a participação do trompetista Charles Schlueter, da Orquestra Sinfônica de Boston (EUA). 

Durante vários anos consecutivos foi eleito o melhor arranjador de música do Nordeste. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Mauro Duarte

Mauro Duarte
Mauro Duarte (Mauro Duarte de Oliveira), compositor, nasceu em Matias Barbosa, MG, em 2/6/1930, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 26/8/1989. Aos seis anos, veio com a família para o bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, logo começando a participar como compositor e ritmista dos blocos camavalescos. 

Em 1960 teve sua primeira música gravada: Palavra, por Miltinho. Em 1967 passou a integrar o conjunto Os Cinco Crioulos, substituindo Paulinho da Viola, ao lado de Elton Medeiros, Nelson Sargento, Anescar do Salgueiro e Jair do Cavaquinho. 

O conjunto participou do show Mudando de conversa, com Ciro Monteiro, Clementina de Jesus e Nora Ney, gravou 3 LPs pela EMI nos anos de 1967 (Samba... no duro), 1968 (Samba... no duro, vol. 2) e 1969 (Os Cinco Crioulos), e se apresentou em várias cidades do Brasil. 

Em 1970 conheceu Clara Nunes, que gravou naquele ano Tributo aos orixás (com Ruben Tavares) e posteriormente se tornaria uma de suas principais intérpretes. Outros que gravaram músicas suas foram Roberto Ribeiro, Alcione, MPB-4 , Elizeth Cardoso e Quarteto em Cy

Em 1973 foi levado para o G.R.E.S. da Portela por Noca da Portela e passou a fazer parte da ala de compositores da escola de samba. 

Em 1985 gravou um LP independente (selo Coomusa) com Cristina, intitulado Cristina e Mauro Duarte.

Entre seus parceiros de composição destacam-se Paulo César Pinheiro, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Maurício Tapajós, Noca da Portela, João Nogueira e Carlinhos Vergueiro

Em 1994 foi lançado o CD Homenagem a Mauro Duarte, reunindo gravações do próprio compositor e de outros cantores interpretando suas músicas.

Obra

A.M.O.R. Amor (c/Walter Alfaiate), 1981; Brasil mestiço, santuário da fé, 1980; Coroa de areia (c/Paulo César Pinheiro), 1981; Foi demais (c/Paulinho da Viola), 1979; Jogo de Angola (c/Paulo César Pinheiro), 1978; Menino Deus (c/Paulo César Pinheiro), 1974; Perdão (c/Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro), 1977; Portela na avenida (c/Paulo César Pinheiro), 1981. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998 .