terça-feira, janeiro 18, 2011

Luiz Levy

Luiz Levy
Luiz Levy (Luiz Henrique Levy), pianista, compositor e editor, nasceu em São Paulo, SP, em 8/8/1861, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 8/8/1935. Primogênito de Henrique Luís Levy, negociante francês, fundador do tradicional estabelecimento musical Casa Levy, em 1860 em São Paulo, cresceu na loja da família entre pianos, partituras e instrumentos, ouvindo o pai tocar clarineta e saxofone.

Sua iniciação musical ocorreu naturalmente e logo manifestou preferência pelo piano. Estudou com o professor francês Gabriel Giraudon, radicado em São Paulo desde 1860, e aos nove anos, em 1871, apresentou-se em público pela primeira vez, no Teatro São José, de sua cidade.

Desde então foi presença constante em concertos. recitais, saraus e festas familiares e festas de São Paulo, exibindo-se ora como solista, ora tocando a quatro mãos com Alexandre Levy, seu irmão e compositor de renome, ou com artistas de passagem pela capital.

Em 1878 visitou a Exposição Universal, em Paris, França, acompanhado da mãe, apresentando-se no salão da casa Erard. Quatro anos depois, com o irmão Alexandre, interpretou a quatro mãos a Segunda rapsódia húngara, de Franz Lizt (1811—1886), nos salões do Club Unión Argentina, em Buenos Aires, Argentina.

Ainda em 1882, em São Paulo, fundou O Brasil Filatélico, o primeiro do gênero no país. Em maio de 1883, foi um dos fundadores do Clube Haydn, em São Paulo, de cuja diretoria fez parte como comissário arquivista. O primeiro concerto do clube, em agosto do mesmo ano, foi aberto com a Sinfonia em ré maior, de Joseph Haydn (1732—1809), para dois pianos e oito mãos, tendo-o como um dos pianistas, ao lado do irmão Alexandre, de Willy Fischer e do estudante de direito Eugênio Egas.

Durante os cinco anos em que o clube funcionou, participou freqüentemente dos concertos, tocando piano ou harmônio, como solista ou acompanhante e integrando trios, quintetos e até um septeto.

Em 1884 tocou para a princesa Isabel e o conde d’Eu, e dois anos mais tarde apresentou-se no Teatro São José, de São Paulo, diante de Pedro II e da imperatriz, como solista do Concerto em sol menor, opus 25, para piano e orquestra, de Felix Mendelssohn (1809—1847). 

Pianista de destaque, apreciado pelo público e critica, dedicou-se também à composição. 

Em 1891, com os irmãos, recebeu a incumbência de gerir os negócios e interesses da Casa Levy. Com Maurício, o irmão caçula, manteve o prestígio comercial da firma, que se tornou Levy Filhos e logo a seguir L. Levy & Irmão, responsável por inúmeras edições de peças musicais. 

Obra

Música instrumental: Barcarola, opus 10, p/piano, s.d.; Brigada, p/piano, s.d.; Caboclo Cake Walk, p/piano, s.d.; Cativaram-me os teus olhos, p/piano, s.d.; Diálogo, opus 26, p/piano, s.d.; Gostosa, p/piano, s.d.; Gueixa, p/piano, s.d .; Habanera, opus 31, p/piano, 1922; Hino ao Quinze de Novembro, p/piano, s.d.; Ideal, p/piano, s.d.; Marcha fúnebre — à memória de Carlos Gomes, p/piano, 1896; Mimosa, p/piano, s.d.; Mystère, p/piano, s.d.; Parfum parisien, p/piano, s.d.; Pleureuse, p/piano, s.d.; Poudré, opus 23 (Quarta gavota), p/piano, 1905; Pourquoi partir?, p/piano, s.d.; Primeira rapsódia brasileira, opus 17, p/piano, 1894; Quinta gavota, opus 24, p/piano, s.d.; Rapsódia brilhante, opus 17 bis, p/piano, s.d.; Rêveuse, p/piano, s.d.; Segunda rapsódia brasileira, opus 29, p/piano, s.d.; Sentimental, p/piano, s.d.; Serenata, opus 16, p/piano, s.d.; Valsa brilhante, opus 30, p/piano, s.d.; Valsa lenta, opus 22, p/piano, 1904; Vicilino, p/piano, s.d.; Voluntários paulistas, p/piano, s.d. 

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha - 2a. Edição - 1998.
Foto: Extraída do site: sovacodecobra.uol.com.br

Henrique Luís Levy

A Casa Levy em 1973
Henrique Luís Levy, instrumentista e comerciante, nasceu em Dehlingen, França, em 10/12/1829, e faleceu na cidade de São Paulo, SP, em 14/8/1896. Veio para o Brasil em 1848 e foi vendedor ambulante nas vilas e fazendas do interior.

Em 1856 conheceu em Campinas, SP, a família do maestro Manuel José Gomes e tornou-se grande amigo de seu filho Antônio Carlos Gomes, de quem acompanhou os primeiros êxitos, chegando a participar com ele de um concerto em abril de 1859 como clarinetista. 

Bob Lester

Bob Lester
Bob Lester (Edgar de Almeida Negrão de Lima), cantor, músico e sapateador, nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 16 de janeiro de 1915. Suas tendências musicais surgiram desde muito cedo, pois sua mãe Maria do Carmo era musicista de uma orquestra em Porto Alegre.

Em meados da década de 30, ainda com o pseudônimo de Almeida, participa do programa de rádio "A Hora do Gongo", apresentado por Ary Barroso . Nas duas primeiras participações, por estar muito nervoso, acaba sendo gongado. Quando já pensava em desistir, amigos o convencem a fazer uma terceira tentativa.

E é desta vez que Edgar recebe a nota máxima do programa, sendo contratado para cantar e sapatear no Cassino da Urca, apresentando-se ao lado de artistas como Oscarito, Grande Otelo e da famosa vedete Mistinguette. Bob Lester foi o primeiro sapateador do Cassino da Urca. Nessa mesma época, atua também em vários espetáculos do Copacabana Palace e do Quintandinha (Petrópolis-RJ), além de ser contratado pela Rádio Cajuti.

Por volta de 1937, Bob recebe convite para atuar na Espanha e Portugal, mas acaba por conhecer toda a Europa numa excursão que faz com a orquestra "Suspiro de Espanha". De volta ao Brasil, o artista não ficaria muito tempo por aqui.

Em 1942, viaja novamente para Portugal, Espanha e, finalmente, chega aos Estados Unidos onde passa a residir. Lester também se apresenta nos cassinos de França, Suíça, Itália, Escócia, Monte Carlos e Filadélfia e atua como dançarino em espetáculos de Frank Sinatra, Bob Hope e Dóris Day, realizados em Nova Iorque. É também na América que, por sugestão de Bob Hope, adota o pseudônimo Bob Lester.

Permanece no exterior ainda por um bom tempo, mas, atendendo ao chamado de sua mãe que estava enferma e gostaria de vê-lo, novamente retorna a seu país. Com o falecimento de sua progenitora, o artista decide não mais voltar à América, embora ainda tenha se apresentado no Uruguai, Teatro Solis; no Paraguai, Clube Biguá; e em cassinos e emissoras de televisão da Argentina e da Bolívia.

No Brasil, atua com sucesso ao lado de ídolos populares como Leny Eversong, Trigêmeos Vocalistas e na Companhia Teatral de Procópio Ferreira. Com relação à gravação de músicas, não se encontra nenhum registro em nome de Bob Lester.

Mudando-se para o Rio Grande do Sul, Bob começa a encontrar dificuldades para se apresentar, embora atuasse como jurado numa emissora de rádio local. Em fins dos anos 60, é contratado pelo empresário Fernando Eiras Morales para uma temporada na Argentina e Uruguai, e é neste país que recebe a trágica notícia do falecimento de sua família, esposa e três filhos, num acidente automobilístico. O cantor nem mesmo consegue chegar a tempo para o enterro.

Traumatizado, inicia um longo período de tratamento em hospital psiquiátrico de Porto Alegre e, posteriormente, no Rio de Janeiro. Parcialmente recuperado, mas já arruinado financeiramente por seu último empresário, tenta sem êxito retornar ao estrelato do anos 30 e 40, apresentando-se em programas de TV que lhe renderam algumas homenagens.

Na década de 80, mais uma fatalidade abala a vida de Lester: enchente no bairro de Jacarepaguá onde morava, deixa sua residência inabitável e destrói quase todos os seus pertences, inclusive instrumentos musicais de trabalho, reportagens e material fotográfico trazidos da América.

Por um longo período que começa em meados dos anos oitenta, o cantor foi completamente esquecido pelos meios de comunicação, apresentando-se esporadicamente em uma ou outra emissora de TV. Após se recuperar de um tumor na bexiga, já no início da década de 2000, Bob retomou seus trabalhos, sendo assunto principal de várias revistas e jornais das pequenas cidades por onde se apresenta em praça pública, com seus shows de música, sapateado e imitações dos quais ainda sobrevive.

O artista também voltou a se apresentar em programas de TV de grande audiência como o Programa do Jô, Mais Você, Pânico na TV, entre outros, além de ser convidado para participar de apresentações de cantores nos mais variados estilos tais como Lobão e Agnaldo Timóteo.

Entre 2002 e 2004, Hanna Godoy e Mariana Silveira começam a produzir o curta metragem Bob Lester. O filme, cujo roteiro foi premiado, traz o ator Stênio Garcia no papel principal, e exibe cenas com apresentações do conjunto Bando da Lua. Por falta de verba, no entanto, somente em 2010 é que se pôde concluí-lo. A estréia se deu no Cine Odeon, na 20ª edição do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, e contou com a presença do próprio Bob Lester e de Stênio Garcia.

Em dezembro de 2010, Bob grava a marchinha carnavalesca Cuidado com o Pereira, do cantor e compositor Luiz Henrique. A gravação foi um acontecimento inédito em sua carreira, já que o artista nunca havia gravado antes como solista.

Não tendo residência fixa, Bob costuma viver entre Rio de Janeiro e São Paulo e, quando se encontra no Rio, é de praxe que faça seus shows, aos finais de semana, na Praia do Arpoador. Segundo declarações do próprio Lester, tem sobrevivido com a ajuda financeira dos cantores Roberto Carlos e Agnaldo Timóteo.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre; Referências: Globo Repórter; Dicionário Cravo Albin de MPB; All Music - Bob Lester; Enciclopédia de Música Brasileira, Erudita e Folclórica Popular - vol. 1 - Art Editora Ltda, 1977; Jornal O Globo, de 29/9/1970: Bob Lester: ídolo caído busca a glória perdida; Jornal Folha de São Paulo, de 4/12/1973, reportagem de Lourenço Diaféria: A Má Sorte de Bob Lester; Revista Veja, nº 595, de 30/1/1980, Um Artista Que Canta em Troca de Esmola; Revista Contigo!, de 284/2010.

Leonel do Trombone

Leonel do Trombone
Leonel do Trombone (Leonel José Cardoso), instrumentista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 14/7/1912, e faleceu na mesma cidade, em 17/4/1997. Aos 13 anos recebeu primeiras lições de trombone do pai, Benedito José Cardoso, que tocava o instrumento na banda da Polícia Militar do Rio de Janeiro.