terça-feira, setembro 25, 2012

Mário Tavares

Mário Tavares, regente, violoncelista, compositor e professor, nasceu em Natal, RN, em 18/4/1928. Iniciou seus estudos de violoncelo aos sete anos, com Tommaso Babini. Em 1944 mudou-se para Recife e iniciou-se na composição. Estudante de violoncelo, composição, instrumentação e regência na E.N.M.U.B., do Rio de Janeiro, em 1947 ingressou, como violoncelo concertino, na O.S.B., onde ficou até 1960, participando ainda de sua comissão artística.

Em 1953 teve pela primeira vez uma composição sua executada no exterior, a Introdução e dança brasileira, pela Orquestra Sinfônica de Saint Louis, EUA, sob a direção de Vladimir Golschmann. Dois anos depois diplomou-se pela E.N.M.U.B., e de 1957 a 1968 foi regente fundador da orquestra de câmara da Rádio M.E.C. e membro do conselho federal da Ordem dos Músicos do Brasil, onde ocupou o cargo de primeiro secretário, sugestão da primeira diretoria provisória.

De 1958 a 1960 foi aluno do regente chileno Victor Tevah. Sua obra Ganguzama, de 1959, lhe valeu o primeiro lugar no concurso para o cinqüentenário do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro. No mesmo ano, recebeu o diploma de melhor compositor da Associação Brasileira de Críticos Teatrais.

Em 1960 tornou-se maestro titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro. Em 1961 foi o representante do Brasil no V Seminário de Música de Câmara de Zichron Yaacov, em Israel. Nessa ocasião, fez um curso de aperfeiçoamento em música de câmara com E. Houser, Oedoen Partos e Bertini, e de regência com Georg Singer.

Em 1964 foi o delegado oficial brasileiro no I Festival de Música de América y España, em Madrid, Espanha. De 1967 a 1975 atuou como regente principal, dirigindo os festivais internacionais da canção popular e a orquestra da TV Globo. Preparou e dirigiu a gravação oficial de todos os hinos patrióticos do Brasil, em 1974; esse disco mereceu a chancela da Deutsche Grammophon, pela qualidade de execução, com a Orquestra Sinfônica Nacional e o Coral da Rádio M.E.C.

Nas temporadas de 1974 e 1975, dirigiu a Orquestra Sinfônica de Porto Rico. Em março de 1975 foi reconhecido membro honorário e vitalício da Federação de Músicos de Porto Rico e, em maio do mesmo ano, membro honorário e vitalício da Orquestra Sinfônica do Chile. Exerceu ainda o cargo de diretor musical da Associação Brasileira de Violoncelistas.

Como intérprete sinfônico, apresentou primeiras audições de Ludwig van Beethoven (1770-1827), Heitor Villa-Lobos, Maurice Ravel (1875-1937), Béla Bartók (1881-1945), Radamés Gnattali, Camargo Guarnieri etc. Foi professor de harmonia, canto coral, celo, conjunto de câmara, composição e regência do Instituto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, da orquestra juvenil do Teatro Municipal, do Rio de Janeiro (1957-1958), do Conservatório de Música, de Niterói RJ, e dos seminários de música Pró-Arte, no Rio de Janeiro e em Teresópolis RJ.

Regeu várias primeiras audições mundiais de autores brasileiros, a exemplo das óperas O chalaça (1976) e Sargento de milícias (1978), de Francisco Mignone, Yerma, de Villa-Lobos, Rudá, poema sertanejo de Villa-Lobos, Gabriela, bailado de Ronaldo Miranda (1983), Romance de Santa Cecília, oratório de Edino Krieger etc. Além de membro honorário vitalício de várias orquestras estrangeiras, tornou-se membro da Academia Brasileira de Música em 1988, ocupando a cadeira 30, cujo patrono é Alberto Nepomuceno. Regeu a O.S.B. em vários eventos e concertos.

Recebeu em 1991 a medalha de comendador da Ordem do Rio Branco.

Obras

Música orquestral: Concerto para viola e orquestra, 1988; Concerto para violino e orquestra, 1987; Concerto para violoncelo e orquestra, 1981; Dualismo, bailado, 1963; Ganguzama, poema sinfônico-coral, 1959, Praiana, bailado, 1963; Primeira sinfonia (Guararapes), 1969; Segunda sinfonia, 1991; Suíte Copihue, 1975.

Música de câmara: Concertino, p/flauta, fagote e cordas, 1959; Divertimento, p/sopros, 1977; Quinteto de sopros, 1978; Trio em forma de choro, p/flauta, oboé e fagote, 1976

Música instrumental: Segunda sonata, p/violoncelo e piano, 1978; Sonata, p/violoncelo e piano, 1954.

Música vocal: Abertura "A Pátria", c/texto de Tancredo Neves, p/soprano, coro misto e orquestra, 1985; Maria in Celum, oratório p/soprano, barítono, coro e orquestra, 1992; Rio, a epopéia do morro, cantata p/coro e orquestra, 1965.

CD

Quinteto Villa-Lobos toca Mário Tavares, Radamés Gnattali e Ernst Widmer, 1997, Funarte/Atração Fonográfica ATR 32015 (Série Acervo Funarte de Música Brasileira, nº 8). 

Fonte: Revivendo Músicas - Biografias.

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