quarta-feira, julho 31, 2013

Deixa ela

Canninha - 1928
Deixa ela (samba, 1927) - Caninha - Interpretação de Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título: Deixa ela / Caninha, 1883-1961 (Compositor) / Alves, Francisco (Intérprete) / Caninha, 1883-1961 (Acompanhante) / Grupo (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Odeon, Indefinida / Álbum 10098 / Gênero: Samba /

Deixa ela! deixa ela!
Que esta moça é donzela

Esta moça é donzela
Gosta muito de brincar
Mas não vá você pensar
Que ela queira se casar

Esta cabocla bonita
Tem uns olhos de matar
Para mim, só tem um defeito
De não querer se casar

Ela já me confessou
Por quem ela tem paixão
Por um caboclo bonito
Que nasceu lá no sertão

O kaiser em fuga

É curioso que a I Guerra Mundial não tenha inspirado nenhuma música para o carnaval durante os quatro anos que durou (1914-1918), pelo menos nada que tenha resistido ao tempo e que tenha ficado na memória do povo ou dos historiadores.

Mas no final, com a derrota da Alemanha, o carnaval de 1919 foi festejado com um maxixe do Caninha (José Luís de Morais - Rio de Janeiro 1883-1961), grande compositor injustamente esquecido, integrante da turma dos pioneiros como Pixinguinha, Donga, João da Baiana. É dele a letra e a música de "O kaiser em fuga":

O kaiser em fuga (tango, 1919) - Caninha

Ai, ai, ai!
A guerra já terminou
Com a direção de Foch
Até o fogo cessou.

Ai, ai, ai!
Que grande satisfação
Do kaiser ter disparado
E abandonado a Nação.

Monsieur, que dê ele?
O kaiser já fugiu
Já sumiu-se pra bem longe
Que o inimigo não viu.

Viva, viva
Sempre os nossos aliados
Que venceram essa guerra
E prenderam os culpados.


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Fonte: "Política e religiões no carnaval" - Por Haroldo Costa - Irmãos Vitale Editores.

sábado, julho 13, 2013

Dolly Ennor

Revista Fon Fon (11/3/1944)
Dolly Ennor (Dorothy Margaret Ennor), cantora, nasceu em São Paulo, SP, em 25/08/1900, e faleceu na mesma cidade em 20/01/1977. Filha de um inglês casado com uma maranhense, pertenceu à alta sociedade paulista. Aos sete anos de idade os pais a enviaram para estudar na Inglaterra onde fez o curso colegial completo e também estudou canto e piano.

De espírito boêmio seguiu a carreira artística contrariando a família. Embora ficasse noiva várias vezes nunca se casou. Foi muito ligada à colônia britânica paulista e costumava cantar em casamentos. Foi chamada pelos fãs de a "Jeanette Mac Donald brasileira".

Iniciou a carreira artística na década de 1920 e fez sua primeira apresentação pública no Teatro Municipal de São Paulo com a Sociedade Dramática de Ópera de São Paulo em 1924. No mesmo ano, foi convidada para cantar na inauguração da Rádio Cruzeiro do Sul, em São Paulo.

Em 1927, ingressou na Rádio Educadora Paulista utilizando seu nome verdadeiro. Nesse ano, apresentou-se em show no Salão Germânia sendo bastante aplaudida. Na ocasião, assim reportou o jornal O Estado de São Paulo: "Com a sua bela e generosa voz, a srta. Dorothy Ennor encantou todo o distinto e numeroso auditório, conquistando-lhe palmas sobre palmas, sempre calorosas e tão insistentes, que teve de voltar ao palco para interpretar números fora do programa, aumentando, assim, os motivos de agrado que lhe tem valido a mais decidida simpatia do nosso meio artístico."

Já o jornal Diário da Noite assim se referiu sobre sua apresentação: "Que linda voz! Cantando, vai colorindo as notas, dando-lhes relevo, irradiando-as com a sua fantasia, iluminando-as com a sua espiritualidade. A sala toda escutou, vibrou, emocionou-se ao ouvi-la a cantar "A fonte e a flor", de Feliz Otero, e "Eu tenho adoração por meus olhos", de Marcelo Tupinanmbá."

Em 1929, passou a atuar em companhias de operetas em teatros paulistas e cantou em concertos. Em 1930, gravou seu único disco, pela Victor, com acompanhamento da Orquestra Victor Paulista de Salão, interpretando as canções Oh! Ma Rose Marie e Chant indien, ambas de Frimi, Ferreol e Saint Granier. Nesse disco seu nome aparece no selo como Dorothy Ennor. Na década de 1930, alternou sua atuação artística entre o Rio de Janeiro e São Paulo.

Em 1935, foi para o Rio de Janeiro e estreou na Rádio Transmissora na qual atuaria até fins de julho de 1936. Nesse ano, foi convidada para a inauguração da Rádio Nacional no Rio de Janeiro, cantando ao lado de nomes como Bidu Sayão, Silvinha Mello, Roxane, Sônia Carvalho, Araci de Almeida, Marília Batista, Francisco Alves, Nuno Roland e outros.

Em novembro do mesmo ano foi dirigida pelo maestro Gaó juntamente com as cantoras Silvinha Mello e Roxane. Na ocasião o trio interpretou, entre outras, a canção Meu limão, meu limoeiro, tema do folclore brasileiro. Em fins de 1936, retornou para São Paulo juntamente com a cantora Silvinha Mello com quem foi atuar na Rádio Educadora Paulista.

Em janeiro de 1937, atuou na Rádio Educadora Paulista, junto com Elisa Coelho, Nair Duarte Nunes, Roxane, Gaó, e Gilda Farnesi. Nesse período, assim falou sobre ela a revista Carioca: "Dolly Ennor, que é um dos elementos mais prestigiosos do "cast" da Rádio Nacional, encontra-se presente em período de férias, voltando aos programas daquela estação depois do carnaval".

De volta ao Rio de Janeiro atuou na Rádio Clube e na Rádio Cruzeiro do Sul. No mesmo ano, voltou a São Paulo para atuar na Rádio Cruzeiro do Sul paulista.

No final de 1937, embarcou para Pernambuco onde atuou na Rádio Clube de Pernambuco. Em 1938, depois de três meses em Pernambuco retornou à São Paulo e voltou a cantar na Rádio Cruzeiro do Sul.

No mesmo ano, juntamente com Gastão Formenti, Lauro Borges, Dilermando Reis e Rogério Guimarães voltou ao Rio de Janeiro para fazer parte do programa "Variedades Esso", apresentado por Renato Murce, um programa patrocinado pela Standard Oil Company of Brazil na Rádio Sociedade Nacional do Rio de Janeiro e na Rádio Tupi de São Paulo.

Em 1939, permaneceu atuando no programa "Variedades Esso" na Rádio Nacional. Em 1940, retornou definitivamente à São Paulo onde ainda permaneceria durante vários anos atuando na Rádio Difusora paulista.

Atuou até o começo da década de 1950, quando chegou a se apresentar na televisão sendo entrevistada por Hebe Camargo.

Discografia


1930 - Oh! Ma Rose Marie/Chant indien - Victor - 78

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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista Fon Fon, de 1944..


Francisco Braga

Francisco Braga (Antônio Francisco Braga), compositor, regente e professor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 15/04/1868, e faleceu na mesma cidade em 14/03/1945. Iniciou os seus estudos musicais em 1876 e concluiu o curso de clarineta com Antônio Luís de Moura em 1886, tendo também sido aluno de Carlos de Mesquita (harmonia e contraponto).

Em 1890 participou do concurso oficial para a escolha do novo Hino Nacional Brasileiro, classificando-se entre os quatro primeiros colocados e, com isso, obteve bolsa de dois anos para estudar na Europa.

Foi então para Paris, onde estudou composição com Jules Massenet e, posteriormente, fixou residência em Dresden, Alemanha.

Influenciado pelo compositor alemão Wagner, decidiu compor uma obra de maiores proporções, utilizando recursos cênicos, vocais e orquestrais. Assim, baseado em novela de Bernardo Guimarães, compôs Jupira, ópera em um ato, que dirigiu pela primeira vez no Teatro Lírico do Rio de Janeiro em 1900, ano da sua volta ao Brasil.

Dois anos depois foi nomeado professor do Instituto Nacional de Música, no Rio. Em 1905 compôs o Hino à Bandeira, cujos versos são de Olavo Bilac.

Suas composições primavam pelo bom acabamento e leveza de técnica, sem complexidade aparente, marca de sua formação francesa. As inúmeras composições de marchas e hinos lhe valeram o apelido de "Chico dos Hinos".

Em 1908 compôs, a partir de temas nacionais, a música para O contratador de diamantes, drama de Afonso Arinos, e em 1909, na inauguração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, foi apresentado em primeira audição seu poema sinfônico Insônia.

Em 1912 participou da fundação da Sociedade de Concertos Sinfônicos, da qual se tornou diretor artístico e regente, permanecendo à frente da orquestra por vinte anos.

Presidente perpétuo da Sociedade Pró-Música e fundador do Sindicato dos Músicos, Francisco Braga foi escolhido como Patrono da Cadeira de número 32 da Academia Brasileira de Música.

Obra


Missa de S. Francisco Xavier (s.d.)
Missa de S. Sebastião (s.d.)
Te Deum (s.d.)
Stabat Mater (s.d.)
Trezena de S. Francisco de Paula (s.d.)
A Paz, poema com coro (s.d.)
Oração pela Pátria, poema com coro (s.d.)
Trio, para piano, violino e violoncelo (s.d.)
Dois Quintetos (s.d.)
Quarteto para instrumentos de sopro (s.d.)
Virgens Mortas, canção com letra de Olavo Bilac (s.d.)
Trovador do Sertão, para canto e orquestra (s.d.)
Hino à juventude brasileira (s.d.)
Hino à Paz (s.d.)
Paysage (1895)
Cauchemar (1896)
Brasil, marcha (1898)
Marabá, poema sinfônico, sua primeira obra com temática nacional (1898)
Episódio Sinfônico
Jupira, ópera (1898)
A Pastoral, episódio lírico (1903)
Barão do Rio Branco, dobrado (1904)
Satanás, dobrado (s.d.)
Hino à Bandeira do Brasil (1905)
Canto de Outono, para orquestra de arcos (1908)
O Contratador de Diamantes, música incidental (1908)
Insônia, poema sinfônico (1908)
Anita Garibaldi, ópera (1912-1922)
Hino dos alunos do Colégio Pedro II (Executado pela 1a. vez em 2/12/1937).
Diálogo sonoro ao luar. Seresta para saxofone alto (mib) e bombardino (dó)(s.d.) Publicado no Boletín Latinoamericano de Música, t. VI (1946).

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Fontes: Academia Brasileira de Música; Wikipédia.

Nilo Sérgio

Nilo Sérgio - 1943
Nilo Sérgio (Nilo Santos Pinto), compositor, cantor e produtor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16/06/1921, e faleceu na mesma cidade em 1981. Foi criador e diretor da gravadora Musidisc. Iniciou a carreira artística na Rádio Cruzeiro do Sul e depois, como crooner da orquestra The Midnighters.

Em 1943, gravou seu primeiro disco, interpretando o fox trot Take it from there, de Robin e Rainger.  Ainda nesse ano, gravou com o trio vocal As Três Marias, e com acompanhamento da orquestra de Zaccarias, o samba Morena boca de ouro, de Ary Barroso. Seus primeiros discos, lançados pela gravadora RCA Victor, traziam vários estilos que iam de fox trotes, beguines e principalmente de standards do cancioneiro americano.

A partir de 1949, começou a abrasileirar seu repertório, embora mantendo o estilo romântico, e gravou a marcha I'm looking over a four leaf clover (Trevo de quatro folhas), de Woods e Dixon, para a qual ele mesmo fez a versão; o fox trot My darling, my darling, de Frank Loesser; o beguine On na island with you, de Edward Heyman e N. Herb Brown; os sambas Mañana, versão de Haroldo Barbosa, para música de P. Lee e D. Harbour, e Falta-me alguém de Claudionor Cruz e Pedro Caetano, e a Canção de aniversário, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro.

Em 1950, gravou a marcha Sorrisos, de W. Calahan e L. Roberts, e versão sua, e o samba bolero Que importa a vida, parceria com Raimundo Baima. Ainda em 1950, ingressou na gravadora Todamérica, na qual estreou, registrando a valsa Cavaleiros do céu, de Satan Jones, e versão de Haroldo Barbosa; e o beguine Speak low, de Kurt Weill e Ogden Nash. No mesmo ano gravou os sambas Anseio, de sua autoria e Alberto Ribeiro,  Não posso esquecer, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro, além da valsa Parabéns a você, de M. T. Hill, e versão de Léa Magalhães, e a Canção de aniversário de casamento, de A. Jolson e S. Chaplin, e versão de  Osvaldo Santiago.

Ainda em 1951, gravou os sambas Você é tormento, de sua parceria com Garoto, e Não briguemos, de sua autoria, e em disco lançado apenas em março de 1952, o bolero Serenata, de G. Braga, e ainda, a toada Onde a tristeza mora, de José Maria de Abreu. Em 1952, sua música Na madrugada foi gravada no primeiro LP do Trio Surdina.

Em 1953, criou sua própria etiqueta, o selo Musidisc. Nesse mesmo ano, lançou o primeiro LP pelo seu novo selo, Datas felizes, no qual interpretou as baladas Natal, de sua autoria; Papai Noel, de Alberto Ribeiro; Aniversário de casamento, de Ivanovic e Lourival Faissal; as valsas Aniversário de mamãe, de sua autoria e Alberto Ribeiro; e Parabéns a você, de M. J. Hill, e versão sua; as canções Canção da Páscoa, de sua autoria e Alberto Ribeiro; Canção de aniversário, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro, e Canção dos namorados, parceria sua com Alberto Ribeiro.

Em 1956, dividiu com o Trio Surdina o LP Canções de Natal. Nesse disco, o trio interpretou quatro músicas e ele, mais quatro: Silent night, de Franz Gruber; o motivo tradicional Tannembaum, Papai Noel, de Alberto Ribeiro, e Natal, de sua autoria. Nesse ano, sua interpretação para Canção de aniversário, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro, foi incluída no LP No mundo da canção - Vol. 1. No final dos anos 1950, criou sua própria orquestra, que passou a acompanhá-lo em gravações.

Em 1960, gravou o LP Dançando suavemente - Nilo Sérgio e sua orquestra, no qual foram interpretados diversos clássicos internacionais, além de Devaneio, de Djalma Ferreira e Luís Antônio, e Bongô para dois, de sua autoria. Nesse ano, a canção Trevo de quatro folhas, versão da música de M. Dixon e H. Woods, foi gravada por João Gilberto na Odeon.

Em 1961, foi relançada sua gravação com as valsas, Canção de aniversário de casamento, de M. J. Hill e Léa Magalhães, e, com o Trio Madrigal, Parabéns a você, de A. Jolson, S. Chaplin e versão de Osvaldo Santiago, registradas na Continental. Nos anos 1960, teve a música Amanhã eu vou gravada por Ed Lincoln, no LP Ed Lincoln seu piano e seu órgão espetacular.

Em 1962, lançou um de seus maiores êxitos, o LP Isto é romance - Nilo Sérgio, sua orquestra e vozes, no qual foram interpretadas as músicas Romantic partners, Marias de Portugal, Canção de um vagabundo e Canção para um homem no espaço, todas de sua autoria, além de Espiral, parceria com Ed Lincoln, entre outras.

Em 1963, lançou dois LPs, no primeiro, Bolero, amor e romance - Nilo Sérgio, sua orquestra e vozes, foram interpretados 10 boleros clássicos. No segundo, Cleópatra, cinema e romance - Nilo Sérgio, sua orquestra e vozes, foram interpretados 12 temas do cinema.

Em 1969, lançou pela Musidisc, o LP Canções para uma noite de chuva - Orquestra Nilo Sérgio, no qual foram interpretadas, entre outras, Deixe-me viver, Copacabana concerto, Oração para uma menina, Amor de inverno, Meu pecado e O parque, todas de sua autoria, além de sucesso da época como Carolina, de Chico Buarque, e Modinha, de Sérgio Bittencourt.

Em 1971, depois de quase 20 anos de existência, chegou ao fim a gravadora Musidisc, deixando um acervo de cerca de quatro mil fonogramas que renderam entre 400 e 500 discos. Entre os músicos que passaram por sua gravadora, destacaram Ed Lincoln, Orlandivo, Sílvio César e Pedrinho Rodrigues, além da Orquestra Românticos de Cuba, feita especialmente para as gravações. Também fizeram gravações pela Musidisc o conjunto Voz do Morro, integrado por Paulinho da Viola, Elton Medeiros e Nelson Sargento, o intrumentista Altamiro Carrilho, e o grupo de rock Bango.

Com o fim da gravadora, o espaço onde ela funcionou passou a ser utilizado como estúdio. Ao longo da carreira de cantor gravou gravou mais de 40 discos, entre 78 rpm e LPs.

Obra


Canção de aniversário (c/Alberto Ribeiro), Canção dos namorados, Na madrugada, Natal, Papai Noel.

Discografia


1943 - Take it from there - Com The Midnighters - Victor - 78
1943 - It can't be wrong - Com The Midnighters - Victor - 78
1943 - You'll never know/My devotion - Com The Midnighters - Victor - 78
1943 - Jingle, jangle, jingle/If you please - Com The Midnighters - Victor - 78
1943 - Sunday, Monday or always/For the first time - c/The Midnighters - Victor - 78
1943 - Paper Doll/Hello Frisco - Com The Midnighters - Victor - 78
1943 - Morena boca de ouro - Com As Três Marias - Victor - 78
1944 - Have I stayed aweay too long/Don't believe everything you dream- Victor - 78
1944 - I'II be around/No love, no nothing - Victor - 78
1944 - How sweet you are/We mustn"t say goodbye - Victor - 78
1944 - Someday I'II meet you again/The dreamer - Victor - 78
1944 - Shoo-shoo baby/Don't sweetheart me - Victor -78
1944 - Goodnight, wherever you are/How blue the night - Victor - 78
1944 - San Fernando Valley/Long ago - Victor - 78
1945 - I'm making believe/Let me love you tonight - Continental - 78
1945 - Always - All of me/This heart of mine - Continental - 78
1945 - More and more/Candy - Continental - 78
1945 - Laura/Dream - Continental - 78
1946 - As long as I live/It might as well be spring - Continental - 78
1947 - Among my souvenirs/Mam'selle - Continental - 78
1948 - Without you/Make mine music - Continental - 78
1948 - Begin the beguine/Je vous aime - Continental - 78
1949 - I'm looking over a four leaf clover/My darling, my darling - Continental - 78
1949 - On na island with you/Mañana - Continental - 78
1949 - Canção de aniversário/Falta-me alguém - Continental - 78
1950 - Sorrisos/Que importa a vida - Continental - 78
1950 - Cavaleiros do céu/Speak low - Todamérica - 78
1950 - Anseio/Não posso esquecer- Todamérica - 78
1950 - Parabéns a você/Canção de aniversário de casamento- Todamérica - 78
1951 - Você é tormento/Não briguemos- Todamérica - 78
1951 - Serenata/Onde a tristeza mora- Todamérica - 78
1953 - Datas felizes - Musidisc - LP
1956 - Canções de Natal - Nilo Sérgio e Trio Surdina - Musidisc - LP
1956 - Vai menina/Dos perdidos - Musidisc - 78
1960 - Dançando suavemente - Nilo Sérgio e sua orquestra - Musidisc - LP
1961 - Canção de aniversário de casamento/Parabéns a você - Continental - 78
1962 - Isto é romance - Nilo Sérgio, sua orquestra e vozes - Musidisc - LP
1962 - Dança e romance - Nilo Sérgio, sua orquestra e vozes - Nilser - LP
1963 - Bolero, amor e romance - Nilo Sérgio, sua orq. e vozes - Nilser - LP
1963 - Cleópatra, cinema e romance - Nilo Sérgio, sua orq. e vozes - Nilser - LP
1969 - Canções para uma noite de chuva - Orq. Nilo Sérgio - Musidisc - LP


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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista "O Malho", de 1943; http:// oladobom.blogspot.com/2010/11/musidisc-de-nilo-sergio.html.

Barrozo Neto

Gravura: "O Malho" - Abril de 1941
Barrozo Neto (Joaquim Antônio Barrozo Netto), pianista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 30/01/1881, e faleceu na mesma cidade em 01/09/1941. Sua atividade, como mestre dos mais competentes e pianista de grandes recursos técnicos, colocou-o em lugar de destaque na música brasileira. Usava o pseudônimo de William Gordon.

Seus primeiros estudos de música foram feitos com o objetivo de ser violinista, mas seu mestre, não encontrando no aluno qualidades que o fizessem um virtuose do instrumento de Paganini, o aconselhou que preferisse o piano.

À fim de aperfeiçoar os estudos e completar sua educação musical, ingressou no Instituto Nacional de Música, estudando teoria e solfejo com Arnaud Gouveia e Porto Alegre, piano com Alfredo Bevilacqua e harmonia com Frederico Nascimento.

Com Alberto Nepomuceno estudou contraponto, fuga, composição e órgão. Com 19 anos, já estava apto a enfrentar as plateias. Apresentando-se em concertos com grande sucesso, suas composições foram recebidas sempre com êxito e entusiasmo, até na Europa, onde efetuou várias tournées de propagação da nossa música.

Em 1906, ingressou no Instituto Nacional de Música, como professor de piano, exercendo esse cargo com excepcional relevo.

Em 1927, teve a canção Cantiga, com Luiz Guimarães, gravada na Odeon pela cantora Lulieta Teles de Menezes. No ano seguinte, duas modinhas foram registradas por Maria Emma na Odeon: A canção da felicidade, com Nosor Sanches, e Canção da saudade, em disco que teve seu acompanhamento ao piano. No mesmo ano, gravou na Odeon em interpretação ao piano duas obras de sua autoria, a Berceuse, em mi menor, e a peça característica No ferreiro - sinos de aldeia. Teve ainda em 1928, a modinha Canção da felicidade regravada na Odeon pelo cantor Gastão Formenti.

Em 1929, a valsa lenta "Canção do amor" foi gravada por Gastão Formenti na Odeon, e a modinha "Canção da felicidade" foi registrada na Victor por Cândido Botelho. Também pela Victor o cantor Eurístenes Pires gravou a Canção de amor.

Em 1930, o maxixe Candango, parceria com Marcelo Tupinambá, foi gravado na Brunswick pela cantora Ana de Albuquerque Melo.

Em 1932, motivado pelo trabalho desenvolvido por Heitor Villa-Lobos com o canto orfeônico nas escolas municipais do Rio de Janeiro, passou a desenvolver trabalho nesse sentido. Ficaram marcados os concertos realizados pelo "Coral Barrozo Netto" no Salão Leopoldo Miguez da Universidade do Brasil. Num desses concertos foi apresentada a Suite Vozes da Floresta para coro, solistas e orquestra.

Em 1933, sua modinha Canção da felicidade, e a canção Cantiga, ambas com Nósor Sanches, foram gravadas por Bidu Sayão na Victor.

Em 1958, a Canção da felicidade e Cantiga, com Luis Guimarães, foram regravadas por Lenita Bruno no LP Modinhas fora de moda, lançado por ela no selo Festa.

Em 1961, a Canção da felicidade deu título ao LP gravado por Vicente Celestino na RCA Victor no qual ele interpretou diversas modinhas entre as quais a Canção da felicidade.

Em 1970, Canção da Felicidade ganhou nova gravação, dessa vez na voz de Inezita Barroso no LP Modinhas da gravadora Copacabana, sendo também incluída no LP Uma voz e um violão em serenata - VOL. 4 lançado por Francisco Petrônio e Dilermando Reis pela Grand Prix/Continental.

Em 1980, a canção Tempos Idos foi gravada pelo pianista Roberto Szidon no LP Piano brasileiro 100 anos de sucesso lançado pela Kuarup. No ano seguinte, a Tarantella (Para canto e piano ou violino e piano) foi gravada no disco Brasil, piano e cordas - Roberto Szidon (Piano), Michel Bessler (Violino) e Márcio Mallard (Violoncelo) lançado pela Kuarup.

Entre suas obras para piano destacam-se Minha Terra, Cachimbando, e Choro e Galhofeira.

Obra


A canção da felicidade (c/ Nosor Sanches), A um coração, Cachimbando, Canção da saudade, Canção do amor, Cantiga (c/ Luiz Guimarães), Choro e Galhofeira, Coriscos, Danse des fantoches, Feux Follets, Minha terra, Movimento perpétuo, Olhos tristes, Rapsódia guerreira, Si eu morresse amanhã, Variações sobre um tema original

Discografia


1928 Berceuse/No ferreiro - sinos de aldeia • Odeon • 78

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Fontes: Os Mestres da Música - Alberto Montalvão; Revista "O Malho" - 1941; Dicionário da MPB.

quinta-feira, julho 11, 2013

Luciano Perrone

Luciano Perrone, baterista, percussionista e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 08/01/1908, e faleceu em 13/02/2001. Um dos mais importantes bateristas brasileiros do século XX, começou sua vivência musical como cantor lírico, aos 5 anos.

Filho do maestro Luís Perrone e da pianista Noêmia Perrone, aos 9 anos experimentou um momento de glória, ao ser o único menino a contracenar com o famoso tenor italiano Enrico Caruso quando este veio ao Brasil, em 1917.

No ano seguinte abandonou os estudos de bel canto por causa da morte do pai, vítima da epidemia de gripe espanhola no Rio de Janeiro.

Em 1922 trabalhou na dublagem do filme O Garoto, de Charlie Chaplin, interpretando Jackie Coogan ao vivo nas sessões do cine Odeon. Nesta mesma ocasião substituiu o baterista da orquestra do cinema, produzindo efeitos sonoros, e passou a atuar como percussionista e baterista.

Em 1924, ao atuar em bailes acompanhando pianistas de renome, como Osvaldo Cardoso de Menezes, seu prestígio aumentou muito e, a partir daí, percorreu diversos cinemas e teatros, tocando em variadas orquestras e jazz-bands.

Notabilizou-se em 1927, quando inovou na batida de samba, em gravações da Odeon com a orquestra de Simon Bountman. A partir de então, construiu uma sólida carreira como baterista.

Em 1929, atuando no Cassino Éden, em Lambari, MG, conheceu Radamés Gnattali, de quem se tornou amigo e com quem tocaria por toda a vida. Alguns anos depois o maestro, inclusive, lhe dedicou duas peças: Samba em três andamentos e Bate-papo a três vozes, onde a bateria de Luciano teve lugar de destaque como solista.

No dia 12 de setembro de 1936 participou do programa inaugural da Rádio Nacional e passou a integrar as diversas orquestras e conjuntos da emissora. Texto publicado na revista Carioca, em outubro desse mesmo ano, diz ter sido Perrone “o primeiro a oferecer ao público um concerto de bateria, o que aconteceu na Rádio Cajuti, e ter sido o primeiro a gravar este instrumento em discos”. E conclui: “Sonha ele com uma orquestra bem organizada e bem ensaiada, que possa levar ao mundo, em interpretações perfeitas, a magnitude da nossa melodia e a riqueza incomparável dos nossos ritmos...”.

Em 1939 participou da histórica gravação de Aquarela do Brasil , na voz de Francisco Alves e arranjo de Radamés Gnattali. A essa altura, Luciano Perrone se tornara o dono da bateria no Brasil. Uma legenda de fotografia publicada em uma revista da época diz: “Luciano Perrone é, sem favor, o mais completo "bateria" do nosso broadcasting. Homem dos sete instrumentos, dispondo de uma agilidade extraordinária, as suas atuações constituem um verdadeiro espetáculo".

Em 1960, com Radamés e Aída Gnattali, Edu da Gaita, Chiquinho do Acordeon, José Menezes, Vidal e Luis Bandeira, integrou a 3ª Caravana Oficial da Música Popular Brasileira, que excursionou pela Europa, apresentando-se em Portugal, França, Inglaterra e Itália. Nessa excursão, segundo Ary Vasconcellos “o baterista brasileiro recebe as melhores referências da imprensa e da crítica do Velho Mundo, às quais a vibração das plateias diante dos nossos ritmos parece ter-se comunicado”.

Em 1963 lançou o disco Batucada Fantástica acompanhado pelo conjunto Ritmistas Brasileiros, com exemplos percussivos de diversos ritmos brasileiros, como maracatu, baião, maxixe, afoxé e, claro, samba. Tocou nas rádios Nacional e MEC e foi timpanista da Orquestra Sinfônica Nacional, além de integrante da Orquestra Radamés Gnattali e do Sexteto Radamés Gnattali.

Aposentou-se em 1968, mas ainda em 1972 gravou Batucada Fantástica Vol. 3.



Discografia


1932 Pedaço por ti • Columbia • 78
1932 Meu sabiá/Um beijo só • Columbia • 78
1932 Alvorada/O vendedor de pipoca • Columbia • 78
1955 A voz do morro/Sorriu pra mim • Continental • 78
1956 Faceira/Bate papo a três vozes • Continental • 78
1967 Batucada fantástica • Musidisc • LP
1972 Batucada fantástica, volume 3 • Musidisc • LP

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Fontes: Clique Music; Agenda do Samba & Choro.

quarta-feira, julho 10, 2013

Georges Moran

Russo de nascimento, alemão de educação, francês por temperamento e brasileiro por convivência, Georges Moran é um artista apaixonado e um compositor de talento (Foto: O Malho, de 21/07/1938).

Georges Moran, maestro e compositor, nasceu em São Petesburgo, Rússia, em 05/07/1900, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 07/10/1974. Na Rússia estudou piano e violino. Judeu russo imigrou para a Alemanha em 1923, onde se casou. Com a subida dos nazistas ao poder fugiu para a França em 1934 e depois viajou para o Brasil no mesmo ano, iniciando a carreira artística como instrumentista tocando balalaica.

Mais tarde, tocando piano e violino fez parte de diversos pequenos conjuntos, trabalhando em revistas teatrais e fazendo shows em cassinos, além de atuar em estações de rádio. Logo fez parceria com Osvaldo Santiago com quem compôs suas primeiras músicas no Brasil. Suas primeiras composições gravadas foram o fox-canção Vinte e quatro horas sem amor, e a valsa Meu sonho é só meu, parcerias com Osvaldo Santiago, e lançadas por Carlos Galhardo na Victor.



Em 1938, Vicente Celestino gravou na Victor a valsa-canção Madona, com Manoel da Nóbrega, enquanto Orlando Silva, então em pleno sucesso, lançou também pela Victor a valsa Balalaika, com Armando Fernandes.



Em 1939, teve duas composições gravadas por Nuno Roland na Odeon a valsa-canção Manon, com Osvaldo Santiago, e o fox-blue Rosali, e mais duas por Cândido Botelho na mesma gravadora: a valsa-canção Fosse eu dono da tua boca, e a valsa Canta guitarra, ambas em parceria com Osvaldo Santiago. Nesse ano, Roberto Paiva gravou na Odeon a valsa Sim... És... Tu, e o fox-blue Apaixonei-me outra vez, esta última, parceria com Osvaldo Santiago, e que se tornou um dos sucessos do ano. Uma outra composição foi registrada por Dircinha Batista e lançada no início do ano seguinte para o carnaval: a marcha Katucha, com Osvaldo Santiago.

Também em 1939, Carlos Galhardo gravou na Victor o fox-canção Linda butterfly, a valsa Perfume de mulher bonita, e o fox Dia há de chegar, todas com Osvaldo Santiago, enquanto Orlando Silva, também na Victor, registrou o fox Como tu ninguém, com Manoel da Nóbrega, e o fox Zíngaro, e Cândido Botelho na Odeon a valsa-canção Fosse eu dono da tua boca e a valsa Canta guitarra, ambas com Osvaldo Santiago.





No início de 1940, teve gravadas suas primeiras parcerias com o poeta J. G. de Araújo Jorge, a valsa Ao som das balalaicas, seu maior sucesso, e o fox-canção Moreninha linda, ambas na voz de Nuno Roland. Nesse ano a dupla caipira Alvarenga e Ranchinho gravou na Odeon a rancheira Brasileiro apaixonado, com Osvaldo Santiago. Ainda em 1940, Sílvio Caldas gravou na Victor a valsa Kátia, com Victor Bezerra, e Carlos Galhardo, também na Victor, lançou as valsas Dois navios, com Victor Bezerra, e Confissão, com Manoel da Nóbrega.





Em 1941, na Victor, Sílvio Caldas gravou a valsa Se tu soubesses, com Cristóvão de Alencar. Já pela Odeon, Newton Teixeira lançou a valsa Se tudo fosse meu, também com Cristóvão de Alencar. No ano seguinte, ainda na Victor, Carlos Galhardo lançou a valsa A mulher que eu tanto adoro, com Mário Rossi. Para o carnaval de 1942, a marcha Eu tenho um cachorrinho, com Osvaldo Santiago, foi gravada na Odeon por Emilinha Borba.




Em 1943, o trio vocal Trigêmeos Vocalistas gravou na Columbia o fox A minha namorada Juju, com Freitas Guimarães. Nesse ano, na Odeon, foram gravadas duas parcerias com o poeta J. G. de Araújo Jorge, o fox-canção Primavera em flor, na voz de Odete Amaral, e a valsa Será verdade?, no registro de Orlando Silva, que também gravou o fox Podes mentir, com Aldo Cabral.

Ainda em 1943, Francisco Alves lançou na Odeon a valsa-canção Ainda serás minha, com Cristóvão de Alencar, enquanto os Anjos do Inferno registraram na Continental a rumba Praia mulher, com J. G. de Araújo Jorge, Silvio Caldas gravou Ninotchka, com  Cristóvão de Alencar, e os Trigêmeos Vocalistas na mesma gravadora lançaram o fox A minha namorada Juju, com Freitas Guimarães. Nessa mesma época, uma valsa sua ganhou letra de David Nasser com o nome de Exilado sendo gravada por Carlos Galhardo sendo assim uma espécie de autobiografia dele que tinha vindo se exilar no Brasil.





Em 1944, teve gravadas a valsa Oi, iaiá baiana, com Freitas Guimarães, por Francisco Alves, o paso-doble Carioca, com J. G. de Araújo Jorge, pelos Trigêmeos Vocalistas, e a valsa Toureador, com Osvaldo Santiago, por Odete Amaral e Quarteto de Bronze, as três na Odeon, além da valsa Indiferença, com J. G. de Araújo Jorge, na voz de Carlos Galhardo, na Victor. No ano seguinte, na Odeon, os Trigêmeos Vocalistas registraram o fox Os três mosqueteiros, com Freitas Guimarães.




Em 1946, o fox Francesinha, com letra de Osvaldo Santiago foi registrado na Odeon pelos Trigêmeos Vocalistas que lançaram também, visando o carnaval seguinte, a marcha Volga, volga, com letra também de Osvaldo Santiago. Orlando Silva gravou na Odeon em 1947, a valsa Perdoa, meu amor!, com J. G. de Araújo Jorge, e logo em seguida a valsa Maldito amor, com Cristóvão de Alencar.



Em 1953, mostrando já estar bem ambientado à musicalidade brasileira depois de quase 20 anos no Brasil, compôs o samba Perversa gravado na RCA Victor por Gilberto Milfont. No mesmo ano, compôs o samba Ninguém te afastará de mim, com letra de J. G. de Araújo Jorge, gravado por Carlos Galhardo na RCA Victor.

Em 1954, a valsa Aconteceu assim, com Osvaldinho, foi lançada na RCA Victor por Carlos Galhardo, enquanto Francisco Carlos na mesma gravadora lançou o bolero Ela me beijava, com Carlos Barroso. No ano seguinte, seu bolero Bella madonna, foi registrado por Carlos Galhardo.

Teve em 1957, os sambas-canção Se tu soubesses e Não voltarás, nem voltarei..., com Nogueira da Silva, gravados por Lúcio Alves no LP Serestas lançado pela Mocambo.

Em 1969, tornou-se um dos primeiros músicos populares a obter a aposentadoria. Passou os seis últimos anos de vida vivendo de forma precária em São Paulo em moradia modesta. Acometido de derrame cerebral foi acudida pela filha e transferido para o abrigo Lar João XXIII onde veio a falecer.

Obra


A minha namorada Juju (c/ Freitas Guimarães), A mulher que eu tanto adoro (c/ Mário Rossi), Aconteceu assim (c/ Osvaldinho), Ainda serás minha (c/ Cristóvão de Alencar), Ao som das balalaicas (c/ J. G. de Araújo Jorge), Apaixonei-me outra vez (c/ Osvaldo Santiago), Apartamento pequenino (c/ R. Costa), Balalaika (c/ Armando Fernandes), Bella madonna, Brasileiro apaixonado (c/ Osvaldo Santiago), Canção do barqueiro do Volga (c/ Arlindo Marques Junior), Canta guitarra (c/ Osvaldo Santiago), Carioca (c/ J. G. de Araújo Jorge), Chiquita (c/ Osvaldo Santiago), Como tu ninguém (c/ Manoel da Nóbrega), Confissão (c/ Manoel da Nóbrega), De amar-te tanto, Dia há de chegar (c/ Osvaldo Santiago), Dois navios (c/ Victor Bezerra), Ela me beijava (c/ Carlos Barroso), Eu te amo (c/ Cristóvão de Alencar), Eu tenho um cachorrinho (c/ Osvaldo Santiago), Exilado (c/ David Nasser), Fosse eu dono da tua boca (c/ Osvaldo Santiago), Francesinha (c/ Osvald Santiago), Indiferença (c/ J. G. de Araújo Jorge), Kátia (c/ Victor Bezerra), Katucha (c/ Osvaldo Santiago), Linda butterfly (c/ Osvaldo Santiago), Madona (c/ Manoel da Nóbrega), Maldito amor (c/ Cristóvão de Alencar), Manon (c/ Osvaldo Santiago), Meu amigo violão (c/ J. G. de Araújo Jorge), Meu mundo se chama você (c/ Osvaldo Santiago), Meu sonho é só meu (c/ Osvaldo Santiago), Minha namorada Juju (c/ Freitas Guimarães), Moreninha linda (c/ J. G. de Araújo Jorge), Mulher que eu tanto adoro (c/ Mário Rossi), Não quero mair chorar (c/ Aldo Cabral), Ninguém te afastará de mim (c/ J. G. de Araújo Jorge), Ninotchka (c/ Cristóvão de Alencar), Nunca sonhei (c/ J. G. de Araújo Jorge), Oi, iaiá baiana (c/ Freitas Guimarães), Olhos negros (c/ Arlindo Marques Junior), Os três mosqueteiros (c/ Freitas Guimarães), Perdoa, meu amor! (c/ J. G. de Araújo Jorge), Perfume de mulher bonita (c/ Osvaldo Santiago), Perversa, Podes mentir (c/ Aldo Cabral), Praia mulher (c/ J. G. de Araújo Jorge), Primavera em flor (c/ J. G. de Araújo Jorge), Rosali, Se tu soubesses (c/ Cristóvão de Alencar), Se tudo fosse meu (c/ Cristóvão de Alencar), Será verdade? (c/ J. G. de Araújo Jorge), Silêncio (c/ David Nasser), Sim, és tu, Só me falta você (c/ J. G. de Araújo Jorge), Toureador (c/ Osvaldo Santiago), Tu precisas de mim (c/ J. G. de Araújo Jorge), Uma vez, outra vez (c/ Osvaldo Santiago), Vinte e quatro horas sem amor (c/ Osvaldo Santiago), Volga, Volga (c/ Osvaldo Santiago), Zingaresca (c/ Maugéri Neto), Zíngaro.

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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista "O Malho", de 21/07/1938.

terça-feira, julho 09, 2013

Cida Tibiriçá

"Não há duvida de que São Paulo vem fornecendo um grande contingente de astros ao broadcasting nacional. Cida Tibiriçá, que se apresentou, recentemente, ao público do Rio pelo microfone da Cruzeiro do Sul, é, sem dúvida, uma afirmação de valor artístico indiscutível. Ela interpreta admiravelmente a música popular americana e imita Betty Boop dos desenhos animados com uma graça especial. Apesar de curta a sua permanência no Rio, Cida Tibiriçá conquistou um número incontável de fãs. Em São Paulo, ela pertence ao cast da Rádio Cosmos e grava discos na Columbia" (O Malho - 22/10/1936).

Cida Tibiriçá (Maria Apparecida Tibiriçá), cantora, nasceu em São Paulo, SP, em 05/05/1919, e faleceu na mesma cidade, em 29/10/2012. De estilo romântico, estudou no Mackenzie College, em São Paulo, onde começou a cantar em festinhas acadêmicas acompanhada pela orquestra Mackenzie Harmony Boys. Iniciou a carreira artística cantando músicas brasileiras como sambas e marchas, além de músicas folclóricas passando depois a cantar músicas de origem norte americana como fox e rag-time.

Em 1934, ingressou na Rádio Record. No ano seguinte, foi apresentada pelo compositor Silvino Neto que a ouviu cantar e apresentou ao diretor-artístico da Rádio São Paulo, o maestro Breno Rossi, que gostou de sua voz e imediatamente a contratou para o cast daquela emissora. Atuou também em outras rádios paulistas como Cultura, Cosmos e Difusora.

No ano seguinte, venceu um concurso promovido pela revista Som para escolher o melhor cantor e melhor cantora de São Paulo, tendo Januário de Oliveira vencido o concurso masculino. Nessa ocasião, assim reportou o jornal Correio de São Paulo:

"Promovido pela revista Som, encerrou-se agora o concurso para apurar, por meio da votação dos leitores, qual a melhor cantora de São Paulo. Depois de muito disputado durante cinco meses, coube o primeiro lugar a Cida Tibiriçá, cantora da PRA-5, Rádio São Paulo, com grande margem de votos sobre a segunda colocada. Em todo o ramo de atividade humana, existem pessoas com dons para vencer rapidamente, como acontece a Cida Tibiriçá, que possuidora de uma voz doce e personalidade de interpretação, tanto no fox americano como no samba brasileiro, sabe agradar os rádio-ouvintes e sabe granjear admiradores da sua arte, estando assim predestinada a fazer uma brilhante carreira".

Ainda em 1935, participou do filme musical Fazendo fita, que contou com as participações dos artistas paulistas Alzirinha Camargo, Januário de Oliveira, Fernandinho, Mario Gracco, e Alvarenga e Ranchinho, entre outros, interpretando a marcha-carnavalesca Metamorfose (Eu vou na frente), de Hudson Gaia.

Em 1936, foi convidada pela Rádio Cruzeiro do Sul para realizar uma excursão ao Rio de Janeiro, atuando naquela emissora e também no Cassino Copacabana. Nessa excursão, conheceu Edson Sant'Anna com quem se casou e atuou artisticamente até 1940. Participou das filmagens de Samba da vida, da Cinédia cantando músicas carnavalescas, e, nessa época, seu repertório incluía composições inéditas de autoria dos compositores Marcelo Tupinambá, Lírio Panicali e Ari Machado.

Cida Tibiriça - 1936
Ainda em 1936, foi contratada pela Columbia e gravou com acompanhamento da Orquestra Columbia o fox-trot Fazendo uma canção de amor, e a valsa Esperando um amor que não vem, ambas de Ari Machado e Lírio Panicali. Aproveitando sua estadia no Rio de Janeiro lançou seu segundo disco pela Columbia a valsa Você é minha melodia, de Marcelo Tupinambá e Roberto Andrade, e o fox-trot Não voltes para mim, de Lírio Panicalli, com acompanhamento da Orquestra Columbia. Também nesse ano, cantou no Cassino do Copacabana Atlântico.

Em 1937, gravou de Ari Machado, com acompanhamento da Jazz Columbia, a marcha Fita de cinema e o samba Pra ganhar um amor. No mesmo ano, também com acompanhamento da Jazz Columbia gravou o fox-trot Emocional, de Augusto Vasseur e Fernando Faissal, e a valsa Sempre quis cantar uma valsa assim, de Aloísio Silva Araújo.

Nesse ano, encerrado seu contrato com a Rádio Cruzeiro do Suil, assinou com a Rádio Difusora na qual estreou cantando acompanhada pela Jazz Difusora sob a direção do maestro Fernando Montenegro. No mesmo ano, foi contratada pela Rádio Tupi Paulista.

Com seu casamento em 1938, continuou ainda atuando em dueto com o marido nas Rádios paulistas, mas abandonou a carreira artística em 1940, depois de gravar quatro discos com oito músicas pela gravadora Columbia e tendo se tornado a "Rainha do Rádio paulista".

Cantora mais baixinha do rádio nacional


"Cida Tibiriçá é a cantora mais baixinha do rádio nacional. É um catatauzinho. Quando ela vai cantar vira o microfone de cabeça para baixo para que se possa ouvir sua voz. Mas tem uma pose!... Até parece que aquela música de Lamartine Babo "Menina que tem uma pose" foi-lhe dedicada pelo autor!

É a cantora mais fotografada do mundo! Já tirou retrato rindo, séria, cabisbaixa, cantando, dormindo, lendo, chorando, andando, sentada, deitada, subindo escada, descendo do bonde, nadando, mergulhando, dançando, jogando futebol, pescando, caindo da cama, chupando sorvete de pauzinho, declamando de perfil, de busto, de corpo inteiro, de costas, adormecendo um boizinho, etc.

Tirou patente para sair nas capas de todos os primeiros números de qualquer revista ou jornal de rádio do Brasil. E também para vencer qualquer concurso para se saber qual a melhor cantora...

É grande apreciadora da música americana e o seu maior sentimento é não saber cantar em inglês. Às vezes tenta um fox na língua de Bing Crosby, mas depois o telefone não pára: toda gente quer saber de que nacionalidade ela é! Cantando em português vai muito melhor porque ao menos nesse idioma é um pouco mais compreensível. Gravou um disco — "Fita de cinema" — que venceu um concurso, organizado há tempos,  como sendo o disco mais popular do Carnaval deste ano. De fato, essa música foi muito cantada... pelos surdos-mudos.

Quando imita a Betty Bop a turma toda exclama: "Essa imitação do Popeye está formidável!". E é uma grande, uma sincera admiradora e amiguinha de Leny Eversong, que há muito vem lhe ensinando como é que se canta um fox-trot na batata!

Agora canta em dueto. Caruso e Maria Muzio seriam cafés pequenos perto da nova dupla! Que harmonia, que ritmo, que cadência! Nunca ouvimos uma coisa igual! (E esperamos não ouvir mais, cruz credo!).

N. R. — Esta notinha não foi paga. É graciosa!...”     (D'"O Governador")

Transcrito de "O Malho", de 20/01/1938, pág. 6.

Discografia


1936 Fazendo uma canção de amor/Esperando um amor que não vem • Colum. • 78
1936 Você é minha melodia/Não voltes para mim • Columbia
1937 Fita de cinema/Pra ganhar um amor • Columbia
1937 Emocional/Sempre quis cantar uma valsa assim • Columbia

Playlist


(Para ouvir Pra ganhar um amor acesse Estrelas que nunca se apagam - Dalva & Cida, de Marcelo Bonavides).

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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista "O Malho", de 22/10/1936 e 20/01/1938.

Glorinha Caldas

Glorinha Caldas (Glória Caldas), cantora, compositora e escritora, nasceu em Niterói, RJ, em 1910, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 06/12/1937. Desde criança se interessou pelo canto. Teve aulas de canto no colégio de freiras onde estudou.

De curta carreira artística, fez sua primeira apresentação em 1934 na Rádio Educadora, em programas de calouros. Fez também apresentações em festivais em casas de particulares e também no Teatro.

Em 1935, foi convidada a integrar o elenco da Rádio Ipanema recém inaugurada, passando pouco depois a atuar na Rádio Guanabara. Foi escolhida como cantora revelação. No mesmo ano, apresentou-se na Rádio Tupi do Rio de Janeiro.

Afastou-se do meio artístico por alguns meses, retornando em 1936 quando estreou no microfone da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Foi em seguida contratada pela Rádio Cajuti na qual tomou parte num dos mais famosos programas da radiofonia carioca: "Samba e outras coisas", apresentado por Marília Batista e seus irmãos Henrique e Renato Batista.

Nesse programa, chegou a fazer dupla com Marília que criava músicas e ela letras apresentadas na programação. Num dos programas "Samba e outras coisas" interpretou o samba Hei de ver você chorar, de sua autoria.

Ainda no final de 1936, transferiu-se da Rádio Cajuti para a Rádio Mayrink Veiga. Na mesma época, tomou parte do espetáculo "A noite do Rádio" da qual participaram, entre outros, Odete Amaral, Moreira da Silva e Herivelto Martins.

No carnaval de 1937, apresentou-se no cordão do High Life Clube que costumava contar com o concurso de cantoras e cantoras.

Pouco depois se afastou das atividades artísticas devido a uma grave doença vindo a falecer precocemente antes do final do ano sem ter tido tempo de fazer nenhum registro fonográfico.

Obra


Hei de ver você chorar

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Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista "O Malho", de 23/12/1937

segunda-feira, julho 08, 2013

O almirante do Samba

O morro é um mastro. Um mastro de navio tripulado por malandros. Almirante é o seu capitão. 


Um capitão que é Almirante e que commanda cantando. Cantando marchas e sambas. “Na Pavuna” foi o seu successo revelador. Depois disto elle fez outras “manobras” com exito. 

Em 1933, “Moreninha da praia” e “Trem blindado”. Este anno “Trem azul”, “Garota da rua”, “O orvalho vem cahindo”, “Menina Oxygenée”, “Você por exemplo”, “Historia do Brasil”, etc.

Almirante é, além disto, um optimo contador de anecdotas — como quasi todos os “lobos do mar”. No palco, o seu successo tambem é indiscutivel. E assim sendo, nada mais justo do que considerar Almirante o Ministro da Marinha da nossa musica popular.

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Texto e desenho, em sua forma original, extraído da revista "O Malho", de 08/02/1934.

Pereira Filho

Pereira Filho (O Malho - 1937)
Pereira Filho (João Pereira Filho), violonista, executante de cavaquinho, bandolinista e compositor, nasceu no Ro de Janeiro, RJ, em 22/09/1914, e faleceu na mesma cidade, em 12/12/1986. Filho do professor de violão e autor de um método para instrumentos de cordas, João Pereira, começou a tocar cavaquinho com quatro anos e, antes de aprender a ler, já tinha aulas de bandolim com seu pai. Ainda menino, já organizava conjuntos, com os colegas do curso primário, a fim de animar festinhas. Dedicou-se mais tarde ao violão, instrumento no qual se especializou.

Com apenas 11 anos, participou de um festival promovido pelo Instituto Nacional de Música. Tocou, a seguir, no espetáculo Reisados e cheganças, promovido pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, apresentado no Teatro Lírico. Compôs a primeira música, o solo para violão Variações sobre cateretê, em 1929.

Em 1930, passou a integrar a Orquestra de Napoleão Tavares. Em 1932, passou a integrar a Orquestra de Ioiô na qual permaneceu por oito anos.

Em 1933, lançou seu primeiro disco, pela Victor, interpretando a dança Jongo africano e a valsa Áurea, de sua autoria, ambas para violão solo.

Em 1936, gravou ao violão Variações sobre cateretê, de sua autoria. Em 1937, teve o samba canção Tua partida, parceria com Mário Morais gravada por Francisco Alves na Victor.

Em 1941, criou seu próprio conjunto com o qual passou a atuar. Em 1944, acompanhou no violão elétrico a cantora Dircinha Batista e o cantor Déo na gravação da valsa Continuas em meu coração e Déo no choro Cochichando, pela Continental.

Em 1945, gravou na Continental o choro Edinho no choro, de sua autoria.



Pereira Filho (Noite Illustrada, 29/8/1944)
Em 1951, acompanhou com seu conjunto na Todamérica o sanfoneiro gaúcho Pedro Raimundo na gravação da valsa Pingo mulato, do baião Oriental, da polca Fanfarronada e do choro Mágoas de sanfona, da rancheira Baú velhoe do corrido Corre, corre, meu cavalo, todas de Pedro Raimundo.

Em 1953, gravou na Continental o baião Conversa fiada e o bolero Serenata havaiana, ambos de sua autoria. No mesmo ano, gravou com seu conjunto o bolero Garoa e o dobrado Borba gato, os dois de sua autoria.

Em 1959, gravou na Todamérica o bolero Noite sem rumo, de sua autoria.

Trabalhou, ainda, como solista e diretor de orquestras e conjuntos regionais, em várias emissoras de rádio e televisão cariocas: Rádio Nacional, Rádio Mayrink Veiga, TV Tupi, TV Excelsior e TV Globo.

Obra


Áurea, Biquinho da chupeta (c/ Oldemar Magalhães e E . Cavalcanti), Borba gato, Conversa fiada, Edinho no choro, Garoa, Jongo africano, Noite sem rumo, Serenata havaiana, Variações sobre cateretê.

Discografia


1933 Jongo africano/Áurea • Victor • 78
1936 Variações sobre cateretê • Victor • 78
1945 Edinho no choro • Continental
1953 Conversa fiada/Serenata havaiana • Continental • 78
1953 Garoa/Borba gato • Continental • 78
1959 Conversa fiada/Noites sem rumo • Todamérica • 78
   
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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista "O Malho", de outubro/1937

domingo, julho 07, 2013

Baptista Júnior

Baptista Júnior alcançou em nossos meios artísticos, grande prestígio e admiração. Especialmente no ambiente da ribalta a popularidade que desfrutou esse grande artista foi quase sem precedente. Iniciou sua difícil arte de fazer rir nos palcos de São Paulo, de onde o seu nome propagou-se com rapidez pelo Brasil inteiro. Foi considerado o maior ventríloquo do Brasil, conquistando em diversos concursos medalhas e diplomas de honra.


João Baptista de Oliveira Júnior, cantor, ventríloquo, comediante e compositor, nasceu em São Paulo, SP, em 15/01/1894, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 24/5/1943. Pai das cantoras Linda e Dircinha Batista, era casado com D. Emília Grandino de Oliveira, de tradicional família paulista e conhecida no meio artístico como D. Neném, com quem teve três filhas. Transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro na década de 1920, em busca de melhores condições de trabalho, morando no bairro carioca do Catete.

Trabalhou como comediante, ventríloquo (imitava mais de 22 vozes sem abrir os lábios) e cançonetista. Conseguia a atuar com 18 bonecos e fazer as vozes para todos. Atuou no rádio, teatro e cinema e foi autor de várias cançonetas, cenas cômicas, lundus, valsas e sambas, muitos deles gravados pela Odeon e Columbia.

Gravou mais de 25 discos nos anos 1920 e 1930. Começou fazendo um tipo caipira. Seu primeiro disco foi Quadrilha do pé espaiado e o lundu Porque me enganou, numa fase em que a indústria de discos dava muita ênfase nas gravações de cômicos e cançonetistas, como Bahiano, Eduardo das Neves e outros.

Em 1928 gravou pela Odeon o samba Um adeus por despedida, de José Francisco de Freitas, além da cançoneta Chic-chic e a marcha Não vai chorar, de sua autoria.

Em 1929, foi contratado pela Columbia, estreando com uma série de três discos, que incluíam entre outras composições de sua autoria, a valsa Convencida, a toada Chuvinha e a cançoneta Futebol, uma das pioneiras a tratar do assunto. Nesse mesmo período, gravou diversas composições com motivos sertanejos como a prosa sertaneja Ó de casa e a canção sertaneja Mágoas de carreiro, ambas de sua autoria.

Em 1930, gravou as cenas cômicas Casamento na roça; Hotel dos viajantes e Na quitanda. No mesmo ano, gravou de Sátiro de Melo o cateretê Rela coco e a embolada Sacode a saia, caboca!. No mesmo ano, sua filha Dircinha Batista, então com oito anos de idade, iniciou-se na vida artísitca lançando um disco com duas composições de sua autoria, Borboleta azul e a a canção Dircinha.

Em 1931, gravou as canções cômicas Reflexos de um concurso de beleza e Apuros do chorão no dentista, de sua autoria. Nesse mesmo ano, participou do primeiro filme sonoro nacional, o Coisas nossas, produzido por Wallace Downey.

Em 1934, gravou na Odeon de sua autoria a cena cômica Infantilidade e a embolada Sururu.

Em 1936, retornou para a Columbia onde lançou mais dois discos com, entre outras, a Quadrilha da família chorão.

Teve importante papel na introdução de suas filhas, Linda e Dircinha, na carreira artística.

Batista Júnior e seus bonecos, com suas filhas Linda e Dircinha (Revista da Semana, de 17/4/1937)


Obra


A aldeiazinha, A boiada, A feira, A minha vida é viajar, A roseira, Adeus Momo, Agonizando, Apuros do chorão no dentista, Borboleta azul, Casamento na roça, Chic-chic, Chuvinha, Ciganinha, Convencida, El adios final, El collar, Futebol, Geraldo aviador, Hotel dos viajantes, Infantilidade, Infeliz nos amores, Jaboti, jatobá, Linda loira, Linda morena, Mágoas de carreiro, Marcha dos caixeiros viajantes, Me quieres matar, Miss Brasil, Monólogo caipira, Na delegacia, Na quitanda, Não estou embriagado, Não vai chorar, O barbeiro do arrabalde, O chorão, Ó de casa!, O professor de canto, O relógio carrilon, P. R. C...bola, Pai João, Passadas as eleições, Pinta meu bem, Porque sonhar?, Problemas dos empregados, Quadrilha da família Chorão, Quadrilha do pé espaiado, Reflexos do concurso de beleza, Rugidos da mata virgem, Saudades da minha infância, Sogra versus genro, Sonhei, Sururu, Te conheço Simplício, Trem Cruzeiro, Uma festa de São João na roça, Vancê já foi, Vasco X Corintians, Visita de um caipira paulista.

Playlist














Discografia


1918 Monólogo caipira • Phoenix • 78
1918 Visita de um caipira paulista • Phoenix • 78
1921 Quadrilha do pé espaiado • Odeon • 78
1921 Porque me enganou • Odeon • 78
1921 Linda morena • Odeon • 78
1921 Linda loira • Odeon • 78
1921 O espelho e a mulher • Odeon • 78
1921 A gauchada • Odeon • 78
1921 A roseira • Odeon • 78
1921 Porque sonhar? • Odeon • 78
1928 Independência/Um adeus por despedida • Odeon • 78
1928 Chic-chic/Não vai chorar • Odeon • 78
1928 Jaboti, jatobá/Borboleta azul • Odeon • 78
1929 Convencida/Saudades de minha infância • Columbia • 78
1929 O relógio carrilon/Pinta, meu bem • Columbia • 78
1929 Futebol/Chuvinha • Columbia • 78
1929 Me quieres matar/A feira • Columbia • 78
1929 El collar/El adios final • Columbia • 78
1929 Constantinopla/Adeus Momo • Columbia • 78
1929 Não estou embriagado/Ó de casa! • Columbia • 78
1929 Mágoas de carreiro/Uma festa de São João na roça • Columbia • 78
1929 Infeliz nos amores/Ciganinha • Columbia • 78
1929 Vancê já foi/Miss Brasil • Columbia • 78
1929 Vasco x Corinthians/A aldeiazinha • Columbia • 78
1929 Problemas dos empregados/Sonhei • Columbia • 78
1929 Sogra versus genro/Linda morena • Columbia • 78
1930 Na quitanda/Rugidos da mata virgem • Columbia • 78
1930 Casamento na roça/Hotel dos viajantes • Columbia • 78
1930 Pai João/Quadrilha do pé espaiado • Columbia • 78
1930 Linda loira/Passadas as eleições • Columbia • 78
1930 O chorão/Agonizando • Columbia • 78
1930 Te conheço Simplício/Trem Cruzeiro • Columbia • 78
1930 O professor de canto/Marcha dos caixeiros viajantes • Columbia • 78
1930 Rela coco/Sacode a saia, caboca! • Columbia • 78
1931 Reflexos do concurso de beleza/Apuros do chorão dentista • Columbia • 78
1931 A boiada/O barbeiro do arrabalde • Columbia • 78
1934 Infantilidade/Sururu • Odeon • 78
1936 Quadrilha da família chorão/P.R.C...bola • Columbia • 78
1936 A minha vida é viajar/Na delegacia • Columbia • 78

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Fontes: Revista da Semana, de 17/04/1937; Dicionário Cravo Albin da MPB; officinadosradios.blogspot.com.