terça-feira, maio 21, 2013

As estrelas morrem sozinhas

Dolores Duran
"Quem não se lembra de como morreu Dolores Duran? Sozinha. Foi se deitar, boa, sem nada sentir, sem se queixar de coisa alguma. Como custasse a despertar, sua empregada se assustou. Chamou. E como Dolores não abrisse a porta do quarto, nem respondesse, a empregada foi encontrá-la morta, na cama, como se estivesse dormindo. Durante o sono, Dolores Duran faleceu. Sozinha.

E Carmen Miranda, lembram-se? Só que a Carmen querida estava doente. Tinha melhorado muito, depois de visitar o Brasil. Mas já voltara ao trabalho. E, recolhendo-se tarde da noite, à sua residência, foi para seu quarto separado, enquanto seu esposo descansava em outro. Pela madrugada, Carmen levantou-se, passando mal, deu dois ou três passos, sem poder chamar pelo marido e... caiu morta, sozinha.

Carmen Miranda
Só horas mais tarde seu esposo veio a encontrá-la. A grande estrela nem pudera ser socorrida. Morreu só. Sozinha, naquela casa grande e luxuosa de Hollywood.

Agora, recentemente, foi Zezé Fonseca. Estava só, em seu apartamento pequeno de Copacabana. Preparava o almoço, já tarde, quando explodiu o fogão a gás. Morreu Zezé, carbonizada, sem que alguém a pudesse socorrer. Morreu só. Sozinha.

Será isso um desígnio? Será uma coincidência? Por que morrem as estrelas sozinhas?

Zezé Fonseca
A morte é sempre um ato triste, incompreensível na maioria das vezes. Mas muito mais triste e menos se compreende e se aceita que alguém possa morrer sem alguém perto. Mas foi assim que morreram três estrelas queridas do público brasileiro: Dolores Duran, Carmen Miranda, Zezé Fonseca. As duas primeiras estavam no auge da glória, da consagração.

Coincidência? Fatalidade? Ninguém entende a morte...

Dirão que muita gente já ter morrido assim. É certo. Que outras estrelas também tenham dormido o sono eterno e que seus nomes não estão aqui. Mas não é o que importa, agora. Mas o que os fãs tem em memória são esses três, de Dolores, de Carmen, de Zezé. Morreram sem um adeus, sem uma mão amiga de alguém ao seu lado, sem a prece de um ente querido, sem nada.

Mas há um consolo e a ele nos devemos agarrar: nada neste mundo acontece sem ser por vontade de Deus. E Deus sabe o que faz."

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Fonte: Revista do Rádio - 29 de Setembro de 1962.

Luiz de Carvalho

Revista do Rádio - 1948
Luiz de Carvalho, radialista, compositor e cantor, nasceu em Diamantina, MG, em 01/02/1919, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 09/06/2008. Iniciou sua carreira em Belo Horizonte, participando de programas de calouros na Rádio Inconfidência. Em 1939, indo ao Rio de Janeiro à passeio, resolveu participar de um concurso de calouros na Rádio Tupi; foi aprovado e não retornou mais para a capital mineira.

Trabalhou ainda nas Rádios Nacional e Bandeirantes. Na década de 1950, ingressou na Rádio Globo, onde ficaria até o final da carreira. Por três décadas, entre os anos 1950 e 70, ele apresentou um programa matinal nessa rádio que tinha como slogan a frase "Saúde, paz e amor". De segunda a sábado, entre as 9h e as 12h, Luiz de Carvalho foi líder de audiência, abrindo espaço para os principais movimentos musicais do período, da bossa nova a jovem guarda. Passaram por seu programa, entre outros, Roberto Carlos, Erasmo Carlos , Wanderléa e Jerry Adriani.

Nos anos 1960, Luiz de Carvalho também foi o apresentador do primeiro programa de auditório ao vivo da TV Globo, o "Tevefone", que ia ao ar nas tardes de sábado, o primeiro líder em audiência da TV Globo, onde, posteriormente, ainda apresentou, ao lado de Márcia de Windsor, o programa "Alô sucesso".

Como era costume, em especial até os anos 1970, seu nome entrou em diferentes parcerias musicais, muitas delas sem que ele tivesse efetivamente composto algo, mas sim, a título de promoção da música.

Em 1962, Luiz Wanderley gravou Me leva contigo, parceria dos dois, no LP O versátil Luiz Wanderley, da Rca Victor. Em 1963, o bolero A tua presença me alumina, com Carlos Morais, foi gravado por Jairo Aguiar, no LP Jairo Aguiar canta para os enamorados; o bolero Abre teus braços, com Carlos Morais, foi gravado por Rinaldo Calheiros, no LP Uma lágrima tua, ambos da gravadora Copacabana, enquanto Adilson Ramos, no LP Sonhar contigo, da RCA Victor, registrou o bolero Me leva contigo, com Luiz Wanderley. No mesmo ano, assinou parcerias carnavalescas, como as marchas Colher de chá, com Cláudio Paraíba, gravada por Vitor Zambito, Hora do aperto, com Cláudio Paraíba, registrada por Janete Jane, ambas para o LP Carnaval - Brasil 63, da Chantecler; Desquitada, com Carlos Morais, lançada por Clério Morais, no LP Carnaval de 1963, da Continental; Nega do Senegal, com Luiz Wanderley e Carlos Morais, gravada por Luiz Wanderley, no LP Carnaval - vol. 1 da Philips, e Socorro, com Carlos Morais, que ele mesmo gravou no LP Carnaval RCA Victor. No mesmo ano, Anísio Silva gravou o bolero Pergunte ao coração, com Carlos Morais, para o LP Canção do amor que virá, da Odeon, e, Luiz Alberto registrou o bolero Por ti, com Newton Tierini, para o LP Meu romance, minha canção, da Philips.

Em 1964, Dora Lopes gravou o samba Dúvida cruel, com Genival Melo e Dora Lopes, para o LP Carnaval Rio Quatrocentão, da Copacabana, já visando os festejos do quarto centenário de fundação da cidade, no ano seguinte. Em 1965, assinou novas parcerias para o carnaval, como a marcha Garota bombom, com Jota Júnior e Oldemar Magalhães, e Vamos brincar de índio, com Carlos Morais, ambas gravadas por ele mesmo, no LP Carnaval quatrocentão, da RCA Victor. Nesse ano, gravou a marcha Tem índio na maloca, com J. Nunes, para o LP Carnaval Copa 66, da gravadora Copacabana.

Em 1966, gravou a marcha Garota me dá um beijo, com Orlando Dias e Otolindo Lopes, para o LP Carnaval Barra Limpa - Vol. 2, da gravadora Copacabana. Em 1967, a marcha Garota me dá um beijo, com Orlando Dias e Otolindo Lopes, foi gravada por Moacir Silva, no LP Carnaval de boite - Nº 4 - Moacir Silva, seu conjunto e coro, da Copacabana, e Lindomar Castilho lançou, em LP da Continental, o Poema da dor maior, com Luiz Wanderley. Ainda nesse ano, gravou o samba Você nasceu pra mim, de sua autoria, para o LP Carnaval Ranger 1967 - Vol. 2, da gravadora Ranger.

Em 1968, a marcha Chave do barracão, com Orlando Dias e Otolindo Lopes, foi incluída no LP Carnaval 68, da Odeon. Em 1984, gravou a Marcha do maluco, de sua autoria, incluída no LP Carnaval no Rio 85, da Somil.

Em 1990, o samba Destino, com Zé Pretinho da Bahia e Lígia Santiago, foi gravada por Zé Pretinho da Bahia, no LP Fazendo gostoso. Em 1992, o cantor Zezinho Portuense gravou Tu és o maior amor da minha vida, com Sílvio Lima, para o LP O canto do sabiá.

Radialista de sucesso, teve longa carreira à frente do microfone, além de deixar diversas composições e também gravações. Internado na Obra Portuguesa de Assistência devido a uma pneumonia, faleceu em 09/06/2008, aos 89 anos.

Obras

A tua presença me alumina (c/ Carlos Morais), Abre teus braços (c/ Carlos Morais), Chave do barracão (c/ Orlando Dias e Otolindo Lopes), Colher de chá (c/ Cláudio Paraíba), Desquitada (c/ Carlos Morais), Destino (c/ Zé Pretinho da Bahia e Lígia Santiago), Dúvida cruel (c/ Genival Melo e Dora Lopes), Garota bombom (c/ Jota Júnior e Oldemar Magalhães), Garota me dá um beijo (c/ Orlando Dias e Otolindo Lopes), Hora do aperto (c/ Cláudio Paraíba), Marcha do maluco, Me leva contigo (c/ Luiz Wanderley), Nega do Senegal (c/ Luiz Wanderley e Carlos Morais), Pergunte ao coração (c/ Carlos Morais), Poema da dor maior (c/ Luiz Wanderley), Por ti (c/ Newton Tierini), Socorro (c/ Carlos Morais), Tem índio na maloca (c/ J. Nunes), Tu és o maior amor da minha vida (c/ Sílvio Lima), Vamos brincar de índio (c/ Carlos Morais), Você nasceu pra mim.

Discografia

(1984) Marcha do maluco • Somil • LP
(1967) Você nasceu pra mim • Ranger • LP
(1966) Garota me dá um beijo • Copacabana • LP
(1965) Garota bombom/Vamos brincar de índio • RCA Victor • LP
(1965) Tem índio na maloca • Copacabana • LP
(1963) Carnaval RCA Victor - RCA Victor - LP • RCA Victor • LP
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Fontes: Jornal O Globo - Cultura 09/06/2008; Revista do Rádio - Novembro de 1948; Dicionário Cravo Albin da MPB. 

Lauro Paiva

Lauro Paiva (Lauro de Oliveira Paiva Martins), instrumentista, pianista, compositor e líder de conjunto, nasceu em Salvador, BA, em 13/11/1913 e mudou-se para o Rio de Janeiro em meados da década de 1950. Começou sua carreira artística dirigindo uma orquestra na Rádio Excelsior da Bahia.

Em 1956, gravou pelo selo Repertório o samba Eu fui à Bahia, de Rossini Pacheco, e o samba-choro Lauro Paiva no choro, de sua autoria.

Em 1959, lançou pela Continental o LP Night Club - Lauro Paiva e Seu Conjunto no qual interpretou músicas de sua autoria como Boogie no samba e Um chorinho dos nossos, ambos com Gaúcho, além de clássicos da música internacional como Carioca, de V. Youmans, G. Kaba e E. Eliscu, Perfume de gardenia, de Rafael Hernández, Luar nos rochedos (Midnight on the cliffs), de L. Pennario, Luna de miel en Puerto Rico, de Bobby Capó, e Blue star, de E. Heyman e V. Young, além dos sucessos da música popular brasileira Quando voltares, de Roberto Roberti e Arlindo Marques Júnior, Ela disse-me assim, de Lupicínio Rodrigues, Você passou, de Alcyr Pires Vermelho e Nazareno de Brito, Dá-me tuas mãos, de Erasmo Silva e Jorge de Castro, e Não tenho lágrimas, de Max Bulhões e Milton de Oliveira.

Em 1960, lançou dois LPs, um pela gravadora Continental e outro pela gravadora Copacabana. No LP Night Club Nº 2 - Lauro Paiva e Seu Conjunto, da Continental, registrou o Mambo swing, de sua autoria e Gaúcho, Só Deus, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, Águas paradas, de Israel Paixão, Esse seu olhar, de Tom Jobim, Menina moça, de Luis Antônio, Bronzes e cristais, de Alcyr Pires Vermelho e Nazareno de Brito, Vivem em paz, de Dalton Vogeler, e Favela amarela, de Oldemar Magalhães e Jota Júnior, entre outras.

Já no LP Gafieira em bossa nova - Lauro Paiva e Seu Ritmo, da Copacabana, que marcou sua estreia nessa gravadora registrou doze clássicos da música popular brasileira orquestrados segundo os ditames da bossa nova então em pleno cartaz. Foram eles: Gavião calçudo, de Pixinguinha, Na Pavuna, de Almirante e Candoca da Anunciação, Dorinha meu amor, de José Francisco de Freitas, Fita amarela, de Noel Rosa, Jura e Gosto que me enrosco , de J. B. da Silva "Sinhô", Olhos verdes, de Vicente Paiva, Rosa morena e Lá vem a baiana, de Dorival Caymmi, entre outras.

Gravou em 1961, o LP Sucessos com Lauro Paiva - Lauro Paiva e Conjunto com sucessos como Palhaçada, de Haroldo Barbosa e Luis Reis, Poema do adeus, de Luis Antônio, Sonho e saudade, de Tito Madi, Eu e o samba, de Nelson Castro, Perdão, de César Cruz, e Beija-me depois, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, entre outros.

Em 1962, lançou o LP Xeque-mate em dois lances - Lauro Paiva e Seu Conjunto de Danças no qual incluiu sucesso internacionais além de cinco clássicos de Noel Rosa, Feitiço da Vila, Conversa de Botequim e Feitio de oração, com Vadico, e Palpite infeliz e Último desejo.

Transferiu-se para a gravadora MGL em 1963, e lançou o LP O ritmo é... Lauro Paiva - Lauro Paiva e Seu Conjunto. Nesse disco, gravou músicas como Influência do jazz, de Carlos Lyra, Alô Verinha, de sua autoria, Canção do fim, de U. Minucci e R. Jordan em versão de Paulo Rogério, Eu sei que vou te amar, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, E você não dizia nada, de Hélio Sindô, Sacoman e Jorge M., e Na cadência do samba, de Ataulfo Alves, entre outras.

Dois anos depois, lançou pela Caravelle com seu conjunto e o Coro do Clube do Guri o LP Tim... dom... dom... - Lauro Paiva e Seu Conjunto e Coro do Clube do Guri interpretando músicas que tematizavam o Rio de Janeiro: Tim dom dom, de João Mello e Codó, Na roda do samba, de Orlann Divo e H. Menezes, Ela é carioca, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, Praia do Leme, de sua autoria, Berimbau, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, Rio e Balançamba, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, Balanço Zona Sul, de Tito Madi, Samba do avião, de Tom Jobim, O amor em paz, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, Preciso dar um jeito, de Silvio César, e Manhã no Posto 6, de Armando Cavalcanti.

Em 1974, sua interpretação do samba Ela disse-me assim (Vá embora), de Lupicínio Rodrigues foi incluída no LP Homenagem a Lupicínio Rodrigues da gravadora Continental. Com intensa atuação artística nas décadas de 1950 e 1960, além da apresentações em Rádios e shows em clubes e boates, gravou LPs nas gravadoras Copacabana, Caravelle e Continental.

Obras

Alô Verinha, Boogie no samba, Lauro Paiva no choro, Mambo swing (c/ Gaúcho), Praia do Leme, Um chorinho dos nossos (c/ Gaúcho).

Discografia

(1956) Eu fui à Bahia/Lauro Paiva no choro • Repertório • 78; (1959) Night Club - Lauro Paiva e Seu Conjunto • Continental • LP; (1960) Night Club Nº 2 - Lauro Paiva e Seu Conjunto • Continental • LP; (1960) Gafieira em bossa nona - Lauro Paiva e Seu Ritmo • Copacabana • LP; (1960) Gavião calçudo/Rosa morena • Copacabana • 78; (1961) Sucessos com Lauro Paiva - Lauro Paiva e Conjunto • Copacabana • LP; (1962) Xeque-mate em dois lances - Lauro Paiva e Seu Conjunto de Danças • Copacabana • LP; (1963) O ritmo é... Lauro Paiva - Lauro Paiva e Seu Conjunto • MGL • LP; (1965) Tim... dom... dom... - Lauro Paiva e Seu Conjunto e Coro do Clube do Guri • Caravelle • LP

Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; O Nordeste.com.

Erasmo Silva

Erasmo Silva, compositor e cantor, nasceu em Salvador, BA, em 07/10/1911, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 10/1/1985. Mudou-se da Bahia para o Rio onde, em 1935, foi chofer de praça, conhecendo no Café Nice o compositor Wilson Batista, com quem formou um conjunto com Lauro Paiva ao piano e Roberto Moreno na percussão.

Com o conjunto, realizou apresentações em Campos, RJ, e de volta à cidade do Rio de Janeiro, formou, em 1936, com Wilson Batista a Dupla Verde e Amarelo, que participou da vocalização da orquestra argentina Almirante Jonas, que estava de passagem no Rio de Janeiro, seguindo com ela para Buenos Aires, Argentina, onde ficaram por três meses, ainda em 1936.

De volta ao Brasil, trabalharam durante mais de um ano na Rádio Atlântica, de Santos SP, e depois, na Rádio Record, da capital paulista, onde também gravaram, com as Irmãs Vidal, pela Columbia, seu primeiro disco com Adeus, adeus, de Francisco Malfitano e Frazão, e Ela não voltou, de Francisco Malfitano, Frazão e Aluísio Silva Araújo. Obtendo certo sucesso, seguiram para uma temporada em Porto Alegre RS, voltando a São Paulo para trabalhar na Rádio Tupi. Como integrante da Dupla Verde e Amarelo, gravou nove discos com dezoito músicas. Foi também parceiro de Wilson Batista em algumas composições.

Em 1945, gravou com o Coro Odeon os sambas Irene, de Humberto de Carvalho, Henrique de Almeida e Augusto Garcez, e Ela chora até hoje, de Humberto de Carvalho, Henrique de Almeida e Estanislau Silva. No mesmo ano, gravou na Continental os sambas Só eu sei, de Henrique de Almeida, Nelson Trigueiro e Milton de Oliveira, e A conversa está boa, de Henrique de Almeida e Nelson Trigueiro. Em 1946, teve a marcha Balu, com Jorge Tavares, gravada por Dircinha Batista.

No carnaval de 1947, fez sucesso com o samba Gilda, parceria com Mário Lago, uma explícita citação do filme de sucesso de mesmo nome, estrelado pela atriz de enorme êxito Rita Hayworth, e lançado por Sílvio Caldas pela Continental. Nesse ano, sua parceria com Marina Batista, o samba Deixa eu bater meu tamborim, foi gravado pelo grupo Namorados da Lua na Continental.

Em 1949, o samba Cadê a Jane?, com Wilson Batista, foi gravado na Continental pelo grupo vocal Os Cariocas, e o samba Volta meu amor, também com Wilson Batista foi gravado por Ruth Barros na Star. No mesmo ano, gravou como integrante da dupla Verde e Amarelo o samba Casa vazia, de sua autoria e Wilson Batista. Em 1950, o samba Homem marcado, com Wilson Batista, foi registrado por Sílvio Caldas pela Continental, e a marcha Senhor açougueiro, com Wilson Batista, foi gravada pela dupla Verde e Amarelo na Continental.

Em 1951, o samba O mundo vai se admirar, com Wilson Batista foi lançado na Sinter pela dupla Verde e Amarelo. No ano seguinte, Jamelão lançou pela Sinter a marcha Só apanho resfriado, com Wilson Batista, e Gilberto Alves registrou pela RCA Victor o samba Me maltratou, com Roberto Martins. Ainda em 1952, foram gravadas por Elizeth Cardoso na Todamérica, as músicas Dá-me tuas mãos, com Jorge Castro, e Nosso amor, nossa comédia, com Adolar Costa. Também no mesmo ano, gravou pela RCA Victor os sambas Não apareceu e Vai levando seu Godofredo, ambos de sua parceria com Ari Monteiro.

Em 1953, nova parceria com Wilson Batista chegou aos discos, o samba Tu não me dizes, lançado por Gilberto Milfont pela Victor. Em 1954, o samba-canção Ambição, com Américo Seixas, foi gravado na RCA Victor por Wilson Roberto. Nesse ano, o samba-canção Passaporte do amor, com Américo Seixas, foi lançado na RCA Victor por Carlos Galhardo.

Em 1955, registrou pela gravadora pernambucana Mocambo o samba Eu já chorei, parceria com Magno de Oliveira, e a marcha Pataco-taco, de sua autoria e Max Nunes. No mesmo ano, o samba Escrava da saudade, com Américo Seixas, foi gravado por Nelson Gonçalves na RCA Victor.

Obras

A felicidade acabou (c/ Oldemar Magalhães), Abre a porta por favor (c/ Átila Nunes), Ambição (c/ Américo Seixas), Amor que não chora, Balu (c/ Jorge Tavares), Cadê a Jane? (c/ Wilson Batista), Casa vazia (c/ Wilson Batista), Dá-me tuas mãos (c/ Jorge Castro), Deixa eu bater meu tamborim (c/ Marina Batista), Deixa o povo falar (c/ Geraldo Gomes), Ela não voltou (c/ Mário Lago), Escrava da saudade (c/ Américo Seixas), Eu já chorei (c/ Magno de Oliveira), Eu quero amar, Felicidade não tem cor (c/ Laércio Alves), Gilda (c/ Mário Lago), Gosto de gente que samba, Homem marcado (c/ Wilson Batista), Insônia (c/ Geraldo Serafim), Mais um cabelo branco, Me maltratou (c/ Roberto Martins), Menina, quem foi seu mestre?, Não apareceu (c/ Ari Monteiro), Nosso amor, nossa comédia (c/ Adolar Costa), O coração é meu (c/ Wilson Batista), O mundo vai se admirar (c/ Wilson Batista), Passaporte do amor (c/ Américo Seixas), Pataco-taco (c/ Max Nunes), Poema dos teus olhos (c/ Paulo Aguiar), Qual é o caso (c/ Jorge de Castro), Sambar... e balançar, Saúde, paz e amor, Senhor açougueiro (c/ Wilson Batista), Só apanho resfriado (c/ Wilson Batista), Tu não me dizes (c/ Wilson Batista), Vai levando seu Godofredo (c/ Ari Monteiro), Verdadeiro amor, Volta meu amor (c/ Wilson Batista).

Discografia

(1945) Só eu sei/A conversa está boa • Continental • 78
(1945) Irene/Ela chora até hoje • Odeon • 78
(1952) Não apareceu/Vai levando seu Godofredo • RCA Victor • 78
(1955) Eu já chorei/Pataco-taco • Mocambo • 78
([S/D]) Dina/Coração é meu • Santa Anita • 78

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Dupla Verde e Amarelo

Dupla Verde e Amarelo - Duo vocal formado em 1935 pelos compositores Wilson Batista e Erasmo Silva, que se conheceram no Café Nice, na Avenida Rio Branco, e que, segundo o radialista César Ladeira, tinha "cores diferentes - vozes iguais".

Inicialmente, formaram um conjunto, com Lauro Paiva ao piano e Roberto Moreno na percussão. Com o conjunto, realizaram apresentações em Campos RJ. De volta ao Rio de Janeiro, formou-se a dupla.

Em 1936, a dupla participou da vocalização da orquestra argentina Almirante Jonas, que estava de passagem no Rio de Janeiro, seguindo com ela para Buenos Aires, Argentina, onde ficaram por três meses. De volta ao Brasil, trabalharam durante mais de um ano na Rádio Atlântica, de Santos SP, e, depois, na Record, da capital paulista.

A dupla estreou em discos em 1936, registrando com as Irmãs Vidal, pela Columbia, a marcha E ela não voltou", de Francisco Malfitano, Aloísio Silva Araújo e A. Frazão, e o samba Adeus...adeus..., de Francisco Malfitano e A. Frazão. Nesse ano, realizaram excursão ao sul do país, apresentando-se em cidades como Porto Alegre e Pelotas, no Rio Grande do Sul, além de apresentações na Argentina.

Em 1937, registraram com o acompanhamento do Conjunto Regional de Benedito Lacerda, os sambas Receita médica, e Se você fosse inteligente, de Francisco Malfitano e Eratóstenes Frazão, Já sei, de Wilson Batista e L. Paiva, e Não devemos brigar, de Wilson Batista. Após essas gravações a dupla não teve continuidade e seus integrantes prosseguiram em suas carreiras solo de compositores.

Em 1948, a dupla se formou novamente, contratada pela gravadora Continental, e lançou disco interpretando com acompanhamento de conjunto regional os sambas Casa vazia, de Wilson Batista e Erasmo Silva, e Quebrou meu cavaquinho, de Jorge de Castro e Roberto Martins. O segundo disco foi lançado quase dois anos depois, com acompanhamento de Severino Araújo e sua orquestra Tabajara, com o samba Escravo do trabalho, de Antônio Almeida e Oldemar Magalhães, e a marcha Senhor açougueiro, de Wilson Batista e Erasmo Silva. No mesmo período, gravaram pela Star o maracatu Bango-ê bango-á, de Erasmo Silva e Arnaldo Tavares, e o samba Samba Brasil, de Ataulfo Alves e Aldo Cabral.

Ainda em 1950, gravaram pela Todamérica, com acompanhamento de orquestra, as marchas Viver em paz, de Nássara e Salvador Miceli, e Mundo cruel, de Wilson Batista e Paulo Marques. Em 1951, gravaram com acompanhamento de orquestra, os sambas Não tou charlando, de Wilson Batista e Jorge de Castro, e Rir para não chorar, de Erasmo Silva e Magno de Oliveira.

Em seguida, gravaram também com acompanhamento de orquestra os sambas O mundo vai se admirar, de Wilson Batista e Erasmo Silva, Maria tá rica, de Wilson Batista e Oldemar Magalhães, e Vai passear, de Luiz Antônio e Oldemar Magalhães, além da marcha Dona Elvira, de Wilson Batista e Aldo Cabral.

Após essas gravações, a dupla dissolveu-se definitivamente, após lançar dez discos pelas gravadoras Columbia, Star, Sinter, Todamérica e Continental.

A dupla que volta!

Revista do Rádio - Outubro/1948
"Depois de um longo período de ausência dos nossos microfones, voltou a atuar na Rádio Tupi a interessante dupla Verde e Amarelo, composta por dois dos nossos mais destacados compositores populares, Wilson Batista e Erasmo Silva.

Com repertório inteiramente novo e apresentando números bem arranjados, onde podemos ressaltar Cadê a Jane, Iaiá não desça a saia e A Maria ficou rica, e 'reintrée' da dupla Verde e Amarelo constitui um autêntico sucesso.

Wilson Batista e Erasmo Silva, já estão selecionando uma série de de sambas e marchas para o próximo carnaval e, podemos adiantar aos nossos leitores, pelo menos duas das quatro músicas que eles vão gravar na Continental, estão fadadas a cair no agrado do público,

Está de parabéns a direção artística da Tupi, por tão brilhante aquisição e fazemos votos para que a dupla Verde e Amarelo venha a figurar como um dos grandes cartazes da radiofonia brasileira."  (Revista do Rádio - Outubro de 1948)

Discografia

(1936) E ela não voltou/Adeus...adeus... • Columbia • 78
(1937) Receita médica/Já sei • Columbia • 78
(1937) Não devemos brigar/Se você fosse inteligente • Columbia • 78
(1948) Casa vazia/Quebrou meu cavaquinho • Continental • 78
(1950) Escravo do trabalho/Senhor açougueiro • Continental • 78
(1950) Bango-ê bango-á/Samba Brasil • Star • 78
(1950) Viver em paz/Mundo cruel • Todamérica • 78
(1951) Não tou charlando/Rir para não chorar • Sinter • 78
(1951) O mundo vai se admirar/Maria tá rica • Sinter • 78
(1951) Vai passear/Dona Elvira • Sinter • 78

Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista do Rádio.