segunda-feira, junho 03, 2013

Ângelo Reale

Ângelo Reale (Ângelo Russo Reale), compositor, instrumentista e acordeonista, nasceu em São Pedro de Piracicaba, SP, em 24/02/1903, e faleceu em São Paulo, SP, em 08/01/1994. Acordeonista bastante conceituado, tendo acompanhado diversos artistas, gravou aproximadamente 300 músicas, de diversos gêneros, como valsa, maxixe, polca, tango, baião e toada. Mário Zan, Caçulinha, Mário Gennari Filho e Clóvis Pontes foram alguns de seus seguidores.

Em 1938, gravou Marcha dos ferroviários, seu primeiro disco como solista pela Columbia. Em 1940 gravou Bicho-carpinteiro, maxixe de sua autoria.

Em 1943, foi um dos sócios fundadores da União Brasileira dos Compositores (UBC).

Em 1945, gravou ao acordeon, pela RCA Victor, a valsa Caboclinha e a polca Caipirinha ladina, ambas de sua autoria. Ainda em 1945, gravou Normalista e Toque se quiser, de sua autoria. Em 1952 registrou em disco El chacoleiro, Arrogante e outras. No ano seguinte, gravou Nasceu hoje, Dobrando notas e Coração que sangra.

Em 1954 gravou o sucesso Sanfonas e sanfoneiros. Em 1958, fez sucesso com Mazurca de oito baixos. Em 1960, começou a dar aulas de acordeão em São Paulo.

Em 1962, Jamelão gravou Vida de circo, dobrado de autoria de Reale, acompanhado da Orquestra de Severino Araújo. No mesmo ano, lançou Pipoqueira e Assanhadinha.

Em 1980, Ângelo Reale gravou seu último disco, com destaque para Tira dama, Briga na tuia e Miracatu.

Obra

A dama tira o cavaleiro, A dança do bastão (c/ Sertãozinho), Acertando o passo (c/ Mário Zan), Alegria de toureiro, Apaixonado, Arrogante, Assanhadinha, Bavária, Bem quentinha, Bicho-carpinteiro, Biduzinha (c/ Rocha Menezes), Briga na tuia, Caboclinha, Caipirinha ladina, Capricho andaluz, Chamegando, Coqueirinho, Coração que sangra, Cortadinho (c/ Marumbi), Declaração de amor, Dobrando notas, É uma gostosura, El chacoleiro, Eu te direi dançando, Fogueteira, Italina, Linda roceira, Marcha do centenário, Marcha dos ferroviários, Mazurca em oito baixos, Miracatu, Nasceu hoje, Normalista, Oito baixos na dança, Oito baixos no terreiro, Pé no breque, Pipoqueira (c/ Adnaldo Rodrigues), Puxando enxada, Sanfonas e sanfoneiros, Suspiro de oito baixos, Tenho confiança em ti, Tira dama, Tire a dama, Toque se quiser, Vale a pena (c/ Dorinho), Vida de circo,  Zacarias.

Discografia

(1945) Caboclinha/Caipirinha ladina • RCA Victor • 78
(1945) Normalistas/Toque se quiser • RCA Victor • 78
(1945) Tenho confiança em ti/Linda roceira • RCA Victor • 78
(1952) El chacoleiro/Eu te direi dançando • Continental • 78
(1952) Arrogante/Bavária • Continental • 78
(1953) Dobrando notas/Coração que sangra • Continental • 78
(1953) Nasceu hoje/Chamegando • Continental • 78
(1953) Alegria de toureiro/Italina • Continental • 78
(1953) Dobrando notas/Coração que sangra • Caboclo • 78
(1954) Marcha do centenário/Puxando enxada • Continental • 78
(1954) Capricho andaluz/Fogueteira • Continental • 78
(1954) Desde el alma/Sanfonas e sanfoneiros • Continental
(1956) Tire a dama/Declaração de amor • Continental • 78
(1957) Pé no breque/Coqueirinho • Continental • 78
(1958) Zacarias/É uma gostosura • Continental • 78
(1958) Oito baixos no terreiro/Mazurca em oito baixos • Continental • 78
(1959) Apaixonado/Suspiro de oito baixos • Sertanejo • 78
(1959) A dança do bastão/A dama tira o cavalheiro • Sertanejo • 78
(1961) Bem quentinha/Oito baixos na dança • ORION • 78
(1962) Biduzinha/Cortadinho • ORION • 78
(1962) Assanhadinha/Pipoqueira • Califórnia • 78

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Alencar Terra

Alencar Terra (? - 20/05/1963 Rio de Janeiro, RJ), compositor, instrumentista e professor de acordeom, durante muitos anos manteve uma academia de música no Rio de Janeiro muito procurada por alunos interessados em aprender a tocar o acordeom.

Em 1944, gravou pela Odeon Melodias russas e Melodias infantis. No mesmo ano gravou as valsas de Gastão Lamounier e Mário Rossi Um amor que se vai e Não nasceste para mim, esta com acompanhamento das acordeonistas Alice e Marina.

Em 1948, gravou de sua autoria o choro Aí que está. Em 1949, gravou as valsas Saudades de Guarapari, de sua autoria e L. Plácido, e Recordações de Anápolis, de sua autoria e José Terra . No mesmo ano acompanhou ao acordeom a atriz e cantora Adelaide Chiozzo na gravação de dois discos pela Star, incluindo as valsas Saudades de Guarapari e Recordações de Anápolis e a rancheira Venho de Minas de sua autoria e J. Portela.

Em 1950 gravou, de Waldir Azevedo, o clássico choro Brasileirinho e, de sua autoria, a mazurca Mazurka nº1 e a valsa Lúcia. No mesmo ano, o cantor e compositor Zé do Norte gravou da parceria dos dois os baiões Estrela-d'Alva e Cabra macho é Pernambuco. Também no mesmo ano, acompanhou a cantora e atriz Adelaide Chiozzo na polca Pedalando, de Anselmo duarte e Bené Nunes, interpretada no filme Carnaval no fogo.

Em 1951, gravou de sua autoria e Carrol Blanchez a rumba-mambo Los negritos. Ainda no mesmo ano, teve a marcha A los toros, parceria com Nelson Teixeira gravada pela vedete e nudista Luz del Fuego.

Em 1952, gravou, acompanhado de Toninho e Marieta, a canção Canção da minha terra, o cateretê Paulistinha, a toada Chico Carrero e a rancheira Compadre Malaquias, todas de sua autoria e Geraldo Quirino. No mesmo ano, lançou com a dupla sertaneja Pacheco e Paixão a valsa Saudades do Paraíso, de Pacheco, e o rasqueado Despedida de Cuiabá, de Pacheco e Érico Ramos de Oliveira. Teve ainda a polca Zé da Banda gravada por Adelaide Chiozzo.

Em 1953, gravou de sua autoria a valsa Vamos dançar e o bolero Só quem conhece a saudade, com arranjos de sua autoria sobre tema de Tchaikowsky. Em 1954, gravou de sua autoria e Abel Ferreira a tarantela O casamento do Genaro. Em 1955 gravou com Zé Praxédis, de sua autoria, a quadrilha Quadrilha. Em 1956 gravou de Pato Preto e Boanerges Guedes o batuque baião O canto da siriema.

Em 1999, o selo Revivendo relançou a polca Pedalando, na qual aparece fazendo acompanhamento ao acordeom para Adelaide Chiozzo no CD Músicas brasileiras - volume 3. Ao falecer, deixou admirável bagagem de composições no repertório regional.

Obras

Aí que está, Baile na fazenda, Cabra macho é Pernambuco (Zé do Norte), Canção da minha terra (c/ Geraldo Quirino), Chico Carrero (c/ Geraldo Quirino), Compadre Malaquias (c/ Geraldo Quirino), Duas guitarras, Durand no choro, Estrela-d'Alva (c/ Zé do Norte), Los negritos (c/ Carrol Blanchez), Lúcia, Mazurka nº 1, Meu amigo garçom, Mineirinho, O casamento do Genaro (c/ Abel Ferreira), Paulistinha (c/ Geraldo Quirino), Pisei na brasa, Quadrilha, Recordações de Anápolis (c/ L. Plácido), Sacramento, Saudades de Guarapari (c/ José Terra), Sugestivo, Vamos dançar, Venho de Minas, Zé da banda.

Discografia

(1944) Melodias russas/Melodias infantis • Continental • 78
(1944) Um amor que se apaga/Não nasceste para mim • Continental • 78
(1948) Baile na fazenda/Sacramento • Star • 78
(1948) Recordações de Anápolis/Pisei na brasa • Star • 78
(1948) Aí que está/Vivia a sonhar • Star • 78
(1949) Barril de chopp/Parabéns • Star • 78
(1949) Saudações de Guarapari/Recordações de Anápolis • Star • 78
(1950) Brasileirinho/Mineirinho • Star • 78
(1950) Mazurka nº1/Lúcia • Star • 78
(1951) Dança das bonecas de pau/Los negritos • Star • 78
(1952) Canção da minha terra/Paulistinha • Star • 78
(1952) Chico Carrero/Compadre Malaquias • Star • 78
(1952) Saudades do paraíso/Despedida de Cuiabá • Star • 78
(1953) Durand no choro/Vamos dançar • Copacabana • 78
(1953) Só quem conhece a saudade/Queixas de um coração • Copacabana • 78
(1953) Tema do concerto de Varsóvia/Duas guitarras • Copacabana • 78
(1954) Trem oriental/O casamento do Genaro • Copacabana • 78
(1955) Flor do matal/Sugestivo • Copacabana • 78
(1955) Meu amigo garçom/Quadrilha • Copacabana • 78
(1956) O canto da siriema/Discussão • Copacabana • 78
   
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Alvinho

Alvinho (Álvaro Miranda Ribeiro - Rio de Janeiro, RJ, 1910), cantor, compositor e violonista, nasceu e se criou no bairro de Vila Izabel onde conviveu com Noel Rosa, João de Barro e Almirante. Convicto artista amador da música, chegou a se recusar a cantar por dinheiro quando integrante do Bando de Tangarás. Estudou odontologia.

Começou a carreira artística como integrante do Bando de Tangarás formado por ele, Almirante, Henrique Brito, Braguinha e Noel Rosa em 1929. Com o Bando de Tangarás apresentou-se entre outros locais na Rádio Educadora ao lado de Lamartine Babo.

Enquanto componente desse grupo nunca gravou como solista tendo atuado apenas como violonista nos 34 discos gravados pelo grupo.

Estreou em disco solo em 1930, na gravadora Odeon, como crooner da Orquestra Pan American interpretando os fox-trot Charming, de Stothart e Red hot and blue rhythm, de Swanstron, Davis e Coots com versões de Osvaldo Santiago. No mesmo ano, gravou Canção, de Henrique Brito, com acompanhamento de Eduardo Souto ao piano. Gravou também a cançoneta Bangalô, primeira composição de Orestes Barbosa, com música de Osvaldo Santiago; a valsa Deixa-me sonhar, de Clarke e H. Akst com versão de Osvaldo Santiago e as marchas Ode à Revolução, de Júlio Casado e Osvaldo Santiago e Bico de lacre não vem mais, de Osvaldo Santiago, as quatro com acompanhamento da Orquestra Copacabana.

No ano seguinte, gravou os sambas Promessa e Jogo de amor, de Esmerino Cardoso e Ezequiel Costa Rodrigues; Vamos ver, de Esmerino Cardoso e Todo mundo canta, de Esmerino Cardoso e Nicola Bruni, com acompanhamento da Orquestra Copacabana.

Ainda em 1931, transferiu-se para a Parlophon e gravou com acompanhamento da Orquestra Guanabara o samba Sossego, de João Ginaldo e a marcha Uma andorinha não faz verão, de João de Barro em sua primeira versão, já que essa marcha ganharia posteriormente uma nova letra de Lamartine Babo. No mesmo ano, gravou, também com o acompanhamento da Orquestra Guanabara, a marcha Rosalina, de Ary Barroso e o samba Prosa de vadio, de Glauco Viana.

Gravou também no mesmo ano os fox-trote Ouve o que diz meu coração, de Sérgio Brito; Canção azul, de João de Barro e Bem sabes porque é, de sua autoria; a marcha Não diz que não, de Eduardo Souto e Valdo Abreu; o samba Depois que eu te vi, de Eduardo Souto e, em dueto com Almirante, o fox-blue Você, de sua autoria.

Para o carnaval de 1932, lançou as marchas-pernambucanas Carnavá voltou e A canoa afundou, de Nelson Ferreira com acompanhamento da Orquestra Guanabara. Em 1934, a Odeon relançou o samba Sossego e a marcha Uma andorinha não faz verão.

Ao todo, gravou 12 discos com 23 músicas nas gravadoras Odeon e Parlophon.

Obra

Bem sabes porque é; Você.

Discografia
(1930) Charming/Red hot and blue rhythm • Odeon • 78
(1930) Canção • Odeon • 78
(1930) Bangalô/Deixa-me sonhar • Odeon • 78
(1930) Ode à Revolução/Bico de lacre não vem mais • Odeon • 78
(1931) Promessa/Jogo de amor • Odeon • 78
(1931) Vamos ver/Todo mundo canta • Odeon • 78
(1931) Sossego/Uma andorinha não faz verão • Parlophon • 78
(1931) Rosalina/Prosa de vadio • Parlophon • 78
(1931) Ouve o que diz meu coração/Canção azul • Parlophon • 78
(1931) Você (Com Almirante)/Bem sabes porque é • Parlophon • 78
(1931) Não diz que não/Depois que eu te vi • Parlophon • 78
(1932) Carnavá voltou/A canoa afundou • Parlophon • 78
(1934) Sossego/Uma andorinha não faz verão • Odeon • 78

_______________________________________________
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Aldair Soares

Aldair Soares (Aldair Alice Soares), cantor e compositor, nasceu em Pedro Velho, RN, em 04/05/1929, e faleceu em Natal, RN, em 19/11/1993. Iniciou a carreira na Rádio Poti de Natal, onde cantava sambas-canção.

Depois de fazer sucesso na terra natal mudou para o Rio de Janeiro onde passou a se apresentar na Rádio Nacional. Divulgou a história de que teria viajado para o Rio de Janeiro num "pau-de-arara", meio de transporte através de caminhão muito usado em meados do século XX. Passou então a ser conhecido como "O pau-de-arara".

Gravou o primeiro disco em 1953, na Columbia cantando de sua autoria e W. Cardoso, o coco Balança o corpo e de Jorge de Castro e Catulo de Paula, a toada baião Saudade de Maceió. No ano seguinte, gravou o xote Canela fina, de Silvio Trancoso e João do Vale, e de sua autoria o baião Alvoroço no sertão.

Em 1955, gravou os baiões Meu brejão, do maestro Guio de Moraes, e Todos gostam de você, Heitor dos Prazeres e Kaumer Teixeira, e Moinho d'água, de Francisco Elion e Edson França. Em 1957, gravou na Continental o xote Chofer de caminhão, de João do Vale e João Costa Neto, e o coco Pé do lajeiro, de João do Vale, José Cândido e Paulo Bangu. Em 1966, teve o baião Alvoroço no sertão gravada pelo Trio Marayá em LP do selo Som Maio.

Em 1972, lançou pela gravadora Som/Copacabana o LP Todos cantam a sua terra interpretando três composições de sua autoria, A volta da jangada, com Jorge Fittipaldi, Deixa eu ir pai, com Enock Figueiredo, e Alvoroço no sertão, com Raimundo Evangelista, três de João do Vale: Arueira, de João do Vale, Rossini Pacheco e Alventino Cavalcanti, Todos cantam sua terra, de João do Vale e Julinho, e Pé do lajeiro, de João do Vale, José Cândido e Paulo R. Melo, além de Nós num have, de Zé Dantas, Sina de pescador, de Bob Nelson e Antônio Silva, A vedete do Seridó, de Raimundo Evangelista e Airton Ramalho, Moinho D'água, de Édson França e F. Elion Nobre,  Papagaio real, de Hugo Lisboa,  e História de um vaqueiro, de Enock Figueiredo.

Recebeu o troféu "Os melhores da semana", da TV Tupi do Rio de Janeiro. Um de seus maiores sucessos foi Alvoroço no sertão, regravada pelo Trio Marayá e pela cantora Clara Nunes.

Obra

A volta da jangada (c/ Jorge Fittipaldi), Alvoroço no sertão, Balança o corpo (c/ W. Cardoso), Canção do vaqueiro (c/ Enok Figueiredo), Deixa eu ir pai (c/ Enok Figueiredo), Ondas do mar (c/ José Percy), Rio das quintas (c/ Enok Figueiredo).

Discografia
(1953) Balança o corpo/Saudade de Maceió • Columbia • 78
(1954) Canela fina/Alvoroço no sertão • Columbia • 78
(1955) Cabelo de boneca/Moinho d'água • Columbia • 78
(1955) Meu brejão/Todos gostam de você • Columbia • 78
(1955) Machucado/Aroeira • Columbia • 78
(1957) Chofer de caminhão/Pé do lageiro • Continental • 78

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Creusa

Creusa (Creuza Francisca dos Santos), cantora, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 27/03/1927, e faleceu na mesma cidade, em 02/02/2002. Nasceu no Morro da Mangueira e era filha de Agenor dos Santos e Rosa do Espírito Santos. O pai era amigo de Cartola e a mãe amiga de Deolinda. Quando Rosa faleceu em 1932, o casal Deolinda e Cartola (que viviam juntos desde 1925) resolveu adotar a menina, então com cinco anos.

Cartola compôs para ela O mundo é um moinho, que, de acordo com relatos anteriores, teria sido composta para a filha prostituta do compositor. Todavia, segundo depoimento da filha mais velha de Creusa, Irinéa dos Santos, Cartola compôs essa música tendo em vista sua passagem pela adolescência, e com a natural curiosidade de 16 anos por namoros. O compositor então expressou sua preocupação como qualquer pai em relação a uma menina adolescente.

Iniciou a carreira artística no final década de 1930 cantando em programas nas rádios Transmissora e Nacional, quando Cartola a levava para interpretar suas composições, o que era comum nesta época, cada compositor ter uma cantora para interpretar suas canções. Com isso, a menina aprendeu músicas que mais tarde, com a morte do pai, iria resgatar da memória, inclusive, várias inacabadas. Por essa época, integrou como corista o grupo As Gatas que acompanhava Herivelto Martins.

Na década de 1960 apresentou-se ao lado de Cartola em vários shows, entre eles na Boate Jogral, em Ribeirão Preto (São Paulo) e no Zicartola e Teatro Opinião, ambos no Rio de Janeiro. Também atuou em shows ao lado de Genaro da Bahia (Genaro Valfredo Bispo).

Em 1976 participou do segundo disco solo de Cartola lançado pelo selo Discos Marcus Pereira. No LP interpretou Ensaboa (Cartola e Monsueto) e Sala de recepção (Cartola), ambas em dueto com Cartola.

No ano de 1982, a faixa Ensaboa foi inserida no disco História da música popular brasileira, editado pela Abril Cultural S/A .

Em 1984, quatro anos após o falecimento do pai, participou do LP Cartola entre amigos. No disco, com produção artística e musical de João de Aquino e ainda pesquisa musical de Marília Trindade Barbosa e Arthur L. de Oliveira Filho, foram incluídas várias composições inéditas de Cartola, algumas relembradas por sua filha, que interpretou a inédita Rolam dos meus olhos e participou do coro nas faixas Não (Cartola e Aluízio Dias), O samba do operário (Cartola, Alfredo Português e Nelson Sargento) e Deus te ouça (Cartola e Paulo da Portela).

Em 1986 o compositor e violonista Aluízio Dias, fundador da Ala de Compositores da Mangueira e parceiro de Cartola, fundou também a Velha-Guarda da Mangueira e a convidou para participar como pastora. Com este grupo, e ao lado de outras pastoras como Dona Neuma, Tia Zélia, Soninha, Zenith, apresentava-se regularmente na quadra da escola. Três anos depois, em 1989, o produtor japonês Katsunori Tanaka produziu o primeiro disco da Velha-Guarda da Mangueira. No CD intitulado Mangueira chegou, interpretou a inédita Pedi perdão (Cartola) e em dueto com Aluízio Dias O amor é isso? (Aluízio Dias e Cartola).

Em 2000 o CD Mangueira chegou foi lançado no Brasil pela gravadora Nikita Music.

Em seu ultimo show, como integrante da Velha-Guarda da Mangueira na Sala Funarte Sidney Miller, apresentou duas composições inéditas de Cartola: Serviço de roça e Por motivos de força maior, ambas finalizadas pelo filho Reizilan, neto de Cartola.

Discografia

(1976) Cartola • Selo Discos Marcus Pereira • LP
(1982) História da música popular brasileira • Abril Cultural S/A • LP
(1984) Cartola entre amigos • Selo Funarte INM • LP
(1989) Mangueira chegou • Selo Office Sambinha LTDA • CD
(2000) Mangueira chegou • Nikita Music/Office Sambinha • CD
(2002) Acervo Funarte da música popular brasileira - Cartola entre amigos • Atração Fonográfica/Instituto Cultural Itaú • CD

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Arnaldo Passos

Arnaldo Passos, compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 24/02/1915, e faleceu na mesma cidade em 1964. Foi parceiro de nomes como Luís Vieira, Monsueto e Geraldo Pereira e as composições das quais foi parceiro foram gravadas por nomes como Nara Leão, Helena de Lima, Ivon Curi e Marlene, entre outros. Na verdade, essas parcerias eram as chamadas "parcerias de divugação", ou seja, o seu nome entrava não por ter feito as composições, mas por ajudar a divulgá-las junto a gravadoras, intérpretes e Rádios.

Assinou como parceiro de Luís Vieira a toada Menino de Braçanã, estrondoso sucesso na década de 1950 que foi gravada, entre outros, por Lúcio Alves em 1959 no LP Lúcio Alves, sua voz íntima, sua bossa nova, interpretando sambas em 3-D, da Odeon. Em 1951, o LP Carnaval da Capitol que reuniu diferentes intérpretes incluiu o samba Ela, com Osvaldo Lobo, na voz de Geraldo Pereira.

Em 1956, o LP Carnaval de 1956 Nº 2 da gravadora Copacabana incluiu a marcha Ai amor, com Manoel Casanova e Rosa de Oliveira, na interpretação de Ângela Maria. No mesmo ano, teve o samba Canta menina canta, com Monsueto Menezes, na gravação de Marlene incluído no LP Vamos dançar com Marlene e seus sucessos da gravadora Sinter, e o cantor Risadinha no LP Na batida do samba da Continental regravou o samba Escurinha.

Ainda em 1956, mais duas composições assinadas por ele foram gravadas: a marcha Na casa de Corongondó, com Monsueto, na voz de Marlene para o LP "Dez sucessos para o carnaval" da Sinter, e a marcha Nem toda flor tem perfume, com Monsueto, registrada por Cauby Peixoto para o LP Carnaval 1956, da Columbia.

Em 1958, o LP Foi a noite" da gravadora Odeon, com a cantora Isaura Garcia e o instrumentista Walter Wanderley, incluiu o samba-canção Quatro paredes, com Geraldo Queiroz. Em 1962, o samba Mora na filosofia, com Monsueto, foi incluído no LP Mora na filosofia dos sambas de Monsueto da gravadora Odeon. Em 1963, Rildo Hora gravou Menino de Braçanã no LP Em ritmo de dança da Som/Copacabana.

Em 1966, Rosa Maria no LP Uma Rosa com bossa da Odeon relançou Menino de Braçanã. Em 1968, o samba-canção Quatro paredes, com Geraldo Queiroz, foi gravado pelos Trigêmeos Vocalistas no LP A volta dos  Trigêmeos Vocalistas da Beverly.

Ao longo do tempo a toada Menino de Braçanã, conheceu inúmeras gravações: em 1969, Regininha, no LP Me ajuda que a voz não dá!!! da Polydor;  Fábio, em 1972, no LP Os frutos de mi tierra da Polydor; Marisa Gata Mansa, no LP Viagem, em 1973, pela Odeon; Nara Leão no LP Meu primeiro amor de 1975, da Philips; pelo Trio Irakitan no LP Eternamente de 1976, da RCA Camden; por Ivon Cury no LP De corpo inteiro - Um nu artístico, e por Luiz Gonzaga em 1989, no LP Aquarela nordestina da gravadora Copacabana, entre outras gravações.

Em 1973, o cantor Noite Ilustrada, no LP Irmão do samba da gravadora Continental, relançou o samba Ela, que nessa nova versão contou com o nome de Geraldo Pereira como um dos autores, diferentemente da gravação original dos anos 1950. Em 1976, Roberto Silva no LP Interpreta Haroldo Lobo, Geraldo Pereira e seus parceiros, da gravadora Som/Copacabana, incluiu o samba Os caprichos meus, com Geraldo Pereira.

Em 1977, no LP Sambistas de bossa & sambas de breque, da série Documento da RCA Camden, foram incluídos dois sambas seus na interpretação de Geraldo Pereira: Dama ideal, com Alcebíades Nogueira, e A coitadinha fracassou, com Hélio Nascimento.

Em 1979, seu samba Escurinha, com Geraldo Pereira, foi relançado por Raul de Barros no LP O som da gafieira, da gravadora CID. No ano seguinte, o samba "Escurinha", com Geraldo Pereira, na interpretação de João Nogueira foi incluído no LP Geraldo Pereira - Evocação V que o selo Eldorado lançou em homenagem ao sambista Geraldo Pereira.

Em 1983, o LP Geraldo Pereira - Pedrinho Rodrigues e Bebel Gilberto lançado pela Funarte como um tributo ao sambista Geraldo Pereira incluiu quatro parcerias suas com ele: Boca rica; Escurinha; Ministério da Economia e Que samba bom. Em 1985, o cantor  Francisco Carlos no LP Francisco Carlos - O cantor namorado do Brasil, da RCA Camden, registrou a toada Promessa de um caboclo, de Geraldo Pereira.

Em 1987, o samba Escurinha foi gravado de forma instrumental pelo pianista Pedrinho Rodrigues em LP do selo Recarey. Em 1995, Luis Melodia no LP Relíquias da EMI-Odeon regravou A coitadinha fracassou, com Geraldo Pereira.


___________________________________________________________________
Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista do Rádio.