sexta-feira, junho 14, 2013

Aécio Flávio

Aécio Flávio (Aécio Flávio do Rêgo), instrumentista (pianista), arranjador e compositor, nasceu em Belo Horizonte, MG, em 15/12/1940. Estudou teoria musical e harmonia na Universidade Mineira de Arte. Nos anos de 1970, já morando no Rio de Janeiro, fez os cursos de contraponto e arranjo para profissionais no Instituto Villa-Lobos com o professor Koellreuter, mestre de Tom Jobim, Guerra Peixe e Paulo Moura, entre outros.

Iniciou sua carreira profissional contratado para a função de arranjador e assistente de direção musical do programa "Fantástico" ( TV Globo), convidado por Guto Graça Mello, permanecendo durante três anos na emissora.

Alguns anos depois, convidado por Augusto César Vanucci, foi contratado pela TV Manchete para assinar a direção musical do programa "Miéle & Cia.", função que exerceu durante dois anos aproximadamente.

No início dos anos de 1980, gravou seu primeiro disco, para a série Música brasileira contemporânea, lançado pela PolyGram. Participavam de seu grupo Jane Duboc e Leo Gandelman.

Como compositor, tem músicas gravadas por Zizi Possi, Elba Ramalho, Leny Andrade, Jane Duboc, Emílio Santiago, Kenia (EUA), Viva Brazil (EUA), Loalwa Braz, do grupo Kaoma (França), Cecília Bustos (México) e Billy Paul (EUA), entre outros artistas.

Recebeu o Prêmio Sharp, na categoria Música Instrumental, em sua terceira edição, pela música Amo, gravada por Chiquinho do Acordeom, composta para a peça teatral do mesmo nome sobre a vida do poeta russo Maiakovski.

Compôs a trilha sonora do musical infantil Cinderela chinesa. Participou, como arranjador, das trilhas sonoras de A volta de Chico Mau, dirigida por Lupe Giglioti, Entre amigas, dirigida por Cecil Thiré, Uma dama e um vagabundo, dirigida por Marcelo Sabak, e Pobre menina rica, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.

Assinou a direção musical e os arranjos de shows de vários artistas, como Marlene, além de Brasileiro, profissão esperança, dirigido por Bibi Ferreira, que estreou no Canecão (RJ), fez temporada de três meses no Teatro Teresa Raquel (RJ), excursionou por todo o Brasil e teve uma montagem em Nova York (EUA).

Foi responsável pela trilha sonora do filme Que bom te ver viva, de Lucia Murat, vencedor do Festival de Cinema de Brasília.

Foi professor, durante um ano, da disciplina Produção Publicitária em Rádio e Televisão, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Sua música Muito normal foi incluída no Latin Real Book (página 345), livro de referência obrigatória para estudantes americanos de música.

Em 1998 e 1999, atuou no show "Beco de estrelas", com a cantora Tahta, sua filha. O espetáculo, que teve participação especial e direção de Miéle, foi realizado no Little Club (RJ), na Casa de Cultura da Universidade Estácio de Sá e no Teatro Municipal de Niterói.

É proprietário do estúdio de gravação Capital Sound, onde se dedica à produção de CDs independentes, jingles publicitários e trilhas sonoras para rádio, televisão e teatro.

Obra


A dança mineira (c/ Tibério Gaspar), Amo, Coração vira lata, Dança mineira (c/ Tibério Gaspar), De corpo inteiro (c/ Luiz Fernando), Doce doce (c/ Paulinho Tapajós), Flor do mal (c/ Tibério Gaspar), Frevendo, Irmão Sol, Irmã Lua (c/ Léo Vítor), Memórias (c/ Tibério Gaspar), Menino (c/ Eliane Stoducto), Muito normal, Quem tem telhado de vidro está sempre bronzeado (c/ Eliane Stoducto).

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Fontes: Museu Clube da Esquina; Dicionário da MPB.

Acácio de Araújo

Acácio de Araújo, músico e trombonista, nasceu em Campos, RJ, em 1911. Neto de escravos da região açucareira do Estado do Rio de Janeiro, trabalhou na lavoura e na indústria açucareira de Campos.

Aos 15 anos já tocava trombone em uma banda de sua cidade natal e, aos 22 anos, em 1933, transferiu-se para a cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, onde foi morar na casa de sua irmã e seu cunhado. Por essa época, começou a trabalhar em uma empresa americana de telefonia, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Em 1957, junto a outras 18 pessoas, a Sociedade Artística e Musical Lira de Outro, na rua Sebastião Oliveira, no centro de Duque de Caxias, da qual foi diretor musical por vários anos.

No ano de 2011, na comemoração de seu centenário, o músico, único fundador ainda vivo da Lira de Ouro, recebeu diversas homenagens no evento que contou com a participação de políticos, produtors culturais, poetas, músicos e atores da cidade.

Em 2012 o músico compareceu à festa do Dia da Baixada, em abril do mesmo ano, na mesma associação, na ocasião regida pelo maestro Vanderley Fernandes.

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Fontes: Wikipédia; Dicionário da MPB; www.baixadafacil.com.br.

Silene Brandão Nery

Silene Brandão Nery, (Circa 1915 Pernambuco - circa 1990 Goiás), cantora, era filha da pianista e compositora Amélia Brandão Nery, conhecida como Tia Amélia.

Iniciou a carreira artística com apenas 17 anos, quando gravou para o carnaval de 1932 com acompanhamento da Orquestra dos Batutas, pela Victor, as marchas pernambucanas, nome que então se dava ao frevo-canção, Bichinha, de autoria de sua mão Amélia Brandão Nery e Eustórgio Wanderley, e Vá chorar meu bem, de Amélia Brandão Nery (abaixo a gravação).



No mesmo ano, lançou pela Columbia a marcha Não vai e o samba Reticências, ambas de Amélia Brandão Nery.

Em 1933, sua mãe recebeu convite do Itamarati para realizar uma excursão pelas Américas. Viajou então com ela apresentando composições inspiradas no folclore brasileiro. Viajou depois para os Estados Unidos onde foi contratada com sua mãe por uma emissora de rádio de Schenectady. Ali apresentou-se durante cinco meses patrocinada pela General Eletric. Apresentou-se ainda em Nova York e Nova Orleans.

Em 1939, realizou excursão com a mãe por quase todo o Brasil. Pouco depois se casou e resolveu abandonar a carreira artística, deixando dois discos gravados, além de ter feito apresentações em emissoras de Rádio.

Discografia

(1931) Vá chorar meu bem/Bichinha • Victor • 78
(1932) Não vai/Reticências • Columbia • 78

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Fontes: Revista da Semana; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Pato Preto

Pato Preto (Alípio de Miranda Silva), cantor e compositor, nasceu em Juiz de Fora, MG, em 12/02/1928. Foi um imitador do estilo de cowboy de Bob Nelson, e estreou em discos em 1951, com o apoio do radialista Chacrinha, gravando pela Star o baião Ave Maria do vaqueiro, com  João Martins, e a marcha-canção Capitão Atlas, de Abelardo Barbosa, o popular Chacrinha e Geraldo Medeiros.

No mesmo ano, gravou o fox-trot Partiu meu amor, de Chacrinha e Paulo Gracindo, e o fox Sertão feliz (com Célia de Miranda). Ainda em 1951, gravou pelo selo Carnaval a marcha Ranchinho da saudade (com Geraldo Medeiros).

Em 1952, foi contratado pela Odeon, gravando com acompanhamento de regional, a marcha Quando é noite de luar, de Bob Estrela e Artur Santos, as valsas Bandoleiro feio (com B. Toledo) e Conchita linda, de Gaguinho Famoso e Silva Jr, e o fox Prece do vaqueiro, de José Luiz da Silva e Claudionor Martins.

No início do ano seguinte, lançou a marcha Foi um boi..., de Haroldo Barbosa, e a batucada Como é que pode?, de Petrus Paulus. Ainda nesse ano, gravou os fox Céu do oeste, de Victor Simon e Fernando Martins, e Luar do Texas, de Irmãos Orlando e José Cenília, a rancheira Sarita, de Santo Rodrigues e B. Toledo, e os baiões No rancho do Tio Pedro, de Petrus Paulus e Ismael Augusto, Um pedido a Santo Antônio, de sua autoria e Rossini Pacheco, e Toca carioca, parceria com Ismael Augusto.

Lançou disco em 1954 com o Baião do pato, em parceria com Garoto, e o fox Meu patrão, de Marques da Silva e Oldemar Magalhães. No mesmo ano, gravou os baiões Escapou de branco, de J. Piedade e Felisberto Martins, e Baião do Chacrinha, de Mário Jardim e Nise Rocha, homenagem ao radialista Abelardo Barbosa, o Chacrinha.

Em 1957, ficou em terceiro lugar no concurso "Rei e Rainha do Rádio" com 96.330 votos.

Em 1959, teve duas composições gravadas pelo conjunto Golden Boys em LP lançado pela gravadora Copacabana: Aracy, com B.Toledo, e Melodia do amor, com Moacyr Correia. Gravou dois discos pela Star e oito pela Odeon.

Chacrinha e o Pato Preto travestido de "princesa oriental" deram a nota cômica dos festejos do "Dia do Rádio". Ficaram em último lugar na gincana, mas foram aplaudidos (A Cena Muda, de 03/10/1952)


Pato Preto não é tão feio como parece....


No dia 12 de fevereiro de 1928 nascia na cidade mineira de Juiz de Fora, o menino Alípio de Miranda Silva, que mais tarde viria a ser conhecido pelo apelido de “Pato Preto”. Tendo mais três irmãos e sua mãe doente, todos tinham que trabalhar. Um dos irmãos trabalhava numa fábrica de tecidos, outros ajudavam em casa e Alípio era o cozinheiro. Fazia o almoço e o jantar ao mesmo tempo para ter mais horas livres e depois levava a marmita de comida para seu avô, José Teodoro dos Santos, varredor do Parque Halfeld e uma das figuras mais queridas de Juiz de Fora.

Com o tempo livre ia até o circo, ao Fórum ou ao cinema. No Fórum fazia a limpeza das salas, mas no cinema ou no circo (quando havia um na cidade) ajudava na propaganda. Distribuía folhetos ou anunciava o espetáculo nas cornetas de papelão. Com isto ganhava entradas e algum dinheiro, que distribuía entre a família. Só teve oportunidade de estudar até o 3.° ano primário, mas como gostava de ler, nunca perdeu uma ocasião para educar-se e aprimorar os seus conhecimentos. Quando ainda estava no curso primário, escreveu uma peça teatral chamada "O falso amor", que foi representada pelo grupo de amadores local, no Cine Teatro São Mateus. Sua primeira apresentação num palco ocorreu em 1934, quando lá apareceu Zé Bacurau e Alípio tocou uma música estalando a língua e emitindo ruídos sonoros. Foi tal seu sucesso que foi convidado para tornar parte no maior espetáculo que houve em Juiz de Fora e que contou com a participação de Linda Batista, Grande Otelo, Orlando Silva e Joel e Gaúcho.

Alípio sempre gostava de animar as festas da cidade, principalmente às de beneficência ou shows para crianças. Em 1937, quando ele era ajudante de topógrafo, houve uma festa de caridade e foi improvisada uma "Hora do Pato". Alípio foi convidado para imitar a voz de um pato quando o calouro não agradava. Foi tão bem que o escritor Leopoldo Machado disse: “Este Pato Preto é de morte”. Daí nasceu o seu apelido. Em 1946, Leopoldo Machado arranjou um emprego para o Pato Preto no Asilo Lar de Jesus, em Nova Iguaçu, e assim mais perto do Rio. Seu emprego era de charreteiro, mas com Leopoldo Machado aprendeu também a ser compositor.

No ano seguinte, convocado pelo Exército, foi servir no 2.° Batalhão de Carros de Combate. Houve uma festa no batalhão e Pato Preto montou uma revista, apresentando também vários cartazes do Rádio. À festa compareceram os generais Canrobert e Zenóbio da Costa, que gostaram muito das habilidades do recruta.

Sempre que tinha tempo, Pato Preto gostava de ir assistir ao “Trem da Alegria” e um dia foi sorteado para ir ao palco. Mesmo fardado, cantou um número e fez algumas imitações. Iara Salles então o convidou a participar de um programa de calouros especiais. Tirou o primeiro lugar e foi selecionado para o programa final, quando empatou com a então iniciante Araci Costa. Foram ambos contratados com 630 cruzeiros mensais, por seis meses. Quando o contrato terminou, procurou o general Canrobert que, não levando em conta o fato de Pato Preto já ter dado baixa do Exército, apresentou-o numa festa ao Sr. Assis Chateaubriand, que determinou que Antônio Maria o contratasse. Ficou nas Associadas de 1947 até 1954, quando resolveu ficar sem contrato com nenhuma emissora, atuando em todas. Na Tupi travou relações com Paulo Gracindo, que o protege até hoje.

Sempre procurando fazer amizades e servir aos amigos, travou conhecimento com alguns políticos que lhe aconselharam a conseguir um emprego público. Através do compositor Henrique de Almeida foi apresentado ao Presidente Juscelino, que escolheu um Instituto para colocá-lo. No IAPETC foi nomeado contínuo da Presidência do Conselho Administrativo.

Casado uma vez e desquitado, contraiu matrimônio novamente com D. Onilda Lemos da Silva e tem quatro filhos: Sandra, Sônia, Geraldo e Alípio Jr. Seu primeiro filho morreu de gripe asiática e antes do falecimento, Paulo Gracindo deixou uma novela e, em companhia de Julie Joy, foi batizar a criança no Hospital do IAPETC. Bob Nélson é padrinho de seu filho mais novo, Alípio Jr. Emilinha Borba é madrinha de Geraldo e Paulo Gracindo batizou também Sônia. Pato Preto adora crianças e sempre que pode torna parte em shows beneficentes ou para crianças.

(Revista do Rádio, 22/06/1963)


Discografia


1951 Ave Maria do vaqueiro/Capitão Atlas • Star • 78
1951 Partiu meu amor/Sertão feliz • Star • 78
1951 Ranchinho da saudade • Carnaval • 78
1952 Quando é noite de luar/Bandoleiro feio • Odeon • 78
1952 Prece do vaqueiro/Conchita linda • Odeon
1952 Foi um boi.../Como é que pode? • Odeon • 78
1953 Céu do oeste/Sarita • Odeon • 78
1953 No rancho do Tio Pedro/Um pedido a Santo Antônio • Odeon • 78
1953 Luar do Texas/Toca carioca • Odeon • 78
1954 Baião do pato/Meu patrão • Odeon • 78
1954 Escapou de branco/Baião do Chacrinha • Odeon • 78
   
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Fontes: Revista do Rádio; A Cena Muda; Dicionário da MPB.