segunda-feira, janeiro 20, 2014

Roxane


Roxane (Lucy da Silva Prado), cantora, nasceu em Santos, SP, em 26 de janeiro. Estudou no Mackenzie College de São Paulo. Estreou-se no rádio na Cruzeiro do Sul, da capital paulista, em setembro de 1934. Cantou também na Rádio Cosmos e foi exclusiva da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde cantava "foxes", blues e canções francesas.

Sua canção predileta era "Chez moi" e dentre os foxes destacava "Solitude". Paulista fanática, não permitia que se falasse mal de S. Paulo em sua presença ... 

Figuras de Cartaz

“Roxane não se chama Roxane. O nome dela é outro muito diferente e trezentas vezes menos complicado e mais brasileiro. Não me lembro qual é no momento, mas deve ser semelhante ou pouco mais ou menos parecido com Antônia Perpedigna da Fonseca. Compreendendo, porém, que no rádio o nome é tudo, ela resolveu arranjar esse apelido em francês, que, aliás, diga-se de passagem, lhe fica muito bem. Seu antigo nome não dava certo. Imaginem se o “speaker” a cada momento fosse obrigado a dizer, por exemplo:

— “Acabaram de ouvir D. Antônia Perpedigna da Fonseca ...”

O ouvinte meio desconfiado, torceria o “dial”:

— “Ora, D. Antônia ... Isso é lá nome que se use! ... Parei convosco ...

No “broadcasting” o nome é o próprio artista. Imaginem se Alzirinha Camargo se chamasse Marcolina Ferreira ... Poderia cantar qual um rouxinol ou uma patativa. Ninguém a levaria a sério com semelhante “epitáfio”. Se a Carmen Miranda se chamasse Joaquina de Vasconcelos estaria condenada a nunca voar para o Chile, nem Buenos Aires. Da mesma forma se o Chico Alves tivesse o nome de Bonifrates Assumpção, estaria irremediavel- mente perdido. Quando ele abrisse o peito para uma serenata daquelas, o amigo ouvinte iria logo atalhando:

— “Qual, seu Bonifrates ... Cuide de outra coisa. Páre com essa cantiga. Não amole a paciência alheia ...

Está, pois, demonstrado que o nome influi bastante no sucesso. Roxane fez muito bem em mudá-lo.

Continuemos a falar dessa morena paulista que nasceu em Santos e vive no Rio porque acha a Guanabara mais formosa do que Guarujá.

Encontrei-a pela primeira vez na praia do Flamengo. Havia muito sol e de vez em quando a ressaca espadanava espuma por cima da amurada. Eu e Sylvinha Mello presentes no local para fazermos umas fotografias, dissemos várias vezes:

— “Roxane, saia daí, senão você se molha nas águas do mar ...”

Ela, teimosa como trinta, queria à força se debruçar no cais para ver um homem que (dizia ela) estava morrendo afogado.

— “Deixe o rapaz afundar sossegado ...” — insisti eu.

— “Não tem importância — disse a Sylvinha — é um homem somente. Se fosse mulher ainda valia a pena salvar ...”

Todos olhávamos agoniados para as ondas inquietas e depois de muito olhar chegamos à conclusão de que Roxane estava inventando história. Não disse nada porque ela poderia não gostar. E enquanto nós caminhávamos para fazer outras fotos a cantora de “blues” ficou teimando em dizer que um homem se afogava dentro d’água. Insistia em espiar a curva da enseada. Foi-se chegando para o gradil de cimento. Foi-se aproximando mais. Mais... Nesse momento veio uma ressaca daquelas que ergue um leque branco da altura de um poste. A curiosa pagou com um banho o seu noviciado no posto de “life guard”. Nós nos rimos bastante e a paulistinha morena ainda riu mais do que nós.

Roxane é assim. À primeira vista se tem a impressão de que ela é uma pequena misteriosa e complicada. Observando-se melhor chega-se à conclusão de que houve equívoco de nossa parte. Ela não é complicada: é complicadíssima. Mas não é misteriosa. Quando julga-se que está zangada, está mais alegre do que nunca. Muitas vezes a gente julga que ela está contente, quando está com o coração de guarda-chuva armado.

Certa vez um cronista achou-a um tanto romântica. Roxane ficou indignada e protestou. Como estivesse presente, perguntei:

— “E você é mesmo romântica?”

— “Nunca! Deus me defenda ...”

Ergueu os olhos e suspirou longamente enquanto eu ficava abismado.

É uma criatura estranha, porém muito bondosa. Toda vez que um réporter vai entrevistá-la, ela oferece doce, queijo, uma cadeira, um copo d’água e um palito.

Gosta muito ... da música europeia porque é obrigada a cantá-la nos seus contratos com a Tupy. Sua mania, porém, é o fox-trot americano. Interpreta-o sempre que lhe é possível. Interpreta direitinho. Sua voz nem é de contralto e nem de contrabaixo. É de meio-soprano. Mas isso não tem importância. Há muita gente por aí que chega a ser soprano lírico e não reclama.

Como dizíamos a princípio, Roxane não se chama Roxane. O nome dela é outro, quinhentas vezes menos complicado e mil vezes mais brasileiro. O verdadeiro nome dela (agora me lembro) é Lúcia Prado e não Antônia Perpedigna da Fonseca. Ela prefere Roxane. E uma vez que quer assim, o melhor é deixar como está. Não faz mal. Ela fica sendo Roxane mesmo. Não há ser nada ...”

Escrito por Theophilo de Barros
Desenho de Augusto Rodrigues


Fonte: CARIOCA, de 7/11/1936 e 14/8/1937.

Lina Pesce vivendo entre harmonias

“Diante do mar, ali no cenário do posto 3, Lina Pesce pensa em campinas, montanhas e compõe lindas melodias.

— Se estivesse longe do mar, talvez me inspirasse nele. — diz ela.

Lina Pesce, a autora de tantas melodias bonitas que os nossos artistas radiofônicos interpretam de várias maneiras, é uma artista por instinto.

Aos três anos de idade, cantarolando, já inventava ritmos diferentes. Depois que começou a aprender piano, sempre tirava imagens novas do teclado, batendo as teclas com displicência.

— Estudei para ser concertista diz Lina Pesce a CAR!OCA. — Porém a minha própria família procurou dissuadir-me disso. Meu pai, o maestro G. Pesce, conhecendo perfeitamente o ambiente artístico, não o desejava para mim. Há três anos passados, casando-me, desisti por completo de tais ideias.

Porém continuou compondo. É muito difícil a um artista não se expandir de qualquer maneira.

Entre tangos, valsas e sambas

— Há compositores que se especialisam em determinado gênero; pela minha parte sempre procurei compor ritmos diferentes, sempre outros, variando constantemente. A princípio fiz vários tangos: “Miente”, por exemplo, alcançou sucesso na Argentina, tendo sido gravado pela orquestra de Roberto Firpo. “Cuantas veces” e outros. Depois passei a inventar valsas e canções: “Felicidade é o meu amor”, “Nuvens que passam”, gravados por Gastão Formenti e várias outras canções.

Atualmente também componho sambas e choros, tendo para Carmen Miranda: “Contigo sonhei” e “Adeus, mocidade”. Aurora Miranda lançará: ‘Caboclo do meu coração” e “Com toda a razão”, sambas que aparecerão assim que as duas aplaudidas artistas regressarem de Buenos Aires.

Experimentando o microfone

— Há tempos, curiosa de saber como ficaria a minha voz através do microfone, atuei em várias estações de “broadcasting”.

Lina Pesce nasceu em São Paulo. O seu verdadeiro nome é Magdalena Pesce Vitale, uma vez que um feliz matrimônio uniu-a ao conhecido editor Vicente Vitale. Adotando porém o pseudônimo de Lina Pesce, tem triunfado no meio radiofônico — embora quase alheia a ele — apresentando lindas músicas.

— Deixei o microfone também em parte devido à compreensão que sempre tive e procuro manter com as pessoas da minha família.

A expressão em primeiro lugar

Lina Pesce é uma figurinha graciosa, perfeitamente amável e culta. Falando sobre a sua infância, diz:

— Sempre gostei de representar. Garotinha ainda, sempre que ia ao teatro, organizava depois em casa comédias completas com o auxílio de minhas colegas. Acho que o teatro, assim como o cinema, exige, antes de mais nada, criaturas expressivas. Sou, aliás, a favor unicamente da beleza expressiva, animada, embora imperfeita. Devido a isso, admiro sem grandes entusiasmos as estátuas e obras de arte imóveis.

Lina Pesce admira todos os grandes compositores, preferindo Beethoven e a sua 5ª. sinfonia.

— Aliás declaro a minha preferência pela música sinfônica. Reconheço que o meu ideal, atualmente, é conseguir chegar até às composições sinfônicas.

Para isso não lhe falta talento e entusiasmo. Autora de muitas composições primorosas, ainda desconhecidas, Lina procura cada vez mais aumentar o seu repertório. Sente saudades de sua terra: São Paulo, cheio de garoa e encanto. Pela janela aberta do seu elegante apartamento olhando o mar impetuoso de Copacabana, ela diz:

— Creio que o amor é a inspiração máxima da vida. Mas eu acho que a própria vida inspira o amor. Sou feliz porque vivo entre harmonias.”


Fonte: CARIOCA, agosto/1936.

Mário Travassos

Mário Travassos - CARIOCA Agosto/1936
Mário Travassos (Mário Travassos de Araújo), compositor, instrumentista e pianista, nasceu em Niterói, RJ, em 12/03/1910, e faleceu na mesma cidade, em 22/06/1950.  Ainda muito jovem, estreou como pianista na segunda metade da década de 1920.

Atuou em 1930 na Rádio Mayrink Veiga acompanhando ao piano, entre outros, a cantora Carmen Miranda. No mesmo ano, apresentou-se na Rádio Educadora no programa "Horas lamartinescas", comandado por Lamartine Babo, acompanhando entre outros Noel Rosa e Marília Batista. Nesse programa foi lançado o samba Sinto saudade.

Em 1931, seu samba Sinto saudade foi sucesso na gravação em dueto de Francisco Alves e Mário Reis na Odeon, e o samba Para amar e não sofrer foi lançado na Victor pelo Trio TBT. No mesmo ano, acompanhou ao piano Lamartine Babo na gravação das marchas Canção para inglês ver e Rapsódia em reus maiores, de Lamartine Babo, e Ricardino Faria nas canções cômicas As coisa tá miorando e Bulio...pagou..., de Ricardo Farias.

Em 1932, o samba Dor de malandro foi gravado por Castro Barbosa na Odeon. No mesmo ano, Helena Fernandes gravou na Columbia o samba-canção Lá na montanha, com Lamartine Babo, e a canção Vontade que volte, com Valdo Abreu.

Já muito conceituado na radiofonia e nas gravações como pianista, teve duas composições gravadas por Luís Barbosa na Victor em 1933: o samba Adeus vida de solteiro, e o samba-canção Jamais... em tua vida, gravações que acompanhou ao piano. Também em 1933, acompanhou Luís Barbosa ao piano na gravação do samba-canção Na estrada da vida, de Wilson Batista, e no samba O que eu sinto por você, de Luís Barbosa. No mesmo ano, o samba Como é linda a lua, com Murilo Caldas foi gravada por Murilo Caldas na Columbia.

Em 1934, os sambas Alô Mossoró e Cheio de saudade foram gravados em dueto, na Victor, por Sílvio Caldas e Luís Barbosa. Em 1935, Carmen Miranda gravou com sucesso na Odeon o samba Fogueira do meu coração, parceria com A. L. Pimentel.

Em 1936, fez a marcha Volta pro teu ninho antigo que foi gravada por Aurora Miranda. Teve o samba Bombardeio da cidade gravado no mesmo ano pelo grupo vocal Quatro Diabos, na Victor.

Apesar de ter morrido prematuramente em 1950, em 1957 teve o samba Pela luz divina, parceria com Ataulfo Alves gravado por Ataulfo Alves em LP Sinter. Em 1960, teve o inédito samba-canção Palavra doce gravado pelo cantor Mário Reis no LP Mário Reis canta suas criações em Hi-Fi, lançado pela Odeon.

Em 1993, seus sambas Adeus vida de solteiro e Jamais... em tua vida foram relançadas pelo selo Revivendo no CD Gosto que me enrosco que reuniu gravações de Mário Reis e Luís Barbosa. No mesmo ano, o samba Sinto saudade foi relançado no CD Duplas de bambas - Mário Reis / Castro Barbosa / Francisco Alves e Jonjoca, do selo Revivendo.

Em 1996, teve duas composições relançadas: o samba Fogueira do meu coração, com A. L. Pimentel no CD Carmen Miranda, com gravações de Carmen Miranda, e o samba Pela Luz Divina, com Ataulfo Alves, no CD A você - Ataulfo Alves - vol. 2, do selo Revivendo. Sua marcha Fogueira do meu coração, com A. L. Pimentel, tornou-se por muito tempo um clássico do repertório das festas juninas.

Foi considerado um dos principais pianistas do samba carioca nas décadas de 1930 e 1940, cuja carreira interrompeu-se precocemente aos apenas 40 anos, deixando cerca de 15 composições gravadas.

Obra

Adeus vida de solteiro, Alô "Mossoró, Bombardeio da cidade, Cheio de saudade, Como é linda a lua (c/ Murilo Caldas), Dor de malandro, Fogueira do meu coração (c/ A. L. Pimentel), Jamais...em tua vida, Lá na montanha (c/ Lamartine Babo), Palavra doce, Para amar e não sofrer, Pela luz divina (c/ Ataulfo Alves), Sinto saudade, Volta pro teu ninho antigo, Vontade que volte (c/ Valdo Abreu).


Bibliografia Crítica: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982; VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira. São Paulo: Martins, 1965; Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; CARIOCA, de 01/08/1936.

Osvaldo Borba

Osvaldo Borba (Oswaldo Neves Borba), regente, arranjador e pianista, nasceu em São Paulo, SP, em 18/07/1914. Começou a tocar piano aos cinco anos de idade. Em 1934 iniciou a carreira artística na Rádio Record. Em 1936 e 1937 fez longa excursão pelo país com a companhia de revistas de Jardel Jércolis. Atuou como regente da Orquestra da Rádio Tupi.

Fez a primeira gravação como regente de orquestra em 1945, na Continental registrando o choro Deslizando, de Morpheu Belluomini.

Depois passou a atuar na Odeon onde participou de diversas gravações acompanhando com sua orquestra diversos cantores e cantoras entre os quais, Sylvia Telles, Aurora Miranda, Joel de Almeida, Gregorio Barrios, Oscar Ferreira, Anísio Silva, Elza Soares, Orlando Dias, Dalva de Andrade, Lúcio Alves, Carlos Augusto, Mário ReisJoão Dias, Dalva de Oliveira e Hebe Camargo.

Atuou como pianista do Cassino Assyrio, do Copacabana Palace e do Cassino Atlântico com a orquestra de Ferreira Filho. Retornou depois para o Copacabana Palace com a orquestra Zacarias. Nos últimos anos da década de 1940 dirigiu a orquestra da Rádio Globo. Em 1949 fundou sua própria orquestra estreando em um baile no Clube Ginástico Português.

Em 1950, gravou o primeiro disco com sua orquestra pela Odeon registrando os frevos Dona boa, dos Irmãos Valença e Frevo do meio-dia, de Carnera. Em 1951, registrou entre outros títulos, os frevos De guarda-chuva na mão, de Geraldo Medeiros e Haroldo Lobo, com canto de Risadinha e Esbodegado, de Guio de Morais.

Em 1953, formou uma orquestra típica argentina com a qual gravou a marcha Saca rolha, de Zé da Zilda, Zilda do Zé e Waldir Machado, em ritmo de tango. Em 1956, gravou também pela Odeon, com sua Orquestra o Samba maravilhoso, de José Toledo e Jean Manzon e o baião Andorinha preta, de Breno Ferreira. No mesmo ano, gravou com uma orquestra típica Quem sabe, sabe, de Joel de Almeida e Carvalhinho em ritmo de tango e Vai que depois eu vou, de Adolfo Macedo,  Zé da Zilda e Airton Borges, também em ritmo de tango.

Em 1958, gravou, ainda na Odeon, uma série de três discos incluindo entre outras a marcha de bloco Relembrando o passado, de João Santiago e o samba Chega de saudade, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Em 1959, gravou com sua orquestra os frevos Aguenta o cordão, de Levino Ferreira e Bombardeio, de Davi Vasconcelos.

Em 1960, gravou os frevos Batalha de serpentina, de Francisquinho e Clarins em folia, de Davi Vasconcelos.

Sua orquestra foi das mais requisitadas para festas de formatura nos anos de 1950 e 1960, chegando a fazer seis bailes em grandes salões a cada final de ano. Na primeira metade da década de 1960 passou a atuar com exclusividade na TV Record de São Paulo. Lançou entre outros, os elepês Baile de formatura, Osvaldo Borba em Hi-Fi e Metais em brasa no samba.

Discografia

Deslizando (1945) Continental 78
Dona boa / Frevo do meio-dia (1950) Odeon 78
Cumaná / Dr. Urubu (1951) Odeon 78
Tiro liro / Não há castigo (1951) Odeon 78
De gaurda-chuva na mão / Esbodegado (1951) Odeon 78
Barulho no salão (1953) Odeon 78
Jambalaya / El tarado (1953) Odeon 78
Saca-rolha / Melodia em fá (1954) Odeon 78
O mambo das normalistas / Jacaré (1954) Odeon 78
O baião do coqueiro (1955) Odeon 78
Quem sabe, sabe / Vai que depois eu vou (1956) Odeon 78
Samba maravilhoso / Andorinha preta (1956) Odeon 78
Alucinado / Relembrando o passado (1958) Odeon 78
Chegou sua vez / Batalha de confete (1958) Odeon 78
Lover / Chega de saudade (1958) Odeon 78
Aguenta o cordão / Convença-se (1959) Odeon 78
Bombardeio / Recordação de Lia (1959) Odeon 78
Batalha de serpentina / A vitória é nossa (1960) Odeon 78
Clarins em folia / Reminiscência (1960) Odeon 78
Baile de formatura (1961) Odeon LP
Osvaldo Borba em Hi-Fi (1962) Odeon LP
Metais em brasa no samba (1963) Philips LP


Bibliografia Crítica: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982; CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965; Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; www.MusicaPopular.Org; CARIOCA, de 25/7/1936.