domingo, janeiro 26, 2014

Confissões de Almirante

Almirante, cognominado “maior patente do rádio” é, sem favor, um dos nossos mais expressivos homens de rádio. Cantor, criador, redator e animador de grandes programas, realizou “Histórias das Danças”, “Curiosidades Musicais”, “Tribunal de Melodias”, “Anedotário das Profissões” e outras notáveis realizações.

“Meu primeiro ordenado foi de noventa cruzeiros por mês, como ajudante de balcão. Entrava às sete da manhã e trabalhava até às sete da noite, e aos sábados lavava os vidros da casa.

Mais tarde, com dezoito anos, acentuou-se minha inclinação pelo comércio, a qual já me tinha permitido aprender. Sozinho, com estudo e dedicação, contabilidade, escrita fiscal, enfim, a organização de uma casa comercial.

Meu pai faleceu, e ajudava mamãe nas despesas da família, e foi quando surgiu o problema da convocação do Exército, que não me permitiria continuar contribuindo com boa parte do meu ordenado em casa. Havia, então, os Tiros de Guerra e eu me inscrevi na Reserva Naval.

Desde criança, eu gostava multo de cantar, mas não tinha tido companheiros nem liberdade para dar grande expansão às minhas cantorias. Na Marinha entretanto, eu não fazia outra coisa. Por esse tempo o rádio estava tomando incremento e proliferavam os conjuntos musicais. E também organizamos o nosso, o “Bando dos Tangarás”, que se exibiu um dia em frente ao microfone, de onde não saí desde então.

Das duas fases da minha vida — a Marinha e o comércio trouxe duas coisas: da primeira, o apelido, Almirante, do segundo, o espírito de organização e de trabalho que me permite dispender um ano inteiro no estudo e na meticulosa feitura de um programa — receita que sempre tenho seguido e que até hoje tem dado o melhor resultado”.


Fonte: Artigo de "O Malho", de julho/1953.

Sérgio Britto

Sérgio Britto (Sérgio de Britto Álvares Affonso), instrumentista, compositor, cantor, tecladista e violonista, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18/09/1959. Segundo filho de Lygia e Almino Affonso viveu até os cinco anos de idade entre Rio e Brasília onde o pai foi deputado federal, líder do PTB na Câmara e finalmente ministro do trabalho do governo João Goulart.

Em 1964, alguns meses após o golpe de estado que instaurou a ditadura militar no Brasil, Sérgio partiu com a mãe e os irmãos Rui, Gláucia e Fábio rumo ao exterior para reencontrar o pai já no exílio.

Foi alfabetizado em espanhol e viveu por quase dez anos em Santiago, no Chile. Seu pai nesse período foi funcionário das Nações Unidas e diretor da FLACSO (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais).

Sérgio Britto mostrou, desde muito cedo, inclinação pelas artes, especialmente por pintura. Durante o final da infância e o começo da adolescência dedicou-se a pintar e desenhar com rara aplicação.

De volta ao Brasil (logo no início do processo de redemocratização do país), em 1974, passou a estudar piano, violão e começou a esboçar as primeiras composições. Por volta dessa mesma época cursou ainda as faculdades de Artes Plásticas na FAAP e Filosofia na USP sem chegar a concluir nenhuma das duas: àquela altura sua única vontade era a de ser "compositor popular".

No começo dos anos oitenta junto com ex-companheiros do Colégio Equipe, onde cursara o ensino médio, formou a banda Titãs. Em 1982 o primeiro disco do grupo é lançado com grande êxito. Além do hit Sonífera ilha, este trabalho incluia Go back e Marvin (ambas de sua autoria), que também marcariam época.

Em 1986 os Titãs lançam Cabeça Dinossauro tido , até hoje, como um dos mais importantes discos de rock da história da música popular brasileira.

Sérgio tem 28 anos de carreira e durante esse tempo, junto aos Titãs, vendeu, literalmente, milhões de discos, ganhou inúmeros prêmios e conquistou o respeito da crítica e do público. É compositor (em parceria ou como único autor) de grandes sucessos como por exemplo Enquanto houver sol, Diversão, Homem primata, Flores, Porque eu sei que é amor, Nem cinco minutos guardados, A melhor banda de todos os tempos da última semana, etc.

Em 2001 Sérgio Britto lançou o seu primeiro disco solo A minha cara e cinco anos mais tarde, em 2006, Eu sou 300 do qual se destacou o single Raquel (D.D.D).

É, entre seus colegas de banda, quem tem o maior número de músicas gravadas. Algumas delas como por exemplo Epitáfio, Comida, Miséria, Go Back e Desordem foram inclusive regravadas por grandes nomes da MPB tais como Gal Costa, Maria Bethania, Jorge Vercilo, Marisa Monte, Fabio Jr, Paralamas do Sucesso, Fafá de Belém, Adriana Calcanhoto e Ney Matogrosso, entre outros.

Atualmente Sérgio está lançando pela Midas Music o seu terceiro disco solo intitulado SP55. Este trabalho conta com as participações especiais de Wanderléa, Marina de La Riva, Negra Li e a dupla de DJs Drumagick e é um cruzamento feliz entre MPB, Bossa-Nova e música POP.

Obra

A minha cara (c/ Marcelo Fromer), AA - UU (c/ Marcelo Fromer), Amanhã não se sabe, Bichos escrotos (c/ Arnaldo Antunes e Nando Reis), C. V. V. Boa noite, Cama, mesa e banho, Carrossel, Dentes (c/ Branco Mello e Marcelo Fromer), Desordem (c/ Marcelo Fromer e Charles Gavin), Deus e o diabo (c/ Paulo Miklos e Nando Reis), Diversão (c/ Nando Reis), Domingo (c/ Toni Belotto), Epitáfio, Era uma vez (c/ Marcelo Fromer, Toni Bellotto, Branco Mello e Arnaldo Antunes), Eu e você, Flores (c/ Charles Gavin, Antonio Belloto e Paulo Miklos), Go back (c/ Torquato Neto), Igual a todo mundo (c/ Marcelo Fromer), Insensível, Lugar nenhum (c/ Arnaldo Antunes, Charles Gavin, Marcelo Fromer e Toni Bellotto), Marvin (R. Dunbar e G. N. Johson - Versão: Sérgio Britto e Nando Reis), Massacre (c/ Marcelo Fromer), Miséria (c/ Arnaldo Antunes e Paulo Miklos), O bem, o mal (c/ Torquato Neto), O que querem que eu faça (com tanto sol), Os olhos do sol (c/ Arnaldo Antunes), Palavras (c/ Marcelo Fromer), Pedras preciosas, Pensamento 2, Só lembrança.


Fonte: Wikipédia.