quinta-feira, outubro 28, 2010

Ary Kerner

Ary Kerner (Ari Kerner Veiga de Castro), compositor, instrumentista, poeta, jornalista e dramaturgo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 27/02/1906, e faleceu na mesma cidade em 04/04/1963.

Como jornalista, colaborou em diversos jornais e revistas do Rio de Janeiro, como O Malho, Fon-Fon, O Cruzeiro, O Globo, Correio da Manhã, Diário de Notícias e A Noite.

Foi autor de diversos livros, entre os quais Rimário de ilusões, publicado em 1927, ano em que compôs a marchinha Seu Agache, satirizando o convite do então prefeito carioca Prado Júnior ao urbanista francês Alfred Agache para realizar um plano de modernização da cidade. Esta marchinha foi gravada em 1929, na Victor, por Sílvio Salema. Inspetor do ensino comercial, foi também funcionário da secretaria do Senado Federal. 

Suas principais composições, algumas assinadas como V. de Castro, são Trepa no coqueiro, embolada gravada por Patrício Teixeira na Odeon, em 1929, regravada por Mário Pessoa na Victor, em 1930 e, com grande sucesso, por Carmélia Alves, na Continental, em 1950; Coco de lndaiá, toada lançada por Paraguassu, na Columbia, também em 1929; Na Serra da Mantiqueira, canção gravada por Gastão Formenti, na Victor, em 1932 (inspirada na Revolução Constitucionalista, que apoiou, estando em São Paulo na ocasião, tendo editado, ainda, a marcha-hino patriótica em homenagem ao interventor paulista Pedro de Toledo, Vencer ou morrer, parceria com José Maria de Abreu); Recordar, gravada também por Gastão Formenti na Victor, em 1934. 

Em 1933 fez músicas para a burleta Alma de caboclo, levada na Casa de Caboclo, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, sua canção Promessa (com José Maria de Abreu) venceu o concurso de músicas brasileiras do jornal A Noite, e a canção Ouve amor recebeu menção honrosa, ambas gravadas por Gastão Formenti.

Ainda em 1933, escreveu a peça regional Promessa, com músicas suas e de outros autores, encenada pela Casa de Caboclo, com mais de uma centena de apresentações, tendo no elenco Dercy Gonçalves

Obra 

Coco de Indaiá, toada, 1929; Na serra da Mantiqueira, canção, 1932; Promessa (c/ José Maria de Abreu), canção, 1933; Recordar, 1934; Seu Agache, marcha, 1929; Trepa no coqueiro, embolada, 1929.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Vantuil de Carvalho

Vantuil de Carvalho (fl. Rio de Janeiro, RJ, entre os anos 1900 e anos 1930), instrumentista, trombonista, orquestrador e professor de música, estudou na Escola Quinze de Novembro onde foi companheiro de Esmerino Cardoso e de Sebastião Cirino.

Destacou-se como trombonista ao final dos anos 1910, começo dos anos 1920. Por volta de 1925, teve o fox-trot Au revoir gravado pela Orquestra Augusto Lima na Odeon.

Em 1929, fez bastante sucesso no carnaval com a marcha Sou da fuzarca lançado na Parlophon pelo cantor Benício Barbosa e regravado logo depois por Charles Strichazy em interpretação em gaita de boca. Segundo relato do compositor, radialista e cantor Almirante, a marcha foi composta no trajeto entre a Ponte dos Marinheiros e a Praça da Bandeira com o autor tamborilando no chapéu de palha, enquanto conversava com Pixinguinha, um dos seus melhores amigos e com quem muito convivia nessa época. Antes de ser gravada, essa marcha foi lançada pelo grupo da Guarda Velha e dedicada ao Clube de Regatas do Flamengo.

Também em 1929, Patrício Teixeira gravou na Parlophon o Samba enxuto, e a atriz Margarida Max a marcha Olha a pomba. Em 1930, a marcha Olha a pomba foi regravada por Francisco Alves na Odeon, e o samba Foram dizer, registrada por Augusto Calheiros, também na Odeon. Ainda no mesmo ano, o samba Fico espiando foi gravado por H. G. Americano na Odeon, e a marcha És engraçadinha foi lançada na Brunswick pela Orquestra Brunswick com vocal de Elpídio Dias, o Bilu.

Integrou o conjunto de estúdio da gravadora Victor, o Grupo da Guarda Velha dirigido por Pixinguinha e que contou com nomes como Donga, Bonfiglio de Oliveira, João da Baiana e Nelson Alves, entre outros. Tocou com Pixinguinha, Donga, Luiz Americano, João da Bahiana e Bonfíglio de Oliveira no famoso Cabaré Assírio.

Obra

Au revoir;  És engraçadinhaFico espiando; Foram dizer;  Olha a pomba;  Pensa-me, diz o passado (com Laura Suarez);  Samba enxutoSou da fuzarca.

Fontes: Instituto Moreira Salles; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.