sexta-feira, outubro 29, 2010

Uriel Lourival

Uriel Lourival (Francisco Uriel Lourival), compositor e letrista (? Natal, RN - 1932 Rio de Janeiro, RJ) era filho do poeta Lourival Açucena. Não se tem a data do nascimento. Em 1900 mudou-se para o Rio de Janeiro e trabalhou como cabo de polícia e funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil.

Autor de modinhas do final da segunda metade do século XIX, entre elas Quando o pesamento voa. Em 1926, Artur Castro gravou na Odeon a modinha A ceguinha, com acompanhamento da American Jazz Band de Sylvio de Souza.

Sua composição mais famosa é a valsa Mimi, consagrada nos anos 1930 pela gravação de Sílvio Caldas, a qual se seguiram várias outras posteriormente, entre as quais, as de Carlos Galhardo, Altamiro Carrilho, Carlos José, Dilermando Reis, Gilberto Alves e Ivon Curi.

Em 1935, teve a canção Céu moreno, gravada por Orlando Silva. Em 1937, a valsa Botão de rosa, foi gravada por Vicente Celestino e pela Orquestra Victor.

Em 1960, sua clássica valsa Mimi foi regravada por Gilberto Alves no LP Ontem e hoje da gravadora Copacabana. Em 1980, sua canção Flor do mal (Saudade eterna) foi gravada pelo cantor Onéssimo Gomes no LP Serestas brasileiras da gravadora Musidisc.

Obra

A ceguinha, Botão de rosa, Céu moreno, Mimi, Quando o pensamento voa,

Fontes: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira; Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Milton Amaral

Milton Amaral (Antônio do Amaral Oliveira), compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 08/02/1898, e faleceu na mesma cidade em 22/8/1989.

Em 1929, teve sua primeira composição gravada, o samba Tatuí por Artur Castro Budd pela Parlophon. Em 1931, teve a valsa Desilusão, em parceria com João Martins gravada por Gastão Formenti na RCA Victor. Em 1932, o cantor Paraguassu gravou as canções Todo poeta nasceu para sofrer e Meu cachimbo, pela Columbia.

Em 1934, Januário de Oliveira gravou a valsa Sonho e realidade. No mesmo ano, Gastão Formenti gravou aquela que seria seu grande sucesso, a valsa Folhas ao vento, regravada quatro anos mais tarde por Vicente Celestino.

Em 1935, o mesmo Gastão Formenti gravou o samba A madrugada vem rompendo, composto em parceria com José Maria de Abreu e Joaquim Castro Barbosa. Em 1936, teve as marchas Precisa-se de um marido e Vira pra cá, compostas em parceria com José Gouveia gravadas por José Lemos na RCA Victor. Em 1938, Gastão Formenti gravou a valsa Tu és a única pela Odeon.

Obras

A madrugada vem rompendo (c/ José Maria de Abreu e Joaquim Castro Barbosa), Desilusão (c/ João Martins), Folhas ao vento, Meu cachimbo, Pastorinhas, Precisa-se de um marido (c/ José Gouveia)

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Mano Aurélio

Mano Aurélio, apelido de Aurélio Gomes (Fl. Rio de Janeiro, RJ, década de 30), compositor e cantor, foi um dos fundadores da Escola de Samba Deixa Falar do Estácio de Sá. Segundo depoimento do compositor Ismael Silva, era um ótimo cantor.

Em 1933, lançou o samba Arrasta a sandália (com Osvaldo Vasques), que foi o primeiro grande sucesso do cantor Moreira da Silva, numa época em que ele ainda não era conhecido como o rei do samba de breque.

Com um estribilho curto, intercalado por respostas no estilo de partido-alto, o samba agradou, caiu no gosto do público, permanecendo como sucesso por muitos anos.

Ainda segundo Ismael Silva, seu parceiro Osvaldo Vasques (também conhecido por Baiaco) não era o verdadeiro autor do samba. Dessa opinião discordava Moreira da Silva que, em depoimento fornecido ao Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro, atesta: "Baiaco era um compositor de mão-cheia. Dava uma sorte danada com o mulheril, que sempre entregava o dinheiro pra ele."

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Paschoal Carlos Magno

Paschoal Carlos Magno (Rio de Janeiro RJ 13/01/1906 - idem 24/05/1980), teatrólogo, revistógrafo,  crítico e compositor, foi uma personalidade fundamental na dinamização e renovação da cena brasileira. Fundou o Teatro do Estudante do Brasil e o Teatro Duse.

Em 1926, faz uma experiência como galã em Abat-Jour, de Renato Viana. Em 1928, tem uma fugaz participação, como ator, no Teatro de Brinquedo, de Álvaro Moreyra; e escreve críticas para O Jornal. Em 1929, lidera ampla campanha de coleta de recursos para fundar a Casa do Estudante do Brasil. 

Em 1930 sua canção Pierrot recebe a melodia do compositor Joubert de Carvalho, para a abertura de sua peça Pierrot, prestes a estrear no Rio de Janeiro pela companhia de Jaime Costa, da qual Paschoal assume a direção artística. Além de romântica, a canção deveria explorar o timbre agudo de Jorge Fernandes, o cantor escolhido para interpretá-la. No mesmo ano, recebe da Academia Brasileira de Letras, ABL, um prêmio por esta peça.

Em 1937, funda o Teatro do Estudante do Brasil, TEB, inspirado nos teatros universitários europeus, com uma função pedagógica, de formação teatral, e outra artística, de introduzir no nosso teatro a função do diretor teatral, cargo para o qual convoca a atriz Itália Fausta, que assina o primeiro espetáculo do grupo, Romeu e Julieta, de William Shakespeare, em 1938.

Em 1946, Paschoal tem representada em Londres, com boas críticas, a sua peça Tomorow Will Be Different, montada em vários outros países europeus, e também no Brasil. No mesmo ano, assume a coluna de crítica do jornal Democracia e, no ano seguinte, a do Correio da Manhã, que assina até 1961, através da qual exerce forte influência sobre o panorama teatral. 

Em 1948, sob sua orientação geral, e com direção do alemão Hoffmann Harnisch, o TEB monta Hamlet, de William Shakespeare, que alcança enorme sucesso e prestígio, sobretudo por revelar, no papel-título, o singular talento do jovem Sérgio Cardoso, então com 22 anos, a quem Paschoal define, na sua coluna, como sendo desde já o maior ator do Brasil. Sob a repercussão desse êxito, e das viagens de Paschoal pelo Brasil afora, teatros de estudantes começam a ser criados em várias cidades. 

Em 1949, Paschoal preside o lançamento pelo TEB, de um Festival Shakespeare, no Rio de Janeiro, com Romeu e Julieta, Macbeth e Sonho de Uma Noite de Verão; e cria, junto com a cantora Alda Pereira Pinto, o Teatro Experimental de Ópera.

Em 1952, Paschoal leva o TEB para extensa turnê pelo norte, com peças de Sófocles, Eurípides, William Shakespeare, Gil Vicente, Henrik Ibsen, Martins Pena. No mesmo ano, dá início a uma outra iniciativa importante: o Teatro Duse, uma sala de aproximadamente 100 lugares e um palco mínimo, instalada no casarão de Paschoal, em Santa Tereza. Inaugurado em 1952, com João Sem Terra, de Hermilo Borba Filho, o Duse funciona, com ingresso gratuito, até 1956, revelando, entre outros, Aristóteles Soares, Francisco Pereira da Silva, Leo Vitor, Antônio Callado, Rachel de Queiroz, Paulo Moreira da Fonseca, Maria Inês Barros de Almeida, e conquistando um lugar de prestígio no panorama cultural do Rio de Janeiro. 

Nomeado responsável pelo setor cultural e universitário da Presidência da República por Juscelino Kubitschek, desloca-se permanentemente pelo país afora, garimpando jovens talentos e lutando pela criação ou dinamização de espaços onde eles possam dar vazão à sua ânsia de aprender e criar. Em 1958, organiza em Recife o primeiro Festival Nacional de Teatros de Estudantes, reunindo mais de 800 jovens e dando início a uma tradição que prosseguirá até o sexto festival.

Nomeado, em 1962, secretário geral do Conselho Nacional de Cultura, realiza a Caravana da Cultura, reunindo 256 jovens artistas que percorrem os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Sergipe e Alagoas, apresentando espetáculos de teatro, dança e música e realizando exposições de artes plásticas e distribuição de livros e discos. Uma iniciativa semelhante, a Barca de Cultura, que desce pelo Rio São Francisco de Pirapora a Juazeiro, é promovida por Paschoal já na década de 70. 

O golpe de 1964 o afasta dos centros do poder e prejudica a sua carreira diplomática. Sua última grande realização inicia-se em 1965, quando ele inaugura, no interior do Estado do Rio de Janeiro, a Aldeia de Arcozelo, da qual pretende fazer um local de repouso para artistas e intelectuais e um centro de treinamento para as diferentes áreas das artes. 

Mas a volumosa obra consome o resto da sua fortuna e o obriga a vender o seu casarão de Santa Tereza para pagar as dívidas. Ainda assim, o dinheiro revela-se insuficiente, e Paschoal ameaça publicamente tocar fogo na fazenda. Alguns auxílios, oficiais ou privados, chegam a ser liberados; mas até hoje a Aldeia de Arcozelo encontra-se fechada sob o domínio da Fundação Nacional de Artes Cênicas.

Fontes: Enciclopédia Itaú Cultural; A Canção no Tempo – Vol. 1 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34.

Breno Ferreira


Breno Ferreira
Breno Ferreira (Breno Ferreira Hehl), cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18/10/1907, e faleceu na mesma cidade em 23/11/1966. Foi cantor enquanto estudava direito, abandonando a advocacia após a formatura.

Técnico em cooperativismo foi o pioneiro da matéria no Brasil, tendo livros publicados. Sobre um motivo elaborado cinco anos antes, compôs em 1925 a toada Andorinha preta, um de seus maiores sucessos, gravado em 1932 por ele próprio na Columbia e na década de 1960 por Nat King Cole. Foi um dos primeiros artistas a gravar na Victor.

Em 1929, entre outras, gravou a toada Meu roçado (de sua autoria), o chorinho Meu bem (Rogério Guimarães) e a marcha Cadeirinha do Catete (Plínio de Brito).

No ano seguinte lançou diversas músicas na mesma gravadora, como a marcha Adeus, meu Carnaval (Josué de Barros), o samba Mariquinha, eu quero vê (Rogério Guimarães), a embolada Isquipac-isquipu (J. Caramuru), seu grande sucesso como cantor, as emboladas Óia a Joana, Pica-pau e A pombinha avuô, e a toada Na minha choça (todas de sua autoria)

Por volta de 1930 gravou com Sílvio Caldas o desafio Tracuá me ferrô (Sátiro de Melo). Em 1931, ainda na Victor, gravou o samba Olha a proa (com Pais de Andrade) e Samba de prata (de sua autoria), que foi outro sucesso. Na Columbia, além de composições suas, lançou composições de outros autores, como a marcha Garota errada (Joubert de Carvalho e Luís Martins), a toada Meu amor chegou (Joubert de Carvalho), a marcha Óia a virada (Diarbuco) (Nelson Ferreira) e a marcha Agüenta o rojão (Capiba), todas gravadas em 1933.

Obra

A pombinha avuôAndorinha preta, Bola errada, Caboclo tristeFoi, num foi, Forga nego Gavião tá no á, Isquipac-isquipu (com J. Caramuru), Mariquinha, eu quero vê (Rogério Guimarães), Meu roçado, Na minha choça, Olha a proa (com Paes de Andrade), Pica pau, Samba de prata, Sou de Pernambuco, Viola sem dono.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Brancura

Brancura na Casa de Detenção - 1932
Brancura (Sílvio Fernandes), compositor e flautista, nasceu provavelmente em 1908 no Rio de Janeiro, RJ, e faleceu na mesma cidade em 1935. Ganhou o apelido dos amigos do Estácio por conta de sua cor negra reluzente.

Outra versão conta que, como era parceiro de Baiaco na jogatina e exploração das mulheres da Zona do Mangue, seu apelido veio daí: a maioria das mulheres da zona que explorava era branca, as "polacas".

É lembrado pela sua valentia e por não andar sem sua navalha, no melhor estilo da malandragem do Estácio dos anos 1920.

Desde jovem frequentava o Café Apolo e o Café Compadre, que eram os redutos de sambistas da época. Foi ali, naquele ambiente, que conheceu vários artistas com Noel Rosa, Mário Reis e Francisco Alves.

O produtor musical Fernando Faro confirma a fama de valente de Brancura: "Era bandido. Tinha sempre um 45 e uma navalha por baixo do terno branco linho 120. Monarco me contou que, uma vez, o Brancura chegou no samba e uma mulher falou: “Estão fazendo um trabalho contra você.” “Contra mim? Sou Brancura, nada me atinge.” Um mês depois, estava preso na Ilha Grande. Passaram uns anos e o Brancura voltou. Apareceu na Mangueira, quando a escola estava na quadra. Ele que era uma elegância chegou com short rasgado, camisa regata suja, um rato morto na mão. Fizeram até um samba: O Brancura Enlouqueceu."

Seus primeiros sambas gravados foram Coração volúvel e Mulher venenosa, lançados por Francisco Alves, pela Odeon, em 1929.

Em 1931, seu samba Deixa essa mulher chorar, obteve grande sucesso no carnaval. Foi gravado por Francisco Alves e Mário Reis, em dupla, pela Odeon. Teve muitos outros sambas gravados, entre eles: Sinto muito, gravado por Mário Reis, em 1932; Carinho eu tenho, gravado por Ismael Silva, no mesmo ano, assim como o samba Príncipe negro, gravado por Patrício Teixeira.

Em 1935, o samba Você chorou, foi gravado por Francisco Alves.

Obra

Carinho eu tenho, Coração volúvel, Deixa essa mulher chorar, Mulher venenosa, Príncipe negro, Samba de verdade (c/ Francisco Alves), Sinto muito, Você chorou

Fontes: Almanaque Brasil - Papo cabeça - Fernando Faro; Samba na Veia; Turma do Estácio; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Getúlio Marinho

Getúlio Marinho (Getúlio Marinho da Silva), compositor e dançarino, também conhecido pelo apelido de "Amor" nasceu em Salvador, Bahia, em 15/11/1889, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 31/1/1964. Filho de Paulina Teresa de Jesus e de Antonio Marinho da Silva, conhecido por "Marinho que toca". Aos seis anos mudou com a família para o Rio de Janeiro. Com essa mesma idade passou a integrar o Rancho Dois de Ouro.

Foi criado frequentando as casas de tias baianas como Bebiana, Gracinda, Ciata e Calu Boneca. Participou dos primeiros ranchos carnavalescos cariocas criados por baianos do bairro da Saúde. Saía como porta-machado no Dois de Ouros, e desfilava ainda no Concha de Ouro.

Freqüentou as rodas de samba organizadas pelos baianos que se reuniam no Café Paraíso, situado na antiga Rua Larga de São Joaquim, atual Avenida Marechal Floriano. Com o pioneiro Hilário Jovino Ferreira aprendeu a coreografia dos mestres-sala dos ranchos, tornando-se um grande especialista nesta arte, sendo mestre-sala de vários ranchos carnavalescos. De 1940 a 1946 foi o "cidadão-samba" do carnaval carioca.

O Rancho fundado por Tia Ciata "Macaco é o outro"(referência e crítica ao preconceito racial ) era integrado por: Hilário Jovino Ferreira, Perciliana Maria Constança (mãe do João da Baiana), Tia Amélia do Aragão (mãe do Donga), Getúlio Marinho da Silva, Tia Bebiana, Tia Rosa, Tia Sidata.
Em 1916 iniciou a carreira artística atuando como dançarino na revista Dança de velho, apresentada no Teatro São José. No ano seguinte, desfilou como mestre-sala no rancho "Flor do Abacate". Em 1919 foi o mestre-sala do rancho "Quem fala de nós tem paixão". Em 1921 passou a atuar no rancho "Reinado de Silva".

Em 1930 teve sua primeira composição gravada, o samba Não quero amor, pelo Conjunto Africano na Odeon. Frequentou terreiros de macumba e conheceu pais de santo famosos como João Alabá, Assumano e Abedé, passando a recolher pontos de macumba e os levando para o disco, com Elói Antero Dias, como Ponto de Exu, de domínio público, disco 78 rpm, gravadora Odeon, 1930; Ponto de Inhansã, de domínio público, disco 78 rpm, gravadora Odeon, 1930; e Ponto de Ogum, de domínio público, disco 78 rpm, gravadora Odeon, 1930. Outros pontos de macumba, de sua autoria foram gravados por Moreira da Silva.

Em 1931 Patrício Teixeira gravou o samba Não chores, benzinho, Francisco Alves, o samba Apanhando papel, parceria com Ubiratã Silva e Luís Barbosa o samba Fome não é pagode, todos na Odeon.

Em 1932 teve gravados os sambas Vou me regenerar, por Francisco Alves e Não gostei dos seus modos, por Luiz Barbosa e Vitório Lattari; e os pontos de macumba Ererê e Rei de Umbanda, por Moreira da Silva. No mesmo ano, seu samba Gegê, parceria com Eduardo Souto, venceu um concurso carnavalesco promovido pelo jornal Correio da Manhã, foi gravado com grande sucesso por Jaime Vogeler e serviu como mote para a criação da revista Calma Gegê, estrelado por Otília Amorim no Teatro Recreio. Feito inicialmente para focalizar o então presidente Getúlio Vargas, seus versos que diziam: "Tenha calma, Gegê /  Tenha calma Gegê / Vou ver se faço / Alguma coisa por você", tornou-se um modismo e um dito popular da época. 

Em 1933 compôs com Bide o samba Vou te dar, com Orlando Vieira, a batucada Mumba no caneco, ambas gravadas por Luiz Barbosa e com Valdemar Silva o samba Até dormindo sorriste, registrado por Jaime Vogeler. No mesmo ano, Patrício Teixeira gravou o partido alto Tentação do samba, parceria com João Bastos Filho. 

Em 1934 teve o samba Quando me vejo num samba, gravado por Patrício Teixeira. No ano seguinte, Castro Barbosa registrou a marcha De quem será?, parceria com João Bastos FIlho. No mesmo ano foi escolhido como segundo secretário, a primeira diretoria da União das Escolas de Samba.

Em 1936 teve o samba Molha o pano, parceria com Vasconcelos gravado por Aurora Miranda e a marcha  Pula a fogueira, parceria com João Bastos Filho por Francisco Alves na Victor. No ano seguinte, o instrumentista Luís Americano gravou ao saxofone sua valsa Teu olhar, parceria com J. Bastos Filho. 

Em 1939, Orlando Silva gravou o samba Vai cumprir o teu fado, com J. Bastos Filho. Em 1944 Nelson Gonçalves gravou o samba Nadir, outra parceria com João Bastos Filho, seu principal parceiro. Era considerado grande tocador de omelê, antigo nome da cuíca. Foi um dos pioneiros das escolas de samba. 

Em 1961 teve o batuque Macumbembê, gravado por J. B. de Carvalho. Em 1963 adoeceu seriamente sendo internado no Hospital dos Servidores da então Guanabara, vindo a falecer quase esquecido no ano seguinte.

Sobre ele, assim falou Jota Efegê, no livro Figuras e coisas da Música Popular Brasileira: "...sempre impôs sua presença nos desfiles. Vestindo roupas de fidalgo, calçando sapatos de fivela e salto alto, de luvas e cabeleira empoada, sentia-se personagem vindo dos tempos de Luiz XIV, Xv ou de uma corte qualquer para ser o galã da porta-estandarte nos cortejos em que figurava. Sóbrio na sua coreografia, sem acrobacias, presepadas ou letras espetaculares, lograva os aplausos do público justamente por isso que se pode designar como finesse".

Obra


Apanhando papel (com  Ubiratã Silva), Até dormindo sorriste (com Valdemar Silva), Auê, Bumba no caneco (com Orlando Vieira), Cafioto, De quem será? (Acom João Bastos Filho), É timbetá, Ererê, Eu sou é bamba, Fome não é pagode, Gegê (com Eduardo Souto), Isquindó (com Antenor Borges), Macumbembê, Molha o pano (com Vasconcelos), Na favela, Na mata virgem, Nadir (com João Bastos Filho), Não chores, benzinho, Não gostei dos seus modos, Não quero teu amor, Óh Mariana (com João Bastos Filho), Pula a fogueira (com João Dornas filho), Quando me vejo num samba, Rei de Umbanda, Tentação do samba (com Joao Bastos Filho), Teu olhar (com J. Bastos Filho), Vai cumprir o teu fado (com J. Bastos Filho), Vou me regenerar, Vou te dar (com Alcebíades Barcelos).

Fontes: Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana - Nei Lopes - 2a. Edição - Editora Selo Negro; Segredos Guardados - J. Reginaldo Prandi - Companhia das Letras; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.