Paulo Netto (Paulo Netto de Freitas), apresentador, cantor, compositor e radialista, nasceu em 02 de Julho de 1901 em Santos, SP, na praia de José Menino. Veio para o Rio de Janeiro com cinco anos, morando no bairro da Lapa. Quando jovem aprendeu a tocar violão e como era dono de uma voz grave e muito afinada, começou a freqüentar as grandes rodas de boêmios. Com um metro e noventa de altura recebeu o apelido de “Trepadeira”. Foi um dos fundadores do Rádio, iniciando como cantor, locutor e apresentador dos seus programas.
Trabalhou nas emissoras Rádio Transmissora Brasileira P.R.E - 3 (Programa Grajahú), Sociedade Rádio Nacional P.R.A – 8 (Programa Paulo Netto), Rádio Continental (Programa Suburbano), Rádio Guanabara (Programa Melodias Favoritas) e Rádio Tupi (Programa Hora do Mercado Municipal).
Com seu grande amigo e companheiro Almirante, participava de serestas e shows com o famoso Bando de Tangarás que era formado por Almirante, Braguinha, Noel Rosa e Alvinho.
Como cantor gravou as seguintes músicas: Mulata Fuzileira (de sua autoria com Hervé Cordovil). Coração de picolé (com Jayme Pitolomi), Como é que pode (Hervé Cordovil e Jayme Pitolomi) e Pesado 13 (Noel Rosa), única paródia de Noel Sinhá Ritinha uma música sertaneja, que Paulo Netto gravou acompanhado do Bando dos Tangarás (Disco Parlofon-13.311) de 1931.
Participou de filmes nacionais como Banana da Terra (1939) com Carmem Miranda, Oscarito, Dircinha Batista, Lauro Borges e Castro Barbosa e outros; Laranja da China (1940) com Grande Otelo, Francisco Alves, Virginia Lane, Lauro Borges e Castro Barbosa, Barbosa Júnior e outros; Foot-Ball em Família (1941) com Grande Otelo, Dyrcinha Batista, Jayme Costa, Renato Murce e outros.
Trabalhou muitos anos na Rádio Nacional ao lado de Paulo Tapajós no Departamento Musical. Criava shows em cinemas e teatros, com o elenco de artistas e cantores da Rádio Nacional.
Participou de várias campanhas para a Rainha do Rádio com Ângela Maria, Marlene e Emilinha Borba.
Foi um grande historiador, deixando o seu acervo de documentos, recortes e fotos, para o seu único filho Paulo Netto de Freitas Filho, herdeiro do seu casamento com Morella Viola Netto de Freitas, hoje com 86 anos e dona de uma memória fantástica.
Faleceu em 01 de Outubro de 1981.
Fonte: Revivendo Músicas - Biografias.
quinta-feira, setembro 13, 2012
Assis Pacheco
Assis Pacheco (Francisco de Assis Pacheco), compositor, teatrólogo, pianista, regente e crítico, nasceu em Itu SP em 08/01/1865, e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 28/2/1937. Iniciou estudos musicais em Itu, continuando-os na Itália, onde cursou composição com Amintore Galli (1845-1919).
Em 1887, em São Paulo SP, bacharelou-se em direito e publicou um livro de poesias, Vespertinas. Colaborou no Jornal da Tarde e no Correio Paulistano, entre outros, e foi co-fundador dos periódicos Quinzena Paulista e Brás Cubas.
Como compositor, estreou com a ópera em um ato Moema (música e libreto de sua autoria), representada a 18 de janeiro de 1891, no Teatro São José, de São Paulo.
Como compositor, estreou com a ópera em um ato Moema (música e libreto de sua autoria), representada a 18 de janeiro de 1891, no Teatro São José, de São Paulo.
Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde logo se entusiasmou pelo teatro musicado, freqüentando rodas boêmias, com Olavo Bilac e Artur Azevedo, entre outros. Com um amigo, fundou em Niterói RJ o Clube de Amadores Teatrais.
No Rio de Janeiro, em 1892, musicou a revista O tribofe, de Artur Azevedo, encenada no Teatro Apolo e, dois anos depois, estreou, no Teatro Lucinda, sua revista Itararé. Ainda em 1894, iniciou carreira de regente, dirigindo uma opereta, A cigarra e a formiga, de Edmond Audran (1842-1901). No ano seguinte, a 12 de junho, estreou no Teatro de Variedades Dramáticas, do Rio de Janeiro, sua revista Aquidabã, de grande êxito.
Em 1896 musicou, de Artur Azevedo, A fantasia, apresentada no mesmo ano no Teatro Éden Lavradio, e, com Nicolino Milano e Luís Moreira, A capital federal, apresentada em 1897. Sua ópera Flora foi cantada no Teatro Lírico a 8 de janeiro de 1898.
Em janeiro de 1900 obteve o primeiro prêmio com a cantata Brasil (versos de Olavo Bilac), comemorativa ao IV Centenário da Descoberta do Brasil. Na mesma data, no Teatro Lírico, foi representada sua ópera Estela (intitulada Dor! na partitura original). Sua obra seguinte foi Ti-Tim-Mirim, revista estreada a 25 de junho de 1903, no Teatro Lucinda.
Em 1905, a atriz Pepa Delgado gravou na Odeon suas músicas Um samba na Penha (com Álvaro Peres e Álvaro Colás) e A recomendação. Três anos depois, a convite de Alberto Nepomuceno, regeu alguns concertos sinfônicos durante a Exposição Nacional. Ainda em 1908, foi regente no Teatro Avenida, de Lisboa, Portugal. De volta ao Brasil, continuou compondo, obtendo sucesso com Mimosa e Carnaval do amor (ambas com texto de Leopoldo Fróes).
Em 1928, Francisco Alves gravou sua canção Copacabana, na Odeon. As últimas composições, Montmartre e o episódio Jesus, datam de 1931. Passou os anos finais de vida trabalhando ao lado de Villa-Lobos no projeto de instituição do canto orfeônico nas escolas públicas do Rio de Janeiro.
Obras
Música dramática: Cleópatra, ópera, s.d.; Estela (Dor!), ópera, 1900; Flora, ópera, 1898; Jaci, ópera, s.d.; Joanico, opereta, s.d.; Moema, ópera, 1891.
Música orquestral: Romeu e Julieta, poema sinfônico, 1892.
Música de câmara: Plainte, p/quarteto de cordas, 1892.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977. 3p.