quinta-feira, maio 16, 2013

Eladir Porto

Eladir Porto - 1936
Eladir Porto (Eladir Maria da Silva Porto), cantora, nasceu em Santos, SP, em 15/10/1917. Iniciou a carreira artística depois de vencer um concurso de beleza. Em 1936, estreou na Rádio Cajuti.

Contratada pela gravadora Victor, em 1941, gravou seu primeiro disco interpretando com acompanhamento de Passos e sua orquestra, a marcha Salomé, de Haroldo Lobo e Nássara, e com acompanhamento de Luís Americano e seu regional, o samba Comprei uma baiana, de Joca do Pandeiro e Jacaré.

Em 1944, atuou na comédia musical Abacaxi azul, direção de Ruy Costa e Wallace Downey, e roteiro de Ruy Costa, e no qual atuaram ainda, entre outros, Alvarenga, Ranchinho, Dercy Gonçalves, Chocolate, Xerém, e Castro Barbosa.

Em 1945, já pela gravadora Continental, gravou com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional, as marchas Vamos brincar de pique? e Ora bola", ambas de Sandra Roberta. Nesse período sua presença era constante em eventos no Palácio do Catete durante o governo do presidente Getúlio Vargas. Atuou em várias outras rádios até viajar para a Argentina onde permaneceu vários anos, o que acabaria por fazê-la mudar seu repertório, inicialmente composto por sambas e marchas, para tangos. Em 1950, retornou ao Brasil e foi contratada pela Rádio Nacional.

Em 1952, lançou pela gravadora Sinter o samba-canção Brigas, de Hélio Rosa e René Bittencourt, e o bolero Recordar é viver, de Carolina Cardoso de Menezes, Armando Fernandes e Célio Monteiro.

 Em 1955, foi contratada pela gravadora pernambucana Mocambo e lançou uma série de quatro discos em 78 rpm com acompanhamento de Romeu Fossati e sua orquestra típica, interpretando os tangos Noite de Reis, de P. M. Mafra, J. Curi e Virgínia Amorim, Cantando, de Mercedes Simone e Virgínia Amorim, Deixa-me em paz (Dejame, no quiero), de F. Canaro, I. Pelai e A. Galves Morales, e Tarde chuvosa, de Mores, Contursi e Ghiaroni, o fox Jonny, de Spelman e Paul Roberts, com versão de Virgínia Amorim, e as valsas Aniversário da mãezinha, de Jairo Argileo e Heron Domingues, e Ama sempre, de Romeu Fossati e Eda Fossati.

Em 1956, lançou pela gravadora Mocambo o LP Tangos em versão registrando os tangos Silêncio, de Carlos Gardel, Alfredo Le Pera e Petorossi, com versão sua, Cantando, de Mercedes Simone, e Noite de Reis, de Pedro Maffia e Jorge Curi, com versões de Virgínia Amorim, Seus olhos se fecharam, de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera, e Tarde chuvosa, de Mariano Mores e Contursi, com versões de Ghiaroni, Deixa-me em paz, de Francisco Canaro, Mariano Mores e Pelay, e versão de Galvez Morales, Lencinho querido, de Juan de Dios, Filiberto e Penalo, e versão de Maugéri Neto, e Quero ver-te uma vez mais, de M. Canaro e Contursi, e versão de Jair Amorim.

No mesmo ano, também pela gravadora Mocambo, participou do LP Oito sucessos interpretando o fox Johnny (Johnny is the boy for me), de L. Paul, e versão de Virgínia Amorim.

Em 1957, já transferida para a RGE, lançou o LP Alma do tango cantando os tangos Canção desesperada, de Enrique Santos Discépolo, e versão de Ghiaroni, Caminito, de Juan de Dios Filiberto e Gabino Coria  Peñaloza, e Piedade, de C. Percuoco e L. de Blase, ambos com versões de Mauro Pires, Parece mentira, de Rodio e Sciammarella, e Alcova azul (Cuartito azul), de M. Battistella e Mariano Mores, os dois com versões de Vidal Ramos, Todavia te quero (Y todavia te quiero), de L. Leocata e A. Asvar, com versão de Adelino Moreira, Cristal, de Mariano Mores e José Maria Contursi, em versão de Haroldo Barbosa, e Orgia, de Fernando César e Nazareno de Brito.

No mesmo ano, gravou os tangos Seus olhos se fecharam, de Gardel, Le Pera e Ghiaroni, Quero ver-te uma vez mais, de Canaro, Contursi e Jair Amorim, e Lencinho querido, de J. D. Filiberto e Penaloza e versão de Maugéri Neto.

Em 1958, gravou o samba-canção Que saudade, de Alésio Milton, e os tangos Cristal, de M. Mores e J. M. Contursi, Piano de bar, de Dora Lopes e Ari Monteiro, e Chora bandoneon, de J. Piedade, O. Gazaneo e J. Campos.

Em 1960, a gravadora Mocambo lançou o LP Tangos, sempre tangos com as interpretações dos tangos Silêncio, Uma lágrima tuya, Cantado, Sentimento gaúcho, Noite de Reis, Dora, Lencinho querido, Graciel, Tarde chuvosa, Caminito, Quiero verte uma vez más e El amanecer, já lançados anteriormente.

Em 1961, participou pela RGE do LP "Eu adoro tangos"  com os tangos "Canção desesperada", "Caminito", "Cristal", "Alcova azul", "Todavia te quero", "Piedade", e "Parece mentira". Este disco ainda contou com interpretações de Antônio Borba, Leny Eversong e Ventura Ramirez. No mesmo ano, candidatou-se a vereadora no Rio de Janeiro.

Em 1962, gravou pela Mocambo os tangos Faz-me rir, de F. Yoni e E. Arias, em versão de Teixeira Filho, Meu Buenos Aires querido, de Carlos Gardel e Le Pera em versão de Juracy Rago, Não te culpo, de Romeu Fossati e Murilo Latine, que contou com declamação de Valdeck Magalhães, e Contra sens", de Vera Falcão e Murilo Latine.

Ao longo da carreira, além de apresentações em diferentes emissoras de rádio, fez gravações na Victor, Continental, Mocambo, Sinter, Todamérica e RGE, quase sempre cantando tangos.

Discografia

(1962) Faz-me rir/Meu Buenos Aires querido • Mocambo • 78 (1962) Não te culpo/Contra senso • Mocambo • 78 (1961) Eu adoro tangos • RGE • LP (1960) Tangos, sempre tangos • Mocambo • LP (1958) Que saudade/Cristal • RGE • 78 (1958) Piano de bar/Chora bandoneon • Mocambo • 78 (1957) Cancion desesperada/Orgia • RGE • 78 (1957) Alma do tango • RGE • LP (1957) Seus olhos se fecharam/Foi em Buenos Aires • Mocambo • 78 (1957) Quero ver-te uma vez mais/Lencinho querido • Mocambo • 78 (1956) Tangos em versão • Mocambo • LP (1955) Noite de Reis/Jonny • Mocambo • 78 (1955) Cantando/Aniversário da mãezinha • Mocambo • 78 (1955) Deixa-me em paz (Dejame, no quiéro) • Mocambo • 78 (1955) Tarde chuvosa/Ama sempre • Todamérica • 78 (1952) Brigas/Recordar é viver • Sinter • 78 (1945) Vamos brincar de pique?/Ora bolas! • Continental • 78 (1941) Salomé/Comprei uma baiana • Victor • 78

______________________________________________________________
Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista "O Malho", de 11/06/1936.

Cuidado com a televisão!

As cantoras Edélzia dos Santos, Sarah Nobre, Sílvia Autuori e Zilá Fonseca (Rev. do Rádio, 1948).

"A televisão, julgada utopia por muitos, já é uma grande realidade. Pelo menos, é o que se infere dos dados estatísticos divulgados pela “The Television Broadcasters Association”, segundo os quais, nos Estados Unidos, já estão funcionando regularmente 88 estações e estão em uso mais de 650.000 aparelhos receptores de televisão."

Isto quer dizer que, dentro em breve, teremos o magnífico invento em nossa terra, alargando o campo de ação da nossa radiofonia.

Assim, achamos de bom alvitre as nossas radialistas irem treinando na maneira de portar-se diante do microfone, para que não se repitam, mais tarde, os flagrantes que o nosso fotógrafo fixou e que se encontram estampados nesta página.

Porque a verdade, amigos, é que não será nada agradável para o ouvinte ver o seu aparelho de televisão captar a imagem de Edélzia dos Santos na posição em que se encontra acima, capaz de assustar qualquer criancinha de colo; Sarah Nobre com seus quase noventa quilos de talento, como se fosse espirrar; Sílvia Autuori (1) como se fosse uma sonâmbula ou a Zilah Fonseca, com jeito de quem está pedindo socorro, mas cantando realmente.

Portanto, não achamos demais repetir, aqui, as palavras que dá o título a esta nota: “Cuidado com a televisão!”.

(1) Minha opinião: é impressionante o número de cantores (as) esquecidos (as) do Brasil no séc XX. Só a cantora Zilá Fonseca possui uma pobre biografia na Net.
_____________________________________________________________________
Fonte: Revista do Rádio - Setembro de 1948