sábado, junho 22, 2013

Edgard Velloso

Edgard Velloso, cantor, atuou no começo da década de 1930 fazendo apresentações em Rádios e gravando discos pela Odeon e Parlophon nos quais registrou composições de Ary Kerner, José Maria de Abreu, Osvaldo Santiago, Abdon Lyra, Eduardo Souto e Gastão Lamounier.

Estreou em disco em 1930 gravando pela Odeon com acompanhamento da Orquestra Guanabara a toada-canção O que tu és para mim, de Ary Kerner V. de Castro, e a valsa Vênus carioca, de Gastão Lamounier e Osvaldo Santiago.

No mesmo ano, gravou com acompanhamento da Orquestra Copacabana a valsa Amor e orgulho e a toada-canção Ciumento, da dupla Abdon Lira e Eustórgio Wanderley, a marcha Brasileira, de Mário Ramos e Salvador J. Morais, e a valsa Teus olhos são!, de Eduardo Souto.

Ainda em 1930, gravou pela Parlophon, com acompanhamento da Orquestra Brasil o samba Sinhazinha, de Ary Kerner V. de Castro, e a valsa Anseios d'alma, de L. C. Vogeler Gomes e J. Fortes.

No ano seguinte, gravou um disco que curiosamente não continha nem a indicação de acompanhamento nem os autores das músicas: Teu sorriso é minha dor e Rio Grande de pé.

Em 1932, gravou a valsa Maria do céu, de José Maria de Abreu e Iapuru, e o tango O que faz teu olhar, de Arnaldo Arantes e O. de Assis.

Em 1934, a revista O Malho escrevia estas linhas sobre o cantor: "Um cantor fidalgo, de voz bellissima e educada, é o que os ouvintes de radio dizem de Edgard Velloso. Está actualmente, na Cajuti de onde é exclusivo. Edgard Velloso tem um publico numeroso e selecto, que o procura atravéz dos microphones, dando-lhe uma preferencia desvanecedora."

Playlist




Discografia


1930 O que tu és para mim/Vênus carioca • Odeon • 78
1930 Amor e orgulho/Ciumento • Odeon • 78
1930 Brasileira/Teus olhos são! • Odeon • 78
1930 Sinhazinha/Anseios d'alma • Parlophon • 78
1931 Teu sorriso é minha dor/Rio Grande de pé • Odeon • 78
1932 Maria do céu/O que faz teu olhar • Odeon • 78

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Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB; O Malho, de 05/07/1934.

Augusto Calheiros, a "Patativa do Norte"

“Quem não conhece Augusto Calheiros a "Patativa do Norte"? Como cancioneiro ele conquistou uma posição de relevo junto ao público de todo o Brasil. 

 

Palestrar com Augusto Calheiros é conhecer o velho sertão, com todas as suas belezas e costumes e ter momentos inesquecíveis de boa prosa. Esse é o segredo de sua vitória nos meios radiofônicos e teatrais. Sabe cativar a amizade dos ouvintes, dos espectadores, enfim de todos aqueles que lhe dedicam estima pessoal.


Augusto Calheiros venceu em toda a linha e o seu programa de atividades vem sendo cumprido com destaque, merecendo uma apreciação sincera através desta nossa crônica, que lhes dedicamos prazerosamente, reafirmando o propósito de divulgar a vida artística das mais consagradas figuras do broadcasting nacional que cultivam o gênero sertanejo e o folclore da nossa terra.

— Nasceu Augusto Calheiros em Alagoas a terra dos grandes generais. Criou-se em Pernambuco, onde desde criança nasceu-lhe a vocação para cantar as nossas modinhas e canções. Quando já rapaz foi um grande seresteiro das ruas do "Leão do Norte".

Um belo dia, já integrado no ambiente seresteiro, manifestou desejo de conhecer a "cidade maravilhosa". Formando um grupo que deu o nome de "Turunas da Mauricéia" embarcou para o Rio aonde chegou em 1927 estreando incontinenti no melhor teatro daquela época que era o saudoso Lírico.

Alcançando grande sucesso percorreu o conjunto vários teatros até que encontraram em Domingos Secreto um grande benfeitor e admirador. Augusto Calheiros manifesta-se grato e considera-o um grande e sincero amigo.

O Correio da Manhã foi o criador deste sugestivo nome "Patativa do Norte" e Calheiros considera este jornal como seu padrinho. Andaram os Turunas da Mauricéia pelo interior e várias cidades do sul, levando a música genuinamente brasileira por todos os recantos do Brasil.

Voltando à Capital da República o conjunto se dissolveu. Isto em 1932. Restam hoje dos integrantes apenas Augusto Calheiros e Romualdo de Miranda, sendo que os demais já faleceram nesta querida cidade.

Confessa a "Patativa" que foi aqui que se aperfeiçoou e que quando se dissolveu o conjunto foi para a "Casa do Caboclo", no antigo São José, logo após o incêndio, onde encontrou a festejada dupla Jararaca e Ratinho.

Alcançou sucesso na Rádio Clube Sociedade, atualmente do Ministério da Educação, Mayrink Veiga e presentemente está na Rádio Nacional, onde é contratado atuando nesta emissora a um ano e meio.

Afirma Calheiros que as músicas que cantou mais, e sempre interpretou com alma e coração foram Revendo o passadoChuá-chuá — e Ave Maria.

Canta as demais com prazer e vive procurando novidades que se adaptem ao seu temperamento sentimental de cantor das canções melodiosas.

Tem em Catulo da Paixão Cearense, Hermes Fontes, Cândido das Neves e especialmente Olegário Mariano, valores incontestáveis e dignos de serem interpretados com especial respeito. Voltando ao norte, para rever velhas amizades foi recebido em várias cidades com manifestações de apreço e admiração pelo valor inegável desta "Patativa".

Na Bahia, a terra que sabe distinguir valores na arte e na música, batizaram em plena rua a Augusto Calheiros, como o "cidadão baiano", tal o carinho que dedicam a este amigo da boa música.

Hoje ele se confessa a mais triste de todas as criaturas, que cantam, só confia em Deus para que o proteja no final de sua carreira que desejava fosse breve, caso encontrasse alguém que lhe desse um outro trabalho e então cantaria só para os amigos quando quisessem ouvi-lo.

Está Augusto Calheiros disposto a colaborar para o nosso governo se necessário for às Forças Expedicionárias Brasileiras e ao poeta Medeiros Lima Filho, já se prontificou a cantar em sua festa, oferecida aos mutilados, recreando o espírito dos nossos valorosos soldados da vitória.

Dessa forma, Calheiros vê concretizada a sua missão perante seus admiradores e amigos, que o tem na estima e o consideram com toda a justiça como uma legítima patativa do Norte."

(Escreveu Milton Filgueiras de Lacerda)

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Fonte: A Cena Muda, de 19/06/1945.

Agripina

Agripina - 1934
Agripina (Agripina Duarte da Fonseca), cantora, nasceu em Dois Córregos, SP, em 07/11/1918, e faleceu em São Paulo, SP, em 13/08/1979. Iniciou a carreira artística ainda criança, em 1930, quando apresentou-se no programa "Hora Infantil" da Rádio Record com apenas 11 anos de idade. Passou em seguida para a Rádio Cruzeiro do Sul quando foi descoberta  pelo cantor e compositor Paraguaçu. Quando criança fez sucesso nas rádios paulistas cantando sambas e marchas.

Em 1931, foi contratada pela Rádio Cruzeiro do Sul onde permaneceu cerca de um ano. Em 1932, retornou à Rádio Record e permaneceu continuamente no cast desta emissora até o fim de sua carreira artística.

Em 1935, em concurso promovido pela revista Syntonia foi eleita a "Primeira Rainha do Rádio Paulista" com uma votação de 5446 votos, ficando em 2º lugar a cantora Alzirinha Camargo com 1609 votos.

Nesse ano, atuou no filme musical Fazendo fita que teve direção de Vittorio Capellaro, e contou em seu elenco com as presenças de Alzirinha Camargo, Cida Tibiriçá, Januário de Oliveira, Mário Piazzi, Chico Carretel, Laureano, Carraro, Pinho, Ruth Carvalho Lopes, Alberto Mariano, Celso Guimarães, Nicolino Locozelli, Nhá Zefa, Silvinha Melo, Nicola Tartaglione, Fernando Carvalho Martinez (Fernandinho), Silvino Neto, Grupo Misto, Grupo X, Francisquinha e seu Regional, Orquestra da Rádio Cruzeiro do Sul, Vassourinha, Alvarenga e Ranchinho, Paraguaçu, e Orquestra de Gaó Gurgel. Nesse filme, cantou dois números, entre eles a Canção do Jornaleiro, de Heitor dos Prazeres.

Em 1936, quando da inauguração da Rádio Nacional chegou a ser convidada a assinar contrato com a nova rádio, mas acabou não aceitando e preferiu ficar em São Paulo.

Em 1938, realizou sua primeira excursão, indo cantar na cidade mineira de Poços de Caldas, como convidada para a temporada carnavalesca da Rádio Cultura daquela cidade.

Em julho de 1939, uma reportagem da revista Carioca assim se referia a ela: "Seu porte ‘mignon’, sua grande simpatia, seu bom humor inesgotável, fizeram de Agripina a ‘Queridinha da família’ B-9. Canta, desde criança, sambas e marchas com tanta alma, que deve ser apontada entre as melhores do Brasil, no gênero".

No mesmo ano, em reportagem assim se pronunciou a revista O Malho do Rio de Janeiro: "Agripina é cartaz nº1 de São Paulo e da Rádio Record".

Ainda nesse ano, casou-se com o radialista Raul Gama Duarte e foi se afastando da carreira artística. Talvez por isso, e mais as dificuldades de gravação na época, às vésperas da segunda guerra mundial, não deixou discos gravados, apesar do promissor começo de carreira.

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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; O Malho, de 16/08/1934.

Gerdal dos Santos

"Gerdal dos Santos fez rádio de brincadeira. Mas, a história mostrou-se mais interessante do que ele pensava razão porque continuou. Das pontinhas passou a galã das novelas de Amaral Gurgel, conseguindo reunir em torno de seu trabalho, uma apreciável legião de admiradoras. "


"Hoje, com a pinta de Casanova, já fez pulsar mais forte o coração de uma estrela de primeira grandeza, sem que se decidisse a prender seu próprio coração. Nada deseja com Cupido, nem com as pretorias, tão convicto se acha de que “a vida de solteiro é melhor”. 

Depois, o microfone lhe rouba grande parte do tempo, afastando-o, por conseguinte, do que chamamos de “home, sweet home”. Além de uma atividade intensa no cast de teatro-cego da Rádio Globo, pois participa das histórias em capítulos e do “Teatro de Sonho”, Gerdal dos Santos, de quando em vez, faz incursões no cinema e no teatro onde, por sinal, não tem feito feio. Sem ser o mais jovem galã do broadcasting nacional é, contudo, aquele que mais se tem destacado nesse gênero, tamanho o interesse e o cuidado que devota à arte de dizer ao microfone." (A Cena Muda, 22/08/1950).

Gerdal dos Santos (Gerdal Renner dos Santos), radialista e advogado, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 27/10/1929. Iniciou a vida artística em 1942 quando se apresentou no programa "Hora do Guri" apresentado por Sílvia Autuori, a Tia Chiquinha, na Rádio Tupi.

Com apenas 15 anos de idade, em 1945, foi convidado pelo novelista Amaral Gurgel e ingressou na Rádio Globo. Ainda como ator, participou do Teatro Infantil da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, no Teatro Carlos Gomes tendo atuado nas peças Aladino ou a Lâmpada Maravilhosa e O Príncipe do Limo Verde.

No cinema, atuou nos filmes Moleque Tião, onde contracenou com Grande Otelo, O goal da vitória e Sob a luz do meu bairro. Participou em São Paulo da inauguração do Teatro Alumínio atuando na Companhia Nicete Bruno e Halfeld.

O programa "Rapsódia Carioca", da Rádio Globo, lançou um concurso para escolher uma rádio-atriz para contracenar com Gerdal. Aqui, todas querem merecer a honra (A Cena Muda, de 31/08/1948).
Em 1952, atuou como rádio-ator na Rádio Clube do Brasil.

Em 1953, estreou na Rádio Nacional no programa "Consultório sentimental", escrito e apresentado por Helena Sangirardi. Na Rádio Nacional atuou em rádio novelas e em programas musicais.

Durante o golpe militar de 1964, foi arrolado na célebre lista de esquerdistas de que teria sido inspirador o radialista César de Alencar o que motivou seu afastamento da emissora.

Na televisão, atuou na TV Rio e em 2002 passou a apresentar programa de entrevistas na Rede Vida de Televisão. Nesse ano, comemorou 60 anos de atividades artísticas.

Em 2006, seguiu atuando na Rádio Nacional participando dos programas "Onde canta o sabiá", "Parada de todos os carnavais" e "Naquele tempo".

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Fontes: A Cena Muda; Dicionário Cravo Albin da MPB; Museu da TV.