quarta-feira, julho 03, 2013

Romeu Ghipsman

Romeu Ghipsmann (O Malho, 1937)
Romeu Ghipsman, maestro, violonista, professor e compositor de origem russa - foi professor no Conservatório de Leningrado, segundo a Revista da Semana de 1924 -, iniciou a carreira artística no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, na segunda metade da década de 1920.

Contratado pela Odeon, foi a gravadora pela qual lançou seus primeiros discos em 1928, interpretando ao violino os fox-trot Some fiddlin e Hickville hot, ambos de Charles Saul Harris, e os choros Flor de cerejeira, de Lúcio Chameck, e Ursada, de I. Kolman.

Em 1929, teve o fox-trot Alegria gravado na Odeon pela Orquestra Pan American. Nesse ano, gravou ao violino o Scherzo, de Kinns Man Benjamin, e Oriental, de Cesar Cui. Ainda nesse ano gravou três discos pela Parlophon interpretando Lied ohne worte, de Mendelssohn, Noturno e Serenata, de Agnelo França, Melodia (OP. 42 - nº 3), de Tchaikovsky, Canção triste, de Lambert Ribeiro e Thais, de Massenet.

Em 1930, gravou ao violino a gavota Arietta, de P. Dudessi, e a melodia Canto de violino, de Radamés Gnattali. Nesse mesmo ano, gravou ao violino com Mark Hermans ao piano a canção Malandrinha, de Freire Júnior, em duas partes com arranjos de Mark Hermans.

Em 1932, fez arranjos para a valsa Olhos negros que com letra de Paulo de Carvalho foi gravada na Odeon por J. Mário. Ainda em 1932, gravou ao violino Quimera, de Mark Hermans, e Na Bahia tem com arranjos seus e de Mark Hermans.

A partir de 1933, atuou como violinista na Orquestra Típica Victor, com a qual gravou diversos discos incluindo músicas como Recordando, Cabuloso, Estilo de vida, Tristonho e Entardecer, de Radamés Gnattali, entre outras. Nesse ano fez a sonorização do filme Onde a terra acaba, com direção de Octávio Gabus Mendes e música de Mário Azevedo.

Em 1935, gravou duas composições de Luis Cosme: Oração a Teniágua e Mãe d'água canta.

Em 1936, foi contratado como diretor artístico pela então iniciante Rádio Nacional. Na mesma Rádio atuou tocando violino no Trio Carioca, que incluía Radamés Gnattali ao piano e Iberê Gomes Grosso no violoncelo. Esse trio passou a tocar toadas e choros ilustrando programas e preenchendo eventuais brechas na programação.

Ainda em 1936, regeu a Orquestra de Concertos da Rádio Nacional no concerto de inauguração da Rádio Nacional, em apresentação que contou com as presenças de Radamés Gnattali ao piano, além de Bidu Sayão, Maria Giuseppe Danise, Bruno Landi e Aurélio Marcatu.

Em 1939, passou a integrar o Quarteto de Cordas de Radamés Gnattali. O quarteto estreou no mesmo ano na Rádio Nacional com a apresentação da peça Quarteto nº 1, de Radamés Gnattali.

Entre outros programas na Rádio Nacional, apresentou-se em "Quando os maestros se encontram", que reunia outros maestros da Rádio.

Obra


Alegria, Olhos negros (c/ Paulo de Carvalho).





Discografia


1928 Ursada/Hickville hot • Odeon • 78
1928 Some fiddlin/Flor de cerejeira • Odeon • 78
1929 Scherzo/Oriental • Odeon • 78
1929 Lied ohne worte/Noturno • Parlophon • 78
1929 Melodia (OP. 42 - nº 3)/Canção triste • Parlophon • 78
1929 Thais/Serenata • Parlophon • 78
1930 Arietta/Canto de violino • Odeon • 78
1930 Malandrinha (I)/Malandrinha(II) • Odeon • 78
1932 Quimera/Na Bahia tem • Odeon • 78
1935 Oração a Teniágua/Mãe d'água canta • Odeon • 78

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Fontes: Revista "O Malho", de 1937; Revista da Semana, de 14/06/1924; Dicionário Cravo Albin da MPB.