quarta-feira, fevereiro 14, 2018

Cassino de malandro - Moreira da Silva


Cassino de Malandro (samba, 1961) - Raul Marques e Tancredo da Silva - Intérprete: Moreira da Silva

LP Moreira Da Silva - Malandro Em Sinuca / Título da música: Cassino de Malandro / Raul Marques (Compositor) / Tancredo da Silva (Compositor) / Moreira da Silva (Intérprete) / Gravadora: Odeon, 1961 / Nº Álbum: MOFB 3207 / Lado B / Faixa 07 / Gênero musical: Samba de breque.


Tonalidade: F

Intro:  Bb  Bo  F  Dm  Gm  C7  F

            F              Bo      
Lá no meu cassino, tipo mal acabado, 
F                     D7    Gm
  desengonçado pela ventania
      C7                       Gm     
Lá não cessa o vira-baixo noite e dia, 
            C7            F
    dando trabalho à delegacia
                 B°              F
Se o otário ganha, vai sair daquele jeito,
              D7                         Gm
Porque entre malandros isto é falta de respeito
      Bb            Bo        F
Tem peteleco, teco-teco, solinjada
    D7              Gm        C7         F
Quando a jungusta chega nunca houve nada
 
Aqui são todos camaradas 
- Pode entrar, doutor. A casa é sua.
São estivadores, trabalhadores da borracha -
             C7
Na ronda sou rei, vou lhe explicar porque falei,
          F
Muito considerado, escutem só o meu babado…
                            D7
Mata, tripa, esfolha, e assim fico 
            Gm                A°            Gm
Esperando o freguês, porque o otário não tem vez.
            Bbm
Tenho um bom golpe, e no baralho 
                  F           D7
Conheço todos os cortes. Não admito 
             Gm                    C7
Que algum Vargulino vá lá no meu cassino 
           F
Soltar o fricote - Eu pulo logo no cangote
              C7
Tenho bons parceiros, sempre cheios de dinheiro
               F
No meu famoso cassino, lá também dá bom grã-fino.
           D7
Promovo a bebida, e no final da partida 
                 Gm            F#°             Gm
O otário é quem perdeu, e quem ganhou tudo fui eu. 
       Bbm                                    F
Tenho licença, faço e desfaço tudo com inteligência. 
            D7                     Gm    
Tenho um criado, que fica a noite inteira 
               C7                 F
  no alto da pedreira fazendo o sinal:
 
“Fiiiii - Corre pessoal! E vem a turma da Central!”

Bb  Bo   F   D7   Gm  C7  F
Que quando chega baixa o pau.

Que bate fundo é esse - Anjos do Inferno

Bide
Que Bate Fundo é Esse (samba, 1940) - Bide e Marçal - Intérprete: Anjos do Inferno

Disco 78 rpm / Título da música: Que Bate Fundo É Esse / Alcebíades Barcelos "Bide" (Compositor) / Armando "Marçal" (Compositor) / Anjos do Inferno (Intérprete) / Gravadora: Columbia, 1941 / Nº Álbum: 55.300-a / Lado A / Gênero musical: Samba.


Intro: D7  G  D7  G  D7  G  D7  G  C  Cm  G  Em  Am D7  G
 
             D7         D7/9/E  D7/F#
Que bate-fundo é este daqui
        D7/9/E     G
Que você vive a fazer
Mas isto assim não pode ser
                               D7
Vejo-lhe sempre zangada, mal-humorada
                G7
Maldizendo o que vê
 
Chego em casa cansado
              G7/B
E não posso dormir
         C        Cm
Com o falatório seu
                  G
E todo dia um lê-lê-lê
                    D7
E não me explica por que
                     G
Que bate-fundo, meu Deus
 
(Que bate-fundo é este, que bate-fundo é este)
 
                    D7
Que bate-fundo é este daqui (...)
 
B7                                              Em
Eu não posso mais suportar esta vida, isto não é viver
 
A vida assim não dá prazer
                E7                        Am
Procurei o céu e foi no inferno que fui me meter
 
Mas isto assim não pode ser
                                        Em
Você se lamenta e vem todo dia com a sua manhã
               C     
Diz que não tem sorte 
                     B7           Em    Em7M   Em7
e que a desgraça é que lhe acompanha
                                 D7
Que bate-fundo é este daqui (...)

Anjos do Inferno - Biografia


Anjos do Inferno - Conjunto vocal e instrumental organizado no Rio de Janrio/RJ em dezembro de 1934, teve sua fase de maior popularidade, como sexteto, na primeira década de 1940.


Liderado pelo carioca Oto Alves Borges (Rio de Janeiro 1913—), que atuava como crooner, incluía inicialmente os violonista Moacir Bittencourt e Filipe Brasil, os irmãos Antonio Barbosa (pandeiro) e José Barbosa (violão tenor), além de Milton Campos, um dos primeiros instrumentistas brasileiros a utilizar o pistom nasal (imitação do som de pistom comprimindo as fossas nasais).

O grupo, cujo nome foi escolhido numa alusão a orquestra de estúdio Diabos do Céu, de grande renome na época, sob a direção de Pixinguinha, estreou profissionalmente nas rádios Cajuti e Cruzeiro do Sul, gravando pela primeira vez, na Columbia, o disco Morena complicada (Kid Pepe) e Amei demais (Kid Pepe e Siqueira Filho), sem no entanto alcançar repercussão.

Em 1936 Oto Borges desligou-se do grupo para retomar suas atividades de funcionário público, sendo substituído pelo cantor Léo Vilar. Recém-chegado de uma excursão pelos EUA, como integrante da orquestra de Jonas Silva, o carioca Léo Vilar cujo verdadeiro nome era Antônio Fuína (1914—1969) — assumiu a liderança do conjunto, que ainda em 1936 passou a apresentar-se no Cassino Icaraí e na Rádio Mayrink Veiga, gravando na Columbia Maria foi à fonte (Kid Pepe).

Em 1938 Milton Campos e os irmãos Barbosa foram substituídos por Alberto Paz (Rio de Janeiro 1920—) (pandeiro), Aluísio Ferreira (morto no Rio de Janeiro em 1980) (violão tenor) e Harry Vasco de Almeida (pistom nasal). Com essa formação estreou na Rádio Tupi e exibiu-se no Cassino da Urca, alcançando seu primeiro grande êxito com o lançamento do samba-canção Bahia, oi!... Bahia (Vicente Paiva e Augusto Mesquita), gravado na Columbia em dezembro de 1939, para o carnaval do ano seguinte.

Como artistas exclusivos dessa gravadora lançaram, em 1940 e 1941, diversos discos de grande sucesso, entre os quais os sambas Helena, Helena (Secundino e Antônio Almeida), Que bate fundo é esse? (Bide e Armando Marçal), Brasil pandeiro (Assis Valente), Você já foi à Bahia?, Requebre que eu dou um doce (ambos de Dorival Caymmi) e a batucada Nega do cabelo duro (Rubens Soares e David Nasser).

Em 1942, com a saída de Alberto Paz, Moacir Bittencourt e Filipe Brasil, entraram para o conjunto Hélio Verri (pandeiro), Roberto Medeiros, conhecido como Paciência (violão), e Walter Pinheiro (violão). No mesmo ano Renato Batista, irmão da cantora Marília Batista, substituiu durante alguns meses o violonista Walter Pinheiro.

Em 1944 participaram do filme Abacaxi azul, de J. Rui. No mesmo ano transferiram-se par a Victor, e entre os maiores êxitos gravados nesse selo estao o samba Bolinha de papel (Geraldo Pereira) e a marcha O cordão dos puxa-sacos (Eratóstenes Frazão e Roberto Martins).

Em 1946, com o pandeirista Russinho (Jose Ferreira Soares) substituindo Hélio Verri, o conjunto excursionou pela Argentina e de lá seguiu para o México, em cuja capital permaneceu de 1947 a 1951, atuando em shows e clubes noturnos e participando de onze filmes mexicanos, oito dos quais ao lado de Ninon Sevilla, grande estrela da época. Durante esse período, em 1948, Aluísio Ferreira, Walter Pinheiro, Harry Vasco de Almeida e Russinho transferiram-se para os EUA, passando a integrar o conjunto Bando da Lua.

Para substituí-los, Léo Vilar convidou os ex-integrantes do conjunto Os Namorados, o violonista Nanai (Arnaldo Humberto de Medeiros, Rio de Janeiro 1923-São Paulo SP 1990), o violão-tenor Chicão (Francisco Guimarães Coimbra), que também tocava tanta e participava do grupo Quitandinha Serenaders, e o pandeirista e cantor Miltinho, que mais tarde faria carreira individual como intérprete. Com esses novos elementos, o conjunto viajou pelos E.U.A., apresentando-se em Los Angeles ao lado de Carmen Miranda, e durante dois anos manteve na cidade do México um programa radiofônico intitulado Coisas e Aspectos do Brasil.

Em 1951, depois de uma tournée pelo Chile e Argentina, retornaram ao Brasil, contratados pela Rádio Jornal do Comércio, de Recife/PE. Nos dois anos seguintes atuaram no Rio de Janeiro e em São Paulo SP, apresentando-se nas rádios Tupi, Excelsior e Nacional, e realizando temporadas nas boates Monte Carlo e Óasis.

Desfeito o grupo em 1953, por problemas financeiros, o conjunto reapareceria em 1959 novamente liderado por Léo Vilar — que atuava como crooner e ritmista e mais o violonista Gaúcho, o pandeirista Miguel Ângelo, e o ritmista Paulo César no tantã. Durante seis meses apresentaram-se como atração da revista De Cabral a JK, de Max Nunes, J. Maia e José Mauro, encenada no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

Finalmente, em 1967, os membros antigos do sexteto de Léo Vilar, Walter Pinheiro, Aluísio Ferreira, Roberto Medeiros, Harry Vasco de Almeida e Russinho reuniram se para tocar as segundas-feiras no Arena Clube de Arte, no Rio de Janeiro, realizando uma série de shows em que relembravam os velhos tempos, contando a história de seu conjunto e de outros de sua época.

Apesar das numerosas alterações em toda a sua longa existência de aproximadamente 30 anos de atividades no Brasil e no exterior, constituíram-se num dos conjuntos vocais mais facilmente identificáveis, em parte pela utilização do pistom nasal.

CD: Samba da minha terra (c/Bando da Lua, Grupo X Quatro Ases e Um Curinga), 1991, Revivendo CD-019


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Alzirinha Camargo - Biografia

Alzirinha Camargo
Alzirinha Camargo (Alzira Camargo), cantora. São Paulo/SP 10/12/1915-. Nascida no bairro do Brás, iniciou-se como amadora na Rádio Record. Em seguida, foi contratada pela Rádio Cruzeiro do Sul, e mais tarde atuou na Rádio Difusora.

Em fins de 1935, foi levada por Sílvia Autuori, conhecida por Tia Chiquinha, para a Rádio Tupi, do Rio de Janeiro RJ, onde começou a fazer sucesso. No ano seguinte, gravou seu primeiro disco, um 78 rpm, na Victor, que incluía a marcha Cinqüenta por cento (Lamartine Babo) e o samba Você vai se arrepender (Kid Pepe, Germano Augusto e Alberto Fadel). Nessa mesma época, foi descoberta por Alberto Quatrini Bianchi, que a convidou para cantar em sua cadeia de cassinos, espalhados por todo o país.

Ainda em 1936 trabalhou no filme Alô, alô, Carnaval, de Ademar Gonzaga. Também nesse ano ocorreu seu desentendimento com Carmen Miranda: imediatamente após a gravação de Querido Adão (Benedito Lacerda e Osvaldo Santiago), Carmen foi para Buenos Aires, Argentina, sem ter tido tempo de lançar a música, que os autores então lhe ofereceram; e ela, que fazia o mesmo gênero de Carmen, tanto na roupa como no repertório, lançou-a com sucesso absoluto. A rivalidade entre as duas prolongou-se durante toda sua carreira.

Em 1937 atuou no filme O grito da mocidade, de Raul Roulien. Em 1938 apresentou-se, com o conjunto de Benedito Lacerda, em temporada na Rádio El Mundo, de Buenos Aires. De volta ao Brasil, Benedito Lacerda compôs para ela a marcha Meu Buenos Aires querido e o samba Ritmo do coração (com Herivelto Martins), ambos gravados na Odeon.

Em fins de 1939, apresentou-se no Cassino Atlântico com a orquestra norte-americana, regida pelo peruano Ciro Rimac, que em julho de 1940 embarcou no vapor Uruguai, levando-a para cumprir um contrato de seis meses. Ficou nos E.U.A. até 1949, e nos três anos seguintes, percorreu a Espanha e Portugal, apresentando-se no Cassino Estoril.

Em novembro de 1953 regressou ao Brasil, sendo contratada pela Rádio Nacional para fazer o programa Gente que Brilha, de Paulo Roberto. Em seguida atuou esporadicamente em televisão e rádio, no Rio de Janeiro e em São Paulo, tendo também gravado na Polydor.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Valsa do assobio - Alvarenga e Ranchinho

Valsa do Assobio (valsa, 1941) - Alvarenga e Ranchinho - Interpretação: Alvarenga e Ranchinho

Disco 78 rpm / Título da música: Valsa do Assobio / Alvarenga (Compositor) / Ranchinho (Compositor) / Alvarenga e Ranchinho (Intérprete) / Conjunto Odeon (Acomp.) / Imprenta [S.l.]: Odeon, 16/04/1941 / Nº Álbum: 12124 / Lado A / Gênero musical: Valsa



Nós vai agora cantar
Pedimos pra quem não gostar
Não liga não, faz assim

Se você ta pra beijar
E o pai da moça chegar
Não liga não, faz assim

Se tarde em casa chegar
E a mulher quiser brigar
Não liga não, faz assim

O senhor eu vem cobra
Você não tem pra pagar
Não liga não, faz assim