Jards Macalé (Jards Anet da Silva) nasceu em 03 de Março de 1943 no Rio de Janeiro RJ. Aprendeu a tocar violão por volta dos 14 anos, e em 1958 começou a estudar orquestração, arranjo, composição e violão. Na Escola Pró-Arte foi aluno de Guerra-Peixe (orquestração), Peter Daulsberg (violoncelo) e Turíbio Santos (violão). Em 1964, compôs Meu mundo é seu (com Roberto Nascimento), gravada por Elizeth Cardoso.
Sua carreira profissional começou realmente em 1965, quando tocou violão na montagem paulista do show Opinião, no Teatro Ruth Escobar, de São Paulo. Nesse mesmo ano, junto com Gilberto Gil, Caetano Veloso e Carlos Castilho, participou da direção musical da peça Tempo de guerra, apresentada no Teatro de Arena, e dirigiu a parte musical do show Arena canta Bahia.
Em 1967 recomeçou seus estudos, então com Ester Scliar e com o maestro Guerra-Peixe. Em 1968, estreou no cinema: compôs musicas sobre textos de Mário de Andrade para o filme Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, participou da trilha sonora de O Dragão da maldade contra o santo guerreiro, de Glauber Rocha.
No ano seguinte, lançou seus primeiros sucessos: com Capinam, compôs Pulsars e quasars, Pula-pula e Movimento dos barcos; com Duda, escreveu Hotel das Estrelas e Archaic Lonely Star Blues. Gravou ainda, com Gilberto Gil, Aquele abraço e Cultura e civilização; foi o responsável pela direção musical e pelos arranjos, participando também como vocalista, do LP Cultura e civilização, de Gal Costa. Causou polemica, nesse ano, ao apresentar, no IV FIC da TV Globo, do Rio de Janeiro, uma música sua, escrita de parceria com Capinam: Gotham City.
Em 1970 compôs novos sucessos, desta vez com Waly Sailormoon, Vapor barato, e Mal secreto (também gravadas por Gal Costa) e fez a direção musical do show Deixa sangrar, ainda com Gal Costa.
Em 1972, trabalhou nos arranjos e direção do LP Transa, de Caetano Veloso, e em espetáculos no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife PE e Salvador BA. Nesse mesmo ano, gravou seu primeiro LP, pela Philips. No ano seguinte, lançou, pela mesma gravadora, seu segundo LP – Aprender a nadar – e fez a trilha sonora para filme dirigido por Nelson Pereira dos Santos, Amuleto de Ogum, em que também trabalhou como ator.
Em 1977 gravou o LP Contrastes, pela Som Livre. Em 1979 lançou o álbum duplo Banquete dos Mendigos, gravado ao vivo no MAM do Rio de Janeiro em 10 de novembro de 1973 e proibido pelo regime militar durante seis anos. Gravou em 1987 o disco Quatro batutas e um curinga, pela Continental.
Em 1991, atuou na novela Amazônia, da TV Manchete e, em 1994, lançou o CD inédito Let’s play that, gravado dez anos antes em parceria com o percussionista Naná Vasconcelos e recusado na época pelas gravadoras. O disco inclui Let’s play that (com Torquato Neto), Puntos cardenales (com Jorge Mautner) e música para fragmentos dos Cantos de Ezra Pound.
Desde 1994 a maioria de seus LPs foi relançada em CD, entre eles Aprender a nadar, Direitos humanos no banquete dos mendigos e Contrastes, todos pela Rock Company, em 1995. Também participou de outros discos, como os songbooks de Noel Rosa (1991), Vinícius de Moraes (1993), Dorival Caymmi (1994) e Ary Barroso (1995), todos da Lumiar.
Em 1997 musicou os dois últimos poemas que recebeu de Torquato Neto, Destino de poeta e Sim, não, além de poema inédito do cineasta Glauber Rocha.
Há mais de 30 anos no cenário musical, também transita por outras artes: no teatro, trabalhou ao lado de José Celso Martinez Correia na peça Brecht Hindemith, no cinema, atuou como ator com diretores como Nelson Pereira dos Santos e Leon Hirszman; nas artes plásticas, trabalhou com Hélio Oiticica, Lygia Clark e Rubens Gerschman.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.
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