A cocaína (canção-tango, 1923) - J. B. da Silva "Sinhô" - Interpretação: Anabel Albernaz (Teatro João Caetano RJ - 1994)
Só o vício me traz
Cabisbaixa me faz
Reduz-me a pequenina
Quando não tenho à mão
A forte cocaína.
Quando junto de mim
Ingerida em porção
Sinto só sensação
Alivia-me as dores
Neste meu coração.
Ai, ai és a gota orvalina
Só tu és minha vida
Só tu ó cocaína.
Ai, ai mas que amor purpurina
É o vício arrogante
De tomar cocaína.
Sinto tal comoção
Que não sei explicar
A minha sensação
Louca chego a ficar
Quando a sinto faltar.
Esse sal ruidoso
Que a mim só traz gozo
Somente de olhar
E para esquecer
Eu começo a beber.
Quando estou cabisbaixa
Chorando sentida
Meio entrestecida
É que o vício da vida
Torna a alma perdida.
Louca hás de voltar
Vendo-me estrangular
Para o vício afogar
Neste toque fugaz
Que me há de findar.
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