Valsa interpretada pela Srta. Odette gravada provavelmente entre 1902-1904 – Disco Zon-O-Phone de n° X-537. O acompanhamento desta música é feito pelo piano que se encontra muito ao fundo, distante espacialmente da cantora.
O perfil do acompanhamento segue um padrão bem delimitado dos tradicionais acompanhamentos de valsa. A técnica vocal da intérprete é uma mesclagem entre a impostação eruditizada e o canto falado muito utilizado por cantores como, por exemplo, o Bahiano.
O perfil do acompanhamento segue um padrão bem delimitado dos tradicionais acompanhamentos de valsa. A técnica vocal da intérprete é uma mesclagem entre a impostação eruditizada e o canto falado muito utilizado por cantores como, por exemplo, o Bahiano.
O equilíbrio entre a voz da cantora, enquanto solista e o piano, em muito se assemelha com outras canções gravadas na mesma série de discos Zon-O-Phone. A utilização do prenome Srta. – constante tanto no selo quanto no início da gravação – tanto servia para caracterizar que se tratava de moça solteira como também para representar um padrão já utilizado por cantoras francesas que também adotaram o Mademoiselle (cf. Catálogos da Casa Edison).
Srta Odete (circa 1880 Rio de Janeiro, RJ - circa 1940 Rio de Janeiro, RJ) foi uma das primeiras mulheres a gravar discos no Brasil, ao lado da Srta. Consuelo, sua biografia é praticamente desconhecida. Não deixou sobrenome nem fotografias, apenas gravações em discos mecânicos.
Sua primeira gravação foi feita na pioneira gravadora Zon-O-Phone, em 1902 com a música "Mungunzá", sem indicação de gênero ou de autor. Em seguida, também na Zon-O-Phone e sem indicação de gênero ou autores, gravou "Assaí" e "A inana". Gravou ainda entre outras, "A cantar", "A mulatinha" e "Me compra ioiô".
Presumivelmente em 1904, gravou a valsa "Noivado desfeito", quando a passou a figurar nos selos dos discos como "Senhorita Odete". No mesmo período gravou "A caridosa", de Carlos Gomes. Faz parte do seleto grupo de cantoras que, no começo da indústria fonográfica no Brasil, adotou o prenome de Senhorita antes do nome. Tanto para caracterizar que se tratava de moça solteira quanto por indicação de distinção, já que na França algumas cantoras também adotaram o Mademoiselle antes do prenome.
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