quinta-feira, dezembro 02, 2010

Anilza Leoni

Anilza Leoni
Anilza Leoni (Anilza Pinho de Carvalho), cantora, atriz, vedete do teatro de revista e pintora, nasceu em Laguna, SC, em 10/10/1933, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 06/08/2009.

Mudou-se com a mãe e os irmãos para o Rio de Janeiro, após a morte do pai, no fim dos anos 1940. Estudou no Colégio Ruy Barbosa, como aluna interna, até que a mãe adoeceu, e Anilza teve que deixar os estudos para trabalhar, aos 15 anos, como datilógrafa e secretária. Aos 18 anos, é convidada para trabalhar num espetáculo de variedades, produzido por Renata Fronzi. Adota então o nome artístico de Anilza Leoni, em homenagem ao jogador de futebol Leônidas da Silva.

Em 1954, foi contratada pela direção da boate Night and Day, famosa casa situada na Cinelândia para substituir a atriz Dorinha Duval na revista Carrossel paulista, de grande sucesso na época.

Em 1957, estreou em disco, seguindo uma certa tendência da época que era a de atrizes do teatro de revistas gravarem discos embora quase nunca seguissem na carreira de cantoras, pela gravadora pernambucana Mocambo. Na ocasião, gravou Abdula e Abdala, marcha de Nássara e Dunga, e Você fracassou, samba de Ary Barroso.

Em 1959, gravou na Todamérica com acompanhamento de orquestra e coro as marchas Sputinik, de Mário Barcelos e Airton Coelho alusiva ao famoso satélite soviético lançado ao espaço um pouco antes dando início à corrida espacial, e Tem nheco nheco na lua, de Jamile Kimus e Santos Bizarro que seguia temática semelhante. Em 1960, gravou pelo selo Sideral o samba Castigo bom, de Hianto de Almeida e Otávio Teixeira, e o samba-canção Quero xodó, de Hianto de Almeida e Francisco Anísio.

Por volta de 1963, gravou no pequeno selo Albatroz a marcha Terezinha, de Wilson Batista e José Batista, e o samba Eu já chorei, de Rossini Pacheco e Marion França. Em 1964, fez sucesso na comédia musical italiana Boa Noite Bettina de Giuseppe Marotta, encenada em São Paulo.

Em 1985, atuou na novela A gata comeu, da TV Globo e cinco anos depois, na novela Barriga de aluguel, também na TV Globo.

Nos últimos anos, Anilza Leoni morava sozinha, no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro e continuava trabalhando na televisão e no teatro. Em 1990, recebeu o Prêmio Mambembe.

Nos seus últimos dias de vida, a atriz se preparava para estrear o espetáculo Mario Quintana - O Poeta das Coisas Simples, em São Paulo, ao lado de Tamara Taxman, Monique Lafond, Selma Lopes e Sergio Miguel Braga.

Faleceu aos 75 anos, em razão de um enfisema pulmonar, depois de ficar hospitalizada durante uma semana. Apesar de ter gravado composições de autores consagrados como Ary Barroso, Nássara, Dunga, Hianto de Almeida e Francisco Anísio não obteve grande destaque como cantora mas sim como atriz e vedete.

Discografia

 (1963) Terezinha / Eu já chorei - Albatroz - 78;  (1960) Castigo bom / Quero xodó - Sideral - 78;  (1959) Sputinik / Tem nheco nheco na lua - Todamérica - 78;  (1957) Abdula e Abdala / Você fracassou - Mocambo - 78.

Fontes: Wikipédia.

Antenor Gargalhada

Antenor Gargalhada
Antenor Gargalhada (Antenor Santíssimo de Araújo), compositor e sambista, nasceu em 1909 no Rio de Janeiro, RJ, e faleceu na mesma cidade em 1941. Considerado um dos maiores sambistas da época de ouro da MPB, os anos 1930. Também era estimado batuqueiro e partideiro.

Foi fundador da Escola de samba Azul e Branco, do morro do Salgueiro, da qual foi diretor de harmonia. Morando no morro do Salgueiro destacou-se também ao defender os moradores locais contra uma ação de despejo impetrada por um italiano que comprou o morro e queria expulsar todo mundo.

Em 1931, o samba Eu agora fiquei mal, sua única parceria com Noel Rosa, foi gravado na Parlophon pelo cantor Canuto.

Em 1938, a escola de samba Azul e Branco desfilou no carnaval com seu samba Asas do Brasil homenageando Santos Dumont, composição apontada por muitos como um dos primeiros sambas-enredo. Nesse ano, como representante da Escola de Samba Azul e Branco foi escolhido como "Cidadão samba".

Em 1945, seu samba Cheque à granel, parceria com Ernâni Alvarenga e Paquito foi gravado por Violeta Cavalcanti na Continental.

Morreu prematuramente vitimado pela tuberculose. Devido a seu falecimento a escola de samba Azul e Branco em sinal de luto não desfilou no carnaval de 1941.

Em 1974, foi homenageado pelo compositor Geraldo Babão do Salgueiro com o samba Homenagem a Antenor Gargalhada cuja letra dizia: "Morava lá no alto do Salgueiro/Antenor Gargalhada, o primeiro/Emérito compositor/Na Azul e Branco ele foi o bamba/Foi um rei no reduto de samba/Hoje exaltamos o seu valor/Suas músicas ninguém esquece/Vamos cantá-las em forma de prece/Deixa eu afinar meu violão/Nega, o que queres de mim/Quem é a Vila para nos acordar/Com ele era sempre assim".

Em 1978, no volume 4 da série História das escolas de samba, da Rio Gráfica e Editora, foi homenageado em todo o lado A do disco que acompanhava o fascículo no qual foram interpretados pelo Coral Samba Livre os sambas Nega, o que queres de mim, Amanhecer, O morro é completo, e Arrependimento. Desses sambas, Nega, o que queres de mim havia sido gravado por Djalma Sabiá e os outros três estavam inéditos até então, sendo que Arrependimento, só tinha a primeira parte, tendo recebido uma segunda parte do compositor João Melo.

Obra

Amanhecer, Arrependimento (c/ João Melo), Asas do Brasil, Cheque à granel (c/ Ernani Alvarenga e Paquito), Deixa eu afinar meu violão, Eu agora fiquei mal (c/ Noel Rosa), Nega, o que queres de mim, O morro é completo.

Fontes: Receita de Samba: Antenor Gargalhada; Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira; Bibliografia Crítica: J. MUNIZ JR. Sambistas imortais. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1976.

Zé Espinguela

José Gomes da Costa
Zé Espinguela (José Gomes da Costa - circa 1890 - 1945, Rio de Janeiro, RJ), compositor, cantor e animador cultural, nasceu no Rio de Janeiro, na última década do século XIX e morreu na mesma cidade, no fim da Segunda Guerra.

Segundo relatou Carlos Cachaça, Espinguela dizia-se descendente de italianos da Calábria, da família Espineli, o que explicaria o apelido, um aportuguesamento popular do sobrenome estrangeiro. Era mulato, com marcas de bexiga no rosto, jongueiro, pai-de-santo e "irmão de cabeça" de dona Lucíola, velha matriarca da Mangueira. Morava no Engenho de Dentro, mas não saía do morro, onde tinha uma amante preferida.

Em 1925, teve idéia de fundar um bloco, a que deu o sugestivo nome de Bloco dos Arengueiros, constituído, entre outros, por Cartola, Maçu (Marcelino José Claudino), Saturnino Gonçalves e seu irmão Arthur (respectivamente pai e tio de D. Neuma da Mangueira), Carlos Cachaça, Chico Porrão, Fiúca e Homem Branco. Cartola dizia que "um arengueiro de verdade saía do morro pra brigar, pra ser preso, pra apanhar, pra bater".

O Bloco dos Arengueiros veio a transformar-se no que seria, segundo o nome imposto em 1935, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira. A escola, na verdade, foi fundada em 28 de abril de 1928, no Buraco Quente (Travessa Saião Lobato nº 21), na casa de seu Euclides da Joana Velha, pai do João Cocada.

Os fundadores foram sete: Seu Euclides (Euclides Alberto dos Santos, o dono da casa), Saturnino, Marcelino, Cartola, Pedro Caim, Abelardo da Bolinha e Zé Espinguela, que acrescentava ao título de criador do Bloco dos Arengueiros o de fundador da Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira.

Não contente com essas credenciais, Zé Espinguela, em 20 de janeiro de 1929 (um domingo, dia de Oxóssi para os negros e de São Sebastião para os brancos), realizou o primeiro concurso entre escolas de samba dessa gloriosa cidade. O evento ocorreu em sua casa, na rua Engenho de Dentro, atual Adolfo Bergamini.

Em 1935, quando o jornal A Nação patrocinou o Concurso de Escolas de Samba que começou naquele ano a fazer parte do Programa Oficial do Carnaval da então Prefeitura do Distrito Federal, quis ouvir o Zé Espinguela, o criador da iniciativa inaugural. A Nação de 1 de março de 1935 transcreveu o que sobre isso disse Espinguela: "Eu fui o primeiro organizador de concursos entre as nossas escolas. Foi em 1929. Realizei no Engenho de Dentro. Sagrou-se vencedora a Portela, sabiamente dirigida pelo Paulo. Mangueira também apresentou-se pujante, tendo os seus sambistas Cartola e Arthurzinho apresentado dois sambas monumentais: Foram beijos e Eu quero nota".

Espinguela foi grande amigo de Heitor Villa-Lobos, que conheceu provavelmente na Mangueira e de quem se tornou uma espécie de assessor para assuntos de folclore e de música popular.

Em 1940, Leopoldo Stokowski solicitou a Villa-Lobos que selecionasse e reunisse os mais representativos artistas de música popular brasileira, para gravação de músicas destinadas ao Congresso Pan-Americano de Folclore. Villa-Lobos incluiu no grupo escolhido a nata dos verdadeiros criadores nacionais de música: Pixinguinha, Cartola, Donga, João da Baiana e, como não poderia deixar de ser, Zé Espinguela.

As gravações realizaram-se na noite de 7 para 8 de agosto de 1940, a bordo do navio Uruguai, atracado no Armazém 4. Foram registradas quarenta músicas, entre as quais, segundo relato do jornal O Globo, seis de Zé Espinguela: Orimé, Hoje é dia, Afoché, Curimachô, Camandaué e Acorvagô. Dessas quarenta músicas, apenas dezesseis chegaram ao disco, reproduzidas nos Estados Unidos em dois álbuns de quatro fonogramas cada um, sob o título Columbia presents - Native Brazilian Music - Leopold Stokowski.

Ainda em 1940, Villa-Lobos, tentando reviver os carnavais do passado, fundou um grupo carnavalesco a que chamou Sodade do Cordão, com as mesmas características dos antigos cordões de velhos. O grande colaborador do maestro na seleção dos componentes, na concepção e confecção das fantasias e na variada coreografia a executar foi Espinguela. O Sodade do Cordão saiu no carnaval e fez apresentações em clubes como o Fluminense, com a colaboração de componentes da Mangueira de Espinguela, entre os quais sobressaiam Cartola, Carlos Cachaça e Aluisio Dias.

Pouco depois, nos anos finais da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Zé Espinguela, que devia estar se aproximando dos sessenta anos, sentiu aproximar-se o fim da existência. Segundo Arthur de Oliveira, ele "reuniu os adeptos do centro religioso e dirigiu-se ao morro da Mangueira para despedir-se do seu reduto preferido. Lá chegaram no princípio da noite. A favela, de luzes apagadas, descansava da trabalheira do dia. Eis que surge o grupo, em cortejo pelos becos e ruelas, cantando um samba que Espinguela compôs especialmente para o momento.

Era como um samba-enredo. Desfilavam, dançavam e cantavam, com o ritmo alegre, a melodia triste, e as vozes alvissareiras das pastoras. Os barracos aos poucos se acenderam. Os negros foram abrindo as janelas e o morro transformou-se num céu no chão, iluminado, silencioso e reverente. A voz de Espinguela dominava o coro: a favela compartilhava da cerimônia do passamento do seu sambista com aquela vivência afro-brasileira da morte, presente nos gurufins e tão diversa do sentimento judaico-cristão das classes dominantes".

Obra

Cantiga de festa (c/ Donga), Macumba de Iansã (c/ Donga), Macumba de Oxossi (c/ Donga).

Fontes: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira; Receita de Samba: Zé Espinguela.

Russo do Pandeiro

Russo do Pandeiro - 1947
Russo do Pandeiro (Antônio Cardoso Martins), instrumentista e compositor, nasceu em São Paulo, SP, em 29/01/1913, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16/05/1985. Mudou-se com a família para o Rio aos três anos, passando a infância na Rua Santana, perto do Café Jeremias, reduto de boêmios.

Seu primeiro emprego foi na oficina mecânica da Light; depois começou a viver de biscates, ao mesmo tempo em que freqüentava as sociedades carnavalescas do Estácio e do Rio Comprido (União do Estácio, Deixa Falar, Para o Ano Sai Melhor), que antecederam as escolas de samba. Na época, era chamado Alemão, apelido familiar de infância.

Tocou pandeiro pela primeira vez a 6 de outubro de 1929, num conjunto da Festa da Penha, onde se tocavam sambas e chorinhos, passando, desde então, a fazer parte do mesmo, que era formado por Augusto (trombone de vara), Paulo (pistom), Newton (bateria), Álvaro (banjo) e Antônio (saxofone). Sempre vivendo de biscates, trabalhou no Clube Naval e fez parte da claque do Cine Central, do Teatro Lírico e do Cassino Beira-Mar.

No casamento de sua irmã, tocou pandeiro, ao lado de Benedito Lacerda (flauta) e Antônio Conceição (guitarra), nascendo desse encontro o conjunto Gente do Morro, que mais tarde se transformou no Regional de Benedito Lacerda, onde passou a ser chamado Russo do Pandeiro. Com o conjunto, fez numerosas gravações e participou de shows em teatros e clubes no Rio de Janeiro e em São Paulo.

No Carnaval de 1935, fez sucesso o seu samba Criança, toma juízo (com Benedito Lacerda), gravado por Almirante. Ainda nesse ano, foi gravado por Carmen Miranda, na Odeon, seu samba Esqueci de sorrir. Participou, ainda em 1935, do filme Alô, alô, Brasil!, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, e passou a trabalhar na Rádio Mayrink Veiga.

Em 1936, foi para Buenos Aires, Argentina, com o Regional de Benedito Lacerda e mais Francisco Alves e Alzirinha Camargo, fazer uma temporada na Radio El Mundo. Castro Barbosa gravou pela Victor, em 1937, seu samba Roda do samba (com Alcides e Raul Marques). Entre 1937 e 1938, apresentou-se com Carmen Miranda no Cassino da Urca, no Rio de Janeiro.

Em 1939 teve seu samba Era ela (Peterpan) gravado por Sílvio Caldas, na Victor. Convidado pelo maestro Simon Bountman, tocou com a orquestra do Cassino Copacabana. Acompanhou, no ano seguinte, a cantora Josephine Baker em suas apresentações no Cassino da Urca, indo com ela, logo depois, para Paris, França, onde se apresentou no Cassino de Paris e no cabaré Bagatelle, voltando ao Brasil, no início da Segunda Guerra Mundial, quando os shows foram suspensos.

Ao retornar, participou da orquestra de Carlos Machado, no Cassino da Urca e, no Carnaval de 1940, teve sucesso seu samba Em cima da hora (com Valfrido Silva), gravado por João Petra de Barros. Compôs em 1941 Batuque no morro (com Sá Róris), que foi sucesso nas gravações de Linda Batista (1941) e da orquestra Zacarias (1944).

Nos dois anos seguintes seriam gravadas músicas de sua autoria: em 1942, Conversa pra siri (com Valfrido Silva), gravada por Arnaldo Amaraí na Columbia; e em 1943, com o mesmo cantor, Do mundo nada se leva (com Valfrido Silva). Quando o Brasil mandou tropas para a Itália, foi convocado para servir como pracinha na Força Expedicionária Brasileira.

Retornou à vida civil em 1944, e, indicado por Carmen Miranda, foi contratado por duas semanas para tocar em New York, EUA, onde acabou ficando durante nove meses. A partir de 1947, participou de vários filmes em Hollywood: Copacabana, em que trabalhou ao lado de Carmen Miranda e Groucho Marx, e Uma ilha com você, filme com Esther Williams, além de outros, estrelados por Bob Hope, Bing Crosby e Dorothy Lamour.

Fazendo sucesso nos EUA, fundou uma orquestra, Russo and the Samba Kings, apresentando-se em quase todos os Estados norte-americanos. Voltando ao Brasil em 1950, tornou-se funcionário público, encerrando a carreira musical.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Gerson Filho

Gerson Filho (Gerson Argolo Filho), compositor e acordeonista, nasceu na histórica cidade de Penedo no interior de Alagoas, famosa por suas serestas, em 1928. Aprendeu a tocar sanfona ainda criança.

Iniciou a carreira artística no Rio de Janeiro no início dos anos 1950 e teve o apoio da dupla Venâncio e Corumbá.

Em 1953, gravou seu primeiro disco pela Todamérica interpretando ao acordeom, de sua autoria, a Quadrilha da cidade e o baião Catingueira no sertão.

Em 1954, venceu o concurso de calouros "Caminho da vitória" na Rádio Guanabara, sendo logo em seguida contratado pela emissora. No mesmo ano, lançou os baiões: Baião do soldado e Baião em Caxias, a polca Casa velha, todas de sua autoria e a rancheira Marombando, com Salvador Miceli, entre outras composições.

Em 1955, lançou de sua autoria os choros Comendo e chorando e Choramingando. Lançou também no mesmo ano o baião Torcida do Flamengo, com Pachequinho. Em 1956, gravou os baiões Sete quedas de sua autoria e Baião paulista, em parceria com Ermínio Vale. Em 1957, gravou de sua autoria o baião Macaco é Tio Antônio, a marcha Agüenta o banzeiro, com Miguel Lima e a marcha Por mulher nunca chorei de parceria com Otávio Filho. 

Em 1958, lançou a polquinha Pra livrá de confusão, de Miguel Lima e a rancheira Papai me disse, de Sebastião Silva e Astrogildo Meireles, ambas com vocal de Luiza Vidal. No mesmo ano, lançou o LP Gerson Filho e seu fole de oito baixos onde gravou a quadrilha, ritmo bastante popular no Nordeste e praticamente ainda não gravado até aquela ocasião. Nesse período sua carreira tomou grande impulso com ele fazendo muitas apresentações em circos, praças públicas e festas por todo o Brasil.

Em 1959, gravou o Baião da capelinha de sua autoria e o Forró de Zé Lagoa em parceria com Francisco Anísio, famoso comediante, então em começo de carreira. Em 1960, lançou os forrós: Forró no salão, de Agenor Lourenço e Dini Goulart e Namoro no forró, de Miguel Lima, Aguiar Filho e Geraldo Maia. Em 1961, gravou de João Silva e Penedo o forró Ó, Lia e de sua autoria e Aguiar Filho o baião De Penedo a Propriá. Em 1963, gravou dele e Otávio Filho o Baião da meia-noite e dele e Doca o forró Na bodega do Bodega.

Em 1969, após muitos anos residindo no Rio de Janeiro retornou para o Nordeste, indo morar em Sergipe, onde passou a apresentar, desde então, o programa "Forró no asfalto" na Rádio Difusora de Aracaju. Em 1970, passou a atuar na Chantecler/Continental, onde gravou cerca de 17 discos, entre os quais: É pra valer, Ingazeira do Norte e Levanta poeira

Em 1982, lançou o disco Gerson Filho - Xote da cobra doida, interpretando diversas composições de sua autoria, entre as quais: Tropé seguro, com Isnaldo Santos, Minha festa, nossa festa, Xote da cobra doida e Forró de chão batido, de sua autoria. Um de seus principais parceiros foi Isnaldo Santos, com quem compôs entre outras, a quadrilha Dança comigo, o Forró na bulandeira e o xote Esse xote é bom.

Obra

Agüenta o banzeiro (c/ Miguel Lima), Arrasta-pé de vaqueiro (c/ Ofrísio Acácio), Baião calado (c/ Salvador Miceli), Baião da alta-roda, Baião da capelinha, Baião da meia-noite (c/ Otávio Filho), Baião do soldado, Baião em Caxias, Baião paulista (c/ Ermínio Vale), Balança o ganzá (c/ Isnaldo Santos), Canaan, Casa velha, Catingueira no sertão, Chamego do Henrique (c/ Aguiar Filho), Choramingando, Choveu na minha roça, Comendo e chorando, Dança comigo (c/ Isnaldo Santos), De Penedo a Propriá (c/ Aguiar Filho), Desengonçado (c/ Otávio Filho), Devagar com o andor (c/ Salvador Miceli), Esse xote é bom (c/ Isnaldo Santos), Eta pagode bom (c/ Salvador Miceli), Fanfarronada, Figura de mulher (c/ J. Varriol), Forró de chão batido, Forró do Zé Lagoa (c/ Francisco Anísio), Forró na bulandeira (c/ Isnaldo Santos), Galinha arrepiada, Imperial, Lambari dançante, Macaco é Tio Antônio,Madrugada (c/ Irmãos Orlando), Mangaba, Maracanã, Marombando (c/ Salvador Miceli), Maroto (c/ Salvador Miceli), Minha festa, nossa festa,Na bodega do Bodega (c/ Doca), No pé do imbuzeiro (c/ Isnaldo Santos), Nossa polca (c/ Aguiar Filho), O Dia do papai, O Gogó da ema (c/ Salvador Miceli), Peixada no Pina (c/ Salvador Miceli/Carlos Filgueiras), Por mulher nunca chorei (c/ Otávio Filho), Quadrilha brasileira (c/ Aguiar Filho), Quadrilha da cidade, Quadrilha na roça, Respingadinho (c/ Otávio Filho), Roedeira (c/ Ari Monteiro), Segure-gure (c/ Otávio Filho), Sete quedas, Tá certo assim (c/ Isnaldo Santos), Tem dó (c/ João Barros), Tenência do Tangerino (c/ Isaías de Freitas), Torcida do Flamengo, Três e trezentos (c/ Miguel Lima), Tropé seguro (c/ Isnaldo Santos), Valsa do vira (c/ Salvador Miceli), Xodó de sanfoneiro, Xote da cobra doida, Xote da pindaíba (c/ Isnaldo Santos).

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira; Bibliografia Crítica: AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

Aristides Zacarias

Aristides Zacarias
Aristides Zacarias, instrumentista, regente e compositor, nasceu na cidade de Jaboticabal, SP, em 05/01/1911. Aos dois anos mudou-se para São José do Rio Preto, em São Paulo, localidade onde iniciou seus estudos de clarineta. Teve como professor o mestre de banda Pedro Moura, pai do saxofonista Paulo Moura.

Iniciou a carreira artística aos 18 anos, quando ingressou na Banda de Quaranta, no interior de São Paulo. No mesmo período apresentou-se em cinemas do trompetista José Moura, com quem organizou uma banda que tocava em bailes do Automóvel Clube, de São José do Rio Preto, e do pianista Chiquinho Scarambone.

Em 1931, transferiu-se para Catanduva, onde atuou no Clube Sete de Setembro. Em 1932, por ocasião da Revolução Constitucionalista que explodiu naquele ano em São Paulo, deixou o emprego no Clube Sete de Setembro. Em 1934, transferiu-se para a capital paulista, onde atuou em diversas gafieiras, entre as quais a Itália Fausta, e tocava em troca de local para dormir. Mudou-se pouco depois para Santos, onde arranjou emprego para tocar no Cabaré Coliseu, e em seguida, empregou-se para tocar em navio que realizava viagens costeiras.

Em 1935, retornou para São Paulo e foi convidado por José Gagliardo para integrar a Orquestra da Rádio Cosmos, que o mesmo estava organizando. Ainda no mesmo ano viajou para o Rio Grande do Sul, a fim de fazer parte da orquestra organizada pelo cantor Ascendino Lisboa, para atuar na inauguração do cassino Farroupilha, na cidade de Porto Alegre. Na mesma ocasião tocou nas comemorações do centenário da Revolução Farroupilha e também na Rádio Farroupilha. Foi em seguida para o Rio de Janeiro, indo atuar no Cassino Icaraí, em Niterói. Ficou pouco tempo no Rio, pois logo ingressou na Orquestra de Romeu Silva para uma excursão de oito meses em Buenos Aires, apresentando-se na Rádio El Mundo e no Cassino Tabarís.

Em 1936, retornou ao Rio de Janeiro, passando a atuar no Cassino da Urca. Na mesma ocasião tomou parte em sua primeira gravação, acompanhando à clarineta o cantor Almirante, juntamente com a Orquestra de Simon Boutman. Em 1937, deixou a Orquestra Romeu Silva, passando a atuar na Rádio Nacional, onde tocou na Orquestra All stars, sob a direção de Radamés Gnattali. Em 1939, viajou para os Estados Unidos para tocar com a Orquestra de Romeu Silva, no Pavilhão do Brasil, na Feira Internacional realizada na cidade de Nova York.

Em 1941, excursionou pela Argentina com a Orquestra da Rádio Nacional. Na ocasião exibiu-se no programa "Hora del Brasil", na Rádio Municipal de Buenos Aires, apresentando-se também na Boate Embassy. Em 1942, retornou ao Rio de Janeiro, passando a fazer parte do conjunto de Claude Austin, que se apresentava no Cassino do Copacabana Palace. Pouco depois passou a integrar a orquestra do maestro Fon-Fon, na Rádio Tupi do Rio de Janeiro. No mesmo período atuou no Cabaré Assírio, no subsolo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.Voltou em seguida a atuar na Orquestra do Copacana Palace, então sob a direção do maestro Fon-Fon, indicado por ele para substituir Claude Austin.

Em 1943, gravou seu primeiro disco como diretor de orquestra, dirigindo a orquestra The Midnigthers, que foi organizada a pedido da Victor para tocar composições norte-americanas e suprir com isso o mercado, pois os músicos americanos se encontravam em greve naquele momento. A orquestra contava com três pistonistas, quatro sax, dois trombones, ritmo e o vocalista Nilo Sérgio. Na ocasião gravaram os foxtrotes My devotion, de Wiliam e Napton, e I'll never know, de Warren e Gordon, ambos grandes sucessos. No mesmo ano fez suas primeiras gravações, dirigindo sua própria orquestra. Em 10 de outubro daquele ano gravou seis músicas pela Victor, entre as quais os frevos Vira as máquinas, de Marambá, Cadê você, de Levino Ferreira e A hora é essa, de Zumba, além dos frevos-canções Primeira bateria, de Capiba e Bye, bye, my baby, de Nelson Ferreira e Cai, cai, de Marambá, com o vocal de Carlos Galhardo.

Em 1944, gravou o samba Brasil, de Benedito Lacerda e Aldo Cabral, com o vocal das Três Marias, a batucada Cai, cai, de Roberto Martins, o choro Tico-tico no fubá, clássico de Zequinha de Abreu, e com o vocal das Três Marias e Nilo Sérgio, o samba Morena Boca de Ouro, de  Ary Barroso. No mesmo ano, regravou três dos maiores sucessos do cancioneiro popular brasileiro em todos os tempos, os sambas Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, e Praça Onze, de Herivelto Martins e Grande Otelo, e o choro Carinhoso, de PixinguinhaJoão de Barro. No mesmo período dividiu discos com Carlos Galhardo e Nelson Gonçalves, gravando frevos e frevos-canção como Olha a beliscada, de Levino Ferreira, Sabe lá o que é isso?, de Nelson Ferreira e Lá vai poeira, de Marambá.

Em 1945, gravou o samba Não tenho lágrimas, de Max Bulhões e Milton de Oliveira, e também O caminho é longo para Tipperery, versão em ritmo de samba da composição dos americanos Jack Judge e Harry Williams. Gravou ainda os frevos Cuidado, senão eu grito, de Zumba, O salão está vazio, de Jones Johnson, Espalha brasa, de Marambá, A cobra tá fumando, de Levino Ferreira e Agüenta a virada, de Edivaldo Pessoa. No mesmo ano passou a atuar como diretor musical da Victor.

Em 1946, gravou os sambas A casinha pequenina e Meu limão, meu limoeiro, de domínio público, e o choro Apanhei-te cavaquinho, de Ernesto Nazareth, entre outras. Gravou ainda os frevos Meu chamego é você, de Marambá, Edinho no frevo, de Carnera e Entra na fila, de Levino Ferreira. Em 1947, gravou o samba Feiticeira, de Ary Barroso, a Valsa nº 7, de Chopin, em ritmo de samba, o samba Palpite feliz, de Noel Rosa e Vadico , e o frevo Chegou sua vez, de Levino Ferreira, entre outras.

Em 1949, gravou de Chiquinha Gonzaga o choro Atraente e, de Dorival Caymmi, a toada Peguei um ita no Norte. No mesmo ano sua orquestra recebeu o Prêmio de Melhor Orquestra do Rio de Janeiro. Em 1950, entre outras composições, gravou os frevos Lá vai veneno, de Zumba, O frevo da meia-noite, de Carnera, O caldeirão está fervendo, de Jones Johnson, o samba Último desejo, de Noel Rosa, e o samba-canção No Rancho Fundo, de Ary Barroso e Lamartine Babo. No mesmo ano deixou depois de sete anos o Copacabana Palace Hotel, transferindo-se com sua orquestra para o Hotel Excelsior, em São Paulo.

Em 1951, gravou o samba Feitio de oração, de Noel Rosa, o motivo popular Peixe vivo, em ritmo de baião, com arranjos de Mário Zan e Palmeira, a marcha-frevo Saudades de Raul Morais, de Edgard Morais, e de sua própria autoria e Pernambuco, o baião Pedalinho. No mesmo ano foi contratado pela Prefeitura de Montevidéu, no Uruguai, para atuar ao lado da orquestra de Xavier Cugat. Retornando ao Brasil, apresentou-se durante um mês na cidade de Recife, voltando a seguir para o Rio de Janeiro.

Em 1952, ganhou o Prêmio de Melhor Clarinetista do Ano, em concurso instituído pela Rádio MEC. No mesmo ano gravou os choros Xamexuga, de sua autoria e Pernambuco, e Franci, de Ari Monteiro, a valsa Flor de laranjeira, de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e o fox Parabéns a você, com arranjos do maestro Lindolfo Gaya. Ainda em 1952, realizou gravações em separado com seu conjunto e com seu sexteto. Com o sexteto Zacarias gravou a guarânia Índia, em ritmo de baião, e o choro Sugestivo, de Moacir Silva. Já com seu conjunto gravou o bolero-mambo Jezebel, de Wayne Shanklin, e o baião Dance no baião, com arranjos de sua autoria. Em 1953, gravou de sua autoria o choro Rebolando, de Lourival Faissal e Getúlio Macedo, o baião O banjo no baião, e, de Carnera o frevo Esquecendo as mágoas. No mesmo ano, realizou uma série de programas na Rádio Nacional do Rio de Janeiro e formou o Conjunto Zacarias para atuar na Boate Vogue. No mesmo período, organizou com o pianista Fats Elpídio o Quarteto Excelsior, a fim de atuar no Hotel Excelsior.

Em 1954, gravou o samba Agora é cinza, de Bide e Marçal, os frevos Vassourinhas no Rio de Carnera, e Isquenta mulhé, de Nelson Ferreira. Em 1955, gravou os frevos Vassourinha do Levino, de Levino Ferreira, Carro-chefe, de Nelson Ferreira, e Vale-tudo, de Carnera. Ainda em 1955, foi escolhido pelo crítico Silvio Túlio Cardoso, através da coluna "Discos populares" escrita por ele para o jornal O Globo, como o "melhor regente de pequeno conjunto do ano" recebendo como prêmio um disco de ouro entregue em cerimônia no Golden Room do Copacabana Palace. Em 1956, gravou os frevos Zaccarias no frevo, de Carnera e Tempo quente, de Edgard Morais. No mesmo ano, gravou com Fats Elpídio, na dobradinha clarinete e piano, a canção Os pobres de Paris, de Marguerite Monnot e o fox Blue star, de Young e Heyman.

Em 1957, gravou de Ary Barroso os sambas Aquarela do Brasil e Na Baixa do Sapateiro, e de Mário Zan e J. M. Alves, o dobrado Quarto centenário. Recebeu nesse mesmo ano seu segundo Disco de Ouro. Na mesma época, trocou o Excelsior pelo Country Clube do Rio de Janeiro, ocasião em que ampliou seu conjunto, transformando-o em um sexteto com a entrada de mais um sax e um trombone.

Nos anos 1950, atuou durante sete anos no carnaval do Clube Internacional de Recife. Em 1960, estreou com o diretor da Orquestra da TV Excelsior do Rio de Janeiro, ocasião na qual abandonou a direção musical da RCA Victor. No mesmo ano gravou com seu conjunto e coro os sambas A corneta no samba, de Monsueto Menezes, e Nostalgia, de sua autoria. Em 1961, gravou o rojão É crime não saber ler, de sua autoria, o xote Mulher transviada, de sua autoria e J. Borges, e com sua orquestra, o frevo-de-bloco Recordando a mocidade, de Edgard Morais e o frevo-canção Segure esse bode, dos Irmãos Valença.

Em 1962, gravou com seu regional os xaxados Chen-en-en, de Rui Morais e Silva, e Pagode da Maria, de sua autoria e Manoel Avelino. Durante os anos 1960, gravou 21 LPs com a Orquestra Namorados do Caribe, composta por antigos elementos de sua orquestra e por uma seção de cordas. Ao longo de sua carreira gravou dezenas de discos, incluindo diferentes gêneros musicais, especialmente sambas e frevos.

Em 1966, com o fechamento da TV Excelsior, passou a atuar em boates. Em 1971, abandonou a carreira artística.

Discografia

Vira as máquinas / Cai, cai (1943) Victor 78; Cadê você / Primeira bateria (1943) Victor 78; A hora é essa / Bye, bye, my baby (1943) Victor 78; Cai, cai / Brasil (1944) Victor 78; Tico-tico no fubá / Morena boca de ouro (1944) Victor 78; Aquarela do Brasil / Praça onze (1944) Victor 78; Carinhoso / Batuque no morro (1944) Victor 78; Não tenho lágrimas / O caminho é longo para Tipperary (1944) Victor 78; A casinha pequenina / Jurô (1946) Victor 78; Meu limão, meu limoeiro / Implorar (1946) Victor 78; Menina dos olhos / Escorregando (1946) Victor 78;Meu chamego é você (1946) Victor 78; Edinho no frevo (1946) Victor 78 / Olha a saúde (1946) Victor 78; De guarda-sol aberto (1946) Victor 78; Entra na fila (1946) Victor 78; Feiticeira / Sétimo véu (1947) RCA Victor 78; Palpite feliz / Danúbio azul (1947) RCA Victor 78; Gafanhoto / Lamento negro (1947) RCA Victor 78; Linguarudo (1947) RCA Victor 78; Tira-teima (1947) RCA Victor 78; Chegou sua vez (1947) RCA Victor 78; Cheguei na hora (1947) RCA Victor 78; Agora é você (1947) RCA Victor 78; Peguei um ita no Norte / Atraente (1949) RCA Victor 78; Lá vai veneno (1950) RCA Victor 78; O tocador quer fumar (1950) RCA Victor 78; Frevo da meia-noite (1950) RCA Victor 78; O caldeirão está fervendo (1950) RCA Victor 78; Com essa eu vou (1950) RCA Victor 78; Gaúcho (1950) RCA Victor 78; Três da tarde / Fogão (1950) RCA Victor 78; Sururu na cidade / Último desejo (1950) RCA Victor 78; Canta Brasil / No rancho fundo (1950) RCA Victor 78; Frevo dos vassourinhas / Freio a óleo (1950) RCA Victor 78; Aperta o passo (1950) RCA Victor 78; Lágrimas de folião (1950) RCA Victor 78; Gostozinho (1950) RCA Victor 78; Ponto final (1950) RCA Victor 78; Feitio de oração / Mesquitiando (1951) RCA Victor 78; Peixe vivo / Meu barquinho (1951) RCA Victor 78; Favela / Pedalinho (1951) RCA Victor 78; Canhão setenta e cinco / Saudades de Raul Morais (1951) RCA Victor 78; Minas Gerais / O delegado é o mesmo (1951) RCA Victor 78; Fazendo inferno (1951) RCA Victor 78; É pra quem pode / Adeus alegoria (1951) RCA Victor 78; Clarins da madrugada (1951) RCA Victor 78; Tira prosa (1951) RCA Victor 78; Xamexuga / Franci (1952) RCA Victor 78; Flor de laranjeira / Parabéns a você (1952) RCA Victor 78; Índia / Sugestivo (1952) RCA Victor 78; Jezebel / Dance no baião (1952) RCA Victor 78; É pra fuxico (1952) RCA Victor 78; Fantasma (1952) RCA Victor 78; Cangarussu / Carlos Avelino (1952) RCA Victor 78; Tota no frevo (1952) RCA Victor 78; Geraldo no frevo / Levado da breca (1952) RCA Victor 78; O banjo no baião / Rebolando (1953) RCA Victor 78; Esquecendo as mágoas (1953) RCA Victor 78; Baião do sul / Auf wierdersehen, meu amor. Com seu conjunto (1953) RCA Victor 78; Agora é cinza / Fecha, carrança (1954) RCA Victor 78; Arrasta-pé / Nostálgico (1954) RCA Victor 78; Vassourinhas no Rio (1954) RCA Victor 78; Isquenta mulhé (1954) RCA Victor 78; O frevo é assim (1954) RCA Victor 78; Ebb tibe / Anna (1954) RCA Victor 78; Por amor / Gracioso. Com seu conjunto (1954) RCA Victor 78; Vassourinha do Levino/Vai mexendo (1955) RCA Victor 78; Vale-tudo (1955) RCA Victor 78; Carro-chefe (1955) RCA Victor 78; Zaccarias no frevo (1956) RCA Victor 78; Não adianta chorar / Desacatando (1956) RCA Victor 78; Tempo quente (1956) RCA Victor 78; Os pobres de Paris / Blue star. Com Fats Elpídio (1956) RCA Victor 78; A woman in love / The tender trap. Com Fats Elpídio (1956) RCA Victor 78; Mr. Wonderful / Memories are made of this. Com Fats Elpídio (1956) RCA Victor 78; Aquarela do Brasil / Na Baixa do Sapateiro (1957) RCA Victor 78; Quarto centenário / Dobrado 220 (1957) RCA Victor 78; Papa-filas (1958) RCA Victor 78;  Sacode tudo (1958) RCA Victor 78; Viva o nosso papai. Com Quarteto Excelsior (1959) RCA Victor 78; Sambas em black tie [195?] RCA Victor LP; Sambas em desfile [195?] RCA Victor LP; Uma noite no Country Club [195?] RCA Victor LP; Coquetel dançante Nº 2 [195?] RCA Victor LP; Música, maestro [195?] RCA Victor LP; A corneta no samba / Nostalgia (1960) RCA Victor 78; Gavião / É de estourar (1961) RCA Victor 78; Recordando a mocidade / Segure esse bode (1961) RCA Victor.

Fontes: Discografia de Zaccarias; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Mara Silva


Mara Silva (Isabel Gomes da Silva), cantora e compositora, nasceu em 28/6/1930, na cidade de Campos, RJ e iniciou a sua carreira artística no Rádio aos cinco anos de idade.

Cantou muito tempo na noite carioca, começando a se destacar no programa Samba e outras coisas" apresentado por Henrique Batista na Rádio Mayrink Veiga. Fez sua primeira gravação em 1953, pela Todamérica interpretando os sambas Negro fim, de Alberto Jesus e Osvaldo Barcelos, e Recalque, de Paulo Marques e Ailce Chaves.

Em 1955, gravou um único disco pela gravadora pernambucana Mocambo interpretando os sambas Trombada de trem, de Raul Longras e Monsueto, e Peço a Deus (Fala Pedro), de Silva, Marques e Nunes. Assinou contrato com a gravadora Continental em 1956, e em seu primeiro disco nessa gravadora registrou, com acompanhamento de conjunto regional, o choro-canção Soçaite do morro, de Mário Terezópolis e Roberto Reis, e o choro Velho borocochô, de Pedro Rogério e Lombardi Filho. Em seguida, gravou o samba Estatutos domésticos, de Ricardo Galeno, e o choro Que vizinha, de Carioca.

Para o carnaval de 1957, gravou a marcha Lanterna na mão, de Arnô Provenzano, Otolindo Lopes e Oldemar Magalhães, e o samba De qualquer cor, de Jorge Faraj e J. Espírito Santo. Ainda em 1957, foi contratada pela RGE e gravou, com acompanhamento da Orquestra RGE, o samba Pano legal, de  Billy Blanco, e o fox Janela indiscreta, de Geraldo Serafim e Newton Castro. Em seguida, também com a orquestra RGE, gravou o samba Lenço branco, de Geraldo Serafim e Guilherme de Brito, e o rock Sou o tal, de Murilo Vieira, Edel Ney e O. Vargas.

Para o carnaval de 1958, registrou a Marcha do pião, de Nássara, Wilson Batista e Jorge de Castro, e o samba Cadê Isabel, de Erasmo Silva e José Batista. No mesmo ano, gravou a marcha Careca não é velhice, de S. Gomes, Júlio Leiloeiro e J. Gonçalves, e o samba Meu amor voltou, de Erasmo Silva e Geraldo Serafim.

Ainda em 1958, participou de duas coletâneas lançadas pela RGE com diversos artistas. No LP Na gafieira é Assim interpretou os sambas Pano legal, de Billy Blanco, e Falso bailarino, de Alcebíades Nogueira e Cristóvão de Alencar. O outro LP foi Praça Onze não morreu no qual cantou a Marcha do pião, de Wilson Batista, Jorge de Castro e Antônio Nássara, acompanhada pela Orquestra e Coro RGE, e o samba Cadê Isabel, de José Batista e Erasmo Silva, acompanhada pela bateria da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro.

Em 1959, transferiu-se para a gravadora Copacabana e lançou para o carnaval do ano seguinte os sambas  Minha palhoça, de J. Cascata, e Bardot e Lolô, de Marília Batista e Henrique Batista. Nessa mesma época, gravou o samba Acabei de sofrer, de Cláudio Silva, e a marcha Eu gozo ocês, de Sebastião Gomes e Rubens Machado.

Em 1960, gravou o rock O roque errou, de sua autoria e Ari Monteiro, os sambas Sai do meu caminho, parceria sua com Armando Nunes, e Colher de chá, de Renato Ferreira, Ivan Ferreira e Homero Ferreira, e a marcha Não sou balança, de Paquito e Romeu Gentil. Dois anos depois, regravou o samba Tudo cabe num beijo, de Carolina Cardoso de MenesesOsvaldo Santiago, e o bolero Desesperadamente, de  Gabriel Ruiz  e Jorge Ronaldo.

Ainda em 1962, lançou o LP Sucessos em Teleco-teco no qual interpretou músicas como Tudo cabe num beijo, Frio em minh'alma, Alguém me disse, Desesperadamente, Rosa de maio, Pecado, Vereda tropical, Quando o tempo passar, História de um amor, Não digo o nome, Tão somente uma vez, e Tarde fria.

Em 1963, lançou o bolero A vida fez-me assim, sua e de Armando Nunes, e o samba Chora que passa, de Alcina Maria e Osmar Navarro. Em 1964, participou da coletânea Tudo de mim - Poemas e canção de Jair Amorim que a gravadora Copacabana lançou em homenagem ao compositor Jair Amorim, interpretando o bolero Alguém me disse.

Gravou mais de quinze discos entre 78 rpm e Lps pelas gravadoras RGE, Copacabana, Todamérica, Continental e Mocambo, além de fazer apresentações em programas de rádio em emissoras como a Rádio Nacional e Rádio Mayrink Veiga.

Obra

A vida fez-me assim (c/ Armando Nunes), O roque errou (c/ Ari Monteiro), Sai do meu caminho (c/ Armando Nunes).

Discografia

(1963) A vida fez-me assim / Chora que passa • Copacabana • 78; (1962) Tudo cabe num beijo / Desesperadamente • Copacabana • 78; (1962) Sucessos em Teleco-teco • Copacabana • LP; (1960) O roque errou / Sai do meu caminho • Copacabana • 78; (1960) Colher de chá / Não sou balança • Copacabana • 78; (1959) Acabei de sofrer / Eu gozo ocês • Copacabana • 78; (1959) Minha palhoça / Bardot e Lolô • Copacabana • 78; (1958) Marcha do pião / Cadê Isabel • RGE • 78; (1958) Careca não é velhice / Meu amor voltou • RGE • 78; (1957) Lanterna na mão / De qualquer cor • Continental • 78; (1957) Pano legal / Janela indiscreta • RGE • 78; (1957) Lenço branco / Sou o tal • RGE • 78; (1956) Soçaite do morro / Velho borocochô • Continental • 78; (1956) Estatutos domésticos / Que vizinha • Continental • 78; (1955) Trombada de trem / Peço a Deus (Fala Pedro) • Mocambo • 78; (1953) Negro fim / Recalque • Todamérica • 78.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Osny Silva


Osny Silva (Osni Rufino da Silva Gomes), cantor, nasceu em São Paulo, SP, em 21/10/1919, e faleceu em Praia Grande, SP, em 20/07/1995. Filho único de motorista particular e governanta, fez o curso ginasial no Liceu Coração de Jesus, em São Paulo, participando do coral Canarinhos Liceanos. Aprendeu piano e violino com professora particular.

Começou como operador de rádio na Educadora Paulista (hoje Gazeta). Tentou ser cantor, mas foi reprovado, junto com Nelson Gonçalves, em teste de outra emissora. Teve nova oportunidade quando substituiu um cantor que adoecera. Em 1940 assinou contrato com a Radio Tupi de São Paulo.

Em 1943, o maestro Spártaco Rossi teve a idéia de regravar Alza Manolita, ou Manolita, subtítulo As cartas não mentem jamais, valsa de Leo Daniderff, que nos anos de 1910 tinha tido uma versão brasileira muito conhecida de Eduardo das Neves. Foi ele o escolhido e com esse disco de estréia na Columbia, lançado no mesmo ano, alcançou impressionante êxito nacional, com 80 mil cópias vendidas.

Na Columbia (depois Continental), gravou mais três discos até 1945. Ganhou o Prêmio Roquete Pinto de melhor cantor internacional em 1951 e 1953. Gravou na Odeon em 1953, tendo, no primeiro disco, relançado dois sucessos internacionais: Bandolins ao luar (Green, versão de Lourival Faissal) e Violino cigano (Bixio, Cherubini, versão de Alberto Ribeiro). Nesse ano também gravou a canção Catari, Catari (Cardillo, Cordoferro, versão de Ariovaldo Pires). Ao mesmo tempo, gravou músicas brasileiras, como as canções Funeral de um rei nagô (Hekel Tavares) e Banzo (Hekel Tavares e Murilo Araújo).

Em 1955 lançou o jongo Navio negreiro (Sá Róris, J. Piedade e Alcir Pires Vermelho) e o samba Tudo isto é samba (Luis Iglésias e Osvaldo Borba). No mesmo ano, criou a marcha Campeão dos campeões (Lauro D’Ávila), mais conhecido como o hino do S. C. Corinthians.

Cantor romântico por excelência, gravou os LPs Osni Silva canta melodias famosas (1953) e Canta, América (1955), ambos na Odeon. Aposentou-se em 1973.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.