Zeca Pagodinho (Jessé Gomas da Silva Filho), cantor e compositor, nasceu no subúrbio de Irajá, Rio de Janeiro, RJ, em 4/2/1959. Foi anotador de jogo do bicho antes de iniciar sua carreira musical. Desde cedo se destacou no círculo das rodas de samba que freqüentava no subúrbio do Rio de Janeiro, onde apresentou suas primeiras composições e revelou sua voz rouca e rasgada de partideiro.
Em 1981, no bloco carnavalesco Cacique de Ramos, em que se reuniam todas as quartas-feiras compositores e cantores num encontro denominado “pagode”, conheceu
Beth Carvalho, que o convidou a participar de seu disco, no qual cantou o samba
Camarão que dorme a onda leva, de sua autoria em parceria com
Arlindo Cruz.
Em 1982 foi convidado pela RGE para participar de um disco que reunia outros quatro novos talentos do samba: Jovelina Pérola Negra, Pedrinho da Flor, Elaine Machado e Mauro Diniz. O disco, com o nome de Raça brasileira, foi grande sucesso de vendas e execução. A partir daí, iniciou sua carreira solo, gravando samba de raiz e partido-alto, ao mesmo tempo prestigiando os novos compositores e retornando aos nomes mais representativos do samba da Portela e da Império Serrano.
Seu primeiro LP solo, Zeca Pagodinho, saiu pela RGE em 1986. Ainda por essa gravadora, lançou Patota de Cosme (1987), mudando depois para a BMG, na qual gravou Jeito moleque (1988), Boêmio feliz (1989), Mania da gente (1990), Pixote (1991), Zeca Pagodinho, um dos poetas do samba (1992) e Alô mundo (1993).
Na Polygram, com a qual assinou contrato em 1995, já gravou três CDs: Samba pras moças (1995), Deixa clarear (1996) e Hoje é dia de festa (1997). Entre seus grandes sucessos destacam-se Quando eu contar (Iaiá), de Beto sem Braço e Serginho Meriti, em 1986; SPC (com Arlindo Cruz), em 1986; Samba pras moças (Roque Ferreira e Grazielle), em 1995; Verdade (Nelson Rufino e Carlinhos Santana), em 1996; e O dono da dor (Nelson Rufino), em 1997.
Seu CD
Zeca Pagodinho ao vivo vendeu mais de meio milhão, em 1999. No disco
Casa de samba 2, gravou com
Caetano Veloso a música
Com que roupa?, de
Noel Rosa. Anos mais tarde, no disco
Casa de samba 4, também produzido por
Rildo Hora, dividiu com Sandra de Sá a faixa
Judia de mim, parceria com Wilson Moreira.
Ganhou sete Discos de Ouro e dois de Platina. Suas constantes apresentações no Metropolitan, uma das maiores casas de shows da América Latina, somaram um público superior a um milhão de espectadores só no período 1999/2000.
No ano 2000, lançou o disco
Água da minha sede pela gravadora Universal, que vendeu 600 mil cópias e no qual interpretou
Alto lá, composta em parceria com Sombrinha e Arlindo Cruz, tema da novela
O Clone, da Rede Globo. Incluiu ainda a faixa-título
Água da minha sede (Dudu Nobre e Roque Ferreira),
Maneco telecoteco (Marques e Roberto Lopes),
Delegado Chico Palha (Tio Hélio e Nilton Capolino),
A ponte (
Elton Medeiros e
Paulo César Pinheiro),
Perfeita harmonia (
Almir Guineto, Bidubi e Bandeira Brasil),
Nunca vi você tão triste (
Monarco e Alcino Corrêa),
Preservação das raízes (Barberinho do Jacarezinho e Luiz Grande),
Pagode fino trato (Carlos Roberto da Mangueira) e
Jura, de autoria de
Sinhô (José Barbosa da Silva), cuja música foi incluída na novela
O Cravo e a Rosa, da Rede Globo.
No ano 2001, ao lado de vários artistas participou, na casa de show Tom Brasil, em São Paulo, de uma homenagem a
João Nogueira. No show interpretou as composições
Do jeito que o rei mandou e
Sonho de bamba, sendo o disco lançado logo após pela gravadora Jam Music. Ainda em 2001, idealizou e possibilitou junto à gravadora Universal o disco
Quintal do Pagodinho, produzido por Rildo Hora.
Em 2002, ao lado de outros artistas, participou do disco Os melhores do ano III, CD no qual interpretou com Dudu Nobre a música Faixa amarela (Zeca Pagodinho, Jessé Pai, Luiz Carlos e Beto Gago). Ainda em 2002, com produção de Rildo Hora, lançou o CD Deixa a vida me levar. No disco contou com a participação da Velha-Guarda da Portela em duas faixas, incluiu de sua autoria Chove, é o céu que chora, parceria com Mauro Diniz, Riquezas do Brasil (Candeia e Valdir 59), Meu modo de ser (Zé Roberto), Calangueei (Almir Guineto), Amor não me maltrate (Monarco), Nega Judite (Leandro Dimenor) e a faixa-título Deixa a vida me levar, de autoria de Serginho Meriti e Eri do Cais, que seria ainda mais veiculada depois que os jogadores brasileiros a elegeram a música preferida nos encontros informais da seleção na Copa do Mundo de futebol de 2002.
Em 2003, participou do CD Duetos, de Neguinho da Beija-Flor, disco no qual interpretou, com o anfitrião, Fé e raiz. Recebeu o prêmio de "Melhor Cantor de Disco de Samba" pelo CD Deixa a vida me levar, no Prêmio Tim de Música, no Teatro Municipal do Rio. Lançou o CD e DVD Zeca Pagodinho Acústico MTV, com arranjos de Rildo Hora e Paulão Sete Cordas e ainda a participação dos músicos Mauro Diniz, Henrique Cazes e Jorge Gomes. No CD foram incluídos alguns de seus maiores sucessos que chegou à marca de 530 mil cópias vendidas e o DVD vendeu 230 mil cópias.
Ganhou o Prêmio Tim 2004 na categoria "Melhor Cantor de Samba". Neste mesmo ano foi um dos convidados de Beth Carvalho no DVD Beth Carvalho - a madrinha do samba, no qual interpretou em dueto com a anfitriã as faixas Camarão que dorme a onda leva (c/ Arlindo Cruz e Beto Sem Braço) e Ainda é tempo de ser feliz, de autoria de Arlindo Cruz, Sombra e Sombrinha.
No ano de 2005 lançou o CD
À vera, no qual interpretou de sua autoria
Quem é ela (c/ Dudu Nobre),
Cavaco e sapato (c/
Nei Lopes) e
Zeca, cadê você? (c/ Jorge Aragão), faixa na qual contou com as participações especiais de Marcelo D2, Seu Jorge e Baixinho (caseiro de Zeca Pagodinho).
No ano de 2006 gravou o CD e DVD Acústico MTV Zeca Pagodinho II - Gafieira, no qual recriar o clima dos bailes de gafieira das noites carioca dos anos 40 e 50. Acompanhado de uma orquestra com 39 músicos, aliada à banda do cantor, sob as batutas dos maestros Rildo Hora, Leonardo Bruno, Jota Moraes, Lincoln Olivetti, Vitor Santos, Cristóvão Bastos, Julinho Teixeira e Paulão 7 Cordas.
No ano de 2007, junto a Rildo Hora e Max Pierre, fundou o selo "Zecapagodiscos", selo de samba ligado à gravadora Universal, gravando neste mesmo ano um DVD com 22 faixas nas quais contou com 44 artista em duplas inusitadas interpretando clássicos e sucessos nacionais.
Em 2008 lançou seu 19º disco Uma prova de amor produzido por Rildo Hora. No CD interpretou Eta povo pra lutar (Brasil, Badá, Magaça e Bernine), Pra ninguém mais chorar (Fred Camacho, Dudu Nobre e Almir Guineto), Não há mais jeito (Monarco e Mauro Diniz), Sincopado ensaboado (Marcos Diniz, Barbeirinho do Jacarezinho e Luiz Grande), Falsas juras (Candeia e Casquinha), Pecadora (Jair do Cavaquinho e Joãozinho da Pecadora), Manhã brasileira (Manacéa) com particpação especial da Velha-Guarda da Portela, Esta melodia (Babu da Portela e Jamelão), Sambou... Sambou (João Donato e Jorge Mello) com particpação ao piano de João Donato, Ogum com particpação especial de Jorge Ben Jor declamando Oração a São Jorge, Se eu pedir pra cantar (Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz), Sempre atrapalhado (Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho), Sujeito pacato (Serginho Meriti e Claudinho Guimarães), Normas da casa (Zé Roberto), além da faixa-título de Nélson Rufino e Toninho Gerais.
Em 2010 finalizou, com produção de Rildo Hora, o disco
Vida da minha vida, no qual contou com a participação especial de
Nelson Sargento. O show de lançamento do disco ocorreu no Citibank Hall, no Rio de Janeiro, com direção artística do pesquisador Sérgio Cabral e direção musical de Paulão 7 Cordas.
Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha; Dicionário Cravo Albin da MPB.