Revista Fon Fon (11/3/1944) |
De espírito boêmio seguiu a carreira artística contrariando a família. Embora ficasse noiva várias vezes nunca se casou. Foi muito ligada à colônia britânica paulista e costumava cantar em casamentos. Foi chamada pelos fãs de a "Jeanette Mac Donald brasileira".
Iniciou a carreira artística na década de 1920 e fez sua primeira apresentação pública no Teatro Municipal de São Paulo com a Sociedade Dramática de Ópera de São Paulo em 1924. No mesmo ano, foi convidada para cantar na inauguração da Rádio Cruzeiro do Sul, em São Paulo.
Em 1927, ingressou na Rádio Educadora Paulista utilizando seu nome verdadeiro. Nesse ano, apresentou-se em show no Salão Germânia sendo bastante aplaudida. Na ocasião, assim reportou o jornal O Estado de São Paulo: "Com a sua bela e generosa voz, a srta. Dorothy Ennor encantou todo o distinto e numeroso auditório, conquistando-lhe palmas sobre palmas, sempre calorosas e tão insistentes, que teve de voltar ao palco para interpretar números fora do programa, aumentando, assim, os motivos de agrado que lhe tem valido a mais decidida simpatia do nosso meio artístico."
Já o jornal Diário da Noite assim se referiu sobre sua apresentação: "Que linda voz! Cantando, vai colorindo as notas, dando-lhes relevo, irradiando-as com a sua fantasia, iluminando-as com a sua espiritualidade. A sala toda escutou, vibrou, emocionou-se ao ouvi-la a cantar "A fonte e a flor", de Feliz Otero, e "Eu tenho adoração por meus olhos", de Marcelo Tupinanmbá."
Em 1929, passou a atuar em companhias de operetas em teatros paulistas e cantou em concertos. Em 1930, gravou seu único disco, pela Victor, com acompanhamento da Orquestra Victor Paulista de Salão, interpretando as canções Oh! Ma Rose Marie e Chant indien, ambas de Frimi, Ferreol e Saint Granier. Nesse disco seu nome aparece no selo como Dorothy Ennor. Na década de 1930, alternou sua atuação artística entre o Rio de Janeiro e São Paulo.
Em 1935, foi para o Rio de Janeiro e estreou na Rádio Transmissora na qual atuaria até fins de julho de 1936. Nesse ano, foi convidada para a inauguração da Rádio Nacional no Rio de Janeiro, cantando ao lado de nomes como Bidu Sayão, Silvinha Mello, Roxane, Sônia Carvalho, Araci de Almeida, Marília Batista, Francisco Alves, Nuno Roland e outros.
Em novembro do mesmo ano foi dirigida pelo maestro Gaó juntamente com as cantoras Silvinha Mello e Roxane. Na ocasião o trio interpretou, entre outras, a canção Meu limão, meu limoeiro, tema do folclore brasileiro. Em fins de 1936, retornou para São Paulo juntamente com a cantora Silvinha Mello com quem foi atuar na Rádio Educadora Paulista.
Em janeiro de 1937, atuou na Rádio Educadora Paulista, junto com Elisa Coelho, Nair Duarte Nunes, Roxane, Gaó, e Gilda Farnesi. Nesse período, assim falou sobre ela a revista Carioca: "Dolly Ennor, que é um dos elementos mais prestigiosos do "cast" da Rádio Nacional, encontra-se presente em período de férias, voltando aos programas daquela estação depois do carnaval".
De volta ao Rio de Janeiro atuou na Rádio Clube e na Rádio Cruzeiro do Sul. No mesmo ano, voltou a São Paulo para atuar na Rádio Cruzeiro do Sul paulista.
No final de 1937, embarcou para Pernambuco onde atuou na Rádio Clube de Pernambuco. Em 1938, depois de três meses em Pernambuco retornou à São Paulo e voltou a cantar na Rádio Cruzeiro do Sul.
No mesmo ano, juntamente com Gastão Formenti, Lauro Borges, Dilermando Reis e Rogério Guimarães voltou ao Rio de Janeiro para fazer parte do programa "Variedades Esso", apresentado por Renato Murce, um programa patrocinado pela Standard Oil Company of Brazil na Rádio Sociedade Nacional do Rio de Janeiro e na Rádio Tupi de São Paulo.
Em 1939, permaneceu atuando no programa "Variedades Esso" na Rádio Nacional. Em 1940, retornou definitivamente à São Paulo onde ainda permaneceria durante vários anos atuando na Rádio Difusora paulista.
Atuou até o começo da década de 1950, quando chegou a se apresentar na televisão sendo entrevistada por Hebe Camargo.
Discografia
1930 - Oh! Ma Rose Marie/Chant indien - Victor - 78
___________________________________________________________
Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista Fon Fon, de 1944..
Nenhum comentário:
Postar um comentário