sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Tormento

Francisco Alves
Tormento (canção, 1931) - Francisco Alves e Luiz Iglésias

Disco 78 rpm / Título da música: Tormento / Francisco Alves (Compositor) / Luiz Iglésias (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Luperce (Acomp.) / Tute (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Gravação: 03/08/1931 / Lançamento: 1931 / Nº do Álbum: 10825-b / Nº da Matriz: 4265 / Gênero: Canção / Coleções de origem: IMS, Nirez


Mulher
O teu amor maltrata tanto
Que às vezes
Quando a rir doido me ponho
O riso se transforma como um sonho
Em lágrimas sem fim
De um longo pranto


Por isso
Quantas vezes nas noitadas
Escondo sob a face
O riso e a graça
Pois temo que o meu riso se desfaça
Em lágrimas febris e angustiadas

Mas este amor penoso e torturado
Com cheiro de tristezas, prantos e ais
Me faz cada vez mais apaixonado
De ter que a mulher cada vez mais

Me sinto numa orgia turbulenta
A luz do cabaré e a alma ferida
Pois tenho nos meus olhos refletida
A imagem da mulher que me atormenta

Se busco na champagne embriagado
O bálsamo sutil
Do esquecimento
Na taça vejo sempre
Que tormento
Aquele rosto em forma retratado

Mulata fuzarqueira

Sentimento e melancolia é frequente na obra musical de Noel Rosa (foto). Ele sofre muito com desilusões amorosas e isso vai se fixando em seus sambas. Aqui retrata uma mulher que cozinheira "cuida das gordura" e depois costureira "cuida das costura", em suma traz consigo um lacrimário de dor. O coração dessa mulher revive uma tristeza e o amor a fez sofrer, como se ela tivesse sido envolvida em um sonho ilusório, que a deixou sozinha e desamparada no mundo.

Mulata fuzarqueira (samba, 1931) - Noel Rosa - Intérprete: Noel Rosa acompanhado pelo Bando de Tangarás

Disco 78 rpm / Título da música: Mulata fuzarqueira / Noel Rosa, 1910-1937 (Compositor) / Noel Rosa, 1910-1937 (Intérprete) / Bando de Tangarás (Acomp.) / Gravadora: Parlophon / Gravação: 18/08/1931 / Lançamento: 1931 / Nº do Álbum: 13327-b / Nº da Matriz: 131185 / Gênero musical: Samba / Coleções de origem: Robespierre Martins Teixeira, Humberto Franceschi


Mulata fuzarqueira, artigo raro
Que samba de dar rasteira
E passa as noite inteira em claro

Não quer mais saber de preparar as gordura
Nem usar mais das costura
O bom exemplo já te dei

Mudei a minha conduta
Mas agora me aprumei

Mulata fuzarqueira da gamboa
Só anda com tipo à toa
Embarca em qualquer canoa

Mulata, vou contar as minhas mágoa
Meu amor não tem R
Mas é amor debaixo d'água
Não gosto de te ver sempre a fazer certos papel
A se passar pros coronel
Nasceste com uma boa sina
Se hoje andas bem no luxo
É passando a beiçolina

Mulata, tu tem que te preparar
Pra receber o azar
Que algum dia há de chegar
Aceita o meu braço e vem entrar nas comida
Pra começar outra vida
Comigo tu podes viver bem
Pois aonde um passa fome
Dois podem passar também



Fonte: Discografia Brasileira - IMS.

Deusa

Francisco Alves
Deusa (canção-modinha, 1931) - Freire Júnior

Disco 78 rpm / Título da música: Deusa / Autoria: Freire Junior (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra Copacabana (Acompanhante) / Gravadora: Odeon / Gravação: 12/06/1931 / Nº do Álbum: 10815 / Nº da Matriz: 4250 / Gênero musical: Modinha / Coleções de origem: IMS, Nirez


Deusa
Visão no céu que me domina
Luz de uma estrela que ilumina
Um coração pobre de amor
Teu trovador
Chorando as mágoas ao luar
Vem aos teus pés para implorar
As tuas graças divinais
Consolação e nada mais


Deusa
Anjo do céu, meu protetor
Nas alegrias e na dor
Sagrado ser a quem venero
Nada mais quero
Se não puder esquecer
Alguém que não mais quero ver
Visão fatal, que foi meu ideal

Deusa
Inspiração celestial
Sincera musa divinal
A quem confio meu segredo
Eu tenho medo
De não poder me dominar
Alguém no mundo ainda amar
Para evitar tal traição
Deixo contigo o coração

Deusa
Eu tenho em ti a minha esperança
Tu és a paz, és a bonança
A minha Santa Padroeira
Dá-me a cegueira
Não quero ver a mais ninguém
Nas trevas só me sinto bem
Na escuridão
Viver sem coração

Mas ó mulher
Pensas talvez que me enganavas
Quando a sorrir tu me beijavas
Dizendo, só me pertencer
A mim somente até morrer
Todas iguais
Tu és mulher, e nada mais
Não amarei no mundo, a mais ninguém
A ti somente eu quero bem



Fonte: Discografia Brasileira - IMS

Cor de prata

Braguinha
Cor de prata (samba/carnaval, 1931) - Lamartine Babo

Disco 78 rpm / Título da música: Cor de prata / Lamartine Babo, 1904-1963 (Compositor) / Braguinha (Intérprete) / Orquestra Guanabara (Acomp.) / Imprenta [S.l.]: Parlophon / Nº do Álbum: 13272-a / Nº da Matriz: 131073 / Lançamento: Jan/1931 / Gênero musical: Samba / Coleções: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi


A lua vem saindo
Cor de prata
Cor de prata
Cor de prata
Que saudades da mulata


Minha mulata
Foi-se embora da cidade

Vejam só que crueldade
Foi com outro e me deixou
Abandonado
Pela estrada do passado
Vou perdendo a mocidade
Na saudade que ficou

Eu fui pra roça
Construir minha palhoça
Lá no alto da montanha
Perto de Nosso Senhor
E quando a lua
Lá na mata me acompanha
Sinto o cheiro da mulata
Na montanha tudo é flor

Batucada

Eduardo Souto
Batucada (marcha/carnaval, 1931) - João de Barro e Eduardo Souto

Disco 78 rpm / Título da música: Batucada / João de Barro, 1907-2006 (Compositor) / Eduardo Souto (Compositor) / Almirante, 1908-1980 (Intérprete) / Bando de Tangarás, 1929-1931 (Intérprete) / Gravadora: Parlophon / Nº do Álbum: 13256-a / Nº da Matriz: 3730 / Gravação: 02/08/1930 / Lançamento: Jan/1931 / Gênero musical: Marcha / Coleções: Robespierre Martins Teixeira, Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi


Ô, ô
Nós semo é memo do amô (x2)

Mulatinha frajola
Entra aqui no cordão (cordão)
Que a fuzarca consola
As mágoa que a gente
Traz no coração

(refrão)

Mulata, benzinho
Vem pra mim de uma vez
Dou-te amor e carinho
Dinheiro não tenho
Não sou português

(refrão)

Vou comprá uma redoma
Nela eu vou te guardá (guardá)
Que os malandros te oiando
Meu bem, são capaz
De te profaná

(refrão)

Vem, meu bem, pro Salgueiro
Leblon não vale nada
Pois nos bairros de lá
Mulata, meu anjo
Não tem batucada

(refrão)



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Batente

Batente (samba/carnaval, 1931) - Almirante

Disco 78 rpm / Título da música: Batente / Almirante, 1908-1980 (Compositor) / Almirante, 1908-1980 (Intérprete) / Bando de Tangarás, 1929-1931 (Intérprete) / Gravadora: Parlophon / Nº do Álbum: 13242-b / Nº da Matriz: 4006 / Lançamento: Nov/1930 / Gênero musical: Samba / Coleções: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi


Queria te ver no batente
Sambando com a gente
Do Morro do Salgueiro
Queria te ver sem orgulho
Fazendo barulho
Batendo pandeiro (x2)


Sobe lá no morro
Para ver o que é orgia
Ver a bateria
Ver o tamborim
Ver o cavaquinho
Que só faz é din-din-din
Ver o violão
Como faz bem a marcação

(refrão)

Samba só é samba
Com batuque verdadeiro
Quando tem pandeiro
Marcando a cadência
Quando o centro é feito
Por chocalho e por barrica
Veja como fica
Acompanhado pela cuíca

(refrão)



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Apanhando papel

Francisco Alves
Apanhando papel (samba, 1931) - Getúlio Marinho e Ubiratan Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Apanhando papel / Getúlio Marinho "Amor" (Compositor) / Ubiratan da Silva (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Bambas do Estácio (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10767-a / Nº da Matriz: 4124-1 / Gravação: 30/01/1931 / Lançamento: Mar/1931 / Gênero musical: Samba / Coleções: IMS, Nirez


Nem queiras saber
Como a vida do homem é cruel
Se ele é fraco de ideia

Acaba apanhando papel

Mas eu tenho fé
No meu orixá
Que não há de deixá
A esse ponto chegá

(Nem queiras saber) (x2)

Feliz de quem
Não se passa pra carinho
Não tem o dissabor
De andar pelas ruas
Falando sozinho

Meu santo é forte
É do bom e com ele é assim
Não dará ousadia
De ver ela rir
Ou zombarem de mim

(refrão)

Por isso é que fiz
A Deus uma oração
Pra não ter por mulher
Aquilo que se diz
Amor ou paixão

Desejo gostar
E quero delas todas zombar
Sem meu sacrifício
Pra meu benefício
A vida gozar

(refrão)

Abandonado

Castro Barbosa
Abandonado! (samba, 1931) - Jonjoca (João de Freitas)

Disco 78 rpm / Título da música: Abandonado! / Jonjoca (Compositor) / Almirante, 1908-1980 (Intérprete) / Castro Barbosa (Intérprete) / Jonjoca (Intérprete) / Canhoto (Waldiro Tramontano), 1908-1987 (Acomp.) / Grupo (Acomp.) / Gravadora: Victor / Nº do Álbum: 33481-b / Nº da Matriz: 65253-2 / Gravação: 13/10/1931 / Lançamento: Nov/1931 / Gênero musical: Samba


Abandonado!
Vou vivendo sem você
Para nunca mais sofrê,
Meu bem
Sua amizade
Nunca me deixou saudade
Você pode até morrê

(Abandonado eu vivo)(x2)

Eu por você não vou chorar
Não precisa consolar
Que eu também ia deixar
O amor
Que nos uniu por tanto tempo
E depois
Graças a Deus que acabou
Sem eu sentir que estava

Abandonado!
Vou vivendo sem você
Para nunca mais sofrê,
Meu bem
Sua amizade
Nunca me deixou saudade
Você pode até morrê
(Abandonado eu vivo)(x2)

Eu de você
Já estava cheio
Digo isto sem receio
Porque nunca de mulher
Que nem mesmo
E lastimo em me lembrar
Francamente
Não ter sido isso mais cedo

No bico da chaleira II

Durante 20 anos, de 1895 a 1915, o general José Gomes Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Conservador, senador pelo Rio Grande do Sul, foi o homem forte do Legislativo e a eminência parda de muitos governos. Todos pensavam que um dia ele seria presidente da República, mas nunca chegou lá. Foi assassinado em 1915, por um desequilibrado mental.

Gaúcho, Machado não passava sem seu chimarrão. E bastava a cuia de mate esvaziar para os bajuladores correrem atrás de água quente. Era a "turma do pega na chaleira". Como o senador morava no alto do Cosme Velho, a música fala em "subir esta ladeira". E menciona também “Os Democratas”, uma das mais populares sociedades carnavalescas do Rio na época, que exibia em seu estandarte uma águia de prata.

A polca fez tanto sucesso no carnaval de 1909 que deu motivo para a peça de teatro-revista, de Raul Perderneiras e Ataliba Reis, intitulada Pega na chaleira. E mais: foram compostas duas outras músicas sobre o mesmo tema. A primeira, mais picante e maliciosa, de Eustórgio Wanderley, igualmente chamava-se No bico da chaleira; a segunda, Pega na chaleira, de Eduardo das Neves, fazia crítica genérica aos aduladores (“Neste século de progresso / Nesta terra interesseira / Tem feito grande sucesso / O tal “pega na chaleira”).

No bico da chaleira (polca, 1909) - Eustórgio Wanderley e Juca Storoni - Interpretação: Os Geraldos

Disco 76 rpm / Título da música: No bico da chaleira / Eustórgio Vanderley (Compositor) / Juca Storoni (Compositor) / Os Geraldos (Intérprete) / Piano (Acomp.) / Gravadora: Odeon Record / Nº do Álbum: 108341 / Nº da matriz: xR-903 / Data de Lançamento: 1908 / Gênero musical: Cançoneta / Coleção de Origem: IMS, Nirez


Menina eu quero só por brincadeira
Pegar no bico da sua chaleira
Ela está quente e se você segura
Fica com uma grande queimadura.

É moda agora e eu justifico
(Com que eu implico)
Pegar no bico de uma chaleira
Muita senhora nos engrossando
Leva pegando a vida inteira.

Se você vai apertar-me no bico
Não imagina como eu logo fico
Não, eu seguro assim desta maneira
Lá no biquinho da sua chaleira.

Agora é moda / Com o que eu implico
Pegar no bico / De uma chaleira
Moço da roda / É gente fina
Tem esta sina / A vida inteira.

Ai, se eu consigo pegar de bom jeito
Você vai ver como eu pego direito
Sem ser no bico / Quer pegar na asa?
Talvez consinta, passa lá em casa.

Vamos depressa tomar um chazinho
Enquanto esquenta mais que um tempinho
Ela também está como eu fico
Quando um chazinho toma-se no bico.



Fonte: Franklin Martins - Site Oficial - Conexão Política

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Eustórgio Wanderley

Eustórgio Wanderley nasceu no dia 5 de setembro de 1882, na cidade do Recife, PE, onde estudou e morou durante quase toda sua vida. Adulto, dedicou-se ao jornalismo, atuando no Diário da Manhã e no Jornal do Recife.

Dando vazão aos seus pendores musicais, foi parceiro de Nelson Ferreira em diversas valsas e canções, sendo um dos primeiros pernambucanos a participar, pelo selo da RCA – Victor, da discografia brasileira, através de suas cançonetas que fizeram muito sucesso, como A pianista, O almofadinha e A melindrosa.

Durante o tempo que morou no Rio escreveu no Correio da Manhã, em A Noite Ilustrada, no Jornal do Brasil e em O Malho.

Em 1909 compôs a versão mais e picante e maliciosa da polca No bico da chaleira (a primeira versão foi escrita por Juca Storoni também no mesmo ano), gravada na Casa Edison pelos Os Geraldos.

Poeta, teatrólogo, foi membro da Academia Pernambucana de Letras e do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco.

Quando residia no Recife, publicou em dois volumes, Tipos Populares do Recife Antigo (1953/54).

Faleceu no dia 31 de maio de 1962, no Rio de Janeiro.

Fonte: Dicionário de Folcloristas Brasileiros.

Faz-me rir

Edith Veiga

Faz-me rir (Me dá riza) (bolero, 1961) - F. Yoni e E. Arias

Como podes pensar que te quero?
Como podes sonhar com o meu amor?
Se uma vez eu te dei meu carinho
E a tua ilusão, encheu-me de dor
Não é dizer que eu sou vaidosa
Mas, estou orgulhosa de ser.
A mulher que outros homens pretendem
E a ti não quero voltar a querer

Faz-me rir o que andas dizendo
Que te adoro, que morro por ti
Não te enganes dizendo mentiras
Não te enganes, não te faças rir

Até parece impossível que um dia
Foste o homem sonhado por mim
Esta cínica farsa de agora
Faz-me rir, ai...faz-me rir...

terça-feira, fevereiro 26, 2008

Dança chinesa

Dança Chinesa (marcha, 1953) - Haroldo Lobo e Nestor de Holanda - Interpretação: Olivinha Carvalho

Disco Copacabana / Título da música: Dança chinesa / Autoria: Nestor de Holanda (Compositor) / Haroldo Lobo (Compositor) / Olivinha Carvalho (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Coro (Acompanhante) / Nº Álbum: 5016 / Lançamento: Janeiro/1953 / Lado A / Gênero musical: Marcha (Mídia ainda não localizada).

A dança que o china dança,
É gozada de se dançar,
Ele dá um pulinho,
Prá lá e pra cá,
E não sai do lugar.

A dança que o china dança,
É gozada de se dançar,
Ele dá um pulinho,
Prá lá e pra cá,
E não sai do lugar.

Oi, vale tudo lá em Pequim,
Dança chinesa com chinesa,
E chim com chim,
É chim prá lá, é chim pra cá,
É chim prá lá, é chim pra cá,
E fica nesse lero-lero, até o fim...

sábado, fevereiro 23, 2008

Sarambá

Sarambá (samba, 1930) - J. Thomaz e Duque (Antônio Lopes de Amorim Diniz) - Interpretação: J. Thomaz

Disco 78 rpm / Titulo da música: Sarambá / Duque (Compositor) / J. Thomaz (Compositor) / J. Thomaz (Intérprete) / Orquestra Brunswick e Coro (Acomp.) / Gravadora: Brunswick / Nº do Álbum: Brunswick 10000 / Nº da Matriz: 23 / Lançamento: Dezembro/1929 / Gênero musical: Samba / Coleções: Nirez, José Ramos Tinhorão, Humberto Franceschi



Interpretação do grupo Anjos do Inferno em disco Victor, lançado em 1945:

Disco 78 rpm / Título da música: Sarambá / Duque (Compositor) / J. Thomaz (Compositor) / Anjos do Inferno (Intérprete) / Gravadora: Victor / Nº do Álbum: 80-0318 / Nº da Matriz: S-078210-1 / Gravação: 27/06/1945 / Lançamento: Setembro/1945 / Gênero musical: Samba


Olha o sarambá
Ô tia
Olha o sarambá
Olha o sarambá
Ò nega
Olha o sarambá

Olha o sarambá
Ô tia
Olha o sarambá


Olha o sarambá
Ô nega
Olha o sarambá

Mon samba se dance toujours encadence
Petit pas par-ci, petit pas par-la
Il faute de l'aisance, beaucoup d'elegance
Le corps se balance, dançant le samba
Ô tia

Olha o sarambá
Ô tia
Olha o sarambá
Olha o sarambá
Ô nega
Olha o sarambá



Fonte: Discografia Brasileira - IMS.

Seu Julinho vem

Freire Jr.
A marchinha é quase uma peça de campanha de Júlio Prestes, candidato oficial a presidente da República, mas nem por isso deixa de ser saborosíssima. Fez grande sucesso no carnaval de 1929, e foi cantada numa revista teatral de abril do mesmo ano.

"Seu Toninho" é Antônio Carlos de Andrada, presidente de Minas Gerais (“terra do leite grosso”), que se recusava a aceitar a indicação de “Seu Julinho”, de São Paulo, rompendo com a política do café-com-leite - um mandato no Palácio do Catete para a elite paulista, outro para elite mineira -, que vigorou durante quase toda a República Velha. A referência ao Rio de Janeiro explica-se: o Rio era a capital do país, a sede do poder.

Seu Julinho vem (marcha, 1930) - Freire Júnior - Intérprete: Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título da música: Seu Julinho vem / Freire Junior (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra Pan American (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum 10373 / Nº da Matriz: 2556 / Lançamento: Maio/1929 / Gênero musical: Marcha / Coleções: IMS, Nirez


Ó Seu Toninho
Da terra do leite grosso
Bota cerca no caminho
Que o paulista é um colosso
Puxa a garrucha
Finca o pé firme na estrada
Se começa o puxa-puxa
Faz do seu leite coalhada

Seu Julinho vem, Seu Julinho vem
Se o mineiro lá de cima descuidar
Seu Julinho vem, Seu Julinho vem
Vem, mas custa, muita gente há de chorar

Ó Seu Julinho, tua terra é do café
Fique lá sossegadinho
Creia em Deus e tenha fé
Pois o mineiro
Não conhece a malandragem
Cá no Rio de Janeiro
Ele não leva vantagem



Fontes: Franklin Martins - Site Oficial - Conexão Política; Discografia Brasileira - Instituto Moreira Salles.

Samba no Rocha

Sílvio Caldas
Samba no Rocha (samba, 1930) - Teobaldo Marques da Gama - Intérprete: Sílvio Caldas e Arthur Costa

Disco 78 rpm / Título da música: Samba no Rocha / Teobaldo Marques da Gama (Compositor) / Sílvio Caldas (Intérprete) / Arthur Costa (Intérprete) Gravadora: Victor / Nº do Álbum: 33279 / Nº da Matriz: 50231-2 / Gravação: 10/04/1930 / Lançamento: Maio/1930 / Gênero musical: Batucada


Oi!
Mas que samba que tem no Rocha?
O que tem esse samba?
É
Samba escuro só tem cabrocha
Vou cair nesse samba (x2)


Samba de sanfona
Gaita, violão
Pandeiro de lona
Pratos de pirão (x2)

Samba de arrelia
Só dá gente bamba
Só pancadaria
Faz parte do samba (x2)



Fonte: Discografia Brasileira - IMS

Quebra, quebra gabiroba

Januário de Oliveira
Quebra, quebra gabiroba (marcha/carnaval, 1930) - Plínio Brito - Intérprete: Januário de Oliveira com Jararaca e Paraguassu

Disco 78 rpm / Título da música: Quebra quebra gabiroba / Plínio Brito (Compositor) / Januário de Oliveira (Intérprete) / Jararaca (Intérprete) / Paraguassu (Intérprete) / Zezinho e Grany, Petit, Jonas, Gaó (Acomp.) / Gravadora: Columbia / Nº do Álbum: 5183-b / Nº da Matriz: 380608-2 / Lançamento: Março/1930 / Gênero musical: Marcha / Coleções: Humberto Franceschi


Ó quebra, quebra gabiroba
Eu quero ver quebrar
Ó quebra, quebra gabiroba


Eu quero ver quebrar
Ó quebra, quebra gabiroba
Eu quero só te amar
Ó quebra, quebra gabiroba


Eu quero só brincar
Ó quebra aqui e quebra lá
Eu quero ver quebrar

É no Rio de Janeiro
Que é a terra do amor
Só se vive sem dinheiro
Mas se goza com calor

É no Rio de Janeiro
Que é a terra do amor
Só se vive sem dinheiro
Mas se goza com calor

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Iaiá, Ioiô

A pequena notável
Iaiá, Ioiô (marcha/carnaval, 1930) - Josué de Barros - Intérprete: Carmen Miranda

Disco 78 rpm / Título: Iaiá, Ioiô / Josué de Barros, 1888-1959 (Compositor) / Carmen Miranda, 1909-1955 (Intérprete) / Coro (Acomp.) / Orquestra Victor (Acomp.) / Gravadora: Victor / Nº do Álbum: 33259 / Nº da Matriz: 50166-2 / Gravação: 23/01/1930 / Lançamento: Fevereiro/1930 / Gênero: Marcha carnavalesca


Ioiô, Iaiá
Me dá licença pra brincá no carnavá
Iaiá, Ioiô
Você não vai mas dexa eu ir
Eu vô


Nunca vi festa tão boa (Iaiá, Ioiô)
Carnavá é memo tudo (Iaiá, Ioiô)
São três dias de alegria (Iaiá, Ioiô)
Isso faz ficá maluco (Iaiá, Ioiô)

Ioiô, Iaiá
Me dá licença pra brincá no carnavá
Iaiá, Ioiô
Você não vai mas dexa eu ir
Eu vô

Você diz que vai s'imbora (Iaiá, Ioiô)
Não me importa, não faz mal (Iaiá, Ioiô)
Eu só quero que tu voltes (Iaiá, Ioiô)
Só depois do carnavá (Iaiá, Ioiô)

Ioiô, Iaiá
Me dá licença pra brincá no carnavá
Iaiá, Ioiô
Você não vai mas dexa eu ir
Eu vô

Você diz que me despeja (Iaiá, Ioiô)
Eu só to querendo ver (Iaiá, Ioiô)
Depois não pegue a chorá (Iaiá, Ioiô)
Quando tu te arrependê (Iaiá, Ioiô)

Ioiô, Iaiá
Me dá licença pra brincá no carnavá
Iaiá, Ioiô
Você não vai mas dexa eu ir
Eu vô

Quando nóis dois se encontrô (Iaiá, Ioiô)
Nóis pegamo a se gostá (Iaiá, Ioiô)
Tu me disse umas coisinha (Iaiá, Ioiô)
Eu nem quero me alembrá (Iaiá, Ioiô)



Fonte: Discografia Brasileira - IMS.

Guriatã de coqueiro

Ratinho
Guriatã de coqueiro (cantiga, 1930) - Ratinho (Severino Rangel de Carvalho) - Intérprete: Ratinho

Disco 78 rpm / Título da música: Guriatã de coqueiro / Ratinho, 1896-1972 (Compositor) / Ratinho, 1896-1972 (Intérprete) / Batutas do Norte (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10656 / Nº da Matriz: 3671 / Lançamento: Agosto/1930 / Gênero musical: Cantiga / Coleções: IMS, Nirez


Guriatã de coqueiro
Fugiu da sua gaiola

Guriatã de coqueiro
Bateu asa e foi-se embora (x2)

Eu não sei porque motivo
Guriatã foi-se embora


Foi-se embora e me deixou
Também a minha viola
Companheira inseparável
Que minhas mágoa consola

Guriatã de coqueiro
Fugiu da sua gaiola

Guriatã de coqueiro
Bateu asa e foi-se embora (x2)

De manhã muito cedinho
Logo que me levantava
Ia no pé de coqueiro
Falar com guriatã
E pedir pra ela cantá
A saudação da manhã

Guriatã de coqueiro
Fugiu da sua gaiola

Guriatã de coqueiro
Bateu asa e foi-se embora (x2)

Vou fazê uma premessa
Ao meu santo protetor
Pra fazê ele vortá
Esse pássaro cantadô
Pra alegria de meu rancho
Que nunca mais se alegrô



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

Eu sou do amor

Marcha carnavalesca de Ary Barroso (foto) que concorreu ao concurso da revista O Cruzeiro, com o nome da noiva - Yvonne Arantes, sob o pseudônimo "Boy", obtendo o 2º lugar. Gravada na Columbia pelo cantor Januário de Oliveira, acompanhado pelo Jazz Band Columbia (Gaó, Jonas, Petit, Zezinho, Sutte, Grany e Jararaca) e lançado em março de 1930.

Eu sou do amor (marcha / carnaval, 1930) - Ary Barroso - Intérprete: Januário de Oliveira

Disco 78 rpm / Título da música: Eu sou do amor / Ary Barroso (Compositor) / Januário de Oliveira (Intérprete) / Jazz Band Columbia [Gaó, Jonas, Petit, Zezinho, Sutte, Grany e Jararaca] (Acomp.) / Gravadora: Columbia / Nº do Álbum: 5188-b / Nº da Matriz: 380619-1 / Lançamento: Março/1930 / Gênero musical: Marcha / Coleções: Nirez, Humberto Franceschi


Meu amor eu vou me embora,
Agora, agora
Não, não quero ouvir mais queixa
Me deixa, me deixa

Eu sou do amor,
Não posso perder ó flor
Eu sou do amor,
Não posso perder ó flor

Vai contar o seu segredo,
Sem medo, sem medo
Não me passo pra feitiço,
Que é isso, que é isso

Eu sou do amor,
Não posso perder ó flor
Eu sou do amor,
Não posso perder ó flor



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

É sopa

A marchinha de Eduardo Souto (foto) recorre ao futebol para descrever as forças que iriam se defrontar na campanha de 1929/1930. De um lado, o combinado A, o time do continuísmo, tendo como capitão “Seu” Julinho Júlio Prestes, presidente da província de São Paulo; do outro, o combinado B, da oposição, capitaneado por “Seu Tonico” (Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, presidente da província de Minas Gerais).

O doutor Macaé, árbitro do jogo, era o próprio presidente da República, Washington Luís (embora paulista, nascera em Macaé, no Estado do Rio). Antônio Carlos briga com o juiz e é posto para fora do jogo. Vai se aliar com os gaúchos, liderados por Getúlio Vargas, e os paraibanos, comandados por João Pessoa, numa chapa dissidente, contra a maioria dos estados, chefiados pelo Catete.

Como os dois lados apregoavam que venceriam com facilidade, a marchinha fez do “É sopa, é sopa, é sopa” seu estribilho. Não se descobriu quem é o “seu Tomé” que aparece ao final da música, aquele que foi para o gol e levou uma bruta lavagem.

É sopa (17 a 3) (marcha, 1930) - Eduardo Souto - Intérprete: Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título da música: É sopa (17 a 3) / Eduardo Souto (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra Pan American (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10484 / Nº da Matriz: 2986 / Gravação: Agosto/1929 / Lançamento: Novembro/1929 / Gênero musical: Marcha humorística / Coleções: IMS, Nirez


“Vai começar o grande jogo para a conquista da taça oferecida pelo Catete Futebol Clube (gritos)
Combinado B: “captain” Seu Tonico (gritos)
Combinado A: “captain” Seu Julinho (gritos)
Juiz: doutor Macaé, muito digno presidente do Catete Futebol Clube

Seu Tonico sem razão.
Ao juiz desatendeu,
E foi tal sua afobação,
Que a cabeça até perdeu.
O juiz, que é da barbada,
Seu Tonico pôs pra fora.
E gritou pra rapaziada:
Toca o bonde, tá na hora!

Pra vencer o combinado brasileiro.
Diz Getulinho: “É sopa, é sopa, é sopa”.
Paraibano com gaúcho e com mineiro.
Diz o Julinho: “É sopa, é sopa, é sopa”.

Foi pro gol o seu Tomé,
Bonde errado e sem coragem.
A torcida não fez fé.
Houve então bruta lavagem.
Pra jogar bem futebol
Só paulista e carioca.
Chova muito ou faça sol,
É no pau da tapioca.

Pra vencer o combinado brasileiro
Diz Getulinho: “É sopa, é sopa, é sopa”.
Paraibano com gaúcho e com mineiro,
Diz o Julinho: “É sopa, é sopa, é sopa.


Fonte: Franklin Martins - Site Oficial - Conexão Política

Dolorosa saudade

Dolorosa saudade (valsa, 1930) - Jararaca e Ratinho - Intérprete: Augusto Calheiros com Turunas da Mauriceia

Disco 78 rpm / Título da música: Dolorosa saudade / Jararaca, 1896-1977 (Compositor) / Ratinho, 1896-1972 (Compositor) / Augusto Calheiros (Intérprete) / Turunas da Mauriceia (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10503 / Nº da Matriz: 2937 / Lançamento: Dezembro/1929 / Gênero musical: Valsa / Coleção: IMS


Dolorosa saudade
Em meu coração
E então, pois bem sei
Que não podia estar
Tão longe de mim


É por tua maldade
Que hoje fico a sofrer
Vem um dia, meu querer
Para consolação viver

Bem sei que em mim não pensas
Mulher sem coração
Mas tem como consolo
Essa separação
Mas um dia virás
Que hás de me querer
E então compreenderás
O que é sofrer

Porque quando souberes
Que em braços de outra
Aquele que te amou
E que por ti sofreu
Procura um consolo
Uma gota de amor
Por não mais suportar a dor

Mesmo assim
Já quase tenho fé e esperança
Se compreenderes o mal que fizeste
E ainda me quiseres de mim ter lembrança
Podes vir
Indulto então deixarei
Esquecendo o passado
Meu perdão darei...



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Moreira Salles.

A cocaína

A cocaína (canção-tango, 1923) - J. B. da Silva "Sinhô" - Interpretação: Anabel Albernaz (Teatro João Caetano RJ - 1994)

Só o vício me traz
Cabisbaixa me faz
Reduz-me a pequenina
Quando não tenho à mão
A forte cocaína.

Quando junto de mim
Ingerida em porção
Sinto só sensação
Alivia-me as dores
Neste meu coração.

Ai, ai és a gota orvalina
Só tu és minha vida
Só tu ó cocaína.

Ai, ai mas que amor purpurina
É o vício arrogante
De tomar cocaína.

Sinto tal comoção
Que não sei explicar
A minha sensação
Louca chego a ficar
Quando a sinto faltar.

Esse sal ruidoso
Que a mim só traz gozo
Somente de olhar
E para esquecer
Eu começo a beber.

Quando estou cabisbaixa
Chorando sentida
Meio entrestecida
É que o vício da vida
Torna a alma perdida.

Louca hás de voltar
Vendo-me estrangular
Para o vício afogar
Neste toque fugaz
Que me há de findar.






Coca

Francisco. Mignone
Coca (valsa, 1930) - Francisco Mignone

Quando Sinhô compôs a canção-tango A cocaína em 1923 (Só o vício me traz / cabisbaixa me faz / reduz-me a pequenina / quando não tenho à mão / a forte cocaína / quando junto de mim / ingerida em porção / sinto só sensação / alivia-me as dores / neste meu coração), e Francisco Mignone a sua valsa Coca em 1930, não estavam exaltando nada proibido, na época e aqui no Brasil.

A droga era vendida em farmácias, como elixir para "os males do espírito", como nos reclames da época. Felizmente foi descoberto o grande estrago que a cocaína causa, que antes era encarada como um "divertido elixir" .

Disco 78 rpm / Título da música: Coca / Francisco Mignone, 1897-1986 (Compositor) / Orquestra Paulistana (Intérprete) / Gravadora: Parlophon / Nº do Álbum: 13209 / Nº da Matriz: 3833 / Lançamento: Setembro/1930 / Gênero musical: Valsa / Coleções: Nirez, Humberto Franceschi


A cocaína (canção-tango, 1923) - Sinhô

Só o vício me traz / Cabisbaixa me faz
Reduz-me a pequenina / Quando não tenho à mão
A forte cocaína.

Quando junto de mim / Ingerida em porção
Sinto só sensação / Alivia-me as dores
Neste meu coração.

Ai, ai és a gota orvalina / Só tu és minha vida
Só tu ó cocaína. / Ai, ai mas que amor purpurina
É o vício arrogante / De tomar cocaína.

Sinto tal comoção / Que não sei explicar
A minha sensação / Louca chego a ficar
Quando a sinto faltar.

Esse sal ruidoso / Que a mim só traz gozo
Somente de olhar / E para esquecer
Eu começo a beber.

Quando estou cabisbaixa / Chorando sentida
Meio entristecida / É que o vício da vida
Torna a alma perdida.

Louca hás de voltar / Vendo-me estrangular
Para o vício afogar / Neste toque fugaz
Que me há de findar.




Cena do Espetáculo: "Teatro Musical Brasileiro 1915-1945 de Luiz Antonio Martinez Corrêa Participação de Anabel Albernaz e Andréa Dantas Teatro João Caetano RJ - 1994


Fontes: Sinhô, o rei do Samba; Letras que falam de drogas - Samba & Choro.

Canção dos infelizes

Zaíra Cavalcanti

Canção dos infelizes - (canção, 1930) - Donga, Luiz Peixoto e Marques Porto - Interpretação: Zaíra Cavalcanti

Disco 78 rpm / Título: Canção dos infelizes / Donga, 1890-1974 (Compositor) / Luiz Peixoto (Compositor) / Marques Porto (Compositor) / Zaíra Cavalcanti (Intérprete) / Orquestra Pan American (Acomp.) / Simon Bountman (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10611 / Nº da Matriz: 3547-1 / Lançamento: Junho/1930 / Gênero musical: Canção / Coleções: IMS, Nirez



São as mulheres raízes
Com frontes muito elevadas
Umas são sempre felizes
Outras as mais desgraçadas

Há as que amam na vida
E as que só vivem amadas
Sofrem as mais esquecidas
Gozam as sempre lembradas

Eu que quis alguém que não me quis bem
Agora também não quero a ninguém
Dei meu amor, deixaram perder
Eu morro de dor, mas hei de esquecer

No coração das mulheres
Quando um amor se agasalha
Ou dá milhões de prazeres
Ou corta mais que navalha

Uma infeliz quando ama
Não há amor igual ao dela
Anda mais baixa que a lama
Ou sobe mais que uma estrela

Eu quis alguém
Que não me quis bem
Agora também não quero ninguém
Se meu amor, deixaram perder
Eu morro de dor, mas hei de esquecer



Fonte: Discografia Brasileira - Instituto Moreira Salles.

Adda


Adda (valsa, 1930) - Mário Ramos e Salvador Morais - Intérprete: Augusto Calheiros

Valsa de Mário Ramos e Salvador José de Moraes, interpretada por Augusto Calheiros no Teatro Lírico em 1927. Em disco, porém, só apareceu em 1929, em gravação instrumental da Orquestra Rádio-Central. Em janeiro de 1930, saiu a primeira gravação cantada, na voz de Francisco Alves. Calheiros só a gravou em 25 de fevereiro de 1955, na Odeon, e o 78 rpm, com o n.o 13968-A, matriz 10452, saiu em janeiro de 56, coincidindo com a morte do cantor.

Disco 78 rpm / Título da música: Adda / Mário Ramos (Compositor) / Salvador Moraes (Compositor) / Augusto Calheiros (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 13968-a / Nº da Matriz: RIO-10452 / Gravação: 25/02/1955 / Lançamento: Janeiro/1956 / Gênero musical: Valsa / Coleção: Nirez



Interpretação de Francisco Alves em 1930:

Disco 78 rpm / Título da música: Adda / Mário Ramos (Compositor) / Salvador Moraes (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra Rio Artists (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10556 / Nº da Matriz: 3159 / Lançamento: Janeiro/1930 / Gênero musical: Valsa / Coleção: Nirez D


Adda, meu doce amor
Adda, meu terno afeto
Tu tens a fragrância, o esplendor
O perfume da flor

Do meu sonho dileto

Adda, meu ideal
Ó minha inspiração
Tu és o meu casto fanal
Que palpita afinal
Sempre em meu coração


Quando vi teu perfil
Quando vi teu olhar
Eu te achei tão gentil
Linda, casta, infantil,
Como a luz do luar.

Desde logo eu te amei
Desde logo eu te quis
Foi o que eu adorei
desde que acho e que sei
Que quem ama, é feliz

Ó Adda, meu coração tu tens risonho
Pois só penso em ti
Desde o dia em que te vi
Resplender o teu ser
E sorrir ao meu sonho

Ó Adda, como é sereno o teu olhar
É o santo elixir
Do meu doce porvir
Meiga luz, que me pus à adorar.



Fontes: Samuel Machado Filho - YouTube; Discografia do Brasil - IMS.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Vou à Penha

Mário Reis
Vou à Penha (samba, 1929) - Ary Barroso - Intérprete: Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: Vou à Penha / Ary Barroso (Compositor) / Mário Reis (Intérprete) / Orquestra Pan American (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10298 / Nº da Matriz: 2078-I / Lançamento: Dezembro/1928 / Gênero musical: Samba / Coleções: IMS, Nirez


Eu vou à Penha
Se Deus quiser

Pedir à Santa carinhosa
Para fazer de ti mulher
De um coração, a rainha
Mais poderosa
E orgulhosa


Eu vou pedir, com tanta fé
E todo ardor de um namorado
Eu sei que a Santa quer pureza
E meus olhos vão dizer
O que sinto com certeza

Vou à Penha
Vou pedir, vou implorar
Para a Santa me ajudar

Quando eu voltar
Virei contente
Pra te dizer, mulher formosa
Que meu amor é diferente
Desse amor de que falas
Ser o primeiro e verdadeiro

Quero provar
Que estás errada
E fui à Penha, só pra isso
A minha oração rezada
Vai de certo afastar
De meu peito um tal feitiço

Tutu Marambá

Em 1929 Joubert de Carvalho mostrou para Olegário Mariano as melodias para dois poemas seus, o Cai, cai, balão e Tutu Marambá, gravadas por Gastão Formenti, dando início a uma parceria de 24 composições.

Tutu Marambá (canção, 1929) - Joubert de Carvalho e Olegário Mariano

Disco 78 rpm / Título da música: Tutu Marambá / Joubert de Carvalho (Compositor) / Olegário Mariano, 1889-1958 (Compositor) / Gastão Formenti (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10333 / Nº da Matriz: 2250 / Lançamento: Março/1929 / Gênero musical: Canção / Coleções: IMS, Nirez


Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar...

No seu berço de renda
Com brocardo de oiro
Os olhinhos redondos
De espanto e alegria!
Ele olha a vida
Como quem olha um tesoiro
Meu filho
É o mais lindo dessa freguesia!

O filho da coruja
A boquinha em rosa
A mãozinha suja
Com os dedinhos gordos
Já dá adeus!

Fala uma língua que ninguém compreende
Toda a gente que o vê se surpreende
Tão bonitinho
Benza Deus!

É redondo
Como uma bola
O seu polichinelo
Como um grande riso
É a única cousa que o consola:
Meu filho é o meu melhor sorriso...

De noite clara
Anda lá fora
O luar entra no quarto mais lindo
Com a expressão angélica de beijar
Roça o berço
O menino está dormindo
Então a voz de maldizente
Vai cantando maquinalmente:

Tutu Marambá não venhas mais cá
Que o pai do menino te manda matar...

Sou da fuzarca

Benício Barbosa
Sou da fuzarca (marcha/carnaval, 1929) - Vantuil de Carvalho - Intérprete: Benício Barbosa

Disco 78 rpm / Título da música: Sou da fuzarca / Vantuil de Carvalho (Compositor) / Benício Barbosa (Intérprete) / Orquestra dos Oito Batutas (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum 10294-a / Nº da Matriz: 2057 / Lançamento: Dezembro/1928 / Gênero musical: Marcha carnavalesca / Coleções: IMS, Nirez / Obs.: No rótulo (selo) do disco o nome do autor é impresso como "Wan-Tuyl de Carvalho


Sou da fuzarca (Sou da fuzarca)
Não nego, não (Não nego, não)

É por isso mesmo
Que eu não te dou meu coração

O teu amor não quero
Eu prefiro a nota

Esse negócio de amor
É uma lorota

Se faço assim contigo
É de coração
Porque não posso
Andar assim na prontidão



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Memória Musical Brasileira.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Seu Doutor

Francisco Alves
Seu Doutor (marcha/carnaval, 1929) - Eduardo Souto - Intérprete: Francisco Alves

"A marchinha carnavalesca Seu Doutor foi cantada por Dimas Alonso no teatro de revista Que buraco, seu Luís!, encenada em 1928 no Teatro Carlos Gomes. Era mais uma música investindo contra o então presidente Washington Luís e seu "bom companheiro" Júlio Prestes de Albuquerque, candidato governista à sua sucessão, inclusive fazendo referência à não-implantação do cruzeiro como moeda nacional. O cruzeiro só seria adotado em 1942, durante o Estado Novo.

Em janeiro de 1929, saiu pela Odeon esta gravação de Francisco Alves, disco 10312-b, matriz 2148, com direito até a uma declamação debochada do estribilho, feita pelo próprio Chico. Na mesma sessão, ele fez outro registro de "Seu doutor", matriz 2148-1, lançado com o selo Parlophon sob número 12908-b, no qual um assobio substitui a declamação aqui ouvida".

Disco 78 rpm / Título da música: Seu Doutor / Eduardo Souto (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra Pan American (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Álbum 10312-b / Nº da Matriz: 2148 / Lançamento: Janeiro/1929 / Gênero musical: Marcha / Coleções: IMS, Nirez


O pobre povo brasileiro
Não tem, não tem, não tem dinheiro
O ouro veio do estrangeiro
Mas ninguém vê o tal cruzeiro

Ó seu Doutor! Ó seu Doutor!
Não zangue não, nem dê o cavaco

Ó seu Doutor! Ó seu Doutor!
Viver assim é um buraco

Que sobe lá para o poleiro
Esquece cá do galinheiro
Só pensa num bom companheiro
A fim de ser o seu herdeiro



Fontes: a href="https://www.youtube.com/user/samuel63867">Samuel Machado Filho - YouTube, Discografia Brasileira - IMS; Instituto Memória Musical Brasileira.

Aurora

Zequinha de Abreu
Aurora (valsa, 1929) - Zequinha de Abreu e Salvador Morais - Intérprete: Gastão Formenti

Disco 78 rpm / Título da música: Aurora / Salvador J. de Morais (Compositor) / Zequinha de Abreu (Compositor) / Gastão Formenti (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10497-a / Nº da Matriz: 2972 / Lançamento: Novembro/1929 / Gênero musical: Valsa / Coleções: IMS, Nirez


Quis minha doce esposa,
Que me ama com ardor,
À profundeza das águas jogar !

Estava louco, possesso, esse dia...
A meiga companheira,
Toda a minha alegria,
Primeiro amor de minh'alma,
Alegria primeira,
Eu tentei matar !

Uns olhos de infernal fulgor,
Duma infernal sedução,
Dementaram-me de ardor,
Despertando um novo amor,
Com infernal sedução,
No meu coração
Mas, a tempo ainda,
Minh'alma assassina,
Se encheu de luz tão pura e linda...

A luz dourada e matutina,
Do arrependimento,
E ai ! Vi num momento,
Em minha mulher,
A mais sublime e divina,
Aurora de ouro rosicler !....




Meu amor vou te deixar

Mário Reis
Meu amor vou te deixar (samba, 1929) - Orlando Vieira - Intérprete: Mário Reis

Disco 78 rpm / Título da música: Meu amor vou te deixar / Orlando Vieira (Compositor) / Mário Reis (Intérprete) / Orquestra Pan American (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10309-a / Nº da Matriz: 2208 / Lançamento: Janeiro/1929 / Gênero musical: Samba / Coleções: IMS, Nirez


Eu vou me embora
Meu amor, vou te deixar
Não adianta você chorar
Não adianta você chorar (x2)

O teu orgulho
Foi a tua perdição
Iludir com carinho

O meu pobre coração (X2)

Resignado
Estou cansado de sofrer
Meu benzinho, dá o fora
Que não posso mais viver (x2)

Eu vou me embora
Meu amor, vou te deixar
Não adianta você chorar
Não adianta você chorar

Eu tenho dito
Que não quero o teu amor
Já arrumei a roupa
Só falta o carregador (x2)



Fontes: Discografia Brasileira - IMS; Instituto Memória Musical Brasileira.

Lua nova

Francisco Alves
Os letristas do nosso cancioneiro popular, como quaisquer outros que manipulem a palavra escrita, estão sujeitos a enganos semânticos. Este artigo não tem pretensões professorais e nem de longe pretende ferir susceptibilidades.

É apenas um painel divertido dos tropeços dos nossos poetas da música, cometidos por desinformação ou incultura, alguns perfeitamente releváveis, porém outros capazes de doer nos tímpanos. Friso que essas escorregadelas não depõem em nada contra os nossos compositores.

Muita gente famosa andou soltando disparates por aí. Cito vários: Eça de Queiroz falou em mudez taciturna; Aloísio de Castro em estátua escultural; Ataulfo de Paiva, referindo-se ao avião, chamou-o de viatura alígena; Luiz Delfino comparou as mãos da amada: louras como manteiga; Alberto de Oliveira encontrou águas úmidas; Alberto Faria assim descreveu o lança-perfume: etérea língua de áspide aromal.

Feita a ressalva, vamos em frente. A Lua nova tem sido uma casca de banana para os poetas populares, que sempre a confundem com a lua cheia e se derramam em louvores. A lua nova é justamente a fase em que a lua, por estar entre o sol e a terra, fica com sua face escura, não sendo vista. Luis Iglesias, na canção Lua Nova, que compôs em 1928 com Francisco Alves, mostra que a geografia não foi o seu forte.

Lua Nova (canção, 1929) - Francisco Alves e Luís Iglesias - Intérprete: Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título da música: Lua nova / Francisco Alves (Compositor) / Luiz Iglesias (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Grupo Odeon (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10341-a / Nº da Matriz: 1982 / Gravação: 26/09/1928 / Lançamento: Março/1929 / Gênero musical: Canção / Coleções: IMS, Nirez


Quando surgistes, que encantamento
Na minha alcova, toda taful
Pensei que a lua, nesse momento
Tinha caido do céu azul

Vinhas de branco, teu véu ao vento
Mais parecia sonho ou visão
Quando surgiste, que encantamento
Bateu cá dentro meu coração!

Pela janela transparecia,
A lua branca, a lua nova,
Muito espantada vendo a alegria
Que tranbordava da minha alcova

Foi uma noite, apenas uma
Não mais volvestes ao ninho em flor
O leito branco da cor da espuma
Chora saudoso do nosso amor

Na minha alcova imersa em bruma
Emudecida depois ficou
Foi uma noite, apenas uma
Foi uma noite que já passou

Pela janela eu vejo agora
A lua branca, a lua nova
Muito espantada fitar de fora
Toda tristeza da minha alcova.



Fonte: Livro MPB História de Sua Gente - Capítulo 1 - Esses Destoaram

Hula

Joubert de Carvalho
Hula (valsa, 1929) - Joubert de Carvalho e Olegário Mariano - Intérprete: Gastão Formenti

Disco 78 rpm / Título da música: Hula / Joubert de Carvalho (Compositor) / Olegário Mariano, 1889-1958 (Compositor) / Gastão Formenti (Intérprete) / Gravadora: Parlophon / Nº do Álbum: 12982-a / Nº da Matriz: 2689 / Gravação: Junho/1929 / Lançamento: Julho/1929 / Gênero musical: Valsa / Coleções: Nirez, Humberto Franceschi


Ao teu olhar meu coração se incendeia
Abrindo em luz as candeias do amor
Mas quem sabe se o tempo faz apagar
A maldição da minha dor ...

Hula, Hula
Fala baixinho
E deixa seguir meu caminho
Hula, Hula
Como padeço
Humilhado porque não te esqueço
Tudo na vida eu farei
Para dar-te um dia
Um beijo que nunca te dei ...

O meu perdão
Tu não terás nessa vida
Porque malvada és, fingida demais
O que punge mais fundo
É a recordação de um tempo bom
Que não vem mais ...

Hula, Hula
Tenho desfeito teu sonho
Cá dentro do peito
Hula, Hula
Quanta saudade
Meus olhos parados invade
Como eu seria feliz se esquecer pudesse
O bem que na vida te quis ...



Fonte: Discografia Brasileira - IMS.

É sim senhor

Francisco Alves
"É sim senhor", é um samba contra o presidente Washington Luís Pereira de Souza (1870-1957) e seu candidato Júlio Prestes (1882-1946). Washington era chamado, ironicamente, por seus adversários, de paulista de Macaé, por ser natural dessa cidade fluminense, portanto um paulista falsificado, mesmo tendo feito toda a sua carreira política em São Paulo. O jornal paulistano de oposição deliciar-se-ia com esse samba e de passagem pega no candidato de Washington Luís em muito bons versos, que rivalizam com as poesias líricas do sr. Júlio Prestes...

É sim senhor (samba/carnaval, 1929) - Eduardo Souto - Intérprete: Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título da música: É Sim Senhor / Eduardo Souto (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra Pan American (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10312-a / Nº da Matriz: 2147 / Lançamento: Janeiro/1929 / Gênero musical: Samba / Coleções: IMS, Nirez


Ele é paulista?
É sim senhor
Falsificado?
É sim senhor
Cabra farrista?
É sim senhor
Matriculado?
É sim senhor

Ele é estradeiro?
É sim senhor
Habilitado?
É sim senhor
Mas o cruzeiro?
É sim senhor
Ovo gorado?
É sim senhor

Vem, vem, vem
Pra ganhar vintém
Vem, seu Julinho, vem
Aproveitar também



Fonte: Abel Cardoso Júnior - Francisco Alves: As mil canções do Rei da Voz, p. 138-139.

Me faz carinhos

Francisco Alves
Me faz carinhos (samba, 1928) - Ismael Silva e Francisco Alves - Intérprete: Francisco alves

Disco 78 rpm / Título da música: Me Faz Carinhos / Francisco Alves (Compositor) / Ismael Silva, 1905-1978 (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra Pan American do Cassino Copacabana (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10100-b / Nº da Matriz: 1480 / Lançamento: Janeiro/1928 / Gênero musical: Samba / Coleções: IMS, Nirez


Mulher, tu não me faz carinho
Teu prazer é de me ver aborrecido
Ora vai, mulher, se estás contrariada
Tu não és obrigada a viver comigo

Se eu fosse um homem branco
Ou por outra mulatinho
Talvez eu tivesse sorte
De gozar os teus carinhos


A maré que enche e vaza
Deixa a praia descoberta
Vai-se um amor e vem outro
Nunca vi coisa tão certa

Oh! Meu bem, o teu orgulho
Algum dia há de acabar
Tudo com o tempo passa
A sorte é Deus quem dá

Vou-me embora, vou-me embora
Sumo já disse que vou
Eu aqui não sou querido
Mas na minha terra eu sou




Eu quero é nota

Francisco Alves
Eu quero é nota (samba, 1928) - Artur Faria - Intérprete: Francisco Alves

Disco 78 rpm / Título da música: Eu Quero é Nota / Artur Faria "Arturzinho" (Compositor) / Francisco Alves (Intérprete) / Orquestra Pan American do Cassino Copacabana (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10190-a / Nº da Matriz: 1640 / Gravação: 29/Março/1928 / Lançamento: Junho/1928 / Gênero musical: Samba / Coleções: IMS, Nirez


Eu quero é nota, carinho e conceito
Para viver descansado
Cheio de alegria, meu bem
Com uma cabrocha ao meu lado

Eu queria ter dinheiro
Que fosse em grande porção
Eu comprava um automóvel
E ia morar no Leblon

Eu, como sou operário
E não posso ser barão
Vou morar lá em Mangueira
Num modesto barracão