sábado, março 24, 2018

A fórmula do amor - Kid Abelha


A Fórmula do Amor (1985) - Leoni e Léo Jaime - Intérprete: Kid Abelha

LP Educação Sentimental - Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens / Título da música: A Fórmula Do Amor / Leoni (Compositor) / Léo Jaime (Compositor) / Kid Abelha (Leoni / George Israel / Paula Toller / Bruno Fortunato) (Intérprete) / Gravadora: WEA / Ano: 1985 / Nº Álbum: BR 22.102 / Lado B / Faixa 5 / Gênero musical: Rock.


(C Am F G)
Eu tenho o gesto exato, sei como devo andar

Aprendi nos filmes pra um dia usar

Um certo ar cruel de quem sabe o que quer

Tenho tudo planejado pra te impressionar

Luz de fim de tarde, meu rosto em contra-luz

Não posso compreender, não faz nenhum efeito

A minha aparição será que errei na mão

As coisas são mais fáceis na televisão

Mantenho o passo alguém me vê

Nada acontece, não sei porque

Se eu não perdi nenhum detalhe

Onde foi que eu errei
C                  G        F
Ainda encontro a fórmula do amor
G       C         F    G    F
Ainda encontro a fórmula do amor
G       C         F            G      F
Ainda encontro a fórmula, a fórmula do amor
(C Am F G)
Eu tenho a pose exata pra me fotografar

Aprendi num vídeo pra um dia usar

Um certo ar cruel, de sabe o que quer

Tenho tudo ensaiado pra te conquistar

Eu tenho um bom papo e sei até dançar

Não posso compreender, não faz nenhum efeito

A minha aparição será que errei na mão

As coisas são mais fáceis na televisão

Eu jogo um charme, alguém me vê

Nada acontece, não sei porque

Se eu não perdi nenhum detalhe

Onde foi que eu errei?
C                  G        F
Ainda encontro a fórmula do amor
G       C         F    G    F
Ainda encontro a fórmula do amor
G       C         F            G      F
Ainda encontro a fórmula, a fórmula do amor

Como eu quero - Kid Abelha

Paula Toller
Numa entrevista a Marcelo Fróes e Marcos Petrillo, em março de 96, Paula Toller comentou: “acho que, se você perguntar a alguém que não conheça nada da gente (Kid Abelha), ‘Como Eu Quero’ será conhecida. E ela foi literalmente tirada do lixo, num papel amassado.”

Essa baladinha, que puxou o sucesso do segundo compacto do Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, tinha sido desprezada pelos autores, quando o produtor Liminha numa reunião para escolha de repertório, indagou, “vem cá, e aquela que vocês jogaram fora? toca aquela...” e “Como Eu Quero” conquistou a moçada:

“Diz pra eu ficar muda / faz cara de mistério / tira essa bermuda / que eu quero você sério / tramas do sucesso mundo particular / solos de guitarra / não vão me conquistar! u u u... / eu quero você como eu quero...”. Grande sucesso, a canção acabou por gerar a expressão “rock de bermudas” para denominar a galera carioca da geração 80 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Como Eu Quero (1984) - Leoni e Paula Toller - Interpretação: Kid Abelha

LP Seu Espião / Título da música: Como Eu Quero / Leoni (Compositor) / Paula Toller (Compositora) / Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens (Leoni / George Israel / Paula Toller / Bruno Fortunato) (Intérprete) / Gravadora: WEA / Ano: 1984 / Nº Álbum: BR 22.090 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Rock.


 C                         G
Diz pra eu ficar muda faz cara de mistério
Am7                        F
Tira essa bermuda que eu quero você sério
C                        G
Dramas do sucesso, mundo particular
Am7                   F
Solos de guitarra não vão me conquistar
Am7  Em7                Fadd2
Uh, eu quero você como eu quero
Am7  Em7                Fadd2
Uh, eu quero você como eu quero 
C                            G
O que você precisa é de um retoque total
Am7                                 F
Vou transformar o seu rascunho em arte final
C                          G
Agora não tem jeito cê tá numa cilada
Am7                      F
Cada um por si você por mim mais nada 
Am7 Em7                  Fadd2
Uh, eu quero você como eu quero
Am7 Em7                  Fadd2
Uh, eu quero você como eu quero 
D        F            C               G
Longe do meu domínio cê vai de mal a pior
Dm               F               Fadd2
Vem que eu te ensino como ser bem melhor (2X)
Am7 Em7                  Fadd2
Uh, eu quero você como eu quero

O amanhã - Simone


O belo samba “O Amanhã”, lançado pela União da Ilha do Governador no carnaval de 1979 e que quatro anos depois se tornou o grande sucesso de Simone, no disco e no palco, tem como autor o advogado Gustavo Adolfo de Carvalho Baeta Neves, procurador federal (foto: Simone em 1985).

Pertencente a uma família ilustre, esse pródigo criador de sambas-enredo — deixou mais de vinte, entre os quais os conhecidos “Dona Beja, a Feiticeira de Araxá”, “É Hoje”, “Quem Pode Pode, Quem Não Pode”, “O Que Será” e “O Amanhã”, o primeiro para o Salgueiro e os demais para a União da Ilha — preferiu se manter no anonimato enquanto exerceu cargos públicos, cedendo suas músicas a componentes das escolas. Depois de aposentado, passou a assiná-las com o pseudônimo de Didi.

“No meu trabalho eu era muito sério, muito chato, mesmo”, ele declarou em entrevista ao Globo meses antes de morrer em 1987, aos 52 anos. Porem à noite, encerrado o expediente, o Dr. Gustavo Adolfo tirava o paletó e transformava-se no boêmio-compositor Didi, grande apreciador de um bom uísque (“samba é 10% idéia e 90% uísque”, afirmou na mesma entrevista), figura importante e estimada na União da Ilha. Tanto assim que seria escolhido como tema do enredo desta escola no carnaval de 91, tendo suas glórias cantadas no samba “De Bar em Bar, Didi o Poeta”, de Ely Peron e Rogério Figueiredo.

Mas voltando a “O Amanhã”, a música que marcou o décimo ano da carreira de Simone e que abria e fechava o seu show “Delírios, Delícias”, em clima de muita empolgação, é um grande samba-enredo, rico de letra e melodia, o que não é comum no gênero: “Como será o amanhã? / responda quem puder / o que irá me acontecer / o meu destino será como Deus quiser...” Outro samba de Didi a entrar para o repertório de cantores famosos foi “É Hoje”, incluído por Caetano Veloso no elepê Uns, ainda em 81 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

O Amanhã (samba-enredo, 1983) - João Sérgio e Didi - Intérprete: Simone

LP Delírios, Delícias / Título da música: O Amanhã (União da Ilha - Samba-enredo 1978) / Didi (Compositor) / João Sérgio (Compositor) / Simone (Intérprete) / Gravadora: CBS / Ano: 1983 / Nº Álbum: 138277 / Lado B / Faixa 5 / Gênero musical: Samba-enredo / Carnaval.


     G
A cigana leu o meu destino
Bm  Em Am   E7
Eu sonhei
Am                        D7
Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante
Am D7 G     D7
Eu sempre perguntei
        Dm   G7            C
O que será?          O amanhã ?
A7            D7/4 D7
Como vai ser     o meu destino ?
Dm    G7                  C7+
Já desfolhei            o mal-me-quer
A7            D7/4  D7
Primeiro amor      de um menino
  G                E7   Am7
E vai chegando o amanhecer
D7                 G     D7         G E7  Am
Leio a mensagem zodiacal      e o realejo diz
D7    G               D7
Que eu serei feliz    sempre feliz
 G     Am7         G
Como será  o  amanhã ?
Bm Em  Am     E7
Responda quem puder
Am              D7
O que irá  me acontecer
Am         D7         G
O meu destino será como Deus quiser . . .

A saudade que ficou - Luiz Ayrão


A Saudade Que Ficou (O Lencinho) (samba, 1980) - Joãozinho da Rocinha (Luiz Ayrão) e Elzo Augusto - Intérprete: Luiz Ayrão

LP Amigos / Título da música: A Saudade Que Ficou (O Lencinho) / Luiz Ayrão (Compositor) / Elzo Augusto (Compositor) / Luiz Ayrão (Intérprete) / Gravadora: EMI-Odeon / Ano: 1979 / Nº Álbum: 062 421187 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Samba.


D    B7    Em      A7          D
Aquele lencinho / Que você deixou
G     A7   D    Bm     Em   A7    D
É um pedacinho/ Da saudade que ficou
G            A7      D            Bm
Era a felicidade / Que acenava pra mim
Em         A7          D   Bm
Hoje é bandeira da saudade
    Em        A7        D
Banhada num pranto sem fim

A7     D        Bm        Em
Um lencinho não dá pra enxugar
             A7
O rio de lágrimas que eu tenho pra
    D
chorar
   B7          Em
Que nasce da saudade
     A7           D
Que ficou no seu lugar
    G           D
Que nasce da saudade
      A7           D
Que ficou no seu lugar

Pavão mysteriozo - Ednardo

Mais um dos artistas cearenses que migraram para o Sul no início dos anos setenta, o cantor/compositor Ednardo (José Ednardo Soares Costa Souza) integrava a fração do grupo que se estabeleceu na rua Oscar Freire, no bairro paulistano de Pinheiros. Nesse endereço eles costumavam promover saraus musicais, o que lhes facilitava os contatos com produtores como Júlio Lerner, que os levou ao programa “Proposta”, na TV Cultura, e o radialista Walter Silva, que os encaminhou à Continental.

Nesta empresa, em 73, sob o nome de “Pessoal do Ceará”, eles fizeram um disco que apresentou Rodger Rogério, sua mulher Tetty, Ednardo e o violonista Cirino. Talvez o mais enigmático desses cearenses seria Ednardo, cujo primeiro disco solo, O romance do pavão mysteriozo, gravado em 74, incluía a composição que inspirou este extravagante título.

“Pavão Misterioso” era uma música completamente diferente de tudo o que então estava sendo tocado nas rádios. Com uma interpretação desafiadora do autor, a canção fora baseada em um dos folhetos de cordel mais vendido nas feiras nordestinas. Atribuído a João Camelo de Melo Resende e João Melquíades Ferreira, este folheto conta a história de João Evangelista e da condessa Creuza, uma reclusa, presa por seu pai na torre de um castelo grego. Cego de amor, o herói abandona a casa e a família para libertar a amada, sonhando com a possibilidade de voar num aeroplanopavão.

“Pavão misterioso / pássaro formoso / tudo é mistério nesse teu voar / ah, se eu corresse assim / tantos céus assim / muita história eu tinha pra contar”, diz a letra de Ednardo, em que o voo representa uma tentativa de transpor barreiras, como as da repressão, em plena vigência do AI 5. Não era “Pavão Misterioso” e sim “Carneiro” a música destinada a puxar a venda do disco de Ednardo. Porém, a partir de seu aproveitamento, dois anos depois do lançamento, como tema básico da telenovela surrealista “Saramandaia”, na TV Globo, a composição acabaria se tornando o primeiro e maior sucesso de Ednardo (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Pavão Mysteriozo (1976) - Ednardo - Intérprete: Ednardo

LP Saramandaia - Trilha Sonora da Novela da Rede Globo / Título da música: Pavão Mysteriozo / Ednardo (Compositor) / Ednardo (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1976 / Nº Álbum: 403.6089 / Lado A / Faixa 7 / Gênero musical: Canção.


    A                   G        D
Pavão mysteriozo, pássaro formoso
A                E
Tudo é mistério nesse teu olhar
A                       G           D
Ah, se eu corresse assim, tantos céus assim
A                  E         A
Muita história eu tinha pra contar
F#m                     B              F#m
Pavão mysteriozo nessa cauda aberta em leque
Dm                    Am       E7
Me guardar moleque de eterno brincar
Am              Dm
Me poupa do vexame de morrer tão moço
Am          E            A   A4 A5m A
Muita coisa ainda quero olhar
....
F#m                     Am          Am/G
Pavão mysteriozo, meu pássaro formoso
G                 C           E
No escuro dessa noite me ajuda a cantar
Am                             Dm    Am
Derrama essas faíscas, despeja esse trovão
                          E           A   A4 A5m A
Desmancha isso tudo, que não é certo não

Os meninos da Mangueira - Ataulfo Júnior

A dupla Rildo Hora-Sérgio Cabral já havia criado um razoável repertório, com alguns sucessos como “Visgo de Jaca” e “Janelas Azuis”, quando Sérgio propôs ao parceiro escreverem um samba em homenagem à Mangueira. A idéia era prestar uma homenagem diferente, focalizando, por exemplo, os meninos do lugar. Assim nasceria “Os Meninos da Mangueira”, com Sérgio fazendo a letra sobre uma bela composição de Rildo, um samba de verdade, sincopado, malemolente, sentimental, mas de estribilho vibrante, sacudido.

E como o letrista é também historiador, homenageia passado e presente da Mangueira, descrevendo com graça e concisão os atributos de cada um dos personagens enumerados (“Carlos Cachaça, o menestrel / Mestre Cartola, o bacharel / Seu Delegado, um dançarino...”), juntando-os no final aos meninos que representam o futuro da Escola: “E a velha guarda se une / aos meninos lá na passarela / abram alas que vem ela / a Mangueira toda bela...”

“Os Meninos da Mangueira” foi lançado por Ataulfo Júnior, num compacto, recebendo, ainda em 76, mais doze gravações, entre as quais as de Jair Rodrigues e Eliana Pittman. A boa gravação de Ataulfo mostra na abertura uma sutileza do arranjador Rildo Hora: o som forte, grave, encorpado de um violão, que, revela Sérgio Cabral, “é na realidade o som dobrado de um violoncelo e um violão” (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Os meninos da Mangueira (samba, 1976) - Rildo Hora e Sérgio Cabral - Intérprete: Ataulfo Júnior

Compacto simples (7") / Título da música: Os Meninos da Mangueira / Rildo Hora (Compositor) / Sérgio Cabral (Compositor) / Ataulfo Júnior (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1975 / Nº Álbum: 101.0361 / Lado A / Gênero musical: Samba.


C 
Um menino da Mangueira recebeu pelo natal 
     Ebdim         Dm    A7             Dm 
Um pandeiro e uma cuíca, que lhe deu Papai Noel 
                        G7             C 
Um mulato sarará, primo-irmão de dona Zica 
 
E o menino da Mangueira,foi correndo organizar 
    C7       F       A7               Dm    C 
Uma linda bateria, carnaval ja vem chegando 
       Dm      Am             Dm      G7    C 
E tem gente batucando, são os meninos da Mangueira 
         G7          C                G7        C  C7 
Carlos Cachaça, o menestrel mestre Cartola, o bacharel 
      F         E7      Am                    D7 
Seu Delegado um dançarino,faz coisas que aprendeu 
       G7   C7 
Com Marcelino 
 
-------- 
          F                 Ebdim            C 
E a velha guarda se une aos meninos la na passarela 
       A7           Dm        G7         C   C7 
Abram alas,que vem ela, a Mangueira toda bela 
 
 ( BIS ) 
--------- 
 
   G7                 C             G7            C  C7 
O Padeirinho, cade Xangô, o preto rico, chama o Sinhô 
        F    E      Am              D7 
E Dona Nelma.... maravilhosa, e a primeira mulher 
         G7  C7 
Da verde-rosa 
 
---------- 
    F                    Ebdim                  C 
E onde e que se junta o passado,o futuro e o presente 
        A7        Dm            G7             C  C7 
Onde o samba e permanente, na Mangueira minha gente 
 
 ( BIS ) 

Nem ouro nem prata - Ruy Maurity

Nascido e criado numa fazenda em Paraíba do Sul (RJ), Rui Maurity tem sua obra marcada por músicas ligadas ao interior e à natureza, o que também acontece com o parceiro José Jorge Miquinioty, de Araçatuba (SP).

Em meados dos anos setenta Rui, que já havia participado de vários festivais universitários e gravado três elepês, passou a frequentar como mero expectador terreiros de macumba no subúrbio de Jacarepaguá. Na ocasião, sentiu-se tão impressionado com as melodias de alguns pontos, que pediu e conseguiu autorização para aproveitá-las em novas composições.

Foi assim que nasceram “Xangô Vencedor”, “Quizumba de Rei” e o grande sucesso “Nem Ouro Nem Prata”, cuja primeira parte inteira pertence a um desses pontos: “Eu vi chover eu vi relampear / mas mesmo assim o céu estava azul / samborepemba folha de Jurema / Oxossi reina de norte a sul...” Este refrão seria complementado por urna segunda parte de Rui (“Ser brasileira, faceira, mestiça, mulata, não tem ouro nem prata...”).

Lançada num compacto simples, a música teve tamanho sucesso, que provocou a feitura de seu quarto elepê, dominado por essa fase afro-mística, porém episódica em sua obra. A vertente dos pontos de macumba na música brasileira tem na figura do cantor e compositor J. B. de Carvalho (João Paulo Batista de Carvalho) o seu principal cultor, salientando-se ainda como a grande intérprete estilizada do gênero a cantora Clara Nunes (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Nem Ouro Nem Prata (1976) - Ruy Maurity e José Jorge - Intérprete: Ruy Maurity

LP Nem Ouro Nem Prata / Título da música: Nem Ouro Nem Prata / Ruy Maurity (Compositor) / José Jorge (Compositor) / Ruy Maurity (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1976 / Nº Álbum: 403.6100 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Samba / Ponto de Macumba.


Introd:  Dm  Am  Bb  E7  Am 

E7        Am         E7   Am
Eu vi chover eu vi relampiar
              A7                Dm
Mas mesmo assim o céu estava azul
                    E7    Am
Samborepemba folha de jurema
         Dm       E7      Am    E7
Oxóssi reina de norte a sul   (bis)

Am                                  Dm
Sou brasileira faceira mestiça ou mulata
                   E7
Não tem ouro nem prata
                               Am   E7
O samba que sangra do meu coração
Am                   Dm
Tua menina de cor pedaço de bom caminho
                 Am
Entrei no teu passo malandra
         E7                  Am     E7
Eu não sou como a tal Conceição
Am                                   Dm
Chega de tanto exaltar essa tal de saudade
               E7
Meu caboclo moreno mulato amuleto
            Am     A7
No nosso Brasil

 Dm                              Am
Olha meu preto bonito te quero prometo
                           Bb
Te gosto pra sempre do samba canção
               E7               Am
Ao primeiro apito do ano dois mil    (bis)

Juventude transviada - Luiz Melodia

Iniciada em novembro de 75, a telenovela “Pecado Capital” prolongou-se até julho de 76, tendo composições de sua trilha sonora, como “Juventude Transviada”, liderado no período as paradas de sucesso.

Com uma linha melódica que lembra levemente o velho clássico “Casa de Caboclo”, esta é uma canção bem típica de Luiz Melodia, intuitiva, livre, sem qualquer preocupação com a lógica em seus versos enigmáticos (“Lava a roupa todo dia, que agonia / na quebrada da soleira que chovia / até sonhar de madrugada / uma moça sem mancada / uma mulher não pode vacilar / eu entendo a juventude transviada...”) que ele não gosta de explicar.

“As pessoas têm que estar abertas para entender os toques. Não é assim, eu pisei numa pedra e aí nasceu essa frase. É um toque ingênuo, uma coisa poética, das vivências que observei”, declarou Luiz em 18.4.76 ao crítico Tárik de Souza, do Jornal do Brasil. “Juventude Transviada” foi feita para a sua primeira mulher, que lhe deu um filho, Mahal, e, como na maioria de suas canções, teve letra e música compostas ao mesmo tempo. Melodia gravou-a, com sua voz personalíssima, em seu segundo elepê, Maravilhas contemporâneas (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Juventude Transviada (1976) - Luiz Melodia - Intérprete: Luiz Melodia

LP Maravilhas Contemporâneas / Título da música: Juventude Transviada / Luiz Melodia (Compositor) / Luiz Melodia (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1976 / Nº Álbum: 403.6085 / Lado A / Faixa 4 / Gênero musical: Samba.


Tom: E

E9b    Fº        A7        D#7/9
Lava roupa todo dia, que agonia
D7/9             G7M          G7
Na quebrada da soleira, que chovia
C7M   Cm7         Bm7         A#m7     Am7
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
D7/9           G7M   D7/9
Uma mulher não deve vacilar

E9b    Fº         A7         D#7/9
Eu entendo a juventude transviada
D7/9           G7M           G7
E o auxílio luxuoso de um pandeiro
C7M    Cm7       Bm7         A#m7       Am7
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
D7/9             G7M   D7/9
Uma mulher não deve vacilar

E9b   Fº       A7          D#7/9
Cada cara representa uma mentira
D7/9                G7M          G7
Nascimento, vida e morte, quem diria
C7M    Cm7        Bm7        A#m7       Am7
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
D7/9             G7M    G7
Uma mulher não deve vacilar

C7M          Bm7      A7                 D7/9    C#7/9
Hoje pode transformar e o que diria a juventude
C7M      Bm7        A7                D7/9
Um dia você vai chorar, vejo clara as fantasias

A lua e eu - Cassiano

Cassiano - 1976
Pioneiro do soul brasileiro, ao lado de Tim Maia e Hyldon, o cantor, músico e compositor Cassiano começou a tocar violão na adolescência, quando ganhava a vida como ajudante de pedreiro. Mais adiante, nos anos sessenta, passou a tocar nas noites do Rio e de São Paulo, porém sem jamais se firmar profissionalmente, em razão de seu comportamento irregular, igual ao do amigo Tim Maia. Faziam os dois o estilo “músico doidão”, segundo suas próprias palavras.

Em 1976, seis anos depois de seu primeiro sucesso, Primavera”, lançado por Tim, Cassiano voltaria às paradas com uma música ainda melhor, a balada “A Lua e Eu”: “Mais um ano se passou / e nem sequer ouvi falar seu nome / a lua e eu / caminhando pela estrada / eu olho em volta / e só vejo pegadas / mas não são as suas / eu sei... eu sei.”

Composta em 73, com o seu principal parceiro, Paulo Zdanowski, o Paulinho Motoka, na época com 19 anos, “A Lua e Eu” se destacaria na trilha da novela “O Grito”, da TV Globo, em que entrara por iniciativa do produtor Nelson Mota, daí se tornando uma das canções mais executadas no ano. Nascido em Campina Grande, na Paraíba, Cassiano chama-se Genival Cassiano dos Santos, sendo assim xará de outro artista campinense, o cantor Genival Lacerda, o que dá a impressão de ser o nome Genival muito comum naquela cidade (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

A Lua E Eu (1976) - Cassiano e Paulo Zdanowski - Intérprete: Cassiano

LP O Grito - Trilha Sonora da Novela / Título da música: A Lua E Eu / Cassiano (Compositor) / Paulo Zdanowski (Compositor) / Cassiano (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1975 / Nº Álbum: 403.6078 / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: Canção.


Intro: A  F#m7  C#m7  Bm7/9
A                 F#m7  Cm7
Mais um ano se passou
C#m7               Cm7    Bm7        D    E
E nem sequer ouvi falar seu nome, a lua e eu
A                  F#m7  Cm7
Caminhando pela estrada
C#m7                   Cm7    Bm7
Eu olho em volta e só vejo pegadas
D           E        A           A6
Mas não são as suas, eu sei, eu sei, eu sei
(refrão)
D        E         A    C#m7  Bm7
O vento faz eu lembrar você
D          E           A  C#m7 Bm7 D     E
As folhas caem mortas como eu, a lua  e eu
A                   F#m7 Cm7
Quando olho no espelho
C#m7                   Cm7  Bm7
Estou ficando velho e acabado
D          E        D          E    A         A6
Procuro encontrar, não sei onde está você, você, você

Planeta água - Guilherme Arantes


Planeta Água (1981) - Guilherme Arantes - Intérprete: Guilherme Arantes

Compacto simples, vinil, 7": Guilherme Arantes ‎– Planeta Água / Título da música: Planeta Água / Gravadora: WEA/Elektra ‎/ Ano: 1981 / Nº Álbum: BR 12.079 / Lado A / Gênero musical: Soft Rock / Canção / MPB.


Tom: A
Intro: A7  D
A4/7       A7        D                A7
Água que nasce na fonte serena do mundo
D4       D
E que abre um profundo grotão
A4/7       A7      D     
Água que faz inocente riacho
A7                D4      D
e deságua na corrente do ribeirão
Bm                 F#7             A4/7    A7         G
Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão
Bm                 F#7               A4/7   A7     G
Águas que banham aldeias e matam a sede da população
D                    G/D
Águas que caem das pedras
A/C#             Bm
no véu das cascatas, ronco de trovão
F#/Bb                 Bm      Bm/A     G7M
E depois dormem tranqüilas no leito dos lagos,
G6       D4   D
no leito dos lagos
A4/7       A7     D      
Água dos igarapés, onde Iara,
A7             D4       D
a mãe d'água é misteriosa canção
A4/7         A7      D                 A7
Água que o sol evapora, pro céu vai embora,
D4      D
virar nuvem de algodão
Bm               F#7
Gotas de água da chuva,
A4/7       A7        G
alegre arco-íris sobre a plantação
Bm               F#7            
Gotas de água da chuva, tão tristes,
A4/7         A7      G
são lágrimas na inundação
D                   G/D
Águas que movem moinhos
A7              Bm
são as mesmas águas que encharcam o chão
F#/Bb               Bm       Bm/A     G7M
E sempre voltam humildes pro fundo da terra,
G6        D
pro fundo da terra
(Bm  F#m         G  D)
Terra,    planeta água        (2x)
G   A4/7   D
Terra, planeta á...gua

Meu mundo e nada mais - Guilherme Arantes


Meu Mundo E Nada Mais (1976) - Guilherme Arantes - Intérprete: Guilherme Arantes

LP Guilherme Arantes / Título da música: Meu Mundo E Nada Mais / Guilherme Arantes (Compositor) / Guilherme Arantes (Intérprete) / Gravadora: Som Livre / Ano: 1976 / Nº Álbum: 403.6094 / Lado A / Faixa 5 / Gênero musical: Canção.


F             Fº    F        Am7
Quando eu fui ferido vi tudo mudar
Cm7             F7   Bb Eb/Bb
Das verdades que eu sabia
F             Fº        F        Am7
Só sobraram restos que eu não esqueci
Cm7         F7         Bb
Toda aquela paz que eu tinha
C7     C/Bb  F/A            C7/G          F
Eu que tinha tudo hoje estou mudo, estou mudado
Dm7          Gm7       C7
À meia-noite, à meia luz, pensando
F         Bb   C7      F
Daria tudo por um modo de esquecer
Bb    C/Bb  F/A            C7/G          F
Eu queria tanto estar no escuro do meu quarto
Dm7           Gm7     C7
À meia-noite, à meia luz, sonhando
F            Bb      C7   F
Daria tudo por meu mundo e nada mais
F              Fº        F         Am7
Não estou bem certo se ainda vou sorrir
Cm7               F7    Bb Eb/Bb
Sem um traço de amargura
F              Fº    F        Am7
Como ser mais livre, como ser capaz
Cm7              F7   Bb
De enfrentar um novo dia

Mama África - Chico César


Mama África (1994) - Chico César - Intérprete: Chico César

CD Chico César - Aos Vivos / Título da música: Mama África / Chico César (Compositor) / Chico César (Intérprete) / Gravadora: Velas / Ano: 1995 / Nº Álbum: 11-V080 / Faixa 2 / Gravado ao vivo na Sala Guiomar Novaes - São Paulo, de 24 a 26 de junho de 1994.


Tom: E
       C#m7
Mama áfrica (a minha mãe)

É mãe solteira

E tem que fazer
   F#m7  Cº    C#m7
Mamadeira todo dia
              F#m7
Além de trabalhar
            G#7(b9)
Como empacotadeira
           C#m7
Nas casas bahia

           Cº   B7            E
Mama áfrica tem tanto o que fazer
                D#m7(b5)
Além de cuidar neném
G#7(b9)         C#m7
Além de fazer denguim
                 D#m7(b5)
Filhinho tem que entender
    G#7(b9)       C#m7
Mama áfrica vai e vem
          G#7(b9)     C#m7
Mas não se afasta de você

                  Cº
Quando mama sai de casa
                   B7
Seus filhos se olodunzam

              E
Rola o maior jazz
                 D#m7(b5)
Mama tem calos nos pés
      G#7(b9)    C#m7
Mama precisa de paz

                   D#m7(b5)
Mama não quer brincar mais
               Amaj7
Filhinho dá um tempo

É tanto contratempo
           G#7(b9)    C#m7
No ritmo de vida de mama

À primeira vista - Chico César


À Primeira Vista (1994) - Chico César - Intérprete: Chico César

CD Chico César - Aos Vivos / Título da música: À Primeira Vista / Chico César (Compositor) / Chico César (Intérprete) / Gravadora: Velas / Ano: 1995 / Nº Álbum: 11-V080 / Faixa 3 / Gravado ao vivo na Sala Guiomar Novaes - São Paulo, de 24 a 26 de junho de 1994.


Tom: D
D9                Bb°     Bm11
Quando não tinha nada eu quis
                  Ab°         G9
Quando tudo era ausência, esperei
                    Ab°
Quando tive frio, tremi
                      A4 A
Quando tive coragem, liguei
D9             Bb°    Bm11
Quando chegou carta, abri
              Ab°      G9
Quando ouvi Prince, dancei
                          Ab°
Quando o olho brilhou, entendi
                    A4 A
Quando criei asas, voei

D9           Bb°     Bm11
Quando me chamou, eu vim
                Ab°         G9
Quando dei por mim, estava aqui
                      Ab°
Quando lhe achei, me perdi
           A4         A   D9
Quando vi você, me apaixonei
   Bb°   Bm11      Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9             Ab°           B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
          A4 A
Num, man an...an
D9      Bb°
Ôoooh...
        Bm11       Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9             Ab°           B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
          A4  A
Num, man an...an

D9                Bb°     Bm11
Quando não tinha nada eu quis
                  Ab°         G9
Quando tudo era ausência, esperei
                    Ab°
Quando tive frio, tremi
                      A4 A
Quando tive coragem, liguei
D9             Bb°    Bm11
Quando chegou carta, abri
                Ab°       G9
Quando ouvi Salif Keita, dancei
                          Ab°
Quando o olho brilhou, entendi
                    A4 A
Quando criei asas, voei
D9           Bb°     Bm11
Quando me chamou, eu vim
                Ab°         G9
Quando dei por mim, estava aqui
                      Ab°
Quando lhe achei, me perdi
           A4         A   D9
Quando vi você, me apaixonei
   Bb°   Bm11      Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9             Ab°           B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
          A4 A
Num, man an...an
D9      Bb°
Ôoooh...
        Bm11       Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9             Ab°           B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
          A4  A
Num, man an...an

D9           Bb°     Bm11
Quando me chamou, eu vim
                Ab°         G9
Quando dei por mim, estava aqui
                      Ab°
Quando lhe achei, me perdi
           A4         A   D9
Quando vi você, me apaixonei
   Bb°   Bm11      Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9             Ab°           B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
          A4 A
Num, man an...an
D9      Bb°
Ôoooh...
        Bm11       Ab°
Amara, dzaia, zoi, ei
G9             Ab°           B°
Dzaia, dzaia, ain, in, in, ingá
          A4  A
Num, man an...an
D9
Ôoooh...

Quem tem a viola - Boca Livre


Quem Tem a Viola (1979) - Zé Renato, Cláudio Nucci, Juca Filho e Xico Chaves - Intérprete: Boca Livre

LP Boca Livre / Título da música: Quem Tem a Viola / Zé Renato (Compositor) / Xico Chaves (Compositor) / Cláudio Nucci (Compositor) / Juca Filho (Compositor) / Gravadora: Independente / Ano: 1979 / Nº Álbum: BL-0001 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Canção.


E            A/B      E        A/B
Quem tem a viola pra se acompanhar
E           A/B       E    A/B
Não vive sozinho, nem pode penar
Em          A        C         D
Tem som de rio numa corda de metal
A  E/G# F#m   B7 [E A/B]
Tem no marco o acorde final
E            A/B      E        A/B
Quem tem a viola pra se acompanhar
E           A/B       E    A/B
Não vive sozinho nem pode penar
Em          A            C        D
Tem tom de roupa quando seca no varal
A   E/G#  F#m B7     [E A/B] E
Luz do sol quando cai no cristal
A  E/G#     F#m B7 E
Faz o luar brilhar
F#
E o coração vazio
A
Voa vadio
Em        C      D  A7+/B
Feito uma pipa no ar