Walter Levita, cantor e compositor, nasceu em 1920 na Bahia. Iniciou a carreira cantando músicas românticas, mas se especializaria depois no repertório carnavalesco, tendo participado de mais de 20 coletâneas do gênero, além de lançar outros 16 discos pelas gravadoras Copacabana, Continental e Odeon.
Os críticos o apontam como seus maiores sucessos
Índio quer apito e
A Maria tá, até hoje lembradas em antologias carnavalescas.
Estreou em discos em 1952 na gravadora Star lançando o baião
Vamô misturá, de sua autoria e Mary Monteiro, cantado em dueto com Maria Celeste, e o samba
Dilema, de
Ataulfo Alves e
Aldo Cabral.
No mesmo ano, teve o samba
Uma mulher é pouco, com Ernâni Seve, gravado na RCA Victor por Francisco Carlos, e na Copacabana o samba-canção
Disfarce, com Mary Monteiro, registrado pelo cantor Hélio Chaves.
Em 1953, foi contratado pela Odeon e gravou com acompanhamento de orquestra os xaxados
Xaxado não é baião, de sua autoria e Rodrigues Filho, e
Não me condenes, de
Altamiro Carrilho e Armando Nunes. Em seguida, gravou também com acompanhamento de orquestra o fox
Chora, de Kolman e
Lourival Faissal, e o samba-canção
Não devemos fingir, de José Batista e
Jorge Faraj.
No ano seguinte, gravou o bolero
Sinceridade, de G. Perez e Ghiaroni, e a toada
Meu erro, meu castigo, de Orlando Trindade e José Batista. Gravou, com acompanhamento de orquestra e coro em 1955, a marcha
Montanha russa, de
Arlindo Marques Júnior e
Roberto Roberti, e o samba-canção
Falam tanto de mim, de
Alcir Pires Vermelho e
Ivon Curi.
Em seguida, gravou com acompanhamento de conjunto coral e orquestra de Severino Filho a toada
Vento malvado, de Orlando Trindade e José Batista, e o samba-canção
Drama conjugal, de Armando Nunes e Cícero Nunes.
Para o carnaval de 1956, lançou com acompanhamento de orquestra e coro o samba
Eu sou a fonte, de Monsueto Menezes, Geraldo Queiróz e José Batista, que foi incluida também no LP
Carnaval!... Carnaval!... da gravadora Odeon, e a marcha
Cabeça prateada, de Aldacir Louro, Edgard Cavalcânti e Anísio Bichara.
Nesse ano, fez sucesso com o samba
Favela, de
Roberto Martins e Valdemar Silva. Gravou ainda, já visando o carnaval do ano seguinte, os sambas
Até você chorou e
Comissário Valdemar, ambos de
Haroldo Lobo e
Raul Sampaio.
Em 1960, gravou pela Continental com acompanhamento de orquestra carnavalesca as marchas
Vaca de presépio e
Índio quer apito, ambas de autoria da dupla Haroldo Lobo e
Milton de Oliveira. Esta última foi um grande sucesso na época, e mesmo posteriormente, além de incluída no LP
Carnaval de 1961, que a gravadora Continental lançou com diversos artistas.
Ainda em 1960, gravou pela Discobras a marcha
A Maria tá, com a qual se tornou campeão do carnaval, e o samba
Primeiro amor, ambas de Haroldo Lobo, Milton de Oliveira e Jair Noronha.
Em 1961,gravou na Continental a marcha
Nega do Congo, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e o samba
Incerteza, de Jorge Martins, José Garcia e Maragogipe. No mesmo ano, lançou pela gravadora Copacabana o bolero
Até sempre, de Mário Clavel e Teixeira Filho, e o samba
Vai, tristeza, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira.
No ano seguinte, suas interpretações para as marchas
Garota que vai pra lua, de
João de Barro e Jota Júnior, e
Metade homem, metade mulher, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, foram incluídas no LP
Carnaval de 1963 produzido pela gravadora Continental com a participação de vários artistas.
Em 1963, gravou as marchas
Espanhola, de Renato Mendonça e Jairo Simões, e
Espeta o vudu, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e os sambas
Tindô-le-lê, de sua autoria e Renato Mendonça, e
Ora meu bem, de Henrique de Almeida e Carlos Marques.
Em 1964, participou de duas coletâneas destinadas ao carnaval: no LP
Carnaval de ontem e de hoje do selo Audience com a marcha
A Maria tá, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e do LP
Carnaval RIO/65 da Continental para o qual gravou especialmente as marchas
Stripe-tease, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e
Vaca malhadinha, de sua autoria e Fernando Noronha.
Em 1966, participou dos dois volumes da série
Carnaval RCA 1967 da RCA Camden, lançados para o carnaval do ano seguinte. Gravando para o volume 1 a marcha
Quando vira a maré, de sua autoria, Aloísio Vinagre e João Laurindo, e para o volume dois a marcha
Bananeira, de Rutinaldo e Milton de Oliveira.
Participou no ano de 1967, da coletânea
Carnaval de verdade 1968 volumes 1 e 2 da gravadora Philips, que reuniu entre outros os nomes de Orlando Silva, Blecaute, Marlene, Dircinha Batista, e Zé Keti. Para o volume 1 gravou a marcha
Deixa o coração cantar, de
Luiz Bonfá e Maria Helena Toledo, e para o volume 2 registrou a marcha
Felicidade, de
Francis Hime e
Vinícius de Moraes.
Em 1968, participou de nova coletânea, sempre gravada no segundo semestre do ano, visando o carnaval do ano seguinte. Assim, pela RCA Candem gravou a marcha
Adão ficou tantã (Marcha da pílula anticoncepcional), de Antônio Almeida.
Em 1969, Walter Levita participou do LP
Festival de carnaval da Polydor registrando as marchas
A lua conquistada, de Milton de Oliveira e Roberto Jorge, que glosava com a chegada do homem à lua, e
Bela napolitana, de Milton de Oliveira e Élton Menezes.
Em 1970, gravou as marchas
Um dois três (O que é que faz com ele), de Moacir Paulo e Fernando Noronha, e
Benvenuta garota enxuta, de Milton de Oliveira, para o LP
Carnaval 1971 da Entré/CBS.
Em 1972, participou do LP
Carnaval de vanguarda, da Premier/RGE, interpretando a marcha
Boneca de Alode, de Milton de Oliveira.
No mesmo ano, voltou a gravar um disco solo interpretando canções românticas: o LP
Uma seresta na fossa, do selo Itamaraty/CID, no qual cantou as músicas
Inimigo ciúme, de Umberto Silva e O. Trindade,
A serenata que ela não ouviu, de Jacobina e Taba,
Fracasso, de Mário Lago,
Chão de estrelas, de Silvio Caldas e Orestes Barbosa, entre outras.
Em 1976, num momento em que as músicas carnavalescas já se encontravam em pleno declínio voltou a participar de uma coletânea do gênero no LP
Carnaval 76 da Musicolor/Continental, para o qual interpretou a marcha
Brinca com o meu coração, de Cid Magalhães e Milton de Oliveira. Três anos depois, cantou as marchas
Não é disco voador, de Dozinho e Cláudio Paraíba, e
O burro sou eu, de Cláudio Paraíba, para o LP
Gandaia carnaval de 1980, uma gravação independente.
Obra
Cobra que não anda (c/ Zé Trindade),
Disfarce (c/ Mary Monteiro),
Quando vira a maré (c/ Aloísio Vinagre e João Laurindo),
Tindô-le-lê (c/ Renato Mendonça),
Uma mulher é pouco (c/ Ernâni Seve),
Vaca malhadinha (c/ Fernando Noronha),
Vamô misturá (c/ Mary Monteiro),
Xaxado não é baião (c/ Rodrigues Filho).
Fontes: Diário da Música; Dicionário Cravo Albin da MPB.