quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Paulinho Nogueira


Paulinho Nogueira (Paulo Artur Mendes Pupo Nogueira) nasceu em Campinas SP em 08/10/1929 e faleceu em São Paulo SP em 02/08/2003. Autor de um dos mais procurados métodos de violão existentes no Brasil, aprendeu a tocar com o pai, aos 11 anos. Na mesma época integrou o Grupo Cacique, conjunto vocal dirigido por seu irmão Celso Mendes.


Mudou-se para São Paulo SP em 1952, estreando na boate Itapoã e tocando nas rádios Bandeirantes e Gazeta. Oito anos depois gravou seu primeiro LP, na Columbia, a convite de Roberto Corte Real. A primeira composição sua a aparecer em disco foi Menino, desce daí, em 1962, pela RGE, interpretada por ele mesmo.

Na época da bossa nova, destacou-se como solista e acompanhante em shows e programas de televisão. Começou a dar aulas de violão em 1964, ano em que também recebeu como melhor solista o troféu Pinheiro de Ouro, do governo do Paraná, o mesmo ocorrendo em 1965.

Nesse ano foi contratado pela TV Record para atuar em O Fino da Bossa, programa de maior sucesso na época. Recebeu em 1966 o prêmio Guarani, conferido por jornalistas e críticos de radio e televisão.

Em 1969 inventou a craviola, instrumento de 12 cordas que produz um som misto de cravo e viola, e recebeu o prêmio de melhor músico do ano, conferido pelo jornal O Estado de São Paulo. Uma de suas composições, Menina, gravada por ele na RGE, foi grande sucesso em 1970.

Dois anos depois se transferiu para a etiqueta Continental, onde gravou quatro LPs até 1975. Em 1986 gravou o LP solo Tons e semitons, com novas composições suas para violão, lançado juntamente com um álbum contendo as partituras das musicas incluídas no disco.

A partir de 1990 lançou vários videocassetes didáticos para solos de violão.

Em novembro de 1991, participou, na Itália, do Festival Internacional de Violão, realizado na cidade de Nápoles. Voltou à Itália no ano seguinte para participar do evento Guitars in Concert, desta vez nas cidades de Nápoles, Florença, Campobasso, Milão e Roma. Desse encontro participaram violonistas consagrados internacionalmente, como o italiano Gianni Palazzo, o argentino Jorge Morel, e o famoso guitarrista e jazzista norte-americano Joe Pass.

Lançou pela Movieplay dois CDs o instrumental Late Night’ Guitar (1992), com músicas brasileiras e internacionais, e Coração violão (1995), no qual intercala solos de violão com musicas inéditas cantadas e regravações de suas composições mais conhecidas.

Em 1994, passou a integrar o projeto instrumental Brasil Musical, patrocinado pelo Banco do Brasil. Neste projeto, atuou com vários outros artistas como Egberto Gismonti, Zimbo Trio, Paulo Moura, Nivaldo Ornelas, Artur Moreira Lima, e outros.

Em 1996, o selo Tom Brasil lançou o CD Brasil musical - Série música viva - Paulinho Nogueira e Alemã, no qual interpreta diversas com o instrumentista Alemão.

Em 1999, lançou Reflections, disco que saiu pela gravadora norte-americana Malandro Records. Nesse ano, gravou com Toquinho o CD Sempre amigos no qual interpretaram 13 canções, entre as quais, Samba em prelúdio, de Baden Powell e Vinícius de Moraes.

Em 2002, lançou seu último disco, Chico Buarque - Primeiras composições, interpretando 11 canções de Chico Buarque, entre as quais, Carolina, Olê, olá, A banda, João e Maria, Joana Francesa, Com açúcar e com afeto e Quem te viu, quem te vê e que mereceu do crítico Marco Antônio Barbosa o seguinte comentário: "Infelizmente, o reconhecimento público de Paulinho Nogueira não está à altura de sua estatura como instrumentista - se estivesse, este álbum seria saudado com salvas de canhão".

Gravou 23 LPs, sendo um deles o Festival de Violão, no qual fez o lançamento da Craviola. Este instrumento, desenhado por ele mesmo, foi exportado para vários países, como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra.

Em 2016, sua composição Só vivo de noite, com Adoniran Barbosa, foi gravada por Kiko Zambianchi e sua filha Ana Júlia para o CD e DVD Se assoprar posso acender de novo, 14 composições inéditas do compositor paulista.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998; Dicionário Cravo Albin da MPB.

Nenhum comentário:

Postar um comentário