Paulinho da Viola e Araci Cortes no espetáculo "Rosa de Ouro". |
Quando as luzes se apagavam, entravam em cena Os Cinco Crioulos: Nelson Sargento, Anescarzinho, Jair do Cavaquinho, Elton Medeiros e Paulinho da Viola. Era o início do show Rosa de Ouro, dirigido por Hermínio Bello de Carvalho.
Paulinho abria o espetáculo com Recado. Depois, cada músico cantava uma composição de sua autoria. Quando todos estavam aquecidos, era hora da entrada triunfal de Araci Cortes. Tão majestosa quanto na época em que era a grande estrela do teatro musicado do país.
Na segunda parte do espetáculo, ao som dos atabaques de Paulinho e Elton, brilhava, a então estreante, Clementina de Jesus. No palco do samba, já não cabia tanta emoção. Era o ano de 1965 e, no Teatro Jovem do Rio, Rosa de Ouro tornava-se um divisor de águas, uma espécie de ritual de passagem de uma época em que o samba estava esquecido para um retorno triunfal aos meios de comunicação e às gravadoras.
Momento de reafirmação do ritmo, num período em que a bossa nova e a música estrangeira dominavam quase totalmente o cenário da música popular brasileira. Um grande início de carreira para o jovem Paulinho. Um marco na carreira de Elton Medeiros e de Clementina de Jesus, a despedida para Araci Cortes.
Programado para apenas algumas semanas, o espetáculo ficaria em cartaz no Rio por quase dois anos. O sucesso se repetiria em outras cidades do Brasil. Em São Paulo, Rosa de Ouro teria espaço no palco do Teatro Oficina.
Fonte: MPB Compositores - Editora Globo.