segunda-feira, fevereiro 19, 2018

Gostava tanto de você - Tim Maia

No final dos anos cinquenta havia na Tijuca (bairro do Rio), mais precisamente na rua do Matoso, um grupo de rapazes que adorava rock and roll, a grande novidade musical da época. Desse grupo nasceria o conjunto The Snacks, depois chamado de The Sputniks, ponto de partida para o estrelato dos futuros ídolos Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Tim Maia.

Completavam The Snacks — nome inspirado pelo Snack Bar, local de reunião de lambretistas, em Copacabana — os jovens China, Arlênio e Edson Trindade, autor de “Gostava Tanto de Você”.

Com uma letrinha romântica, bem lugar-comum (“Nem sei por que você se foi / quantas saudades eu Senti / quantas tristezas vou viver / e aquele adeus não pude dar...”), a composição deve muito de seu êxito à feição que lhe imprimiu Tim Maia, tornando-a uma autêntica precursora do chamado samba-funk.

Embora só viesse a ser gravada em 1973, “Gostava Tanto de Você” “é do tempo da turma da rua do Matoso”, assegura Marlene Gomes de Almeida, que conviveu com o grupo e foi a primeira namorada de Tim Maia. De comportamento irreverente como o do amigo Tim, Trindade morreu em 5.2.93 (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jaime Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Gostava Tanto de Você (1973) - Edson Trindade - Intérprete: Tim Maia

LP Tim Maia / Título da música: Gostava Tanto de Você / Edson Trindade (Compositor) / Tim Maia (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1973 / Nº Álbum: 2451 041 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Canção / Samba-funk / MPB.

(intro) A Bm7

 A7M                   Bm7
  Não sei porque você se foi
                       C#m7
  Quantas saudades eu senti
                       Bm7
  E de tristeza vou viver
                      A7M
  E aquele adeus não pude dar
                       Bm7
  Você marcou em minha vida
                           C#m7
  Viveu, morreu na minha história
                      Bm7
  Chego a ter medo do futuro
            E7             A7M           Bm7
  E da solidão que em minha porta bate

  A7M
  E eu
  Bm7               A7M
   Gostava tanto de você
 Bm7    E7          A7M
   Gostava tanto de você

  A7M                  Bm7
  Eu corro, fujo dessa sombra
                         C#m7
  Em sonho vejo este passado
                       Bm7
  E na parede do meu quarto
                     A7M
  Ainda está o seu retrato
                           Bm7
  Não quero ver pra não lembrar
                     C#m7
  Pensei até em me mudar
                         Bm7
  Lugar qualquer que não exista
          E7        A7M           Bm7
  O pensamento em você

  A7M
  E eu
  Bm7               A7M
   Gostava tanto de você
 Bm7    E7          A7M
   Gostava tanto de você

Coroné Antônio Bento - Tim Maia


Coroné Antônio Bento (1970) - João do Vale e Luiz Wanderley - Interpretação: Tim Maia

LP Tim Maia / Título da música: Coroné Antônio Bento / João do Vale (Compositor) / Luiz Wanderley (Compositor) / Gravadora: Polydor / Ano: 1970 / Nº Álbum: LPNG 44.053 / Lado A / Faixa 1.


Tom: E

Introdução ( E7/9+) 

 E7/9+ 
Coroné Antonio Bento 
No dia do casamento 
Da sua filha Juliana 
Ele não quis sanfoneiro 
Foi pro Rio de Janeiro 
Convidou Bené  Nuno pra tocar 
Oh lêlê, Oh lálá 
Neste dia Bodacó 
    F#7    B7     E7/9+ 
Faltou pouco pra virar 
 E7/9+ 
Todo mundo que mora por alí 
Neste dia não pode "arresisti" 
                         A7 
Quando ouviu o toque do piano 
                    E7/9+ 
Rebolava saía requebrando 
Até Zé Macaxera que era o noivo 
Dançou a noite inteira sem parar 
Que é o costume de todos 
      A7 
Que se casam 
                      B7     E7/9+ 
Ficar doido pra festa se acabar 

A festa do Santo Reis - Tim Maia


A Festa Do Santo Reis (1971) - Márcio Leonardo - Intérprete: Tim Maia

LP Tim Maia / Título da música: A Festa Do Santo Reis / Márcio Leonardo (Compositor) / Tim Maia (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1971 / Nº Álbum: 2451 006 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Canção / MPB.


Tom: E

Intr.: D A E D A E

 D        A            E
Hoje é o dia de Santo Reis
                 D
Ainda meio esquecido
                 A            E
Mas é o dia da festa de Santo Reis
             D         A         E
Eles chegam tocando sanfona e violão
                  D
Os pandeiros de fitas
   A                E
Carregam sempre na mão
            D
Eles vão levando
   A           E
Levando o que pode
                D
Sem deixar com eles
       A           E
Eles levam até os bodes
             D
Os bodes da gente
 A          E
E os bodes, mé
  D       A             E
Hoje é o dia de Santo Reis

Hoje é o dia
Santo Reis

Chocolate - Tim Maia


Chocolate (1971) - Tim Maia - Intérprete: Tim Maia

LP Misto Quente Vol I / Título da música: Chocolate / Tim Maia (Compositor) / Tim Maia (Intérprete) / Gravadora: Polydor / Ano: 1971 / Nº Álbum: 2451 004 / Lado B / Faixa 4.


D7+     D#º          Em7
Chocolate, chocolate, chocolate
C#m7    F#7        Bm7   E7
Eu só quero chocolate
               Bm7   E7
Só quero chocolate
      Em7               F#m      B7/9-
Não adianta vir, com guaraná pra mim
       Em             A7    D7+
É chocolate o que eu quero beber
          D#º             Em
Não quero pó, não quero rapé
             C#m7      F#7            Bm7
Não quero cocaína me liguei no chocolate
        E7                 Bm7   E7
Eu me liguei, só quero chocolate
       Em7               F#m     B7/9-
Não adianta vir, com guaraná pra mim
       Em              A7   D7+
É chocolate o que eu quero beber
Refrão
          D#º             Em7
Não quero chá, não quero café
               C#m
Não quero coca-cola
     F#7           Bm7   E7
Me liguei no chocolate
              Bm7   E7
Só quero chocolate
       Em7               F#m7   B7/9-
Não adianta vir, com guaraná pra mim
       Em7            A7    D7+
É chocolate o que eu quero beber

Refrão

Tim Maia - Biografia e músicas


Tim Maia (Sebastião Rodrigues Maia), cantor e compositor, nasceu nasceu no Rio de Janeiro RJ em 28/9/1942 e faleceu em 15/3/1998. Penúltimo de 19 irmãos, aos oito anos já compunha suas primeiras musicas. Aos 14 anos, formou seu primeiro conjunto musical, Os Tijucanos do Ritmo, no qual tocava bateria, e que durou apenas um ano.


Começou a estudar violão num curso particular e formou em 1957 o conjunto Os Sputniks, que tinha também entre seus integrantes Erasmo Carlos e Roberto Carlos, tendo sido professor de violão de ambos.

Em 1959, antes de completar 17 anos, com a morte do pai, foi para os EUA, onde fez cursos de inglês e iniciou carreira como vocalista, participando de um conjunto chamado The Ideals. Permaneceu nos EUA ate 1963, quando foi preso por portar maconha. Após seis meses de prisão e dois meses de espera, foi deportado para o Brasil.

Seu primeiro trabalho solo foi um compacto pela CBS em 1968, que trazia as musicas Meu país e Sentimento (ambas de sua autoria, como todas as músicas sem indicação de autor). Sua carreira no Brasil fortaleceu-se a partir de 1969, quando gravou um compacto simples pela Fermata com These are the Songs (regravada no ano seguinte por Elis Regina em duo com ele, e incluída no LP Em pleno verão, de Elis) e What You Want to Bet.

Em 1970 gravou seu primeiro LP, Tim Maia, na Polygram, que permaneceu em primeiro lugar no Rio de Janeiro por 24 semanas. Os principais sucessos desse disco foram Coroné Antônio Bento (Luís Wanderley e João do Vale), Primavera (Cassiano) e Azul da cor do mar.

Nos três anos seguintes, pela mesma gravadora, lançou os discos Tim Maia volume II com Não quero dinheiro (Só quero amar), Tim Maia volume III e Tim Maia volume IV, no qual se destacaram Gostava tanto de você (Edson Trindade) e Réu confesso. Em 1975 gravou os LPs Tim Maia racional vol. 1 e vol. 2. Em 1978 gravou para a Warner Tim Maia Disco Club, com um de seus maiores sucessos, Sossego.

Lançou em 1983 o LP O descobridor dos Sete Mares, com destaque para a música-titulo e Me dê motivo (Sullivan e Massadas). Outro disco importante da década de 1980 foi Tim Maia (1986), que trazia Do leme ao Pontal.

Artista com histórico de problemas com as gravadoras, na década de 1970 fundou seu próprio selo, primeiramente Seroma e depois Vitória Regia. Por ele, lançou em 1990 Tim Maia interpreta clássicos da bossa nova, e mais tarde Voltou a clarear e Nova era glacial.

Em 1993, dois acontecimentos reimpulsionaram sua carreira: a citação feita por Jorge Ben Jor em sua música W/Brasil e uma regravação que fez de Como uma onda (Lulu Santos e Nelson Mota) para um comercial de televisão, de grande sucesso e incluída no CD Tim Maia, do mesmo ano. Assim, aumentou muito sua produtividade nesta década, gravando mais de um disco por ano com grande versatilidade: seu repertório passou a abranger bossa nova, canções românticas, funks e souls. Também teve muitas de suas musicas regravadas por artistas jovens, como Paralamas do Sucesso, Marisa Monte e Skank.

Em 1996 lançou dois CDs ao mesmo tempo: Amigo do rei, juntamente com Os Cariocas, e What a Wonderful World, com recriações de standards do soul e do pop norte-americanos dos anos de 1950 a 1970. Em 1997 lançou mais três CDs, perfazendo 32 discos em 28 anos de carreira.

Em março de 1998 sentiu-se mal durante a gravação de um show para a TV e faleceu após internação hospitalar em razão de infecção generalizada.

Algumas músicas

































Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha

Nonô - Biografia

Nonô (Romualdo Peixoto), pianista e compositor, nasceu em Niterói/RJ em 7/2/1901 e faleceu em 13/11/1954. Sem nunca haver estudado música, aos nove anos já se apresentava em um clube, tocando piano.

Tio do sambista Ciro Monteiro, do pianista Moacir Peixoto, do trompetista Araquém Peixoto e do cantor Cauby Peixoto, em 1929 passou a integrar a Orquestra Brunswick, liderada pelo baterista J. Tomás.

No início da década de 1930, participou de diversos conjuntos e orquestras. Com Djalma Guimarães (trompete), Ismerino Cardoso (trombone), Valfrido Silva (bateria), Luperce Miranda (cavaquinho e bandolim), Tute (violão) e Custódio Mesquita (piano), integrou a orquestra que acompanhava as apresentações de Francisco Alves e Mário Reis, no Teatro Lírico, no Rio de Janeiro.

Atuava também na Rádio Philips, no Programa Casé, acompanhando os grandes cartazes do rádio, entre os quais Sílvio Caldas, Luís Barbosa, Noel Rosa e Marília Batista. Em 1932, com Noel Rosa, Mário Reis e Francisco Alves, excursionou a Porto Alegre/RS, onde se exibiu no Cine-Teatro Imperial. Nessa viagem, compôs com Noel Rosa o samba Vitória, criticando o cantor Francisco Alves, que não ficou ofendido e até participou do coro, quando a composição foi gravada por Sílvio Caldas, na Victor, em 1933.

Em 1932 gravou disco na Columbia, interpretando ao piano o choro de sua autoria Uma farra em Campo Grande. Participou depois da gravação de centenas de discos, como pianista de diversos conjuntos de estúdio, entre os quais Bambas do Estácio, Orquestra Copacabana (da Odeon), Gente Boa (da Odeon) e Gente do Choro.

Em 1933, embora seu nome não apareça no selo, acompanhou Mário Reis no disco da Columbia que incluía os sambas Esquina da vida (Noel Rosa e Francisco Matoso) e Meu barracão (Noel Rosa). Também de 1933 são vários discos da Odeon em que acompanhou cantores famosos da época, como Mário Reis, em Mulato bamba, de Noel Rosa; Francisco Alves, em Tristezas não pagam dívidas, de Ismael Silva; a dupla Mário Reis e Francisco Alves, em Estamos esperando, de Noel Rosa, e Rir, de José de Oliveira; Noel Rosa, em seu próprio samba Arranjei um fraseado; etc.

No ano seguinte, seu nome constou como pianista no selo de um disco da Victor com os sambas Alô, Moçoró! e Cheio de saudade (ambos de Mário Travassos de Araújo) interpretados por Sílvio Caldas e Luís Barbosa.

Como compositor, fez Perto do céu (com Francisco Matoso) gravado por Silvinha Melo, na Victor, em 1935; Vai-te embora (letra de Francisco Matoso), gravado por Mário Reis para o Carnaval de 1936, e ainda as valsas Cigana (com Paulo Roberto), gravada por Sílvio Caldas, na Odeon, em 1937; e Jardim de flores raras (com Francisco Matoso), gravada por Roberto Paiva, na Odeon, em 1938.

Apelidado por César Ladeira de O Chopin do Samba, atuou sobretudo nas décadas de 1930 e 1940, quando foi um dos mais destacados pianistas de samba, com execuções que marcaram época, pelo sentimento, emotividade e intuição.

Na década de 1950, já afastado dos meios musicais, foi funcionário da Secretaria da Viação e Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1954, pouco antes de morrer, doente e sem recursos, foi homenageado num festival, promovido em Niterói por artistas do rádio e do disco. Em 1957, o pianista Fats Elpídio gravou na Victor o LP de dez polegadas Recordando Nonô.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998

Nono mandamento - Cauby Peixoto

Cauby Peixoto
Nono Mandamento (samba-canção, 1958) - René Bittencourt e Raul Sampaio - Intérprete: Cauby Peixoto

Disco 78 rpm / Título da música: Nono Mandamento / Sampaio, Raul (Compositor) / Bittencourt, René (Compositor) / Peixoto, Cauby (Intérprete) / Orquestra (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Rca victor, 20/12/1957 / Nº Álbum 801928 / Gênero musical: Samba.


Tom: G
    Em 
Senhor, 
                   Am 
Aqui estou eu de joelhos 
                      B7 
Trazendo os olhos vermelhos 
                      Em   Am   B7 
De chorar, porque pequei 

    Em 
Senhor, 
                  Bm 
Por um erro de momento 
                   C7 
Não cumpri o mandamento 
                 B7 
O nono de vossa lei 

    Em 
Senhor, 
                  Am 
Eu gostava tanto dela 
                  B7 
Mas não sabia que ela 
                  Em   E7 
A um outro pertencia 

    Am 
Perdão, 
                       Em 
Por este amor que foi cego 
                      Am 
Por esta cruz que carrego 
       B7             Em    E7 
Dia e noite, noite e dia 

    Am 
Senhor, 
                    Em 
Dai-me a vossa penitência 
                       F#7 
Quase sempre a inconsciência 
  B7              Em   E7 
Traz o remorso depois 

    Am 
Mandai, 
     B7           Em 
Para este caso comum 
                 B7 
Conformação para um 
                Em 
Felicidade pra dois...

Cauby Peixoto - Biografia


Cauby Peixoto (Caubi Peixoto Barros), cantor, nasceu em Niterói-RJ, na Rua Joaquim Norberto, bairro de Fonseca, em 10/2/1934, e faleceu em São Paulo, em 15/05/2016. De família de artistas populares, o pai, conhecido por Cadete, tocava violão, a mãe tocava bandolim, o tio, Nonô (Romualdo Peixoto) era pianista e homem de rádio, o primo Ciro Monteiro foi cantor e compositor famoso, os irmãos Moacir e Araquém tornaram-se instrumentistas e a irmã Andiara foi cantora.


Estudou num colégio de padres salesianos no Rio de Janeiro, e já no tempo de estudante cantava no coral da igreja. Mais tarde, quando trabalhava no comércio, apresentou-se no programa de calouros da Rádio Tupi, Hora dos Comerciários, patrocinado pelo SESC e dirigido pelo pianista Babi de Oliveira, conseguindo então chamar a atenção da Revista do Rádio, em 1949.

Cantou também no conjunto de seu irmão Moacir, na boate carioca Casablanca e, em 1951, gravou seu primeiro disco, pela Som, lançando o samba Saia branca (Geraldo Medeiros), para o Carnaval. Em 1952, mudou-se para São Paulo, passando a cantar nas boates Oásis e Arpège, e na Rádio Excelsior, destacando-se sempre com repertório de músicas estrangeiras.

Por volta de 1954, foi ouvido pelo empresário Di Veras, que, pretendendo renovar o elenco da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, então dominado por ídolos como Emilinha Borba e Orlando Silva, o convidou para atuar naquela emissora. Seu lançamento na rádio foi preparado nos moldes norte-americanos, com grande publicidade e muita promoção, e, em pouco tempo, ele também se tornaria um ídolo, adorado e perseguido pelas fãs.

Sua imagem foi forjada para agradar: vestindo-se de maneira extravagante para a época, e colocando trinados e versos inexistentes em suas canções, criou um tipo diferente, obtendo sucesso imediato.

Ainda em 1954, gravou com êxito o fox Blue Gardenia (Bob Russel e Lester Lee, versão de Antônio Almeida e João de Barro) e, nos cinco anos seguintes, foi considerado o cantor mais popular do país.

Em 1956 gravou em disco de 78 rpm, pela Columbia, Conceição (Jair Amorim e Dunga), que se transformou no maior sucesso de seu repertório. Da Rádio Nacional, passou para a Rádio Tupi e gravou Nono mandamento (René Bittencourt e Raul Sampaio), em 1957; Prece de amor (René Bittencourt), em 1958; Ninguém é de ninguém (Humberto Silva, Toso Gomes e Luís Mergulhão) e É tão sublime o amor (P. Francis Webster e Sammy Fain, versão de Antônio Carlos).

Depois de aparecer na revista norte-americana Time como o maior ídolo da canção popular brasileira, foi convidado para uma excursão aos E.U.A., onde gravou, com o nome de Ron Coby, um LP com a orquestra de Paul Weston, cantando em inglês. De volta ao Brasil, comprou, em sociedade com os irmãos, a boate carioca Drink, passando a se dedicar mais a administração da casa e interrompendo, assim, suas apresentações.

Em 1959, retornou aos E.U.A. para uma temporada de 14 meses, durante os quais realizou espetáculos, apresentou-se na televisão e gravou, em inglês, Maracangalha (Dorival Caymmi), que recebeu o titulo de I Go. Numa terceira visita aos E.U.A., algum tempo depois, participou do filme Jamboree, da Warner Brothers.

Durante toda a decada de 1960, limitou-se a apresentações em boates e clubes. Em 1970 reapareceu como vencedor do Festival de San Remo, na Itália, classificando em primeiro lugar a música que defendeu, Zingara (R. Alberteli, versão de Nazareno de Brito). Em 1971 participou do VI FIC da TV Globo, no Rio de Janeiro, cantando Verão vermelho (Sergio Ferreira da Cruz).

A partir da década de 1970, passou a se apresentar em programas de televisão no Rio de Janeiro, e a realizar pequenas temporadas em casas de diversão noturnas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em 1979 apresentou-se também em Vitória-ES e Recife-PE, no Projeto Pixinguinha da Funarte, ao lado de Zezé Gonzaga.

Em 1980, em comemoração aos 25 anos de carreira, lançou pela Som Livre o disco Caubi, Caubi, com músicas feitas especialmente para ele por Caetano Veloso (Caubi, Caubi), Chico Buarque (Bastidores), Tom Jobim (Oficina), Roberto e Erasmo Carlos (Brigas de amor) e outros. No mesmo ano, apresentou-se nos shows Bastidores, da Funarte, Rio de Janeiro, e Caubi, Caubi, os bons tempos voltaram, na boate Flag, São Paulo.

Em 1982 apresentou no 150 Nigth Club, em São Paulo, ao lado dos irmãos Moacir (piano) e Araken (piston) e lançou o LP Ângela e Caubi, o primeiro encontro dos dois cantores em disco, com sucessos como Começaria tudo outra vez (Gonzaguinha), Recuerdos de Ypacaraí (Z. de Mirkin e Demétrio Ortiz) e a valsa Boa noite, amor (José Maria de Abreu e Francisco Matoso).

Em 1989, os 35 anos de carreira foram comemorados no bar e restaurante A Baiúca, em São Paulo, ao lado dos irmãos Moacir, Araquen e Iracema e Andiara (vozes). No mesmo ano, a RGE relançou o LP Quando os Peixotos se encontram, de 1957. Em 1993 foi o grande homenageado, ao lado de Ângela Maria, no Prêmio Sharp de Música. Em 1996, foi lançada pela Columbia caixa com 2 CDs abrangendo suas gravações de 1953 a 1959, com sucessos como Conceição.

Foi considerado "o maior cantor do Brasil" por personalidades como Roberto Carlos, Emílio Santiago, Cid Moreira, Jô Soares, Aracy Balabanian, José Messias e tantos e tantos outros colegas seus. Foi, também, tratado carinhosamente pelos colegas de "O Professor", o que caracteriza respeito e admiração.

CD: Caubi Peixoto (2 CDs), 1996, Columbia 729.046/2- 479285.


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - 1998; Geraldo Freire - Biografia de Cauby Peixoto.

Castro Barbosa - Biografia

Castro Barbosa (Joaquim Silvério de Castro Barbosa), cantor e humorista nasceu em Sabará/MG em 07/05/1905 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 20/04/1975. Em 1931, quando trabalhava no Lóide Brasileiro, fez um teste na Rádio Educadora, do Rio de Janeiro, sendo apresentado a Almirante, que o convidou a participar de um programa.

Na emissora ficou conhecendo Noel Rosa, Custódio Mesquita, Nonô e Francisco Alves. Convidado pelo compositor André Filho, gravou seu primeiro disco em fevereiro de 1931, com a marcha Uvinha (André Filho) e o samba Tu hás de sentir (Heitor dos Prazeres), pela Parlophon.

Gravou também, na Brunswick, o samba Tá de mona (Maércio e Mazinho), com o Bando da Lua.

Por essa época, conheceu Jonjoca (João de Freitas Ferreira), com quem formou uma dupla para concorrer com Mário Reis e Francisco Alves. Levado por Paulo Neto para a gravadora Victor, foi apresentado ao diretor artístico Rogério Guimarães. Nessa gravadora lançou, em 1931, Sinto falta de você e A cana está dura, ambas de Jonjoca e gravadas pela dupla, seguindo-se mais 20 gravações até 1933.

Lançou a rumba Aqueles olhos verdes (Menendez, versão de João de Barro), em 1932; os sambas Vou pegá Lampião (J. Tomás) e Carioca, e o fox-samba Flor de asfalto (ambas de J. Tomás e Orestes Barbosa), em 1933. Para o Carnaval de 1932, gravou a marcha O teu cabelo não nega (Irmãos Valença e Lamartine Babo), que se transformou num dos maiores sucessos carnavalescos de todos os tempos, e Passarinho... passarinho (Lamartine Babo).

A partir daí foram vários os seus sucessos carnavalescos, como, em 1937, Lig-lig-lig-lé (Osvaldo Santiago e Paulo Barbosa); em 1942, Praça Onze (Herivelto Martins e Grande Otelo) e, em 1943, China pau (João de Barro e Alberto Ribeiro). Outras gravações de destaque foram a marcha A maior descoberta (Índio), em dupla com Almirante, no Carnaval de 1934; a marcha Vou espalhando por aí, em dupla com Carmen Miranda, em 1935; a valsa Dona Felicidade (Benedito Lacerda e Nestor Tangerini), em 1937; e a canção Festa iluminada (Gomes Filho), em 1942.

De 1931 a 1951, em 78 rpm, gravou cerca de 82 discos, com 148 músicas, sendo poucas as gravações depois de 1944. Trabalhou em várias estações de rádio, mas sua grande oportunidade nesse meio surgiu no Programa Casé, da Rádio Philips. Em 1937 foi convidado por Renato Murce para substituir o ator Artur de Oliveira no Programa Palmolive, da Rádio nacional, ao lado de Dircinha Batista e Jorge Murad, atuando como cantor e humorista.

Continuou nessas duas atividades e foi convidado por Lauro Borges para fazer programa que marcaria época na história do rádio brasileiro, o PRV-8, depois PRK-30, levado ao ar na Rádio Mayrink Veiga, na Rádio Clube do Brasil e, mais tarde, em São Paulo SP com o nome de PRK-15. Nesse programa ficou famoso com a caracterização de português.

Com o advento da televisão passou para a TV Paulista por mais quatro anos e , retornando ao Rio de Janeiro em 1959, lançou na TV-Rio o programa Só Tem Tantã, com Chico Anísio no papel principal, mais tarde transformado em quadro do Chico Anísio Show. Chico Anísio e Sérgio Porto escreviam e apresentavam quadros humorísticos em seu programa, entre os quais ficaram famosos "Feira livre", "Só tem tantã" e "Coral dos Bigodudos".

Durante oito meses atuou no programa de Renato Murce na TV-Rio, fazendo "As piadas do Manduca" (também um antigo programa de sucesso na época do rádio), "Seu Ferramenta" e a "PRK-30".


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

PRK-30 - A irreverência no ar


“É meu desejo que os senhores declarem pelo microfone desta emissora que a notícia que os matutinos desta tarde publicaram dizendo que foi preso o perigoso desordeiro Juliano Ferreira das Dores, não se refere absolutamente à minha pessoa. É bem verdade que eu me chamo Diomedes de Azevedo, mas quem não me conhece pode pensar perfeitamente que eu é que sou o tal Juliano Ferreira das Dores. Eu não quero confusões comigo. Muito agradeço. Assinado: Luis Maurício”.


O rádio brasileiro nunca mais foi o mesmo depois do dia 19 de outubro de 1944, data de estréia da PRK-30, o maior programa de humor no rádio da história do País, apresentado por Lauro Borges e Castro Barbosa.

Lauro e Castro faziam as vozes de mais de 25 personagens, sendo os principais Otelo Trigueiro, “o querido Tetelo das morenas inequívocas, das louras inelutáveis e até das morenas ferruginosas”, e Megatério Nababo d’Alicerce, um “português que se orgulha de falar inglês em vários idiomas”.

Em setembro de 1946, a PRK-30 passou a ser transmitida na Rádio Nacional, onde alcançou o auge do sucesso, com 52% da audiência do País em 1947. Com um humor simples, ingênuo, sem apelações, todas as sextas-feiras, às 20h30, a família se reunia para ouvir a PRK-30.

O humor de Lauro e Castro utilizava bastante trocadilhos, muito comuns na época, além do nonsense, que hoje em dia poderia até ser sem graça. Mas o talento dos humoristas consegue se manter ao longo do tempo e fazer com que os ouvintes de hoje ainda riam daquelas piadas. Com novelas como “Só morra em Godoma” e programas como “A Hora da Ginasta”, a PRK-30 teve tanto sucesso que ficou no ar de 1944 a 1964.

O jornalista Artur da Távola comenta em um artigo o segredo do sucesso da PRK-30: “Primeiro, o besteirol absoluto e sem compromissos ou engajamentos políticos partidários. Depois, a qualidade das tiradas, originais, divertidas (além de) uma sátira formidável dos cacoetes do rádio da época em forma de caricatura tanto vocal (dos dois) como através do texto direto e escorreito do programa".

Carmen Barbosa - Biografia

Carmen Barbosa, cantora, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 4/9/1912 e faleceu em 3/9/1942. Começou na Victor, como corista de gravações. Influenciada pelo estilo de Carmen Miranda, teve sua oportunidade quando, em 1934, foi chamada para substituir uma cantora. A partir daí, assinou contrato e passou a gravar.

Deixou 14 discos com 27 músicas, lançadas entre meados de 1935 e junho de 1940 na Columbia (1935), RCA Victor (1937), Odeon (1937) e Columbia (1937-1940).

Foi muito apoiada por Benedito Lacerda, que com sua flauta está presente em quase todas as suas gravações, sendo o compositor da maioria das músicas interpretadas por ela.

Entre seus maiores sucessos estão Palmeira triste, samba-canção de Herivelto Martins, e No picadeiro da vida, samba de Herivelto Martins e Benedito Lacerda. CD: Orlando Silva, Carmen Barbosa e Araci de Almeida, 1991, Revivendo CD-012.

Excertos de uma entrevista concedida por Carmen Barbosa à revista Carioca, num dos seus números de 1938: "Foi na Victor que eu comecei. Era corista de gravações. Sempre tive ótimo ouvido e aprendia, com facilidade, os sambas lançados em primeira mão. Passei uma porção de tempo nessa vida. Não me davam nenhuma oportunidade. Aborreci-me lá. Vim para a rua... Vivi a vida amarga dos chômerus" (operários sem trabalho) do rádio. De estúdio em estúdio, cantando em audições experimentais, para diretores apressados e distraídos. Vida de cachorro, sabe?"

Um dia, em 1934, uma cantora, Madelou Assis, faltou e Carmen foi chamada para substituí-la. Assinou contrato, passou agravar. A entrevista termina: "em casa tem sete irmãs. Entretanto, os vizinhos nunca reclamaram. Ela, é a única que canta".


Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Revivendo Músicas - Biografias.

Alegria Carnaval - Ney Matogrosso


Alegria Carnaval (1982) - Jorge Aragão e Nilton Barros - Intérprete: Ney Matogrosso

LP Ney Matogrosso - Mato Grosso / Título da música: Alegria Carnaval / Jorge Aragão (Compositor) / Nilton Barros (Compositor) / Ney Matogrosso (Intérprete) / Gravadora: Ariola / Ano: 1982 / Nº Álbum: 201.648 / Lado A / Faixa 1.


Intro: (Em7  Bm7) 6 vezes

Bm7  C7+  Bm7  C7+  D7  D#º

(Em7  Bm7) 8 vezes

Am7
Meu compromisso com o sofrer
C/D   D7/9     G7+   F#m7  B7
Vai se a... ca...  bar
Em7                        Am7
Vi que isso não tem nada a ver
C/D    D7/9     G7+   F#m7  B7
Hoje quero recome... çar
Em7                      Am7
Transar um novo amor prá mim
B7      E5+/7   E7/G#
Viver enfim
Am7       D7
Não posso me ligar
G7+    C7+
Se acaso for chorar
A/B   B7   D/E    E7/9-
Quem tanto mal me quis
Am7
Não quero nem saber
D7               G7+
Tem mais é que sofrer
C7+     B7/9-/11+   B7 (Em7  Bm7)
Enquanto sou      feliz

4 vezes Em7  (Em7  Bm7)

Em7            Am7
Quero viver a vida
C/D  D7/9         G7+
Ir prá avenida com a multidão
Em7                        Am7
Braço e abraço   Mão na mão
D7  D#º     Em7
Todo mundo é meu ir... mão
Am7
Noite ou dia é tudo igual
D7      D#º    Em7
Alegria car... na... val

Noite Severina - Ney Matogrosso


Noite Severina - Lula Queiroga e Pedro Luís - Intérprete: Ney Matogrosso

CD Vagabundo - Ney Matogrosso, Pedro Luis e A Parede / Título da música: Noite Severina / Lula Queiroga (Compositor) / Pedro Luís (Compositor) / Intérpretes: Ney Matogrosso, Pedro Luís e A Parede / Gravadora: Globo/Universal / Ano: 2004 / Nº Álbum: 6024981751-3 / Faixa 6.


Intro: Am  F  E

      Am
Corre calma Severina noite
F
De leve no lençol
E       Am
Que te tateia a pele fina
Dm     Dm/C        Am
Pedras sonhando pó na mina
Dm     Dm/C         Am
Pedras sonhando com britadeiras
F              E      Am
Cada ser tem sonhos À sua maneira
F              E      Am
Cada ser tem sonhos À sua maneira

      Am
Corre alta severina noite
F           E           Am
No ronco da cidade Uma janela assim acesa
Dm   Dm/C        Am
Eu respiro teu desejo
Dm      Dm/C          Am
Chama no pavio Da lamparina
F              E      Am
Sombra no lençol Que te tateia a pele fina
F              E      Am
Sombra no lençol Que te tateia a pele fina

Dm                            G
Ali tão sempre perto e não me vendo
C7+              F7+
Ali sinto tua alma flutuar do corpo
B7+                      E7  A7
Teus olhos se movendo sem se abrir
Dm                            G
Ali tão certo e justo e só te sendo
C7+                   F7+
Absinto-me de ti mas sempre vivo
B7+                 B7  A7
Meus olhos te movendo sem te abrir

      Am
Corre solta suassuna noite
F           E           Am
Tocaia de animal Que acompanha sua presa
Dm      Dm/C      Am
Escravo da sua beleza

        F            E          Am
Daqui a pouco o dia Vai querer raiar
F            E          Am
Daqui a pouco o dia Vai querer raiar
F            E          Am
Daqui a pouco o dia Vai querer raiar
F            E          Am
Daqui a pouco o dia Vai querer raiar

Dm                            G
Ali tão sempre perto e não me vendo...

Interesse - Ney Matogrosso


Interesse - Suely Mesquita e Pedro Luís - Intérprete: Ney Matogrosso

CD Vagabundo - Ney Matogrosso, Pedro Luis e A Parede / Título da música: Interesse / Suely Mesquita (Compositora) / Pedro Luís (Compositor) / Intérpretes: Ney Matogrosso, Pedro Luís e A Parede / Gravadora: Globo/Universal / Ano: 2004 / Nº Álbum: 6024981751-3 / Faixa 8.


Dm7
Acendo uma vela pra Deus
Am7
outra pro diabo
Dm7
agradeço,
C               Dm7  
você não se interessa mais por mim
Dm7
posso passear no bosque     
Am7
seu lobo não vem mais atrás
Dm7
agradeço,
C              Dm7   
você não se interessa mais por mim

   Dm7
me solta, me deixa, me larga,
Am7
tenho mais o que fazer.
Dm7                      C
não posso ficar nessa de esperar,
Dm7                     C
nem posso ficar nessa de querer.
Dm7                      C       Dm7
o gato acha o rato muito interessante
Dm7                       C       Dm7
a cobra acha o sapo muito interessante
Dm7
agradeço,
C       Dm7    C
você não se interessa mais por mim

Dm7                      C     Dm7  
sai de cima, deixa disso de promessa
Bb                              2X
não me prende aqui                  
A7         Dm7               
que eu tô com pressa