sexta-feira, janeiro 05, 2018

Tango - A Obra-Prima da Paixão


Surgido como criação anônima dos bairros pobres e marginais de Buenos Aires, o tango argentino tradicional tornou-se mundialmente famoso na voz de Carlos Gardel e, adaptado a uma estética moderna, com as composições instrumentais de Astor Piazzolla.


Tango é uma música de dança popular que nasceu em Buenos Aires, Argentina, no final do século XIX. Evoluiu a partir do candombe africano, do qual herdou o ritmo; da milonga, que inspirou-Ihe a coreografia; e da habanera, cuja linha melódica assimilou. Chamado pelos argentinos de "música urbana", tem a peculiaridade de apresentar letras na gíria típica de Buenos Aires, o lunfardo.

Os primeiros tangos, ainda próximos à milonga, eram animados e alegres. O primeiro cantor profissional de tango, também compositor, foi Arturo de Nava. A partir da década de 1920, tanto a música como a letra assumiram tom acentuadamente melancólico, tendo como principais temas os tropeços da vida e os desenganos amorosos. A temática é freqüentemente ligada à vida boêmia, com menção ao vinho, aos amores proibidos e às corridas de cavalos.

As orquestras compunham-se inicialmente de bandolim, bandurra e violões. Com a incorporação do acordeão, a que seguiram a flauta e o bandoneom, o tango assumiu sua expressão definitiva.

Dos subúrbios chegou ao centro de Buenos Aires, por volta de 1900. As primeiras composições assinadas surgiram na década de 1910, no período conhecido como da Guardia Vieja (Velha Guarda). A partir daí, conquistou grande popularidade na Europa, com o impulso da indústria fonográfica americana. Os tradicionalistas incriminam a predominância da letra, a partir da década de 1920, como responsável pela adulteração do caráter original do tango. A voz do cantor modificou o ritmo, que já não comportava o mesmo modo de dançar.

As figuras mais importantes da Guardia Nueva (Nova Guarda) foram o cantor Carlos Gardel - cuja voz e personalidade, aliadas à morte trágica num acidente de avião, ajudaram a transformar em mito argentino - e o compositor Enrique Santos Discepolo. Ao mesmo tempo, compositores europeus, como Stravinski e Milhaud, utilizavam elementos do tango em suas obras sinfônicas. Embora continuasse a ser ouvido e cultuado na Argentina conforme a feição que lhe foi dada por Gardel, o tango começou a sofrer tentativas de renovação.

Entre os representantes dessa tendëncia, figuram Martano Mores e Aníbal Troilo e, sobretudo, Astor Piazzola, que rompeu decididamente com os moldes clássicos do tango, dando-lhe tratamentos harmônicos e rítmicos modernos.

O Tango - como o samba, no Brasil - tomou-se símbolo nacional com forte apelo turístico. Casas de tango e o culto aos nomes famosos de Gardel e Juan de Dios Filiberto perpetuam o gênero. Ao contrário do samba, no entanto, a criação artística do tango sofreu forte declínio a partir da década de 1950.

A Dança - Por sua forte sensualidade, o tango foi, a princípio, considerado impróprio a ambientes familiares. O ritmo herdou algumas características de outras danças de casais, como as corridas e quebradas da habanera, mas aproximou mais o par e acrescentou grande variedade de passos. Os dançarinos mais exímios compraziam-se em combiná-los e inventar outros, numa demonstração de criatividade. Fora dos ambientes populares e dos prostíbulos, onde imperava nos subúrbios, o tango perdeu um pouco da lendária habilidade dos bailarinos.

Admitido nos salões, abdicou das coreografias mais extravagantes e evitou posturas sugestivas de uma intimidade considerada indecente, numa adaptação ao novo ambiente.

Tango no Brasil e na Espanha - Resultante de uma fusão da habanera, da polca e do lundu africano, o tango brasileiro, que deu origem ao maxixe, não tem relação com o argentino. O compositor Ernesto Nazareth foi quem deu mais destaque ao gênero, ao qual imprimiu sua marca pessoal. O tango flamenco é dança alegre e festiva do folclore do sul da Espanha, provavelmente influenciado pelo antigo tango argentino.

Veja também:






Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil - Barsa.

Erasmo Carlos, o Tremendão



Ao lado do parceiro Roberto Carlos, Erasmo é um dos maiores nomes da Jovem Guarda, responsável pela vertente mais radical e roqueira do movimento que marcou a música brasileira nos anos sessenta.


Erasmo Carlos (Erasmo Esteves) nasceu no dia 05 de junho de 1941 no Rio de Janeiro. Criado no bairro carioca da Tijuca, estudou nos tradicionais colégios Batista e Lafayette. Começou a se interessar por música em 1957, quando o rock começou a penetrar no Brasil. Na Rua do Matoso, conheceu Roberto Carlos, Jorge Ben e Tim Maia, que lhe ensinou os primeiros acordes de violão.

Iniciou sua carreira cantando com o grupo The Snakes, com quem gravou o lp Twist, contendo clássicos do rock and roll americano, e alguns originais como Namorando, de Carlos Imperial.

Em 1962, passou a integrar o grupo Renato e seus Blue Caps, cantando no lp Renato e Seus Blue Caps, que trouxe Lobo Mau, Estrelinha e What'd I Say, em inglês.

Em 1964, abriu o caminho para o sucesso com a gravação de Festa de arromba, composta em parceria com Roberto Carlos.

Junto com Roberto Carlos e a cantora Wanderléa passou a comandar o programa Jovem Guarda, na TV Record, o mais importante programa de auditório dos anos sessenta.

Entre seus maiores sucessos destacam-se ainda Você Me Acende, O Homem da Motocicleta, Minha fama de mau, Vem quente que eu estou fervendo, Terror dos Namorados e Sentado à beira do caminho.

Em meados dos anos setenta, gravou dois excelentes álbuns - Erasmo e Projeto Salva-Terra, acompanhado dos principais músicos da época, como o baixista Liminha, os guitarristas Sérgio Dias (Mutantes) e Gabriel O'Meara (Peso) e o baterista Dinho (também Mutantes).

Com o fim da Jovem Guarda, prosseguiu gravando e incentivando as novas gerações de músicos, com participação em discos e shows, destacando-se os discos Erasmo Convida ..., com Rita Lee e A Cor do Som, entre outros, e Sou uma criança, não entendo nada, com João Penca e Os Miquinhos Amestrados, Paulo Ricardo, Paula Toller e Léo Jaime.

Seus quatro primeiros lp's - A Pescaria, Você Acende, Erasmo Carlos e Os Tremendões e O Tremendão, foram relançados recentemente. No final dos anos oitenta, regravou o hit A Carta em dueto com Renato Russo, cantor e compositor do grupo brasiliense Legião Urbana.

Algumas músicas que compôs ou interpretou:








































































Veja também:



Fontes: Wikipédia; Dicionário Cravo Albin da MPB; EdmilsonMendes.com.

Zé Ramalho - Biografia


José Ramalho Neto, cantor e compositor, nasceu em Brejo da Cruz, Paraíba, em 03 de outubro de 1949. Na infância e juventude foi fã da Jovem Guarda e de grupos de rock como os Beatles e Rolling Stones, passando a prestar atenção nos estilos nordestinos só por volta dos 20 anos.


Em 1974 iniciou carreira artística como Zé Ramalho da Paraíba. Seu primeiro disco foi um álbum duplo (selo independente Solar, 1975), em dupla com Lula Cortes e com participações de Alceu Valença e Geraldo Azevedo. Mudando para o Rio de Janeiro RJ, lançou em 1977 o folheto de cordel Apocalipse agalopado. Nesse mesmo ano, sua composição Avôhai foi gravada por Vanusa no LP Vanusa 30 anos, revelando-o para o Sul do Brasil.

Em 1978 casou-se com a cantora Amelinha, que no ano seguinte faria sucesso com sua composição Frevo mulher. Em 1979 foi contratado pela Epic CBS e lançou seu primeiro LP, Zé Ramalho, incluindo os sucessos Avôhai e Vila do Sossego. Seu LP de 1980, Peleja do Diabo com o Dono do Céu, incluiu o sucesso Admirável gado novo, que em 1996 voltaria a fazer sucesso na trilha da novela da TV Globo, Rei do gado.

Em 1982 foi acusado de plágio, por usar em sua composição Força verde um trecho, sem crédito, do poeta irlandês William Butler Yeats (que lera num exemplar do gibi O incrível Hulk), fato que, aliado a uso crescente de drogas e à separação de Amelinha, prejudicou sua carreira por algum tempo.

Em 1996 formou com Alceu Valença, sua prima Elba Ramalho e Geraldo Azevedo o grupo de shows O Grande Encontro, com o qual gravou dois CDs pela BMG, em 1996 e 1997 (o segundo sem Alceu). Em 1997 lançou o CD duplo 20 anos-antologia acústica (BMG), com a regravação de 20 de seus maiores sucessos, e saiu pela Sony uma caixa com três CDs.

Seus outros discos (todos pela Epic) são A terceira lâmina (1981), Força verde (1982), Orquídea negra (1983), Por aquelas que foram bem amadas / pra não dizer que não falei de rock (1984), De gosto, de água e de amigos (1985), Opus visionário (1986), Décima de um cantador (1987), Brasil Nordeste (1992) e Frevoador (1992).

Foi um dos grandes responsáveis pela fusão da música nordestina com a pop-music a partir do fim da década de 1970.

Algumas músicas




















Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Wanderley Cardoso - Biografia

Wanderley Cardoso (Wanderley Conti Cardoso), cantor e compositor, nasceu em São Paulo SP, em 10/3/1945. Começou como cantor de programas infantis, destacando-se com A canção do jornaleiro (Heitor dos Prazeres).


Em 1962 apresentou-se no programa Alô, Brotos, de Sérgio Galvão, na Rádio Bandeirantes (São Paulo), e dois anos mais tarde foi levado por Genival Melo para a Copacabana, onde gravou seu primeiro compacto simples, Deu a louca no mundo (versão de Nazareno de Brito) e Rosana (versão de Genival Melo). Ainda em 1964, gravou Preste atenção (versão de Antônio Queirós), seu primeiro sucesso.

Conseguiu popularidade nos anos seguintes com Abraça-me forte (versão de Genival Melo), 1965, e O bom rapaz (Geraldo Nunes Moreira), que, incluída no LP de mesmo nome, teve destaque nas paradas de sucesso de 1967.

Em 1968 lançou em disco sua primeira composição, Doce de coco, e, um ano depois, gravou o LP Quando o amor se transforma em poesia, em que fez sucesso a canção-título, versão de sua autoria. Fez temporadas em países da América Latina e participou de festivais, como o Festival Piriapolis, no Uruguai, onde obteve em 1972 o primeiro lugar, como cantor e compositor, com Vivo para ver você viver. Ainda nesse ano fez um show no Canecão, no Rio de Janeiro, ao lado de Regina Duarte, Regina mon amour.

Em 1973 lançou o LP Minha namorada, obtendo sucesso com a canção-título de Roberto Correia e John Lemos, e com Preciso tanto de você (José Augusto). Nesse ano excursionou pelos Estados Unidos. Em 1974 lançou o LP Sempre lhe direi, com Minha ex-namorada (com Ivonete), Tentei esquecer você (Roberto Correia e John Lemos) e Nunca Mais (com Santiago).

Na década de 90, continou se apresentando em shows e gravando esporadicamente. Em 1995 participou do CD 30 anos de Jovem Guarda - Os reis do iê-iê-iê (Polygram) com nova interpretação de seu sucesso Doce de coco.

Veja também:
























Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.