quarta-feira, abril 15, 2009

Gaúcho

Gaúcho ( Francisco de Paula Brandão Rangel ), nasceu em Cruz Alta – RS em 1911 e faleceu no Rio de Janeiro – RJ em 1971. Em 1933 conheceu Joel de Almeida nas rodas boêmias do bairro carioca da Tijuca, e logo começaram a se apresentar em festas e serenatas.

No ano seguinte Renato Murce levou-os para seu programa Horas do Outro Mundo, na Rádio Phillips. Contratados pela emissora passaram a cantar no Programa Casé, com Gaúcho acompanhando ao violão e Joel batucando no chapéu de palha. Foram chamados de os irmãos Gêmeos da Voz por Alziro Zarzur, embora Cesar Ladeira tenha sido creditado com a invenção do apelido.

Em 1935 a dupla obteve seu primeiro destaque em disco com Estão batendo (Gadé e Valfrido Silva) gravado na Columbia. Em 1936, pela Victor, lançaram Pierrô apaixonado (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa) marcha de grande sucesso no Carnaval, que marcou o início de uma série de êxitos carnavalescos. No mesmo ano a dupla participou do filme Alô, alô Carnaval passando também a se apresentar nos cassinos da Urca e Atlântico além do Copacabana Palace Hotel.

No Carnaval de 1940 a dupla obteve outro grande sucesso com “ Cai, cai (Roberto Martins) lançando no mesmo ano a marcha Maria Caxuxa (Antônio Almeida e Saint-Clair Sena) e, no carnaval de 1941, Aurora (Roberto Roberti e Mário Lago) com enorme êxito. No ano seguinte a dupla gravou o sucesso A mulher do padeiro (J. Piedade, Germano Augusto e Bruni) e em 1943 a marcha O Danúbio...azulou (Nássara e Eratóstenes Frazão).

Outro grande êxito da dupla foi o Boogie-woogie do rato (Denis Brean) lançado em 1947, ano em que também excursionou por Buenos Aires, Argentina, apresentando-se na boate Embassy e na Rádio El Mundo. Na capital argentina a dupla se desfez, tendo Joel lá permanecido como cantor e Gaúcho retornado ao Brasil.
Em 1952 voltou a fazer dupla com Joel, mas somente por breve período. Gaúcho abandonou a rádio e foi morar em Itacuruça – Rio de Janeiro.

Em 1962 gravou novamente com Joel um LP, na RCA Victor, relançando antigos sucessos.

Haroldo Tapajós

Haroldo Tapajós - 1938
Haroldo Tapajós Gomes, cantor e compositor, nasceu em 19/11/1915 no Rio de Janeiro e faleceu em 18/4/1994 na mesma cidade. Filho de Manoel Tapajós Gomes, crítico de arte e poeta, e de Alice Sabino Maia, Haroldo formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Estado do Rio de Janeiro.

Integrou com o irmão Paulo, na década de 1930, a dupla Irmãos Tapajós e foi parceiro de Vinícius de Moraes na primeira canção gravada do poeta, Loura ou morena.

Em 1932, estreou em disco com o irmão, na Columbia, interpretando de sua autoria e Vinicius de Moraes o fox-canção Loura ou morena. No outro lado do disco, seu irmão Paulo interpretou o fox-blue Doce ilusão, também de sua parceria com Vinicius de Moraes.

Em 1934, gravou com o irmão pela Victor o fox-trote Um sorriso...uma lágrima..., de Júlio de Oliveira e Alberto Ribeiro e a valsa Canção para alguém, de sua autoria e Vinicius de Moraes. Também na década de 1930, gravou com o irmão outras composições suas em parceria com Vinicius de Moraes, como o fox-canção Namorado da lua e o fox-trote O nosso amor de criança.

Em 1940, gravou o último disco com o irmão interpretando a marcha Decadência de pierrô, de Lamartine Babo e Alcir Pires Vermelho e o samba Eu chorei, de Alvaiade e Alcides Lopes.

Em 1945, já afastado da música, entrou para o Itamaraty, tornando-se redator do Ministério das Relações Exteriores e iniciando carreira diplomática.

Fonte: Revivendo Músicas

Almir Guineto


Almir de Souza Serra (Rio de Janeiro, 12 de julho de 1946), mais conhecido como Almir Guineto, sambista e compositor. Foi o fundador do Fundo de Quintal, sendo um dos maiores representantes do samba de raiz.

Nascido e criado no Morro do Salgueiro, no Rio de Janeiro, teve contato direto com o samba desde a infância, já que havia vários músicos em sua família.

Seu pai Iraci de Souza Serra era violonista e integrava o grupo Fina Flor do Samba; sua mãe Nair de Souza (mais conhecida como "Dona Fia") era costureira e uma das principais figuras da Acadêmicos do Salgueiro; seu irmão Francisco de Souza Serra (mais conhecido como Chiquinho) foi um dos fundadores dos Os Originais do Samba.

Na década de 1970, Almir já era mestre de bateria e um dos diretores da Salgueiro e fazia parte do grupo de compositores que freqüentavam o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa época, inovou o samba ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho. O instrumento híbrido foi adotado por vários grupos de samba.

Em 1979, mudou-se para São Paulo para se tornar o cavaquinista dos Originais do Samba. Lá fez Bebedeira do Zé, sua primeira composição gravada pelo grupo, onde a voz do sambista aparece puxa o verso "Mas dá um tempo na cachaça, Zé/ Para prolongar o seu viver" e a sambista Beth Carvalho gravou algumas composições de Guineto, como Coisinha do pai, Pedi ao céu e Tem Nada Não.

No início dos anos oitenta, ele ajudou a fundar o grupo Fundo de Quintal junto com os sambistas Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e Ubirany. Mas ele deixou o grupo logo após a gravação de Samba é no Fundo de Quintal - primeiro LP do conjunto - e seguiu para carreira solo. Almir conquistou fama com a premiação no Festival MPB-Shell, da Rede Globo, em 1981, em que interpretou o samba-partido Mordomia (de Ari do Cavaco e Gracinha).

Sua notoriedade como compositor e intérprete aumentaria ao longo daquela década. Beth Carvalho gravou É, pois, é (parceria com Luverci Ernesto e Luís Carlos) em 1981, À luta, vai-vai! (com Luverci Ernesto) e Não quero saber mais dela (com Sombrinha) em 1984, Da melhor qualidade (com Arlindo Cruz), Pedi ao céu (com Luverci Ernesto) e Corda no pescoço (com Adalto Magalha) em 1987. Alcione gravou Ave coração (parceria com Luverci Ernesto) em 1981 e Almas & corações (com Luverci Ernesto) em 1983. Jovelina Pérola Negra gravou Trama (parceria com Adalto Magalha) em 1987.

Em 1986, a gravadora RGE lançou o LP Almir Guineto, que teve grande sucesso comercial. Nesse disco, Almir Guineto gravou algumas de suas parcerias com Adalto Magalha, Beto Sem Braço, Guará da Empresa, Luverci Ernesto e Zeca Pagodinho. Entre os grandes destaques, estão Caxambu, Mel na boca, Lama nas ruas e Conselho.

Ainda naquela década, a RGE lançou os LPs Perfume de Champanhe (1987) - que teve repercussão com Batendo na palma da mão (parceria com Guará da Empresa) - e Jeito de amar (1989). Em 1991, a gravadora lançou o disco De Bem Com a Vida.

Em 1997, Coisinha do pai foi programada pela engenheira brasileira da Nasa Jacqueline Lyra para acionar um robô norte-americano da missão Mars Pathfinder, em Marte. No ano seguinte, compôs com Arlindo Cruz, Sombrinha e Xerife Samba de Marte - que relata a história da chegada de Coisinha do pai em solo marciano.

Em 2002, a gravadora Paradoxx lançou o CD Todos os Pagodes. Naquele mesmo ano, Almir Guineto participou de "Bum-bum-baticum-Beto" e "Tributo a Beto Sem Braço", dois shows em homenagem a este sambista carioca, que ocorreram respectivamente no Bar Supimpa e Teatro João Caetano, ambos na cidade do Rio de Janeiro.

Em julho de 2007, Almir Guineto comemorou seu aniversário em um show, com diversos convidados, no Espaço Santa Clara, na cidade de São Paulo. Atualmente, o sambista vive em um sítio em Tupã (no interior do Estado de São Paulo).

Fonte: Wikipédia.

Baiaco

Baiaco (Osvaldo Caetano Vasques) nasceu em 1913 e faleceu em 1935 na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Compositor e instrumentista, era freqüentador das reuniões de sambistas do Bar do Apolo, no subúrbio do Estácio, ao lado de Bide, Ismael Silva, Mano Edgar, Mano Rubem, Nílton Bastos e outros, com eles fundou a primeira escola de samba do Brasil, Deixa Falar, em 1928.

Três anos depois, com o desaparecimento da escola, alguns de seus membros juntaram-se à União das Cores, para fundar a escola de samba União do Estácio. Sua música mais famosa, Arrasta a sandália (com Aurélio Gomes), foi gravada em 78 rpm para o Carnaval de 1933 por Moreira da Silva, na antiga Columbia, trazendo, na outra face, Vejo lágrimas (com Ventura). Para o mesmo Carnaval, Patrício Teixeira gravou, na Victor, seu samba Tenho uma nega (com Benedito Lacerda).

Em julho do ano seguinte, Almirante lançou, também pela Victor, sua música Conversa puxa conversa. Moacir Fenelon contratou-o como ritmista (tocava omelê), para a Columbia, onde mais tarde a ele se juntaram Buci Moreira e Cartola.

Obras

Arrasta a sandália (c/ Aurélio Gomes), 1933; Conversa puxa conversa, 1934; Tenho uma nega (c/ Benedito Lacerda), samba, 1933; Vejo lágrimas (c/ Ventura), 1933.

Fonte: Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Editora, 1977.

Abel Silva

O compositor Abel Ferreira da Silva nasceu em Cabo Frio (RJ), em 28 de fevereiro de 1943, mas foi criado no bairro do Catete, para onde se mudou com a família, aos dois anos de idade. Estudou na Faculdade Nacional de Filosofia e Direito, liderando nas décadas de 60 e 70 os movimentos estudantis. Formado em Letras, em 1969, atuou na Escola de Comunicação, tendo sido editor do jornal Opinião e da revista de cultura Anima, ao lado do poeta e amigo Capinam.

Nessa época morou no Solar da Fossa, onde conviveu com Torquato Neto, Caetano Veloso e Gal Costa. Enveredou-se pela poesia e, no auge da repressão militar, em 1971, lançou o romance O Afogado. Em 74 publicou o livro de contos Açougue das Almas e em 79 seu primeiro livro de poesias, intitulado Asas.

Sua carreira de compositor começou por acaso. De sua amizade com Fagner surgiu a primeira parceria, Bodas de Sangue e depois Asa partida. Já como poeta-letrista, Abel marcou presença junto a compositores e intérpretes nordestinos, como João do Vale, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Marinês, Robertinho do Recife e Amelinha.

Entres suas composições mais famosas encontramos: Festa do Interior e Espírito Esportivo (parcerias com Moraes Moreira), Brisa do Mar e Simples Carinho (com João Donato), Quando o amor acontece e Desenho de giz (com João Bosco), Água na boca (com Tunai) e Transparências (com Roberto Menescal).

Sua parceira mais constante foi a compositora Suely Costa, com quem Abel Silva criou obras-primas, como Jura secreta, Alma, O primeiro jornal, entre outras. Os melhores intérpretes de suas canções foram Elis Regina, Simone, Gal Costa, Maria Bethânia, Nara Leão, Fagner, Cauby Peixoto, entre outros. Atualmente é Diretor Administrativo da União Brasileira de Compositores (UBC).

Fonte: Abel Silva - samba & choro

Carreirinho

Carreirinho (Adauto Ezequiel), cantor e compositor, nasceu em Bofete-SP, em 21/10/1921. Aos sete anos cantou uma modinha de sua autoria numa comemoração escolar de fim de ano, recebendo de presente uma viola. A partir de então, passou a apresentar-se em festinhas, cantando e tocando.

Em 1946 estreou profissionalmente ao lado de Ferraz, atuando nos circos que passavam pela cidade de Sorocaba SP. Seguiu depois para São Paulo SP, onde se apresentou na Rádio América. Mais tarde, transferiu-se para a Rádio Record, ali atuando com novo parceiro, o investigador de polícia José Stramandinoli (Zé Pinhão), com quem formou a dupla Zé Pinhão e Pinheiro, que passou a participar do programa Sítio do Bicho-de-Pé até 1947, ano em que se separaram.

Nessa época, propôs parceria a Lúcio Rodrigues, que cantava com Fortaleza. Formaram então uma dupla cujo nome foi escolhido em concurso popular entre os ouvintes da Rádio Record: Zé Carreiro(Lúcio) e Carreirinho (Adauto).

Em 1950 Tonico e Tinoco, que eram contratados da Continental, se interessaram pelo cururu O canoeiro (Zé Carreiro), música que vinha marcando as apresentações da dupla iniciante. Mediante acordo com o diretor da gravadora, consentiram na gravação de Tonico e Tinoco, conseguindo em troca gravar o primeiro disco, com O canoeiro e Ferreirinha (de sua autoria). O sucesso desse lançamento levou a fábrica a contratá-los.

Seis anos depois, a dupla lançou, pela Copacabana, Crianças do meu Brasil (com José Fortuna) e Jamais seremos esquecidos (de autoria da dupla), e, no ano seguinte, pela Victor, Sinhá Maria, versão sertaneja da composição de René Bittencourt do mesmo nome, e Buquê de flor (da dupla).

Em 1958, depois de dez anos de atuação na Rádio Record e de gravar diversos discos, Zé Carreiro teve de se afastar da vida artística por surdez. Formou, então, com José Dias Nunes, nova dupla, Tião Carreiro e Carreirinho, que gravou em 1958, pela Continental, Rei do gado (Teddy Vieira), Mariposa do amor (Canhotinho e Torrinha), Pirangueiro e Saudade de Araraquara (ambas de Zé Carreiro), e Despedida de solteiro (com Zé Fortuna). Depois a dupla gravou pela RCA algumas composições de gênero mais sentimental, com Madalena, O beijo (ambas de sua autoria) e Esqueça a sua Maria (Raul Torres e João Pacífico).

Em 1962 lançou, com Zé Carreiro, pelo selo sertanejo da Chantecler Meu carro e minha viola (com Mozart Novais), faixa que deu nome ao LP, Boi cigano (Tião Carreiro e Pião Carreiro) e Terra roxa (Teddy Vieira), entre outras. No mesmo ano, apareceu num LP lançado pela Chantecler em homenagem à antiga dupla com Zé Carreiro, relembrando sucessos como Canoeiro, Ferreirinha e Pirangueiro (Zé Carreiro).

Afastando-se de São Paulo, só voltou a gravar mais tarde, com sua nova parceira na dupla Carreirinho e Zita Carreiro (Iracema Soares Gama), que lançou pela Continental, no selo Cartaz, Flor de minha vida (com Zé Matão), Saudade (com Caboclo), Encontro fatal (com J. Vicente), Vem meu amor (com J. Vasco) e Mundo vazio (com Pardinho).

Em 1974, a nova dupla gravou na Chantecler um pot-pourri intitulado Recordando Zé Carreiro, além de outras músicas, como Deus é meu guia (com Zuza), Saudade do nosso amor (Teddy Vieira e Tião Carreiro), Rincão de nossa terra (sua autoria), Cão fiel (Zé Godói e Biguá), Tormento da noite (Cafezinho e Nhô Juca). No ano seguinte, a dupla gravou na Carmona, Formigueiro de gente e Policena, além de Palhaço (com Miguel Santiago), em homenagem aos palhaços.

Em 1979 a Secretaria de Cultura da prefeitura de São Paulo homenageou a dupla com uma festa realizada no ginásio de esportes do Sport Club Corinthians Paulista; em 1980, em Curitiba PR, receberam uma placa de Honra ao Mérito dos artistas paranaenses.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977. 3p.