segunda-feira, junho 17, 2013

Paulo Bob

O "cowboy" Paulo Bob - Abril/1955

"Depois de aparecer Bob Nelson, que hoje é um dos mais populares cantores de rádio surge-nos agora Paulo Bob, que se especializou no mesmo gênero, sendo considerado o cowboy romântico e atua ao microfone da Rádio Globo" (A Scena Muda, 08/03/1949).


Paulo Bob, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 23/12/1930 e iniciou a carreira artística no fim da década de 1940. Em 1953, gravou pela Sinter, com acompanhamento de conjunto, o fox Ai, Maria, de Ari Monteiro e Adelino M. de Castro, e a valsa Rodeio, de Miguel Lima e R. de Souza.

Contratado pela gravadora Todamérica, gravou em 1957, acompanhado de orquestra, a valsa Mariley, de Lourival Perez, Iris Soares e Elias Ramos, e a marcha Bloco da bicharada, de sua autoria, José Carlos e Chacrinha.

Em 1964, participou da coletânea carnavalesca Carnaval é nosso, da gravadora Entré/CBS, na qual estiveram também nomes como os Risadinha, Alcides Gerardi, Ari Cordovil, Emilinha Borba, e outros, cantando a marcha Fui no Tororó, de Aloísio Marins e A. Montenegro.

Em 1966, juntamente com artistas como Emilinha Borba, Ari Cordovil, Alcides Gerardi e outros, participou da coletânea carnavalesca Carnaval no salão do selo Entré/CBS, cantando as marchas Carnaval brasileiro, de Anicio Bichara, e Sou fã da Jovem Guarda, de Luis de França, Wilson Batista e Barbosa da Silva. Esse LP seria lançado no início do ano seguinte, e foi uma das inúmeras coletâneas carnavalescas lançadas na época.

Em 1967, esteve na coletânea carnavalesca O verdadeiro carnaval cantando as marchas É a vez do morro, de Anicio Bichara e José Messias, e Quem diria, de B. Barbosa e L. Peres. Nesse período, inúmeros artistas sem maiores espaços nas gravadoras, e num momento em que a música de carnaval se encontrava em plena decadência, participaram de coletâneas onde lançavam músicas para o carnaval.

Em 1968, foi lançado o LP Um novo carnaval, disco para o ano seguinte no qual cantou as marchas Forrobodó, de Almeidinha e Carlos Silva, e Bang-bang no salão, de Milton de Oliveira e Vicente Amar.

Em 1969, gravou para o LP Carnaval 1970 as marchas Deixa isso pra lá, de Hilton Nunes e Sebastião Nunes, e  Levante o dedo, de Otolindo Lopes, Orlando Dias e Jota Albar.

Em 1970, gravou a Marcha da pirraça, de Walter Dionísio e Adilson Martins, que fez parte do LP Carnaval 1971.

Nos anos de 1971, 1972 e 1973, participou de outras coletâneas do mesmo gênero lançadas pelo selo Entré/CBs para as quais registrou as marchas "Rebolado da gatinha", de Almeidinha, Vicente Amar e José Silva; Fora de série (Jóia mulata), de Brasinha e Irene Mattos; Marcha da Terezinha, de Aloísio Marins, Adilson Silva e Fernando Barros, e Andei andei de Rutinaldo e Klécius Caldas.

Depois de algum tempo sem gravar, voltou aos disco em 1981, quando tomou parte em duas coletâneas carnavalescas lançadas no final daquele ano visando o carnaval seguinte: a marcha O beijoqueiro, de sua autoria, Haroldo Francisco e Aloísio J. Silva, uma homenagem ao folclórico "Beijoqueiro" figura bastante midiática na época, incluída no LP Carnaval do jeito que o povo gosta da Top Tape, e a Marcha do desempregado, com  Conceição e Dell Rosso, que fazia alusão ao grande número de desempregados no Brasil da época, e incluída no LP Carnaval 82 - As marchinhas estão de volta da gravadora K-Tel.

Em 1982, fez parte da coletânea carnavalesca Carnaval 83 - VOL. 1 do selo Araponga/Lança/Polygram cantando a marcha Turma da birita, de Denis Lobo, Roberto Savalla e Toninho Lazarotti.

Depois de muito tempo dedicado à música carnavalesca, deu uma guinada em sua carreira e passou a dedicar-se a outro gênero musical e em 1982 gravou a toada Ciganinha do compositor Horizonte, e a balada Distância (Ela está tão longe), de Rossini Pinto, e que fizeram parte do LP Os guardiões da música sertaneja da gravadora Chantecler.

Em 1993, participou do LP Canto da terra - VOL. 10 do selo Canto da Terra cantando Sai do meu caminho, de Luis Geraldo e Rafael Treiger. No ano seguinte, lançou pelo selo Canto da Terra o LP Mocinho brasileiro" com as músicas Sai do meu caminho, Meus parabéns, Você foi o meu caso, e  Não dá certo, de Luis Geraldo e Rafael Treiger; Ciganinha, de Horizonte; Saudade de você e Valsa da vovó, com Aloísio Silva e Marcus Pitter; Ai Maria, de Adelino Moreira e Ari Moreno, e Quando o dia amanhece, de Jorge Elias e Geórgia.

Em sua longa carreira dedicou-se especialmente ao repertório carnavalesco tendo participando de mais de dez coletâneas para o carnaval.

Obras


Bloco da bicharada (c/ José Carlos e Abelardo Barbosa), Marcha do desempregado (c/ Conceição e Dell Rosso), O beijoqueiro (c/ Haroldo Francisco e Aloísio J. Silva), Saudade de você (c/ Aloísio Silva e Marcus Pitter), Valsa da vovó (c/ Aloísio Silva e Marcus Pitter).

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Fontes: A Scena Muda, de Março/1949 e Abril/1955; Dicionário da MPB.

Trio Guarás

Após curta temporada na Tupi, o Trio seguirá para Buenos Aires (A Cena Muda - 22/10/1946)

Trio Guarás — Trio vocal e instrumental criado em meados da década de 1940 pelos irmãos Chalub: Juca no acordeom, Pimentinha no violão e Toninho no pandeiro.

Em 1945, o trio gravou pela Continental os sambas Advinhação e Palhaço apaixonado, ambos de Príncipe Pretinho. Seguiram-se apresentações em programas de Rádio e apresentações pelos estados do sudeste.

Em 1949, o trio atuou no filme Estou aí dirigido por José Cajado Filho na Cinédia.

Em 1955, o Trio lançou pela gravadora Rádio o LP Trio Guarás no qual foram interpretados o samba argentino Nostalgias Tucumanas, de Gabriel Ruiz, o baião Quexeramobim, de Gordurinha, o choro Papagaio indiscreto, de Donga e Valfrido Silva, o baião estilisado árabe Hakini Atelfon, de N. Hankach, o motivo gaúcho Dedilhando a gaita, de  Caco Velho, a valsa Encantos de Diamantina, de Genaro Cruz, o xote Pra casá, de Álvaro Xavier e A. Francisco, e o bolero árabe Banats Candari, tema tradicional árabe.

Ainda em meados dos anos 1950, o trio acompanhou o Trio de Ouro em excursão ao estado de São Paulo.

Discografia


(1945) Advinhação/Palhaço apaixonado • Continental • 78
(1954) Trio Guarás • Rádio • LP


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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; A Cena Muda..

Alberto Lazzoli

Alberto Lazzoli, oboísta e regente, nasceu em São Paulo, SP, em 03/07/1906, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, em 04/12/1987. Desde criança demonstrou inclinação para a música. Estudou com o pai do maestro Leo Peracchi.

Paralelamente à vida de músico, trabalhou na área de comércio como auxiliar de escritório, tendo se formado pela Escola de Comércio Álvares Penteado. Foi professor da Escola de Música da UFRJ, na qual se aposentou. 

Atuou na Rádio Nacional na fase áurea do rádio no Brasil. Iniciou sua carreira tocando em festas e bailes. Foi solista da Sociedade de Concertos Sinfônicos, criada na capital paulista. Acompanhou a famosa bailarina Ana Pavlova em sua última apresentação no Brasil.

Na Rádio Nacional, além de acompanhar Francisco Alves em seu famoso programa do meio-dia ("Ao soar o carrilhão..."), participou de vários outros programas, tais como "Honra ao mérito", "O Lado claro da vida", "Festivais G.E.", "Concertos Philips", "Quando os maestros se encontram", entre outros.

Prestou depoimento à Rádio Nacional, contando sua participação no rádio, em fita comercializada pela Collector's. Compôs o Hino do Rádio Brasileiro.

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Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.