O "cowboy" Paulo Bob - Abril/1955 |
"Depois de aparecer Bob Nelson, que hoje é um dos mais populares cantores de rádio surge-nos agora Paulo Bob, que se especializou no mesmo gênero, sendo considerado o cowboy romântico e atua ao microfone da Rádio Globo" (A Scena Muda, 08/03/1949).
Paulo Bob, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 23/12/1930 e iniciou a carreira artística no fim da década de 1940. Em 1953, gravou pela Sinter, com acompanhamento de conjunto, o fox Ai, Maria, de Ari Monteiro e Adelino M. de Castro, e a valsa Rodeio, de Miguel Lima e R. de Souza.
Contratado pela gravadora Todamérica, gravou em 1957, acompanhado de orquestra, a valsa Mariley, de Lourival Perez, Iris Soares e Elias Ramos, e a marcha Bloco da bicharada, de sua autoria, José Carlos e Chacrinha.
Em 1964, participou da coletânea carnavalesca Carnaval é nosso, da gravadora Entré/CBS, na qual estiveram também nomes como os Risadinha, Alcides Gerardi, Ari Cordovil, Emilinha Borba, e outros, cantando a marcha Fui no Tororó, de Aloísio Marins e A. Montenegro.
Em 1966, juntamente com artistas como Emilinha Borba, Ari Cordovil, Alcides Gerardi e outros, participou da coletânea carnavalesca Carnaval no salão do selo Entré/CBS, cantando as marchas Carnaval brasileiro, de Anicio Bichara, e Sou fã da Jovem Guarda, de Luis de França, Wilson Batista e Barbosa da Silva. Esse LP seria lançado no início do ano seguinte, e foi uma das inúmeras coletâneas carnavalescas lançadas na época.
Em 1967, esteve na coletânea carnavalesca O verdadeiro carnaval cantando as marchas É a vez do morro, de Anicio Bichara e José Messias, e Quem diria, de B. Barbosa e L. Peres. Nesse período, inúmeros artistas sem maiores espaços nas gravadoras, e num momento em que a música de carnaval se encontrava em plena decadência, participaram de coletâneas onde lançavam músicas para o carnaval.
Em 1968, foi lançado o LP Um novo carnaval, disco para o ano seguinte no qual cantou as marchas Forrobodó, de Almeidinha e Carlos Silva, e Bang-bang no salão, de Milton de Oliveira e Vicente Amar.
Em 1969, gravou para o LP Carnaval 1970 as marchas Deixa isso pra lá, de Hilton Nunes e Sebastião Nunes, e Levante o dedo, de Otolindo Lopes, Orlando Dias e Jota Albar.
Em 1970, gravou a Marcha da pirraça, de Walter Dionísio e Adilson Martins, que fez parte do LP Carnaval 1971.
Nos anos de 1971, 1972 e 1973, participou de outras coletâneas do mesmo gênero lançadas pelo selo Entré/CBs para as quais registrou as marchas "Rebolado da gatinha", de Almeidinha, Vicente Amar e José Silva; Fora de série (Jóia mulata), de Brasinha e Irene Mattos; Marcha da Terezinha, de Aloísio Marins, Adilson Silva e Fernando Barros, e Andei andei de Rutinaldo e Klécius Caldas.
Depois de algum tempo sem gravar, voltou aos disco em 1981, quando tomou parte em duas coletâneas carnavalescas lançadas no final daquele ano visando o carnaval seguinte: a marcha O beijoqueiro, de sua autoria, Haroldo Francisco e Aloísio J. Silva, uma homenagem ao folclórico "Beijoqueiro" figura bastante midiática na época, incluída no LP Carnaval do jeito que o povo gosta da Top Tape, e a Marcha do desempregado, com Conceição e Dell Rosso, que fazia alusão ao grande número de desempregados no Brasil da época, e incluída no LP Carnaval 82 - As marchinhas estão de volta da gravadora K-Tel.
Em 1982, fez parte da coletânea carnavalesca Carnaval 83 - VOL. 1 do selo Araponga/Lança/Polygram cantando a marcha Turma da birita, de Denis Lobo, Roberto Savalla e Toninho Lazarotti.
Depois de muito tempo dedicado à música carnavalesca, deu uma guinada em sua carreira e passou a dedicar-se a outro gênero musical e em 1982 gravou a toada Ciganinha do compositor Horizonte, e a balada Distância (Ela está tão longe), de Rossini Pinto, e que fizeram parte do LP Os guardiões da música sertaneja da gravadora Chantecler.
Em 1993, participou do LP Canto da terra - VOL. 10 do selo Canto da Terra cantando Sai do meu caminho, de Luis Geraldo e Rafael Treiger. No ano seguinte, lançou pelo selo Canto da Terra o LP Mocinho brasileiro" com as músicas Sai do meu caminho, Meus parabéns, Você foi o meu caso, e Não dá certo, de Luis Geraldo e Rafael Treiger; Ciganinha, de Horizonte; Saudade de você e Valsa da vovó, com Aloísio Silva e Marcus Pitter; Ai Maria, de Adelino Moreira e Ari Moreno, e Quando o dia amanhece, de Jorge Elias e Geórgia.
Em sua longa carreira dedicou-se especialmente ao repertório carnavalesco tendo participando de mais de dez coletâneas para o carnaval.
Obras
Bloco da bicharada (c/ José Carlos e Abelardo Barbosa), Marcha do desempregado (c/ Conceição e Dell Rosso), O beijoqueiro (c/ Haroldo Francisco e Aloísio J. Silva), Saudade de você (c/ Aloísio Silva e Marcus Pitter), Valsa da vovó (c/ Aloísio Silva e Marcus Pitter).
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Fontes: A Scena Muda, de Março/1949 e Abril/1955; Dicionário da MPB.