sábado, março 03, 2018

Cláudia Barroso - Biografia


Cláudia Barroso (Amélia Rocha Barroso, 23/4/1932, Ipirapitinga, MG), cantora e compositora, aos sete anos de idade, perdeu tragicamente o pai, o que que fez sua mãe se mudar com os filhos (ela e mais três irmãos) para Santo Antônio de Pádua, RJ. A vocação artística foi despertada, ainda menina, quando começou a cantar nas festinhas da escola. Posteriormente, a família foi morar na cidade do Rio de Janeiro, no bairro do Méier.


Diante da necessidade da família, a menina Amélia começou a trabalhar como babá. Depois, passou a trabalhar numa fábrica de estojos para joias. Aos 15 anos, casou-se e teve um casal de filhos. Durante muitos anos, Amélia se dedicou inteiramente aos filhos e ao marido.

Em 1957, já separada e com os filhos mais crescidos, resolveu que era o momento de tentar a carreira artística. Incentivada por uma amiga, dirigiu-se ao programa de calouros de Ary Barroso. Foi gongada na primeira apresentação, não por desafinar, mas por errar a letra da música Risque, de Ary Barroso. Tentou, em seguida o programa de calouros de Renato Murce, na rádio Nacional/RJ, sendo bem sucedida e permanecendo por várias semanas na disputa, até ganhar o prêmio final. Foi convidada pela cantora Marisa Gata Mansa para fazer um teste na boate do Copacabana Palace, pois lá estavam precisando de uma "crooner". Tendo passado no teste, ali surgiu seu primeiro trabalho como cantora profissional.

Em 1958, gravou pela primeira vez ao participar do LP Meia noite no meia noite, da gravadora Todamérica que contou com as participações de Moacyr Silva e seu conjunto e de Cópia e seu conjunto. Nesse disco gravou a faixa Não adianta chorar, de Eduardo Patané e Almeida Rego, acompanhada da Orquestra do Copacabana Palace, regida pelo maestro Cópia, o Copinha. Posteriormente, foi contratada para ir cantar em São Paulo, na boate "Capitains Bar", do Hotel Comodoro. Ali cantou com diversos músicos, como Valter Vanderley, Paulinho Nogueira e Pedrinho Mattar. Por seu talento e versatilidade, tornou-se crooner muito disputada pelos donos de casas noturnas de São Paulo, pois cantava também em vários idiomas. Recebeu da gravadora Odeon convite para gravar a música Fica comigo essa noite, de Adelino Moreira. Foi o seu primeiro disco solo, ainda em 78 rpm que trazia no outro lado Não, eu não vou ter saudade, de Vaucaire e C. Dumont, com versão de Romeu Nunes, disco lançado em fevereiro de 1962.

Em 1967, lançou um LP pela gravadora Fermata no qual interpretou as músicas Esta é a minha canção (The is my song), de Charles Chaplin, Falem-me dele (Parlez-moi de lui), de M. Rivgauche e J. Dieval, e Nenhum de vocês (Nessuno di voi), de Pallavicini e Kramer, com versões de Alexandre Cirus, Eu por amor (Io per amore), de P. Donaggio e V. Pallavicini, É mais forte que eu (É piu forte di me), de E. Polito e A. del Monaco, e O silêncio (Il silenzio), de G. Brezza e N. Rosso, as três em versões de Fred Jorge, Deus como te amo (Dio come ti amo), de Domenico Modugno, versão de Demetrio Carta, Amor não é brinquedo (Eine ganze nacht), de J. Last e G. Loose, e Glória (In excelsis Deo), de S. Vasco, T. Del Rincon e T. Rendall, em versões de Juvenal Fernandes,A música termina (La música é finita), de U. Bindi e F. Califano, e Valsa da recordação (Vals del recuerdo), de Kalender e B. Molar, versões de Salathiel Coelho, e Começar de novo, de Nóbrega e Souza, David Mourão e Ferreira. Nesse ano, gravou a marcha Flores na varanda, de Osvaldo Cruz e Celina Paiva, incluída na coletânea carnavalesca "Carnaval 68" do selo Som Maior, algo raro em sua carreira de cantora romântica.

Em 1970, recebeu um convite para participar como jurada no programa Sílvio Santos. Sua atuação obteve tanto sucesso, que ela foi contratada pelo animador, passando a ser presença obrigatória no programa, o qual era levado ao ar, ao vivo, aos domingos. Um dia, ao dirigir-se a uma caloura, criticou a interpretação da música, atribuindo-lhe uma nota que causou polêmica no programa. Desafiada, então, pelo animador Sílvio Santos a interpretar aquela música de forma melhor que a candidata, foi ao palco e cantou magistralmente, arrancando intermináveis aplausos do público e, principalmente, dos demais membros do juri.

Logo em seguida, a gravadora Continental a contratou, iniciando uma fase de grande sucesso da cantora. Em 1971, lançou seu primeiro LP pela gravadora Continental interpretando as músicas A vida é mesmo assim, Quem mandou você errar, de sua autoria, Pra que chorar, de Jorge Ricardo, Amiga, de Anastácia, Dona tristeza, de Jacobina e Almeida Rego, Juntinho é melhor, de Fernando Barreto, Fernando Costa e Rossini Pinto, Você mudou demais, de Dik Júnior, Tudo acabado, de J. Piedade e Osvaldo Martins, entre outras.

Em 1973 teve sucesso sua gravação de Ah! Se eu fosse você, de sua autoria. Em 1975 gravou Deixe meu marido em paz e Duas almas, esta última em parceria Carlos Bonani. No mesmo ano, gravou Ninguém pertence a ninguém (Osmar Navarro e Portinho) e O homem que eu amo (Chico Xavier).

Em 1976 gravou Mulher sem nome e Pedaço de papel, ambas de Anastácia em LP.

Em 1995 lançou pela Warner o disco Dose dupla. Em 2003, lançou o CD A vida é assim mesmo - Ao vivo.

Dona de um carisma sem igual e de uma voz límpida de timbre sereno e encorpado, Cláudia Barroso é uma das principais intérpretes da música romântica que o país conhece... ou deveria conhecer.


Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Cantoras do Brasil - Cláudia Barroso.

Desacato - Antônio Carlos e Jocafi


Desacato (1971) - Antônio Carlos e Jocafi - Inerpretação: Antônio Carlos e Jocafi

LP Antonio Carlos & Jocafi - Mudei De Idéia / Título da música: Desacato / Jocafi (Compositor) / Antônio Carlos (Compositor) / Antônio Carlos e Jocafi (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1971 / Nº Álbum: BSL 1547 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Samba / MPB.


Tom: A  

                   A7M
Inofensivo aquele amor
Que nem sequer se acomodou
Bbº   Bm7
Já morreu
Quem destratou a ilusão
                        E7
Quem freqüentou meu coração
        A7M
Não fui eu
Não adianta me envolver
Nas artimanhas que você
Bbº  Bm7
Preparou
E vá tratando de esquecer
                        E7
Leve os breguetes com você
      A7M
Me zangou

    E7    F#m  C#m7
Por isso agora deixa estar
Bbº     Bm7                 E7    A7+
Deixa estar que eu vou entregar você.

Toró de lágrimas - Antônio Carlos e Jocafi


Toró de Lágrimas (samba, 1974) - Antônio Carlos Pinto, Jocafi e Zé do Maranhão - Interpretação: Antônio Carlos e Jocafi

LP Definitivamente / Título da música: Toró de Lágrimas / Antônio Carlos Pinto (Compositor) / Jocafi (Compositor) / Zé do Maranhão (Compositor) / Jocafi (Intérprete) / Antônio Carlos (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1974 / Nº Álbum: 110.0005 / Lado B / Faixa 4 / Gênero musical: Samba / MPB.


 A7+ E7/5+       A7+
Toró . . . . de lágrimas
Abm7         Db7                 Gbm7     
Foi o retrato doído que você deixou
B7                                 Bm7
Foi um momento de sede que a fonte secou
E7
Ai de mim
A7+ E7/5+       A7+
Toró . . . . de lágrimas
Abm7          Db7                Gbm7
Foi o amor programado por computador
B7                                  Bm7
Tanta lembrança bonita e você não guardou
E7
Ai de mim
A7+          Dbm7       G6         Gb7
O seu amor fabricado que fez por fazer
Bm          Gb7        Bm7
Angústia e desprezo, desmancha prazer
E7                 A7+ E7/5+
No fundo, no fundo você não prestou
A7+              Dbm7        G6          Gb7
Um sentimento emprestado perdeu seu valor
Bm            Gb7    Bm7
Eu compro esta briga e não faço favor
E7                   A
No fundo, no fundo, você não prestou

Dona da casa - Antônio Carlos e Jocafi


Dona da Casa (1973) - Antônio Carlos Pinto e Jocafi - Intérprete: Antônio Carlos e Jocafi

LP Antônio Carlos & Jocafi / Título da música: Dona da Casa / Antônio Carlos Pinto (Compositor) / Jocafi (Compositor) / Antônio Carlos e Jocafi (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1973 / Nº Álbum: 103.0082 / Lado A / Faixa 3 / Gênero musical: MPB.


Tom: C

          C     C7       F
Dona da casa, ando adoentado
       G7               C
ressabiado, sem o seu amor
E7           Am               Dm
ah, agora é tarde, a inês é morta
           G7                  C  G7
abre essa porta, vem se apaixonar
         C     C7         F
dona da casa, destino malvado
           G7                  C
tá do meu lado, não tente escapar
E7          Am              Dm
ah,agora é tarde, a inês é morta
           G7                  C
abre essa porta, vem se apaixonar

G7           C                 Dm
Ó...dona da casa, por Nossa Senhora
                G7
dai-me o que beber
                   C
senão eu vou-me embora

Shazam - Antônio Carlos e Jocafi


Shazam (1972) - Antônio Carlos Pinto e Jocafi - Intérprete: Antônio Carlos e Jocafi

LP Antônio Carlos E Jocafi - ...Cada Segundo / Título da música: Shazam / Antônio Carlos Pinto (Compositor) / Jocafi (Compositor) / Ildásio Tavares (Compositor) / Antônio Carlos e Jocafi (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1972 / Nº Álbum: 103.0041 / Lado B / Faixa 2 / Gênero musical: Canção / MPB.


       G               C           G
Ei, Shazam, herói de revista em quadrinhos
C         D7
Ei, Shazam, valete de espadas do amor
G                 C         D7
Ei, Shazam, aprendi a sorrir com você

     G                    C          D7
Nada sei, o que sei foi você que ensinou
Em                 C        G
Escapei por milagre, você me ajudou
C        G
Do perigo você me salvou
C       D7
Ei, Shazam, meu herói é você

       G                     C         D7
Ei, Shazam, é que a vida lhe fez professor
G                   C         D7
Com você é que o mundo precisa aprender
Em                  C     G
As matérias que todos deviam saber
C         G
Pois você tem diploma de amor
C       D7
Ei, Shazam, meu herói é você

Ossos do ofício - Antônio Carlos e Jocafi


Ossos do Ofício (samba, 1975) - Antônio Carlos Pinto e Jocafi - Intérprete: Antônio Carlos e Jocafi

LP Antônio Carlos E Jocafi - Ossos Do Ofício / Título da música: Ossos do Ofício / Antônio Carlos Pinto (Compositor) / Jocafi (Compositor) / Antônio Carlos e Jocafi (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1975 / Nº Álbum: 103.0155 / Lado A / Faixa 2 / Gênero musical: Samba.


Tom: F

 F                     Gm   C   F
Para viver um grande amor      faria
Dm                    Gm    C    F
Todo e qualquer sacrifício     faria
         Dm           Gm       F       C7
São os ossos do ofício       sabia

  F    Em   A7         Dm 
Saiu sexta-feira da paixão 
          Em                Dm
pediu ao amigo um gole de café
Gm    C            F  Gm  C   F   
Perguntou pelo jornal      sorriu     
Em     A7               Dm      Em
um sorriso que não convenceu
            A7            Dm    Gm  
Deu-lhe um beijo e desapareceu      
      C          F   Gm   C    F    C7
pela porta principal        segura

 F
Para viver...

 F     Em    A7         Dm              
Saiu sexta-feira da paixão  fugiu     
Em    A7             Dm    
na bagagem levou sua fé       
Gm     C          F Gm C
um vestido e um colar
 F    Em       A7            Dm     
Deixou   um recado como explicação    
Em     A7             Dm     
um retrato como recordação   
Gm    C            F   Gm C  F  C7
não deu bola pro azar

  F
Para viver...

Fraqueza - Antônio Carlos e Jocafi


Fraqueza (samba, 1973) - Antônio Carlos Pinto, Jocafi e Zé do Maranhão - Intérprete: Antônio Carlos e Jocafi

LP Antônio Carlos & Jocafi / Título da música: Fraqueza / Antônio Carlos Pinto (Compositor) / Jocafi (Compositor) / Zé do Maranhão (Compositor) / Antônio Carlos e Jocafi (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1973 / Nº Álbum: 103.0082 / Lado B / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.


F#7  Bm7          E7              A6
Errei, quero uma chance pra recomeçar
C#m               F#7                  Bm
Dizem que pau que nasce torto morre torto
Bm7         E7             A6  E7/9+
Ah! Eu não sou pau posso me regenerar

A    Em3b  F#7       Bm        Bm6b    C#7
Aceitei tudo que você falou
F#m   Bm6b  C#7  F#m
Ouvi pelo menos dessa vez
B7                                                E7
Perdoa um malandro ciente dos erros que teve na vida

A    Em3b  F#7       Bm        Bm6b    C#7
Judiei, mas como eu sofri demais
F#m  Bm6b  C#7   F#m
Paguei pelo menos dessa vez
B7                                             E7
Perdoa um malandro ciente dos erros que teve na vida

Encabulada - Antônio Carlos e Jocafi


Encabulada (samba, 1972) - Antônio Carlos Pinto e Jocafi - Intérprete: Antônio Carlos e Jocafi

LP Antônio Carlos E Jocafi - ...Cada Segundo / Título da música: Encabulada / Antônio Carlos Pinto (Compositor) / Jocafi (Compositor) / Antônio Carlos e Jocafi (Intérprete) / Gravadora: RCA Victor / Ano: 1972 / Nº Álbum: 103.0041 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Samba.


G
Adeus, namorada
Em         Am            D7        G    D7
Que, encabulada, pediu licença e saiu
G
Adeus, madrugada
Em         Am            D7         G
Que, encabulada, pediu licença e partiu
B7                 Em
Ah! Você tem manias de segredo
A7
Se empolgou e fez brinquedo
D7
Se enturmou no desamor
G             Am           G
Ah! Você, com esse amor mal assombrado,
Am
Já não vale os meus trocados
D7           G
Nem merece a minha dor.

Normélia - Roberto Silva

Roberto Silva
Normélia (samba, 1949) - Norberto Martins e Raimundo Olavo - Intérprete: Roberto Silva

Disco 78 rpm / Título da música: Normélia / Martins, Norberto (Compositor) / Olavo, Raimundo (Compositor) / Silva, Roberto (Intérprete) / Conjunto (Acompanhante) / Imprenta [S.l.]: Copacabana, 1955 / Nº Álbum: 5494 / Gênero musical: Samba



Eu ando quase louco de saudade
É grande a minha amizade
É bem triste o meu viver

Normélia, vem matar minha saudade
Peço-te por caridade
Que amenizes o meu sofrer

Eu ando quase louco de saudade
É grande a minha amizade
É bem triste o meu viver

Normélia, vem matar minha saudade
Peço-te por caridade
Que amenizes o meu sofrer

Eu não condenei o teu ciúmes
Gosto do teu perfume
Quero sempre te adorar

Volta
Lembra-te daquele dia
Perante Santa Maria
Prometeste não me deixar.

Roberto Paiva - Biografia

Através de sua voz encorpada, os sambistas Geraldo Pereira e Nelson Cavaquinho estrearam em disco. Ele foi o primeiro a gravar a trilha da peça Orfeu do Carnaval de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, além de interpretar um dos grandes sucessos do carnaval de todos os tempos, o samba de protesto O trem atrasou (Paquito/Estanislau Silva/Villarinho), depois regravado por Nara Leão.

Pelo nome da identidade - Helim Silveira Neves, carioca da Vila Isabel, nascido em 1921 - ninguém o conhece. Mas Roberto Paiva, o cantor, entrou para a história da MPB por todas essas e várias outras façanhas.

Começou como calouro na era do rádio (Club Fluminense, em Niterói). Depois, Ciro Monteiro o levou para a Mayrink Veiga. Aí conheceu o pianista Nonô e o violonista Laurindo de Almeida, que o apresentaram na gravadora Odeon, onde ele estreou em disco, aos 17 anos, em 1938. Elogiado pelo rei da voz Francisco Alves, no primeiro disco cantou composições dos padrinhos, Jardim de flores raras (Nonô/Francisco Mattoso) e Último Samba (Laurindo).

O início de carreira foi difícil, com o pseudônimo usado para burlar a resistência familiar (o pai queria que ele terminasse os estudos) e a conciliação do tiro-de-guerra (o serviço militar da época) com o contrato de cinco discos (78 rotações) por ano. Gravou Se Você Sair Chorando, a primeira de Geraldo Pereira, em cuja pauta Pixinguinha anotou elogios, e estourou no carnaval de 41 com O Trem Atrasou.

Também emplacou uma versão (de Paulo Roberto) que virou hino estadual, Vienne sul mare ("Ó Minas Gerais"). "Foi a maior praga da minha vida. Nunca fui a uma cidade, por menor que fosse, que não me pedissem para cantá-la", confessou numa entrevista em 1979, ao Jornal do Brasil.

Guiando-se sempre pela intuição na escolha das músicas dos mais variados estilos, ele também lançou Nelson Cavaquinho ("o nome não aparece nos discos porque ele vendia os sambas") e Luís Vieira (Alguém que Não Vem, um samba-canção, e depois o estouro, O menino de Braçanã). Emplacou ainda sucessos como Tagarela (1946), do xará Roberto Martins, o compositor que mais gravou (16 músicas), ao lado de Paquito (o do Trem e de outro sucesso, A Marcha do Conselho, de 1957), com 10, e Geraldo Pereira (8).

Em 1957, na era de transição do 78 para o LP, ele gravou um 10 polegadas com as músicas (de Tom Jobim) da peça (de Vinícius) Orfeu da Conceição, incluindo a estréia do samba-canção sinfônico Se todos fossem iguais a você.

Em mais um lance de pioneirismo, participou (com Francisco Egídio), em 1953, da primeira gravação em disco da polêmica entre Noel Rosa e Wilson Batista, refeita 11 anos depois em outra gravadora, com o caricaturista do samba, Jorge Veiga.

Com sua onipresença de sensibilidade interpretativa e bom gosto na escolha do repertório, o cantor Roberto Paiva marcou a história da MPB.


Tarik de Souza - ENSAIO - 5/6/1974.

João do Vale - Biografia

João do Vale dizia que no Maranhão, de onde veio, "o cara é Batista ou Ribamar". Ele era Batista, João Batista do Vale, nascido em Pedreiras no dia 11 de outubro de 1934, quinto numa família de oito irmãos. Até os 12 anos, vendia na rua os bolos que a mãe fazia. Aos 13, foi vender laranjas na feira de Praia Grande, em São Luís.

Chegou ao Rio como ajudante de caminhão, em 1950. Compunha desde menino, para o bumba-meu-boi de sua terra. Conseguiu gravar com o sanfoneiro Zé Gonzaga (Cesário Pinto) e com a cantora Marlene (Estrela Miúda).

A convite do compositor Zé Keti, cantou no Zicartola, o restaurante musical que Cartola manteve no Centro do Rio, de 1963 a 1965.

O teatrólogo Oduvaldo Vianna Filho convidou-o a participar, ao lado de Zé Keti e da cantora Nara Leão, do show Opinião. Nara Leão adoeceu e foi substituída por Maria Bethânia, trazida da Bahia. A interpretação vigorosa que a jovem e desconhecida cantora deu a Carcará, de João do Vale, consagrou imediatamente a intérprete e o autor.

João do Vale, apresentou-se na Europa, nos EUA, em Cuba e Angola. Mas jamais pôde mudar-se de Rosa dos Ventos, bairro pobre de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Em 1986, sofreu um derrame. Numa cadeira de rodas, voltou para Pedreiras. No dia 6 de dezembro de 1996, morreu num hospital de São Luís, após sofrer novo derrame.

Algumas obras







Fonte: Moacyr Andrade - MPB ESPECIAL - 11/12/1974.

Nuno Roland - Biografia

Reinold Correia de Oliveira, o Nuno Roland (1/03/1913 – 20/12/1975) foi um dos grandes cantores da época de ouro do rádio brasileiro. Natural de Joinville, SC, começou a cantar profissionalmente em 1931 num cassino de Passo Fundo, RS e depois em Porto Alegre. Durante sua passagem pelo Rio Grande do Sul conheceu Lupicínio Rodrigues, de quem se tornou amigo.

Em 1934, seguiu para São Paulo onde fez grande sucesso se apresentado inicialmente na Rádio Record e depois na Rádio Educadora Paulista. Foi em São Paulo que adotou o nome artístico de Nuno Roland.

Em 24 de agosto de 1934, gravou na Odeon seu primeiro disco com as canções Pensemos num lindo futuro e Cantigas de quem te vê, de Ulisses Lelot Filho. Atuando principalmente como crooner de orquestras, passou a cantar vários gêneros musicais, inclusive estrangeiros.

Em 1936 mudou-se para o Rio de Janeiro onde assinou contrato com a Rádio Nacional, estreando na inauguração dessa emissora em 12 de setembro daquele ano.

Apesar de sua presença constante no rádio e no disco, só alcançou o sucesso em 1947, com a marcha carnavalesca Pirata da perna de pau, de João de Barro, gravada na Continental. Nessa gravadora, viveu a melhor fase de sua carreira, em que lançou os sucessos Fim de semana em Paquetá, Tem gato na tuba (ambas de João de Barro e Alberto Ribeiro), Tem marujo no samba (João de Barro), em dueto com Emilinha Borba, Lancha nova (João de Barro e Antônio Almeida) e os hinos dos clubes cariocas Botafogo e Olaria, da série composta por Lamartine Babo.

A partir dos anos de 1960, declinou sua atividade profissional, gravando esporadicamente.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Namorados da Lua - Biografia


Namorados da Lua. Conjunto vocal organizado no Rio de Janeiro/RJ em 1941 e desfeito em 1947. Teve quatro formações diferentes, sempre liderado por Lúcio Alves, crooner, arranjador e violonista do grupo. Composto por Nei Costa, Agostinho, Geraldo, Joãozinho e Madalena, apresentou-se em público pela primeira vez em 1941, tirando o primeiro lugar no programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi.


Em 1942 gravou seu primeiro disco 78 rpm pela Victor, cantando Vestidinho de Iaiá e Te logo, sinhá (ambas de Assis Valente). Com a saída de Agostinho e Geraldo e a entrada de Russinho — José Ferreira Soares —, o grupo gravou em 1944 na Continental seu segundo disco, Agora sim e Caráter de mulher (ambas de Francisco Santos e João Dinis).

No ano seguinte, gravaram com sucesso na mesma marca os sambas Eu quero um samba (Haroldo Barbosa e Janet de Almeida) e Morena faceira (Janet de Almeida). A partir dessa gravação, o grupo passou a ser destaque nas programações da Rádio Tupi e gravou dois discos. Novamente com outra formaçao — Lúcio, Nei Costa, Russinho, Joãozinho, Chiquinho (Francisco Storino), Rui Peres e Horaci Medela —, o grupo apresentou-se em temporada no Cassino Atlântico.

Em dezembro de 1945, o grupo se desfez e, em 1946, Lúcio formou novo conjunto, para atender a um compromisso de Carnaval, do qual faziam parte Chiquinho, Miltinho, Nanai (Arnaldo Humberto de Medeiros), Silveirinha (Otaciliano Silveira) e Chicão (Francisco Guimarães Coimbra). Com essa formação, o grupo fez uma temporada no Cassino Copacabana, durante o Carnaval daquele ano, voltou a gravar pela Continental e foi contratado pela Rádio Nacional, até ser desfeito, definitivamente, em 1947.

Dessa última formação, as músicas de mais sucesso foram Dança do ban zan-zan (Janet de Almeida e Francisco Storino) e Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico), em abril de 1946; Não bobeie, Calamazu (Caco Velho e Nilo Silva) em maio de 1946;

Em 1947 alcançam sucesso com a gravação do samba De conversa em conversa (Lúcio Alves e Haroldo Barbosa), com a cantora Isaura Garcia na Victor; e Guerra ao pardal (Alberto Ribeiro e Peterpan), marcha lançada no Carnaval de 1948, último disco do grupo.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Miltinho - Biografia


Miltinho (Milton Santos de Almeida), cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 31/1/1928. Começou a carreira artística na década de 1940, integrando o conjunto vocal Cancioneiros do Luar. O conjunto, de início amador e formado por estudantes, participou do programa de calouros de Ary Barroso, na Rádio Tupi do Rio de Janeiro.


Depois, já profissional, atuou no programa Escada de Jacó, na mesma emissora. Em 1946, com outros integrantes do Cancioneiros do Luar, Nanai (Arnaldo Humberto de Medeiros) e Chicão (Francisco Guimarães Coimbra), integrou a segunda formação do conjunto Namorados da Lua, como cantor e pandeirista.

No ano seguinte gravou com o conjunto o samba De conversa em conversa (Haroldo Barbosa e Lúcio Alves), na Victor, acompanhando a cantora Isaura Garcia. Com a saída de Lúcio Alves, o grupo passou a se chamar Os Namorados, desfazendo-se pouco tempo depois.

Em 1948, com Nanai e Chicão, integrou o conjunto Anjos do Inferno, que viajou pelos EUA, apresentando-se ao lado de Carmen Miranda; atuou também por dois anos no México, no programa radiofônico Coisas e Aspectos do Brasil.

Em 1952 integrou, como cantor e pandeirista, o conjunto Quatro Ases e um Curinga, substituindo André Vieira. Foi também crooner da Orquestra Tabajara de Severino Araújo e por 1953 passou a crooner do conjunto Milionários do Ritmo, de Djalma Ferreira, com o qual se apresentou nas boates Monte Carlo, do Hotel Plaza, no Rio de Janeiro, e depois na Drink, de Djalma Ferreira, época em que alcançou grande sucesso.

Gravou com o conjunto, na etiqueta Drink, Recado (Djalma Ferreira e Luís Antônio), Mulher de trinta (Luís Antônio), Zé Marmita (Luís Antônio e Brasinha) e Devaneio (Djalma Ferreira e Luís Antônio). Fez também, com os Milionários do Ritmo, temporada na TV Continental, do Rio de Janeiro. Recebeu então convite para gravar como cantor solista na gravadora Sideral, lançando em 1960 o LP Um novo astro, com Mulher de trinta, Eu e o Rio (Luis Antônio), Murmúrio (Djalma Ferreira e Luís Antônio) e Ri (Luís Antônio).

Com a falência da gravadora, foi contratado pela RGE, gravando em 1961 o LP Miltinho e samba, com Só vou de mulher (Haroldo Barbosa e Luís Reis). No ano seguinte lançou o LP Poema do olhar com a faixa-título de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, e Meu nome é ninguém (Haroldo Barbosa e Luís Reis).

Em 1963 lançou os LPs Poema do adeus, com a faixa-título de Luis Antônio e Palhaçada (Haroldo Barbosa e Luis Reis), e Eu... Miltinho, com o Samba do crioulo (Miguel Gustavo); em 1964 Os grandes sucessos de Miltinho, com Mulata assanhada (Ataulfo Alves) e regravações, e também o LP Miltinho, bossa e balanço. No ano seguinte gravou o LP Poema do fim, faixa-título de Eduardo Damas e Manuel Paixão, e Miltinho ao vivo, com diversos pot-pourris.

Em 1966 transferiu se para a Odeon, onde gravou, em dupla com Elza Soares, quatro volumes da série Elza, Miltinho e samba, e outros quatro em dupla com Dóris Monteiro, da série Dóris, Miltinho e charme, além dos LPs Samba + samba = Miltinho, 1966; As mulheres de Miltinho, 1968; Samba & Cia., 1969; Miltinho e a seresta, 1970; Novo recado, com o grande sucesso Samba do Leblon (Luís Reis), 1971; Miltinho, com Esperanças pendidas (Eduardo Souto Neto e Geraldo Carneiro), 1973; e Miltinho, com Retalhos de cetim (Benito Di Paula), 1974.

Em 1997 a gravadora Globo/Columbia lançou o CD Miltinho sempre sucessos, em que canta em dueto com outros artistas: Mulher de trinta, com João Nogueira; Menina-moça, com Luís Melodia; Lembranças, com João Bosco; Notícia de jornal, com Chico Buarque; Palhaçada, com Elza Soares etc.

Algumas músicas
















Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Cuma é o nome dele - Manezinho Araújo

Cuma É o Nome Dele (embolada, 1956) - Manezinho Araújo - Intérprete: Manezinho Araújo

Disco 78 rpm / Título da música: Cuma É o Nome Dele / Manezinho Araújo (Compositor) / Manezinho Araújo (Intérprete) / Gravadora: Sinter / Ano: 1956 / Nº Álbum: 498-a / Lado A / Gênero musical: Embolada.


Tom: A
A                 E7                A
Cumá é o nome dele? /É Mané Fuloriano.
        E7  ref          A
Vi um sujeito/Discutindo co´a mulhé
                       E7
E pensem lá o que quisé
                   A             E7
Mas direito é que eu não acho/É que por cima
                    A                       E7
Pouca roupa ela usava/Além disso não gostava
                      A
De usar roupa por baixo
           E7  ref              A
Antigamente/Quando a gente se beijava
                        E7                    A
Num instante se separava/Pois o beijo não ilude

           E7                     A
Mas hoje um moço/Quando beija a namorada
                   E7                    A
Fica de boca grudada/Parece que leva grude
                  ref
       E7                A
De uma moça /Uma perna beliscando
                       E7                       A
Eu fiquei foi suspirando/Disso nunca a gente acha
         E7                    A
Mas de momento/Essa moça com bondade
                E7                           A
Foi dizendo: " É a vontade,/Minha perna é de borracha."
           ref
            E7                     A                   E7
Fui convidadO pr´a uma festa de rigô/Onde a gente de valô
            A            E7                    A
Ia toda encasacada/A minha sogra pra bancá a saliente
                E7               A
Levou roupa só na frente/Mas atrás não tinha nada
          ref

Letra:

Oi, Cuma é o nome dele?
É Mané Fuloriano

Antigamente
Quando a gente se beijava
Num instante separava
Pois o beijo não me ilude
Mas hoje o moço
Quando beija a namorada
Fica de boca grudada
Parece que leva grude
Cuma é o nome dele?
É Mané Fuloriano

E uma moça
Uma perna beliscando?
Fiquei foi suspirando
Disso nunca a gente acha
Mas de momento
Essa moça com bondade
Foi dizendo
E à vontade; minha perna é de borracha
Cuma é o nome dele?
É Mané Fuloriano

Vi um sujeito discutindo com a mulé
Pensem lá o que quiser
Mas direito é que eu não acho
E que por cima
Pouca roupa ela usava
Além disso não gostava de usar roupa por baixo
Cuma é o nome dele?
É Mané Fuloriano.

Pra onde vai valente - Manezinho Araújo

Pra Onde Vai Valente (embolada, 1934) - Manezinho Araújo - Intérprete: Manezinho Araújo

Disco 78 rpm / Título da música: Pra Onde Vai Valente / Manezinho Araújo (Compositor) / Manezinho Araújo (Intérprete) / Gravadora: Odeon / Ano: 1938 / Nº Álbum: 11.615-a / Lado B / Gênero musical: Embolada.


Tom: A
A                   E7                        A
Pra onde vai, valente?/Vou pra linha de frente
                  REF...
            E7                        A
Tava na feira/C'a pistola e um cravinote
                      E7                   A
0 muleque deu um pinote/Me chamou mode brigá
                E7                           A
Pego no meu punhá /Enfio a faca, o sangue pula
                    E7                  F#m
Moleque você não bula /Com Mané do Arraiá
               E7                  A
Veio um sordado/C'um boné arrevirado
                     E7                     F#m
Com dois oio abuticado /Que só cachorro do má

             E7 A
Botou-me a mão /Home disse, você tá preso
                          E7                      A
E eu fiquei c'um braço teso /Na cara lhe quis passá.
        E7                          A
Pra vadiá /Eu sou caboco bom na briga
                       E7                      A
Mas só gosto da intriga /Quando encontro especiá.
          E7                      A
Dedo do Cão /Moleque bom no gatilho
                       E7                   A
Se coçou, eu vi o brilho /Atirou pra me pegá
            E7                          A
Ele me atira,/Eu me baixo e a bala passa
                   E7                      A
E fico achando graça /Do baque que a bala dá
                REF...
         E7                       A
Saracoteia / bate o bumbo e o gansa
                     E7                   F#m
repique sino da aldeia / meio-dia vai reza
              E7                    F#m                      E7
Muié se ajoelha/pede a Nossa Senhora/que home não vá se embora
                   F#m          E7                      F#m
Se não vai dificulta/cuida da vida /ta ficando muito cara
                      E7                       F#m
Home agora é coisa rara / não se pode assim achar
        E7                     A                         E7
Só bumbum / a mulher e a cachaça/ num instante agente acha
                 A
não carece procurar
                    REF...
            E7                     A
Olha o danado / miseráve  Zé de Lima
                      E7                      A
Todos choram numa prima / pra mode me conquista
       E7                                     A
Segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado.
                   E7                    A
Tu aqui bala cansado / na pancada do ganzá
           E7                    A
Aí o danado / miserável Zé de Lima
                        E7                      A
Todos choram em uma prima / pra mode me conquistar


           E7                A
Lá vem o pão/ topicuru zamirim
            E7                    A
Boca de siri/e boca de jataí-aripuá
              E7                           A
Inda essa noite / meu cachorro acoa um bicho
                      E7                   A
Mas eu levo de capricho / minha pistola mata
                      E7                       A
Marcelinho quando canta/ o mundo abala, mas não cai
                   E7                      A
Mulé qué acha marido /filho desconhece o pai
                        E7                      A
o menino que tá chorando / se cala não chora mais
                      E7                         A
Manezinho quando canta / se houve com trinta légua
                    E7                      A
Ando feito cabra cega/mode houvir o seu cantar
           E7                     A
Deu a macaca / que tava comendo mio
                      E7                  A
Trousse a mamãe um fio/Me chamou de especiá
             E7                     A
eu pra cantá / Commigo não quero sopa
                         E7                        A
Pra cantá  não mudo a roupa/ na embolada sou bonzinho
           E7                          A
Pra cantador /que canta samba não embola
                    E7                    A
nunca pegue na viola/Na frente de Manezinho
                  REF...
             E7                              A
Segunda, terça / quarta, quinta, sexta e sábado
                   E7                     A
Tu aqui bala cansado / na pancada do ganzá
                  E7                       A
Eu tenho uma prima / que é danada na corneta
                      E7                   A
mas que lá na clarineta / é danada pra tocar
                E7                        A
São João Batista/ por ser bom telegrafista
                  E7                   A
inventou fogo pista / e solta fogo no ar
           E7               A
menino corra/ acenda um beijo
                           E7                       A
vou pra frente, vou pra traz / mode a cobra num pegar
         E7                      A
a cobra vem / unha tá de fura vento
                          E7                    A
ai meu Deus peguei o vento/ mode o cachorro pular
                 REF...
Letra:

Pra onde vai, valente?
Vou pra linha de frente,

Tava na feira
C'a pistola e um cravinote
0 muleque deu um pinote
Me chamou mode brigá.

Pego no meu punhá
Enfio a faca, o sangue pula
Moleque você não bula
Com Mané do Arraiá.

Veio um sordado
C'um boné arrevirado
Com dois oio abuticado
Que só cachorro do má.

Botou-me a mão
Home, me disse, você tá preso
E eu fiquei c'um braço teso
Na cara lhe quis passá.

Pra vadiá
Eu sou caboco bom na briga
Mas só gosto da intriga
Quando encontro especiá.

Dedo do Cão
Moleque bom no gatilho
Se coçou, eu vi o brilho
Atirou pra me pegá.

Ele me atira
Eu me abaixo e a bala passa
E fico achando graça
Do baque que a bala dá.

Pra onde vai, valente?
Vou pra linha de frente.

Paz do meu amor - Luiz Vieira


Paz do Meu Amor (Prelúdio Nº 2) (1963) - Luiz Vieira - Intérprete: Luiz Vieira

LP Encontro Com Luiz Vieira Nº 2 / Título da música: Paz do Meu Amor (Prelúdio Nº 2) / Luiz Vieira (Compositor) / Luiz Vieira (Intérprete) / Gravadora: Copacabana / Ano: 1964 / Nº Álbum: CLP 11357 / Lado A / Faixa 1 / Gênero musical: Canção / MPB.


Tom: C7+

C7+   E7          Am     Am/G
Você é isso, uma beleza imensa
F        G7          C7+   C7
Toda a recompensa de um amor sem fim
F     A7        Dm7     Dm/C
Você é isso, uma nuvem calma
Bm7/5-   D7/9
No céu de minh'alma
F/G   G7/9-
É ternura em mim
Dm7               G7
Você é isso, estrela matutina
Em7     Bb7/13       A7/5+
Luz que descortina um mundo encantador
Dm7   G7          C7+
Você é isso, parto de ternura
A7/5+         Dm7
Lágrima que é pura
G7          C7+
Paz do meu amor!

Luís Barbosa - Biografia

Luís Barbosa (Luís dos Santos Barbosa), cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 07/07/1910 e faleceu, na mesma cidade,em 08/10/1938. Irmão do compositor Paulo Barbosa, do humorista e cantor Barbosa Júnior e do radialista Henrique Barbosa, começou sua carreira na Rádio Mayrink Veiga, no Esplêndido Programa, de Valdo Abreu, em 1931, logo se destacando por sua personalidade na interpretação de sambas, reforçada pela novidade da utilização de “breques”.

Foi também o introdutor do chapéu de palha como acompanhamento rítmico, nos programas de rádio e em gravações. Seus primeiros sucessos foram as interpretações de Caixa Econômica (Nássara e Orestes Barbosa) e Seu Libório (João de Barro e Alberto Ribeiro).

Em 1931 gravou na Odeon seus primeiros discos: os sambas Meu santo (Pedro Brito), Silêncio (Vadico), Não gostei de seus modos (Amor) e Sou jogador (de sua autoria), e as marchas Vem, meu amor (Pedro Brito e Milton Amaral) e Pega, esta também de sua autoria.

Na Victor, em 1933, gravou o primeiro samba de Wilson Batista, Na estrada da vida, e em seguida o samba Adeus, vida de solteiro, além do samba-canção Jamais em tua vida, ambos do compositor e pianista Mano Travassos de Araújo, que o acompanhou ao piano. No mesmo ano, a convite de Jardel Jércolis, passou a se apresentar todas as noites no Teatro Carlos Gomes, cantando juntamente com Deo Maia o samba No tabuleiro da baiana (Ary Barroso), que seria gravado por ele em dupla com Carmen Miranda, na Odeon, em 1937.

Em seguida gravou, na Victor, a marcha Quem nunca comeu melado (com Jorge Murad), o samba Bebida, mulher e orgia (Luis Pimentel, Anis Murad e Manuel Rabaça), o samba Cadê o toucinho e a marcha Eu peço e você nao dá (ambos de Nássara e Antônio Almeida), e os sambas Lalá e Lelé (Jaime Brito e Manezinho Araújo), Risoleta (Raul Marques e Moacir Bernardino), Perdi a confiança (Rubens Soares e Ataulfo Alves) e Já paguei meus pecados (Leonel Azevedo e Germano Augusto).

Entre 1935 e 1937 gravou uma série de sambas de breque de Antônio Almeida e Ciro de Sousa, com acompanhamento ao piano de Mário Travassos de Araújo. No Carnaval de 1936, fez sucesso com a gravação da marchinha de Antônio Almeida e A. Godinho Ó! ó! não, que inicialmente era um anúncio da Drogaria Sul-Americana, do Rio de Janeiro.

A vida de boêmio interrompeu o sucesso de sua curta mas extraordinariamente marcante carreira, tendo morrido tuberculoso em casa de sua família, na Tijuca, em 1938.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Na cadência do samba - Luiz Bandeira

O compositor pernambucano Luiz Bandeira lançou alguns sucessos nos anos 50, entre os quais sua composição mais conhecida, "Na Cadência do Samba", utilizada como tema do cinejornal Canal 100, sobre futebol. Também conhecida como "Que Bonito É", um dos versos, a música tornou-se sinônimo de futebol, apesar de não ter sido composta com essa intenção.

Na Cadência do Samba (samba, 1956) - Luiz Bandeira - Intérprete: Luiz Bandeira

Disco 78 rpm / Título da música: Na Cadência do Samba / Luiz Bandeira (Compositor) / Luiz Bandeira (Intérprete) / Gravadora: Sinter / Ano: 1956 / Nº Álbum: 00-00.479-a / Lado A / Gênero musical: Samba.



Que bonito é
Ver um samba no terreiro
Assistir a um batuqueiro
Numa roda improvisar

Que bonito é
A mulata requebrando
Os tambores repicando
Uma escola desfilar

Que bonito é
Pela noite enluarada
Numa trova apaixonada
Um cantor desabafar

Que bonito é
Gafieira salão nobre
Seja rico, seja pobre
Todo mundo a sambar

O samba é romance
O samba é fantasia
O samba é sentimento
O samba é alegria

Bate que vá batendo
A cadência boa que o samba tem
Bate que repicando
Pandeiro vai, tamborim também