Bárbara Martins, atriz e cantora, nascida em 21/04/?? no subúrbio carioca do Encantado, era funcionária de um banco quando foi descoberta por Héber Lobato, que a ouviu cantar e a levou para a Rádio Mauá, onde assinou seu primeiro contrato.
Estreou em discos em 1951 gravando pelo selo Carnaval a Marcha do Lulu, de Waldir Machado e Francisco Colman.
Foi eleita a cantora revelação de 1953. Sobre essa eleição, assim registrou a Revista do Rádio em edição de dezembro de 1954: "Bárbara Martins foi laureada com o título de cantora revelação de 53, que lhe foi outorgado por uma comissão de críticos especializados. Sua vitória foi justa e brilhante, já que ela recebeu a totalidade de votos da comissão."
Em 1955, lançou disco pela Odeon interpretando o bolero Voltamos a querer-nos, de Aznar e Leocato, com versão de Roberto Faissal, e o samba-canção Quem se humilha, de Ricardo Galeno.
Apesar de não obter notoriedade na radiofonia carioca, em 1956, foi eleita uma das duas princesas do Rádio com um total de 161.917 votos. Nesse ano, gravou pela Copacabana o samba Aquarela Fluminense, de Rutinaldo, e o baião Delirando, de Luiz Gaúcho, Rossini Pacheco e Paulo Sobrinho.
Em 1957, gravou com acompanhamento de orquestra e coro os sambas Samba legal, de Claudionor Sant'Anna e Henrique de Almeida, Maria e José, de Rômulo Paes e Pedro da Silva, Sucedeu, de Milton Legey e Paulo Menezes, e Eu não sou mulher de olá, de Miguel Gustavo.
Gravou em 1962, pelo selo Albatroz, a marcha Balanço da tarantela, de Hélio Nascimento e Flora Matos, e o samba Já esqueci, de Norival Reis, Jorge Duarte e José Batista.
Em 1963, registrou pelo selo Ciclone as marchas Eu quero é movimento, de Djalma Amaral, Lourival Faissal e José Mendes, e a Marcha da estátua, de Rubem Carneiro, Walzani e Edson Santana. Lançou um total de sete discos com 13 músicas.
Embora de discreta atuação na cena artística da época, chegou a gravar discos pelas gravadoras Copacabana e Odeon, além de fazer registros por pequenos selos. Foi considerada a cantora revelação da PRE-Neno. Atuou ainda nas Rádios Mayrink Veiga e Nacional.
Discografia
1951 Marcha do Lulu • Carnaval • 78
1955 Voltamos a querer-nos/Quem se humilha • Odeon • 78
1956 Aquarela Fluminense/Delirando • Copacabana • 78
1957 Samba legal/Maria e José • Copacabana • 78
1957 Sucedeu/Eu não sou mulher de olá • Copacabana • 78
1962 Balanço da tarantela/Já esqueci • Alabatroz • 78
1963 Eu quero é movimento/Marcha da estátua • Ciclone • 78
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Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista do Rádio, de 10/7/1954
terça-feira, junho 11, 2013
Paulo Roberto
Medicina ou a Rádio? Sem pestanejar, respondia que preferia, que amava a medicina. No entanto, o radialista é que sustentava o médico...
Paulo Roberto (José Marques Gomes), apresentador, radialista, poeta, ator e médico, nasceu em Dom Silvério, MG, em 10/10/1903, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 13/2/1973. Filho mais velho de uma família com 12 irmãos, o pai era imigrante português e a mãe mineira.
Estudou no Internato do Colégio São Vicente de Paulo, em Petrópolis e formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atuando por mais de 20 anos como obstetra e orientador de estagiários na Maternidade Estadual Fernando de Magalhães em Cascadura, subúrbio do Rio de Janeiro.
Sua carreira de radialista teve início na década de 1930, na Rádio Cazé. Atuou mais tarde, na Rádio Cruzeiro do Sul como Diretor Artístico, programador e apresentador. Nesta emissora criou e apresentou o programa "Bandeiras da Liberdade", no qual, durante o período da Segunda Guerra Mundial atuou em defesa dos países invadidos e dominados pelo regime nazista. Recebeu por essa contribuição medalhas e diplomas dos reis da Bélgica, Noruega, Dinamarca e Suécia. Atuou também, na Rádio Tupi.
Em 1948, ingressou na Rádio Nacional onde trabalhou durante 18 anos, produzindo e apresentando, entre outros, os programas "Obrigado, Doutor", "Honra ao Mérito", "Gente que brilha!", "Nada além de dois minutos" e "Lyra de Xopotó". Na mesma emissora. apresentava, diariamente, suas crônicas "Vamos viver a vida!".
Joel e Gaúcho com Paulo Roberto em "Gente que Brilha", na Nacional (A Cena Muda, 24/07/1952). |
Em 1957, foi eleito o "Melhor Produtor de Rádio" recebendo da Secretaria de Cultura do Estado da Guanabara o troféu "Orfeu". Em 1964, por motivos poíticos, foi demitido da Rádio Nacional pelo AI-1 do regime militar.
Foi contratado, em 1965, pela TV Globo. Em São Paulo atuou nas TVs Paulista e Record. No Rio de Janeiro, atuou nas TVs Continental e Rio.
Tendo milhares de fãs belíssimas, prefere brotinhos recém-nascidos. |
Sua intensa atuação pelo ressurgimento das Bandas de Música, em todo o Brasil, através do programa "Lyra de Xopotó", proporcionou-lhe a concessão do título de "Presidente de Honra" por dezenas destas agremiações por todo o país.
Morreu em 1973, por enfarte, recebendo homenagens da imprensa, de seus "amigos ouvintes", dos " A.A." e das centenas de mães a quem dedicou seus cuidados médicos.
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Fontes: Revista da Semana, de 01/11/1952; A Cena Muda, de 24/07/1952; Dicionário da MPB.
A morte de Catulo
Catulo da Paixão Cearense, o autor de "Luar do Sertão" e "Caboca de Caxangá" com seu inseparável companheiro, o violão, que muito lhe deve o seu prestígio atual. (Foto: A Cena Muda, 21/Maio/1946) |
Na madrugada friorenta de sexta-feira, 10 de maio de 1946, calou-se para sempre a voz do maior poeta popular do Brasil. Morreu Catulo da Paixão Cearense. A lua, que tinha nascido mais cedo, parece que se atrasara propositadamente para iluminar o caminho que aquele grande espírito deveria trilhar para a eternidade. E Catulo deve ter se sentido feliz em fazer a longa caminhada ao lado da que fora sempre a dedicada companheira de suas noitadas de seresta.
“Melodias para Você”, associando-se à profunda consternação causada pela perda do grande vate quer hoje exaltar aquela faceta do seu brilhante espírito criador a qual, em determinada época, colocou-o num plano até hoje não igualado. Queremos nos referir àquela sua incrível facilidade em compor um texto poético para as melodias da época, muitas delas vagamente conhecidas do público e que, de um momento para outro, se transformavam em verdadeiros sucessos populares, passando a figurar no repertório de todo seresteiro que se prezasse.
Catulo foi, por isso, um grande “letrista” e só uma grande alma de poeta pode ir a conseguir ver as suas “modinhas” entoadas, também, pela “granfinagem” da sisuda sociedade de então. Orgulhoso de ser um autêntico trovador, arrancando do seu querido “pinho” as harmonias que sublinhavam os versos que lhe jorravam do coração, escandalizava a todos, menos aos seus fieis companheiros de boemia, que não se cansavam de exaltar o seu valor de verdadeiro intérprete cio nosso cancioneiro popular. E, assim, se mesmo um trovador de sua força seria capaz de fazer com que o violão fosse admitido nos aristocráticos salões do Rio do começo desse século quando, então, não passava de “instrumento de vagabundos”.
Os seus inúmeros livros de modinhas são uma prova evidente da fecundidade do seu talento de letrista. As mais belas composições musicais de Irineu de Almeida, Anacleto de Medeiros, Edmundo Ferreira, João Pernambuco, Eduardo Velho, Ernesto Nazareth, Waldteufel e até célebres árias de óperas como: “La Favorita”, “Lucia de Larmemoor”, “Norma”, “Tanhauser”, “La Traviata” e outras, receberam os seus versos. Ficaram, por isso, popularíssimos em todo o Brasil:
“O meu ideal”:
Pudesse essa paixão
na dor cristalizar
e os ais do coração
em per’las congelar.
na dor cristalizar
e os ais do coração
em per’las congelar.
“O talento e a formosura”:
Tu podes bem guardar os dons da formosura...
“Ontem ao luar”:
Ontem ao luar
Nós dois numa conversação
Tu me perguntaste
o que era a dor de uma paixão...
Nós dois numa conversação
Tu me perguntaste
o que era a dor de uma paixão...
“Caboca de Caxangá”:
Caboca de Caxangá,
minha caboca, vem cá!
minha caboca, vem cá!
E tantas outras. Entretanto, aquela que jamais deixará de tocar bem fundo os corações dos que já sentiram a grandeza, o esplendor e a magia de uma noite de luar em pleno sertão, “Luar do Sertão”, jóia bem rara do nosso cancioneiro popular, magnífica na pureza e ingenuidade de seus versos:
Não há, oh, gente, oh. não!
Luar como esse do sertão.
Luar como esse do sertão.
Naquela madrugada friorenta, depois de dizer que a vida lhe estava fugindo, fugindo, a sua voz se apagou para sempre. A um canto, o seu violão, velho companheiro de uma longa jornada, talvez houvesse desejado que aquelas mãos se tivessem crispado sobre suas cordas para lhe arrancar, também, o último acorde que traduzisse o seu ultimo adeus. Na sua canção “Talento e Formosura”, Catulo assim finalizou os seus versos:
E eu morto, embora, nas canções hei de ficar...
Sim! O grande vate há de viver eternamente não apenas nas suas canções populares, mas em toda a sua obra poética, que é grande e fecunda como a terra brasileira que o inspirou.
(Texto de F. C. S.)
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Fonte: A Cena Muda - Melodias para Você - 21/05/1946.
Aidée Miranda
Aidée Miranda (Aidée Vilote), cantora, rádio-atriz e apresentadora de TV, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 04/10/1926. Iniciou sua carreira quando obteve a segunda colocação cantando num programa de calouros da Rádio Nacional em 1945 denominado "Vencedoras do Campeonato de Calouros", comandado por Almirante. Isto lhe valeu um contrato momentâneo naquela emissora, de onde passou para a Rádio Tamoio, onde atuou por um certo período.
A convite de Olavo de Barros, transferiu-se para a Rádio Tupi, das Emissoras Associadas do Brasil. Talvez por saber antecipadamente, que ali seria instalada em breve a 2ª emissora do Brasil, a TV Tupi, do Rio de Janeiro, em janeiro de 1951.
Sendo bonita, graciosa e inteligente, nada melhor que colocá-la à frente das câmeras, solicitando-lhe um improviso qualquer. Assim foi feito. E assim Aidée se saiu muito bem.
Tudo começou pra ela quando Fernando Chateubriand, engenheiro, filho do big boss Assis Chateaubriand, a viu no corredor e lhe pediu uma foto, para os primeiros testes com as câmeras. Ela forneceu, nem sequer perguntando para que fosse. Qual foi sua surpresa, ao ser escolhida por ele, e pelo diretor artístico, para a primeira apresentação.
Sua primeira função era de simplesmente, no final de todas as noites, anunciar os filmes e telejornais que iriam passar no Canal 6 no dia seguinte e dar boa noite aos telespectadores, fechando a programação ao embalo da música Acalanto, de Dorival Caymmi. A mulher-vinheta da nossa TV.
Mas isso durou pouco. Novos atores foram contratados, novos programas aconteceram. À Aidée foi atribuída a função de apresentar os artistas internacionais contratados. E ela os fez, com capricho e beleza. Foi assim que apresentou nomes internacionais, como: Pedro Vargas, Carlos Ramirez, Trio Los Panchos, José Mojica, Amália Rodrigues, Maurice Chevalier, Josephine Baker, Jean Sablon e muitos outros.
Na TV Tupi, a atriz ainda participava dos teleteatros. Foi Lady Bela, heroína do seriado juvenil Falcão Negro. Depois Aidée passou para a TV Rio e ali fez "Quadra de damas". Atuou também na TV Itacolomi, de Belo Horizonte, na TV Rádio Clube do Recife, onde apresentou o programa "Ciranda, Cirandinha".
Na TV Paulista, de São Paulo, a atriz e apresentadora fez o "O Mundo É das Mulheres", ao lado de várias atrizes, entre elas Hebe Camargo. Fez na TV Excelsior em 1964, a novela É proibido amar. E na TV Globo: Pai herói, Rainha da sucata, Lua cheia de amor e Sonho meu.
Aidée trabalhou também no teatro com Silveira Sampaio e no cinema com Paulo Porto, Fada Santoro e Cyl Farney.
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Fontes: Museu da TV Brasileira; Almanaque da TV; Cena Muda, de Junho/1950.
A convite de Olavo de Barros, transferiu-se para a Rádio Tupi, das Emissoras Associadas do Brasil. Talvez por saber antecipadamente, que ali seria instalada em breve a 2ª emissora do Brasil, a TV Tupi, do Rio de Janeiro, em janeiro de 1951.
Sendo bonita, graciosa e inteligente, nada melhor que colocá-la à frente das câmeras, solicitando-lhe um improviso qualquer. Assim foi feito. E assim Aidée se saiu muito bem.
Tudo começou pra ela quando Fernando Chateubriand, engenheiro, filho do big boss Assis Chateaubriand, a viu no corredor e lhe pediu uma foto, para os primeiros testes com as câmeras. Ela forneceu, nem sequer perguntando para que fosse. Qual foi sua surpresa, ao ser escolhida por ele, e pelo diretor artístico, para a primeira apresentação.
Sua primeira função era de simplesmente, no final de todas as noites, anunciar os filmes e telejornais que iriam passar no Canal 6 no dia seguinte e dar boa noite aos telespectadores, fechando a programação ao embalo da música Acalanto, de Dorival Caymmi. A mulher-vinheta da nossa TV.
Mas isso durou pouco. Novos atores foram contratados, novos programas aconteceram. À Aidée foi atribuída a função de apresentar os artistas internacionais contratados. E ela os fez, com capricho e beleza. Foi assim que apresentou nomes internacionais, como: Pedro Vargas, Carlos Ramirez, Trio Los Panchos, José Mojica, Amália Rodrigues, Maurice Chevalier, Josephine Baker, Jean Sablon e muitos outros.
Na TV Tupi, a atriz ainda participava dos teleteatros. Foi Lady Bela, heroína do seriado juvenil Falcão Negro. Depois Aidée passou para a TV Rio e ali fez "Quadra de damas". Atuou também na TV Itacolomi, de Belo Horizonte, na TV Rádio Clube do Recife, onde apresentou o programa "Ciranda, Cirandinha".
Na TV Paulista, de São Paulo, a atriz e apresentadora fez o "O Mundo É das Mulheres", ao lado de várias atrizes, entre elas Hebe Camargo. Fez na TV Excelsior em 1964, a novela É proibido amar. E na TV Globo: Pai herói, Rainha da sucata, Lua cheia de amor e Sonho meu.
Aidée trabalhou também no teatro com Silveira Sampaio e no cinema com Paulo Porto, Fada Santoro e Cyl Farney.
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Fontes: Museu da TV Brasileira; Almanaque da TV; Cena Muda, de Junho/1950.
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