domingo, setembro 19, 2010

Discos - A gravação elétrica

Em 1925 ocorre a evolução mais significativa e de maior impacto tecnológico que foi o sistema elétrico de gravação. Isto não significa apenas um diferencial na manufatura da indústria do disco, mas a codificação da onda sonora em corrente elétrica. 

Ao contrário do que ocorria no sistema mecânico o som gerado é transformado em sinal de corrente eletromagnética e depois amplificado no momento da gravação e da reprodução, surgem equipamentos de captação e amplificação como o microfone e os alto-falantes e como não podia deixar de ser o toca disco elétrico.

Em meados da década de vinte, a indústria fonográfica ganharia um novo impulso com uma descoberta revolucionária: a gravação elétrica! Seu desenvolvimento foi devido, em grande parte, ao surgimento do rádio. As primitivas transmissões radiofônicas criaram um considerável degrau de qualidade sonora entre o disco e o programa de rádio. A questão era bem simples: a música levada ao ar na década de 20 era tocada ao vivo. O som que chegava aos receptores era bem mais fiel que a deficiente gravação mecânica de então.
Resultado: o ouvinte sempre se decepcionava ao adquirir a gravação da música que ouviu pelo rádio.

Essa situação, todavia, durou pouco. A Western Electric Co. desenvolveu em 1924 a solução para o problema. Utilizando-se de circuitos eletrônicos com amplificadores e microfones, com base nos princípios do rádio, passou a ser possível registrar a mais ampla gama de freqüências sonoras, elevando a qualidade do disco a um nível infinitamente superior. Em verdade, os estudos que levaram à gravação elétrica começaram em 1915, mas foram interrompidos durante a Primeira Guerra Mundial.

Em 1925 a inovação era lançada comercialmente. A Victor Talking Machine e a Columbia obtiveram as licenças para a industrialização dos novos discos. Para que tenhamos uma idéia do que foi o impacto da inovação, há menos diferença entre um LP e um CD que entre um disco mecânico e um elétrico. Basta comparar. O salto foi verdadeiramente assustador, verdadeira bruxaria moderna para os padrões da época! O disco elétrico acabou por revolucionar o gosto musical e a própria maneira de interpretar. 

Já era possível registrar o som com suavidade, abrindo caminho para os cantores de voz aveludada e orquestras melodiosas. Há uma grande diferença, por exemplo, em ouvir Carlos Gardel antes e depois da gravação elétrica. No Brasil a gravação elétrica somente se iniciou em 1927, inaugurada por Francisco Alves com oo disco Odeon cujos lados eram "Albertina" e "Passarinho do Má".

O novo sistema possibilitou o surgimento do cinema falado. Em 1927 foi lançado pela Warner Brothers o primeiro filme comercial sonoro: "O cantor de Jazz" (The Jazz Singer), estrelado por Al Jolson. O filme foi inteiramente sonorizado por discos de 16 polegadas, cuja velocidade de reprodução era de 33-1/3 RPM (embrião do LP?).

Embora o sistema de gravação tivesse experimentado tanta evolução, os aparelhos reprodutores continuaram quase os mesmos, tendo um desenvolvimento mais vagaroso mas não menos fascinante.

Sandália de couro

Ari Pavão
Sandália de couro (maxixe, 1925) - Pedro de Sá Pereira, Ari Pavão e Marques Porto - Intérprete: Fernando

"Sandália de couro" é outro maxixe que integra a revista "Comidas, meu Santo!...", de autoria dos compositores Pedro de Sá Pereira, Ari Pavão e Marques Porto, também interpretado pelo cantor Fernando.

Disco selo: Odeon R / Título da música: Sandália de couro / Ari Pavão (Compositor) / Marques Porto (Compositor) / Pedro de Sá Pereira (Compositor) / Intérprete: Fernando / Coro do Jazz Band Sul Americano Romeu Silva (Acomp.) / Nº do Álbum: 122940 / Lançamento: 1926 / Gênero musical: Maxixe / Coleções: IMS, Nirez



A sorte quem dá é Deus
Pois não sejas linguarudo
A sorte quem dá é Deus
Pois não sejas linguarudo

Tua vida é muito triste
Por ver defeitinho em tudo
Tua vida é muito triste
Por ver defeitinho em tudo

Na Bahia tem ... (o quê, meu bem?)
Sandálias de couro ...


Fontes: Gazeta de Notícias, de 14/02/1925; Revista O Malho, de 20/06/1925; Instituto Moreira Salles.

Suspira, nega, suspira

Comidas, Meu Santo! de Marques Porto e Pavão, encenada no Teatro Recreio, Rio de Janeiro - 1925

Suspira nega, suspira (canção-maxixe, 1925) - Pedro de Sá Pereira - Interpretação: Fernando

O maxixe Suspira nega, Suspira, cantado por Fernando, foi composto por Pedro de Sá Pereira para a revista Comidas, meu Santo!... de Marques Porto e Ari Pavão. O sucesso no palco o projetou para as ruas, onde ganhou o gosto dos foliões.

Disco selo: Odeon R / Título da música: Suspira nega, suspira / Pedro de Sá Pereira (Compositor) / Fernando (Intérprete) / Coro (Acomp.) / Nº do Álbum: 122919 / Lançamento 1925 / Gênero musical: Maxixe / Coleções: IMS, Nirez


A sua letra aludia às maravilhas da vida moderna:

A última descoberta / Que fez sucesso, que fez furor
Que põe todo mundo alerta / Para solver os casos de amor
Já tem qualquer marmanjo / Sem que tal caso lhe impressione
Cuidando do seu arranjo / Diz à pequena no autofone:


Suspira, nega, suspira / Vai por meu conselho
Suspira, nega, suspira / Ai, suspira
Bem na boca do aparelho

Não tenha palpitações / Quem tem marido moço e brejeiro
E ponha as instalações / Mesmo debaixo do travesseiro
E destarte a qualquer hora / Caso o malandro custe a chegar
Botando o fone pra fora / Forçosamente tem que escutar:

Suspira, nega, suspira / Vai por meu conselho
Suspira, nega, suspira / Ai, suspira
Bem na boca do aparelho

Cigana de Catumbi

Cigana de Catumbi (maxixe, 1925) - José Rezende de Almeida

O maxixe surgiu a partir da mistura de diferentes ritmos e ganhou sua configuração definitiva enquanto dança nas festas da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa.

A designação de "maxixe" à música e à dança surgidas na região da Cidade Nova atesta o seu caráter popular ligado às classes mais baixas da sociedade carioca da época, uma vez que a palavra era usada para designar coisas de pouco valor.

A primeira composição gravada foi "Sempre contigo", lançada pela Banda da Casa Edson por volta de 1902. Em 1904, fez sucesso o "Maxixe aristocrático", do maestro José Nunes. Por volta de 1909, o baiano Duque embarcou para a Europa e se tornou por vários anos o principal divulgador do maxixe na Europa.

Em 1914, fez sucesso o maxixe "São Paulo futuro", de Marcelo Tupinambá, gravado por Bahiano na Odeon. Em 1924, Romeu Silva fez sucesso com o maxixe "Fubá", de sua autoria, composto a partir de motivo popular.

Em 1925, foi grande o sucesso, no Rio de Janeiro, do maxixe "Cigana de Catumbi", de J. Rezende, gravado pela Orquestra Cícero:

Disco selo: Odeon R / Título da música: Cigana de Catumbi / J. Rezende (Compositor) / Orquestra Cícero (Intérprete) / Nº do Álbum: 122734 / Lançamento: 1924 / Gênero musical: Maxixe / Coleção: Nirez D




Fonte: Dicionário Cravo Albin.

Quem quiser ver

Araci Côrtes
Quem quiser ver (samba, 1924) - Eduardo Souto - Intérprete: Araci Côrtes

Disco 78 rpm / Título da música: Quem quiser ver / Eduardo Souto (Compositor) / Araci Côrtes (Intérprete) / Orquestra Pan American (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10426-b / Nº da Matriz: 2657 / Lançamento: Julho/1929 / Gênero musical: Samba / Coleções: IMS, Nirez


Quem quiser ver, quem quiser ver
Tem que pagar
Tem que mexer, tem que mexer
Não pode entrar (x2)

Eu sou mulata sabida
Sei mexer, sei dançar
Na perfeição
O meu prazer nesta vida
É machucar um bacanão...

Quem quiser ter, quem quiser ter...

A vida é um jardim onde as mulheres são as flores

Vicente Celestino
A vida é um jardim onde as mulheres são as flores (fado-tango, 1924) - Zeca Ivo e Freitinhas (José Francisco de Freitas) - Intérprete: Vicente Celestino

Disco selo: Odeon R / Título da música: A vida é um jardim onde as mulheres são as flores / José Francisco de Freitas "Freitinhas" (Compositor) / Zeca Ivo (Compositor) / Vicente Celestino (Intérprete) / Orquestra (Acomp.) / Nº do Álbum: 122793 / Lançamento: 1925 / Gênero musical: Tango / Coleção: IMS


Ao ver o céu estrelas sem sapato
Ouvindo o mar tão belo tão profundo
Suponho ver num astro debruçado
Deus me apotento jóias deste mundo
Além a ponte triste romoreica
Cortando os ares cruzam passarinhos
Porém minh’alma que também dardeja
Enveredou feliz noutros caminhos

Deus por certo bem conhece
Uma jóia que floresce
Sem a luz do sol sequer
Sim eu juro com firmeza
Que o tesouro com certeza
Só no peito da mulher

Minh’alma segue triste na jornada
Pois necessita como quê sonhando
Gotas de luz que ficam pela estrada
Parecem flores pelo chão brotando
Precisa que a gente chama a vida
Sou jardineiro certo trovadores
Por onde o peito a jarra preferida
Onde as mulheres são mimosas flores




Vênus

Zezé Leone (Santos - SP), a primeira Miss Brasil - Abril/1923

Vênus (fox-trot, 1923) - Freitinhas (José Francisco de Freitas) - Intérprete: Carlos Lima

Por volta de 1920, o compositor e pianista José Francisco de Freitas, (1897 - 13/2/1956 Rio de Janeiro, RJ), também conhecido como Freitinhas, teve suas primeiras composições gravadas - os tangos "A vida é um sonho" e "Suspiram que sangram" - pelo cantor Brandão na Odeon.

Em 1923, conheceu seu primeiro grande sucesso, o fox-trot "Vênus", gravado por Carlos Lima na Odeon. Desse fox-trot a casa Wehrs editou um número recorde de 50 mil partituras em todo o Brasil e foi dedicada pelo autor a santista Zezé Leone, vencedora do primeiro concurso de beleza no Brasil.

Disco selo: Odeon R / Título da música: Venus / José Francisco de Freitas "Freitinhas" (Compositor) / Carlos Lima (Intérprete) / Nº do Álbum: 122474 / Lançamento 1923 / Gênero musical: Fox-Trot / Coleção: IMS



Oh! Movei sem ânsia palpitar
E no sonho divinal em flor
Risonha vida
Feliz beijar
O teu jardim, amor

O azul etéreo e precioso
Qual o éter suave e cristalino
Veio no astro o sorriso
E dolorosa divina
Caiu ao chão
Total solidão

Em atenção
A soluçar
Um triste pranto
Pois afinal já vi chorar uma só flor
Prega o excelente
O vinho tinto
Por encanto
És carinhosa suave rosa, meiga flor

Pálida lua pôs-se a rir
Raio orvalhado
Seus verdes olhos derramavam com ternura
A tua luz a implorar
Em beijos ternos prolongar
E orvalhava-se a teus pés a formosura

Com a luz serena do luar
Foi que comecei comprender
A salsa pena, salsa de apanhar
Agora seu sofrer
Na ilusão celeste do mistério
Qual um éter suave e cristalino
Foi no abandono etéreo
E com fito divino
Para a flor descer do andor

Vem aceitando a soluçar
Um triste pranto
Em lacrimosa decorar uma só flor
E mais além tinha sofrido
Por engano
E carinhosa suavizou a meiga flor

Pálida lua pôs-se a rir
Raio orvalhado
Seus verdes olhos derramavam com ternura
A tua luz a implorar
Em beijos ternos prolongar
E orvalhava-se a teus pés a formosura



Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Caiuby (Canção da cabocla bonita)

Vicente Celestino
Caiuby (Canção da Cabocla Bonita) (canção, 1923) - Pedro de Sá Pereira - Interpretação: Vicente Celestino

Disco selo: Odeon R / Título da música: Caiuby (Canção da Cabocla Bonita) / Pedro de Sá Pereira (Compositor) / Vicente Celestino (Intérprete) / Nº do Álbum: 122749 / Lançamento: 1924 / Gênero musical: Canção / Coleções: IMS, Nirez




Triste Carnaval

Canhoto
Triste carnaval (valsa, 1922) - Canhoto (Américo Jacomino) e Arlindo Leal - Intérprete: Vicente Celestino

Disco selo: Odeon R / Título da música: Triste Carnaval / Américo Jacomino "Canhoto" (Compositor) / Arlindo Leal (Compositor) / Vicente Celestino (Intérprete) / Conjunto (Acomp.) / Nº do Álbum: 122214 / Lançamento: 1922 / Gênero musical: Valsa / Coleção: Nirez



Por tua causa Colombina
Tive um triste Carnaval
E o ciúme que me alucina
Roubou-me a calma afinal

E, em sonho, meu amor
Tu não soubeste guardar
E um ousado sedutor
Pode teus lábios beijar

Por capricho, por loucura
Num delírio de ternura
Tu cedeste ao meu rival
O teu amor ideal
O teu amor ideal!

No meu delirar, Colombina
Que a outro sorrias
E que sem corar, ò libertina
Teus beijos vendias

Depois, com horror
Vi meu rival teus carinhos gozar
E esse infame traidor
Sorridente alcançar teu amor!

Sururu na cidade

Zequinha de Abreu
Sururu na cidade (choro, 1922) - Zequinha de Abreu

Zequinha de Abreu lança o choro "Sururu na cidade", que faz grande sucesso devido à forma bem-humorada na qual retratava os dias agitados da Revolução Paulista daquela época.

Disco 78 rpm / Título da música: Sururu na cidade / Zequinha de Abreu (Compositor) / Orquestra Típica Victor (Intérprete) / Gravadora Victor / Nº do Álbum: 33854-a / Nº da Matriz: 79695-1 / Gravação: 25/Setembro/1934 / Lançamento: Novembro/1934 / Gênero musical: Choro / Coleção: Humberto Franceschi





Papagaio come milho

Bahiano - Revista Musical - 1924

Papagaio come milho (samba, 1922) - Francisco Antônio da Rocha - Interpretação: Bahiano

Disco selo: Odeon R / Título da música: Papagaio come milho (A dor dói) / Francisco Antônio da Rocha "Chico da Bahiana" / Bahiano (Intérprete) / Conjunto (Acomp.) / Número do Álbum: 122205 / Lançamento 1922 / Gênero musical: Samba / Coleção: IMS



Faço carinhos para quem não merece
Quem apanha, meu bem, não se esquece (x2)

Ai! não fui eu que desmanchei a tua cama (x2)
Papagaio come milho, periquito leva a fama (x2)

Deves falar o que foi que te fiz
Não vou pagar o mal que não fiz

Ai! não fui eu que desmanchei a tua cama (x2)
Papagaio come milho, periquito leva a fama (x2)

Mulher que chora não fala a verdade
Mulher que jura é só falsidade (x2)

Ai! não fui eu que desmanchei a tua cama (x2)
Papagaio come milho, periquito leva a fama (x2)

A minha sogra parece uma matraca
Tem uma língua que é só jararaca (x2)

Ai! não fui eu que desmanchei a tua cama (x2)
Papagaio come milho, periquito leva a fama (x2)



Fonte: Instituto Moreira Salles - Discografia Brasileira.

A espingarda (Pa-pa-pá)

Jararaca - 1961

José Luís Rodrigues Calazans, o Jararaca (Maceió AL 1896-Rio de Janeiro RJ 1977) começou a tocar no conjunto Turunas Pernambucanos (ou Turunas da Mauriceia) onde todos os integrantes adotaram apelidos de bichos.

Em 1921 os Turunas exibiram-se por 15 dias no Cine-Teatro Moderno, com o conjunto Oito Batutas, que visitava Recife. Foi o estímulo decisivo para o grupo, convidado então para os festejos do centenário da Independência, no Rio de Janeiro, em 1922, fazendo grande sucesso com suas emboladas, cocos, baiões, e com seus trajes típicos: alpercatas e chapéu de couro.

O vespertino A Noite deu-lhe ampla cobertura, chefiada pessoalmente por seu proprietário, Irineu Marinho. O conjunto foi convidado a gravar dois discos na Odeon, obtendo grande êxito com Espingarda-pá-pá-pá-pá - arranjo de Jararaca sobre tema folclórico.

A espingarda (Pa-pa-pa-pá) (embolada, 1922) - José Luís Calazans

Interpretação do cantor Bahiano com os Turunas da Mauriceia em disco Odeon lançado em 1922:

Disco selo: Odeon R / Título da música: A espingarda / José Luís Rodrigues Calazans "Jararaca" (Compositor) / Bahiano (Intérprete) / Turunas Pernambucanos (Acomp.) / Nº do Álbum: 122102 / Nº da Matriz: 122102-A-III / Lançamento 1922 / Gênero musical: Embolada alagoana / Coleção: IMS



Interpretação de Jararaca em disco Odeon, lançado em maio de 1929:

Disco 78 rpm / Título da música: Espingarda Pau-pau / José Luís Rodrigues Calazans "Jararaca" (Compositor) / Jararaca (Intérprete) / Seu Grupo (Acomp.) / Gravadora: Odeon / Nº do Álbum: 10383-b / Nº da Matriz: 2394 / Lançamento: Maio/1929 / Gênero musical: Embolada / Coleção: Nirez



Espingarda / Pa, pa, pa, pa
Faca de ponta / Ta, ta, ta, ta,
Espingarda / Pa, pa, pa, pa
Faca de ponta / Ta, ta, ta, ta,

Jacarecica, Ponta Verde e Morro Grosso,
Levada, cambona e Poço
Bebedoro, Jaraguá - ôi.
Coquero Seco d'outro lado da Lagoa
Se atravessa na canoa
Camarão é no Pilá - ôi.

Minha espingarda
Tem a boca envenenada
De matá onça pintada
Caititú, tamanduá - ôi.
Eu dei um tiro
Na cabeça da guariba
Que a bala passo pra riba
Matou dois Maracajá ...

Espingarda ...

Faca de ponta
Espingarda e carabina
Minha faca já tá fina
Só de tanto eu amolá;
Minha espingarda
Quando tá azuretada
Vai sozinha prá caçada
Da mata do Calumbi - ôi.

Pegue pra qui
E arrepare o companhero
Vou lhe dá um granadero
Sem coronha, sem fuzi,
Dou-lhe mais uma espingarda
E lhe puxo pra caçada
Da mata do Calumbi - ôi.