sábado, abril 07, 2007

Joyce


Joyce (Joyce Silveira Moreno) - 31/1/1948 Rio de Janeiro, RJ. Nascida Joyce Silveira Palhano de Jesus, foi criada na Zona Sul do Rio, começou a tocar violão aos 14 anos de idade, observando seu irmão, o guitarrista Newton, amigo de músicos da bossa nova como Roberto Menescal e Eumir Deodato. Mais tarde, estudou com Jodacil Damaceno (violão clássico e técnica) e Wilma Graça (teoria e solfejo).


Em 1963, participou pela primeira vez de uma gravação em estúdio, no disco Sambacana, de Pacífico Mascarenhas, convidada por Roberto Menescal. A partir daí, gravou vários jingles e começou a compor.

Em 1967, classificou sua canção Me disseram no II Festival Internacional da Canção (RJ). Em 1968 lançou seu primeiro LP, Joyce, com texto de apresentação assinado por Vinícius de Moraes. Em 1969, gravou seu segundo disco, o LP Encontro marcado.

Entre 1970 e 1971, fez parte, juntamente com Nélson Ângelo, Novelli, Toninho Horta e Naná Vasconcelos, do grupo vocal e instrumental A Tribo, chegando a gravar algumas faixas no disco Posições, lançado pela Odeon. Em 1973, gravou com Nélson Ângelo, o LP Nélson Ângelo e Joyce.

Entre os anos de 1971 e 1975, afastou-se das atividades musicais, dedicando-se exclusivamente às filhas Clara e Ana, nascidas em 1971 e 1972, respectivamente. Retomou a carreira em 1975, substituindo o violonista Toquinho, ao lado de Vinicius de Moraes em turnê pela América Latina.

Foi convidada, em seguida, para participar dos shows do poeta pela Europa, já com Toquinho de volta ao grupo. As apresentações geraram, na Itália, a gravação do LP Passarinho urbano, produzido por Sérgio Bardotti para a etiqueta Fonit-Cetra em 1976. Nesse disco, a cantora interpretou músicas de compositores brasileiros que naquele momento estavam tendo sua obra censurada pela ditadura militar, como Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Maurício Tapajós e o próprio Vinícius de Moraes. O disco teve lançamento discreto no mercado brasileiro no ano seguinte.

Em 1977, apresentou-se em temporada de seis meses em Nova York, gravando o Natureza, em parceria com Maurício Maestro, para o mercado exterior, mas que não chegou a ser comercializado.

A partir de 1978 começou a se destacar como compositora, entrando para o repertório de cantores como Milton Nascimento, Elis Regina, Maria Bethânia, Boca Livre, Nana Caymmi, Quarteto em Cy, Joanna, Fafá de Belém e Ney Matogrosso.

Em 1980, participou do Festival de Música Popular Brasileira da TV Globo, classificando Clareana. Nesse mesmo ano, gravou o disco Feminina, com destaque para a canção título, também gravada com sucesso pelo Quarteto em Cy, Mistérios (Joyce - Maurício Maestro), Essa mulher (Joyce - Ana Terra), Da cor brasileira (Ana Terra - Joyce) e Clareana, sucesso de vendagem e responsável pela primeira grande exposição da cantora na mídia.

Ainda na década de 1980, lançou os LPs Água e luz (1981), que trazia o hit Monsieur Binot (Joyce), Tardes cariocas (1984), Saudade do futuro (1985), que trazia Minha gata Rita Lee (Joyce), Wilson Batista: o samba foi sua glória (1986), Tom Jobim: anos 60 (1987), com Gilson Peranzzetta, Negro demais no coração (1988), com destaue para sua regravação de Samba da benção (Baden Powell - Vinícius de Moraes), e Joyce ao vivo" (1989), trazendo, entre outras, Mulheres do Brasil (Joyce). Lançou, em 1990, o LP Music inside" e, no ano seguinte, o LP Language of love.

Em 1993, realizou em Londres um show para um público de 2.000 pessoas, passando a fazer grande sucesso entre o público de drum'n'bass e acid-jazz europeu. Em 1994 a EMI-Odeon lançou o CD Revendo amigos, songbook de seus sucessos em duetos com outros cantores.

Ainda na década de 1990, gravou os discos Delírios de Orfeu (1994), Live at Mojo Club (1995), Sem você (1995), em parceria com Toninho Horta, e Ilha Brasil (1996). Em 1997, publicou o livro Fotografei você na minha rolleyflex, uma coletânea de crônicas e histórias da música popular brasileira. Lançou os discos Astronauta (1998), um tributo a Elis Regina, e Hard bossa (1999).

Divulgando a música brasileira em seguidas turnês internacionais, ministrou workshops, em 2000, no Rytmisk Konservatorium de Copenhagen (Dinamarca) e em Soweto (África do Sul). Ainda nesse ano, seu CD Astronauta foi indicado para o Grammy Latino, na categoria Melhor Disco de MPB. Também em 2000, gravou o disco Tudo bonito, que contou com a participação de João Donato.

Em 2001 teve seu nome alterado para Joyce Silveira Moreno em função do registro civil de seu casamento com o baterista Tutty Moreno. Nesse mesmo ano, lançou o CD Gafieira moderna. Em 2003 sairam Just A Little Bit Crazy e Bossa Duets. Em 2004 lançou Banda Maluca.

Tem centralizado a divulgação de seus trabalhos principalmente no mercado europeu, onde é considerada uma das artistas brasileiras de maior influência.


Fonte: Cantoras do Brasil - Joyce.

Waleska


Maria da Paz Gomes (Afonso Cláudio ES, 29/09/1941 - Rio de Janeiro RJ, 14/10/2016), mais conhecida pelo pseudônimo Waleska, foi uma cantora e compositora brasileira. Ganhou o apelido de "Rainha da fossa", dado pelo então poeta Vinícius de Moraes (1913–1980). Em 1960 ela lançou seu primeiro disco pela Vogue Discos.


Waleska começou a sua carreira artística se apresentando na rádio Inconfidência e na TV Itacolomy, ao lado de Clara Nunes e de Milton Nascimento, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Mudando-se para o Rio de Janeiro foi "cronner" da boate Arpége, de Waldir Calmon, e cantou no famoso Beco das Garrafas. Em 1966 fundou um pub no bairro do Leme e recebeu de Vinícius de Moraes o slogan de "cantora da fossa".

Cantora de músicas de dor de cotovelo, o termo "fossa" apareceu várias vezes nos títulos de seus discos, como Uma noite na fossa , Waleska na Fossa e Fossa. Cantava músicas barra-pesada, mas de uma forma cool. Waleska se celebrizou no circuito de boates e, embora não tenha feito grande sucesso no rádio, tinha público cativo onde se apresentava nos anos 60 e início dos 70.

Era admirada pelo jornalista e compositor Sérgio Bittencourt (filho de Jacob do Bandolim), jurado do Programa Flávio Cavalcanti, e pelo compositor Vinícius de Moraes. Na década de 70, a intérprete criou a boate Fossa, em Copacabana, que ficou muito conhecida pelos seus frequentadores, entre eles, Juscelino Kubstcheck e Carlos Lacerda.

Autora de mais de 20 discos, Waleska destacou-se gravando composições de Tom Jobim, Ary Barroso, Cartola, entre outros. Nas décadas de 80 e 90, fez várias turnês passando pela Itália, Portugal e pelos Estados Unidos.


Fonte: Cantoras do Brasil - Waleska; Wikipédia.

Morgana


Morgana ou Isolda Corrêa Dias (São Paulo SP 2/8/1934 - idem, 4/1/2000) começou sua carreira como cantora lírica, no qual obteve êxito durante sete anos. Em 1958 passou a se dedicar à música popular, inicialmente se apresentando como Morgana Cintra.


Obteve imediatamente grande sucesso com a primeira gravação: Serenata do adeus, que tornou-se bastante conhecida através de sua gravação. Logo após gravou Mais brilho nas estrelas, que também teve grande aceitação pelo público, bem como o recente sucesso de Edith Piaf, em versão de Odair Marzano, Hino ao amor.

Em 1958 ganhou o Troféu Imprensa de melhor cantora. Seus principais sucessos foram Arrependida e Serenata do adeus, ambas de 1958, Canção da tristeza, Conselho, Este seu olhar, estas de 1959, Hino ao amor, de 1960, Não pense em mim, de 1967, e E a vida continua de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Seus principais discos são Esta é Morgana (1959) e Morgana (1960).

Também atuou como cantora na TV. Sua canção mais famosa foi a música-tema da novela O Direito de Nascer, da extinta TV Tupi, em 1965, época em que era carinhosamente chamada de "Fada Loira".

Em 1973, no auge do sucesso no Brasil e no exterior, ela decidiu trocar a carreira de cantora por uma rede de pizzarias, montada em sociedade com o marido. Faleceu aos 65 anos e foi sepultada no cemitério Quarta Parada, em São Paulo.


Fontes: Cantoras do Brasil - Morgana; Wikipédia.

Tia Amélia


Tia Amélia (Amélia Brandão Néri), instrumentista e compositora, nasceu em Jaboatão PE em 25/5/1897, e faleceu em Goiânia GO em 18/10/1983. A mãe era pianista e o pai maestro da banda da cidade, além de clarinetista e solista de violão. Começou a tocar piano de ouvido aos quatro anos de idade e aos seis passou a estudar música, dedicando-se somente aos clássicos, por imposição do pai.


Aos 12 anos compôs sua primeira música, a valsa Gratidão. Pensava em seguir a carreira de pianista, mas o casamento, aos 17 anos, e a oposição do marido a impediram. Morando em uma fazenda em Jaboatão, passou a tocar apenas em festas de amigos, dedicando-se ainda a estudar o folclore musical da região.

Aos 25 anos, ficando viúva com três filhos, decidiu tornar-se profissional e foi contratada pela Radio Clube de Pernambuco, em Recife, onde começou a fazer sucesso. Com a fama, e resolvida a esclarecer uma questão de direitos autorais surgida com a gravação, na Odeon, de uma composição sua sem autorização, viajou para o Rio de Janeiro, em 1929, sendo contratada para se apresentar em um concerto no antigo Teatro Lírico, onde teve grande êxito, passando a ser chamada “a coqueluche dos cariocas”.

Na Odeon, além de ter ganhado seus direitos autorais, foi convidada para gravar um disco, e a repercussão de sua apresentação levou-a a tocar nas rádios Mayrink Veiga, Sociedade e Clube do Brasil. Regressou em seguida a Recife, trabalhando na Rádio Clube de Pernambuco e realizando algumas viagens ao interior, nas quais, alem de tocar, fazia pesquisas folclóricas, que serviram de tema a muitas de suas composições.

Em 1931, novamente no Rio de Janeiro, trabalhou em rádio e teve algumas de suas músicas gravadas, como a adaptação de Capelinha de melão, na voz de Elisa Coelho, e Cavalo marinho, interpretada por Stefana de Macedo. Já era compositora e interprete bastante conhecida, com muitos contratos e apresentações.

Amélia Brandão Nery, 1938
Em 1933, a convite do Itamaraty, realizou uma tournée pelas Américas, acompanhada de sua filha, a cantora Silene Brandão Nery, interpretando suas composições inspiradas no folclore brasileiro. Na Venezuela, recusou convite do governo para permanecer dois anos no país estudando o folclore local e viajou para os EUA, contratada por uma emissora de rádio de Schenectady, onde atuou durante cinco meses, sob patrocínio da General Electric.

Cumpriu depois contrato em New York e New Orleans, e em Hollywood chegou a ser convidada para participar, com Silene, de um filme da RKO, no qual trabalharia ao lado da orquestra de Rudy Vallee, mas recusou, por não querer apresentar-se cantando.

De volta ao Brasil em 1939, excursionou com Silene por todo o país, com exceção de Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Com o casamento da filha, resolveu encerrar a carreira, apresentando-se uma única vez no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, e passando a morar, primeiro, em Marília SP e, depois, em Goiânia.

Anos depois, em casa de sua filha em Goiânia, ficou conhecendo a cantora Carmélia Alves, que se entusiasmou ao ouvi-la tocar valsas e choros, revivendo uma escola tradicional da música popular brasileira, a de Pixinguinha, Ernesto Nazareth e Anacleto de Medeiros. Convencida pela cantora, voltou a se apresentar, depois de 17 anos, no Rio de Janeiro e em São Paulo, já com o nome de Tia Amélia e um repertório de chorinhos de sua autoria.

Trabalhou na Rádio Nacional, no Clube da Chave e em outros clubes cariocas, e em São Paulo atuou durante três meses na TV Record, TV Tupi e TV Paulista (hoje Globo). Viajou, em seguida, para Pernambuco trabalhando nas rádios Clube de Pernambuco e Jornal do Comércio, de Recife.

O seu grande sucesso, entretanto, foi o programa Velhas Estampas, que manteve durante 14 meses na TV-Rio, no qual, além de tocar piano e apresentar suas composições, contava histórias dos velhos tempos de sua juventude. A convite da Odeon gravou o LP Velhas estampas, interpretando ao piano diversas composições de sua autoria, entre elas os chorinhos Dois namorados, Chora, coração, Sem nome, Bordões ao luar (nome escolhido pelo poeta Vinícius de Moraes), Sorriso de Bueno e algumas valsas, acompanhada pela Banda Vila Rica.

Com esse disco, grande sucesso de vendagem, recebeu o prêmio de melhor solista e compositora do ano. Lançou depois novo LP pela Odeon, Musicas da vovó no piano da titia, e em julho de 1960 foi contratada pela TV Tupi, do Rio de Janeiro, para fazer um retrospecto da época áurea do choro brasileiro, semelhante ao que já fizera no programa Velhas Estampas.

Continuou atuante, e sua última gravação foi À benção, Tia Amélia, na Marcus Pereira, em 1980, quando já contava 83 anos de vida.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Tião Carreiro e Pardinho

Tião Carreiro e Pardinho. Dupla sertaneja forma da por José Dias Nunes (Montes Claros MG 1934—São Paulo SP 1993) e Antonio Henrique de Lima (São Carlos SP 1932-).

José Dias Nunes (Tião Carreiro) sempre cantou em dupla, inicialmente com o nome de Zezinho (com Lenço Verde), depois como Palmeirinha (com Coqueirinho) e mais tarde como Zé Mineiro (com Tietezinho), completando quatro anos de carreira. Antonio Henrique de Lima (Pardinho começou cantando com Miranda (Estevão Valério de Miranda) e depois formou uma dupla provisória com Zé Carreiro, da dupla Zé Carreiro e Carreirinho, para concorrer ao Torneio de Violeiros (1956) da Rádio Tupi de São Paulo SP.

Premiada com o cururu Canoeiro (Zé Carreiro), a dupla recebeu então convite de Teddy Vieira para gravar na Columbia, quando Antônio Henrique adotou o pseudônimo de Pardinho, lançando em disco os sucessos Facão do Cristiano (Dito Mineiro e Zé Carreiro) e Boiadeiro feliz (Zé Carreiro e Pardinho).

Teddy Vieira diretor do setor sertanejo da Columbia, procurando outro nome que substituísse o famoso Zé Carreiro, deu a Zé Mineiro (José Dias Nunes) o pseudônimo de Tião Carreiro que formou dupla com Carreirinho, fazendo diversas gravações. Mais tarde Tião Carreiro e Pardinho formaram dupla, uma vez que Zé Carreiro e Carreirinho voltaram a atuar juntos.

O primeiro sucesso da dupla foi Cavaleiros do Bom Jesus (João Alves, Nhô Silva e Teddy Vieira), gravado na Columbia, mesma gravadora que lançou seu grande êxito Boiadeiro punho de aço (Teddy Vieira e Pereira). Pela Chantecler a dupla gravou vários LPs, entre os quais Em tempo de avanço (1968), em que foi incluída A beleza do ponteio, biografia em versos do Tião Carreiro, de autoria do Capitão Furtado e musicada pelo próprio Tião.

Em 1970, a dupla foi a principal intérprete do filme Sertão em festa, de Osvaldo de Oliveira, com músicas que já haviam sido gravadas pela Chantecler, como Caboclinha malvada (Serrinha), Em tempo de avanço (Lourival dos Santos e Tião Carreiro), Jerimu (Arlindo Pinto), Mestre carreiro (Raul Torres), a moda do peão Oi, vida minha! (Cornélio Pires) e Pagode (Tião Carreiro e Carreirinho).

Mas foi no LP A força do perdão que a dupla efetivamente se consagrou no gênero, obtendo grande sucesso com a música de Piraci, Lourival dos Santos e Tião Carreiro Rio de lágrimas, também conhecida como Rio de Piracicaba.

Em 1996 Tião Carreiro foi homenageado num disco tributo, Saudades De Tião Carreiro (selo Continental), com músicas suas interpretadas por Sérgio Reis, Zezé Di Camargo e Luciano, Irmãs Galvão, Almir Sater, Chitãozinho e Xororó e outros.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Tião Carreiro

José Dias Nunes, nascido em 13 de dezembro de 1934, foi um dos maiores violeiros que o mundo sertanejo já viu. Mineiro de Monte Azul, perto de Montes Claros, criado numa fazenda de Araçatuba, no interior paulista, morreu aos 59 anos, em 1993, deixando histórias e lendas, músicas e toques que chegaram às novas gerações de aficionados da viola de 10 cordas.

Inventor do pagode caipira, mistura dos gêneros rurais paulistas e mineiros com o samba, Tião foi o primeiro a enfrentar o desafio de gravar discos com seus solos de viola. Almir Sater e Renato Andrade são alguns dos músicos que reverenciam este mestre que não era dado a sorrisos e agrados, mas que também não se fazia de rogado para, numa roda de admiradores, varar a noite na cantoria.

Figura obrigatória nas festas de rodeios do interior de São Paulo, recebido como rei nas casas da elite rural e com carta branca para gravar o que quisesse na Chantecler/Continental, onde registrou quase toda sua obra, deixou uma obra vasta e expressiva.

Compôs com vários parceiros e cantou com muita gente, mas ficou famoso duetando com Pardinho, o Antonio Henrique de Lima, paulista de São Carlos. A dupla formada no final da década de 50, nos circos do interior paulista, teve trajetória tumultuada, com separações e voltas mas brilhou em 60 e 70.

Alguns de seus maiores sucessos são: Rei do gado, de Teddy Vieira, que virou nome do primeiro LP da dupla, em 1961, Rio de lágrimas, de Tião, seu compadre Lourival dos Santos e Piraci; a divertida Viúva rica, feita com Edward de Marchi; e a genial Viola vermelha, homenagem a Florêncio, outro grande tocador de viola, assinada também por Jesus Belmiro. Do LP Em Tempo de avanço, de 1969, foi escolhida A Beleza do ponteio, moda de viola de Tião com letra do lendário Capitão Furtado, contando a saga do violeiro mineiro.

Da curta fase em que o "rei do pagode" cantou com Paraíso foi selecionada Palavra de honra, de parceria com Pedro D'Aquino. Quando formou dupla com Carreirinho - outro inspirado compositor - gravou belas modas de viola como Terra roxa, de Teddy Vieira, e Meu carro é minha viola, de Carreirinho e Mozart Novaes, esta comparando as cordas do instrumento a um carro-de-boi.

O exímio solista que dominava muitos toques e afinações pode ser apreciado nas duas faixas instrumentais selecionadas do LP É isto que o povo quer, de 1976: a moda de viola O menino da porteira e o arrasta-pé Cabelo loiro.

Depois de sua morte, não foi esquecido. Na coleção Som da Terra, da Warner, em 1994, mereceu três CDs. Em 1996, a gravadora lançou Saudades de Tião Carreiro, no qual alguns de seus sucessos com Pardinho foram remixados e ganharam a participação de novos astros sertanejos.

Fonte: Rosa Nepomuceno - Biografia compilada do encarte da Enciclopédia Musical Brasileira distribuído pela Warner Music Brasil Ltda.

Renato Teixeira


Renato Teixeira (Renato Teixeira de Oliveira), cantor e compositor, nasceu em Santos SP em 20/5/1945. Passou a infância em Ubatuba SP e com 14 anos mudou-se para Taubaté SP, onde começou a compor.


Em 1967 transferiu-se para São Paulo SP e, nesse mesmo ano, sua canção Dadá Maria foi uma das classificadas no III FMPB, da TV Record, sendo mais tarde gravada, na Odeon, por Sílvio César e Clara Nunes, e, na Philips, por ele mesmo e Gal Costa.

Em 1968 participou do IV FMPB, também na TV Record, com a música Madrasta (com Beto Ruschel), interpretada por Roberto Carlos. No VII FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro RJ, em 1972, classificou sua composição Marinheiro. Participou também da coleção Música Popular — Centro Oeste-Sudeste, da Marcus Pereira.

No ano seguinte, a Phonogram lançou Paisagem, seu primeiro LP. Em 1977 sua música mais conhecida, Romaria, foi gravado por Elis Regina em seu LP Elis.

Lançou em 1984 o LP Azul e, em 1992, pela Kuarup, o CD Renato Teixeira & Pena Branca e Xavantinho, recebendo no mesmo ano o Prêmio Sharp. Participou ainda dos discos Grandes cantores sertanejos (Kuarup, 1985) e Cantorias & cantadores (Kuarup, 1997), ao lado de Xangai, Cida Moreira, Elomar, Sivuca, Geraldo Azevedo e outros.

Em 1997 comemorou 30 anos de carreira com show no Canecão, no Rio de Janeiro.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Almir Sater


Almir Sater (Almir Eduardo Melke Sater) nasceu em Campo Grande, MS, em 14 de novembro de 1956. Desde os 12 anos tocava violão. Com 20 anos, saiu da cidade natal e foi estudar direito no Rio de Janeiro.


Pouco habituado com a vida da cidade grande, passava horas sozinho, tocando violão. Um dia, no largo do Machado, encantou-se com o som de uma viola tocada por uma dupla mineira. Desistiu da carreira de advogado e logo descobriu Tião Carreiro, violeiro que foi seu mestre. Voltou para Campo Grande e formou com um amigo a dupla Lupe e Lampião, em que era o Lupe.

Em 1979 resolveu tentar a sorte em São Paulo SP, onde conheceu a conterrânea Tetê Espíndola, na época líder do grupo Lírio Selvagem. Fez alguns shows com o grupo, depois passou a acompanhar a cantora Diana Pequeno. Mais tarde, com o projeto Vozes & Violão, apresentou-se em teatros paulistanos, mostrando suas composições.

Convidado pela gravadora Continental, gravou seu primeiro disco, Almir Sater, em 1981, álbum que contou com a participação de Tião Carreiro. Seu segundo disco, Doma (1982, RGE), marcou seu encontro com o parceiro Paulo Simões.

Em 1984 formou a Comitiva Esperança, que durante três meses percorreu mais de mil quilômetros da região do Pantanal, pesquisando os costumes e a musica do povo mato-grossense. O trabalho teve como resultados um filme de média-metragem, lançado em 1985, e o elogiado Almir Sater instrumental (1985, Som da Gente), que misturava gêneros regionais - cururus, maxixes, chamamés, arrasta-pés - com sonoridades urbanas, num trabalho eclético e inovador.

Em 1986 lançou Cria, pela gravadora 3M, inaugurando parceria com Renato Teixeira, com quem compôs, entre outras, Trem de lata e Missões naturais. Em 1989 abriu o Free Jazz Festival, no Rio de Janeiro, depois viajou para Nashville, nos EUA, onde gravou o disco Rasta bonito (1989, Continental), encontro da viola caipira com o banjo norte-americano.

Convidado para trabalhar na novela Pantanal, da TV Manchete, projetou-se nacionalmente no papel de Trindade, enquanto composições suas como Comitiva esperança (cantada em dupla com Sérgio Reis) e Um violeiro toca (gravada por Renato Teixeira) estouravam nas paradas de sucesso.

Em 1990-1991 participou da novela A historia de Ana Raio e Zé Trovão, também da TV Manchete, mas em seguida se afastou da televisão, pois as gravações não lhe deixavam tempo para a música.

Gravou ainda Instrumental II (1990, Eldorado), Almir Sater ao vivo (1992, Sony), Terra dos sonhos (1994, Velas) e Caminhos me levem (1997, Som Livre), além de diversas coletâneas. Voltou a TV em 1996, obtendo grande êxito como o Pirilampo da novela O Rei do Gado, da TV Globo.

Algumas músicas










Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.