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Silas de Oliveira |
Silas de Oliveira (Silas de Oliveira Assunção), compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 4/10/1916 e faleceu em 20/5/1972. Nasceu no subúrbio de Madureira, e o pai, José Mário de Assunção, pastor protestante, proibia-o de participar de rodas de samba, o que passou a fazer escondido da família.
O primeiro samba que compôs foi
Meu grande amor (com
Mano Décio da Viola), depois seu mais constante parceiro, que o levou, em 1934, para a Escola de Samba Prazer da Serrinha, que depois se transformaria no G.R.E.S. Império Serrano. Tocava tamborim na escola de que, mais tarde, se tornou diretor de bateria. O primeiro samba que fez para a escola foi
Sagrado amor (com Manula).
Casou-se, em 1940, com Elane dos Santos, prima de João Gradim e Sebastião de Oliveira (Molequinho), que chegaram à presidência da Serrinha. Nessa época, passou também a copiar as letras dos sambas de todos os compositores da escola, corrigindo os erros e distribuindo as cópias para que as pastoras aprendessem a cantá-las.
Para o Carnaval de 1945, fez o samba-enredo Conferência de São Francisco, em parceria com Mano Décio da Viola, com quem fundou, a 23 de março de 1947, Juntamente com Sebastião de Oliveira e outros sambistas, o G.R.E.S. Império Serrano. Aprendeu a tocar tamborão, versão grande do tamborim, com Antônio dos Santos, o mestre Fuleiro, na época diretor de harmonia da Império Serrano e, a partir de 1950 até sua morte, compôs 12 sambas-enredo para sua escola.
Em 1950, a escola foi a primeira colocada no desfile, com seu samba-enredo Sessenta e um anos de República, inspirado em Getúlio Vargas; em 1953, cantando de sua autoria Ilha Fiscal ou Último baile da corte imperial, a Império Serrano colocou-se em segundo lugar; em 1955, novamente a escola obteve a primeira classificação, com o seu Exaltação a duque de Caxias (com Mano Décio da Viola).
Nos Carnavais de rua desse ano e de 1956, teve grande sucesso o seu samba Rádio-patrulha (com Luisinho, J. Dias e Marcelino Ramos), e, outra vez em 1956, seu samba-enredo O caçador de esmeraldas levou a escola a obter o primeiro lugar, conseguindo a segunda classificação, no ano seguinte, com D. João VI ou Brasil império (com Mano Décio da Viola).
Em 1959 morreu sua filha Nanci, com quem gostava de cantar em dueto. Em 1960, seu samba-enredo
Medalhas e brasões (com Mano Décio da Viola), dividiu com outros quatro o primeiro lugar. Em 1964 faria novo samba-enredo para a Império Serrano desfilar na avenida,
Aquarela brasileira, que obteve o quarto lugar.
Em 1965, com Joaci Santana e outros sambistas, participou do conjunto vocal Samba Autêntico, e, desse ano até 1969, a Império Serrano desfilou todos os anos com sambas seus: em 1965, com
Os cinco bailes da corte ou
Os cinco bailes tradicionais da história do Rio (com
Dona Ivone Lara e Bacalhau), classificou-se em quarto lugar; em 1966, com
Exaltação à Bahia ou
Glória e graças da Bahia (com Joaci Santana), mereceu o terceiro lugar; em 1967, com
São Paulo, chapadão da glória (com Joaci Santana), colocou-se em segundo lugar; em 1968, com
Pernambuco, leão do Norte, obteve a segunda classificação; e, em 1969, desfilou cantando
Heróis da liberdade (com Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira), samba-enredo gravado por Elza Soares.
Em 1968, participou da peça Dr. Getúlio, sua vida e glória, de Ferreira Gullar e Dias Gomes, para a qual compôs o samba Legado de Getúlio Vargas (com Walter Rosa), levada no Teatro Leopoldina, em Porto Alegre RS, sob direção de José Renato.
Morreu depois de apresentar dois dos seus mais famosos sambas enredo numa roda de samba promovida pelo compositor Mauro Duarte, no Clube ASA, em Botafogo. Seu corpo foi velado na Associação das Escolas de Samba: durante o enterro, foi cantado, por sugestão de Natalino José do Nascimento (o Natal da Portela), presidente de honra da Portela, seu samba Heróis da liberdade, que desde então passou a ser cantado em enterros de sambistas.
Obra completa:
Alô, alô, taí Carmen Miranda (c/Jorge Lucas), samba-enredo, 1972; Amor aventureiro (c/Mano Décio da Viola), samba, 1975; Apoteose ao samba (c/Mano Décio da Viola), samba, 1974; Aquarela brasileira, samba-enredo, 1964; Berço do samba (c/Edgar Cardoso Barbosa), samba, 1969; O caçador de esmeraldas, samba, 1956; A carta de Getúlio (c/Marcelino Ramos), samba, 1955; Os cinco bailes da corte ou Os cinco bailes tradicionais da história do Rio (c/Ivone Lara e Bacalhau), samba, 1965; Conferência de São Francisco (c/Mano Décio da Viola), samba-enredo, 1945; Desprezado (c/Dilson Carlos), samba, 1957; D. João VI ou Brasil império (c/Mano Décio da Viola), samba-enredo, 1957; Encontrei, samba, s.d.; Estou gamado, samba, s.d.; Exaltação á Bahia ou Glória e graças da Bahia (c/Joaci Santana), samba-enredo, 1966; Exaltação a duque de Caxias (c/Mano Décio da Viola), samba- enredo, 1955; Fica, samba, s.d.; Heróis da liberdade (c/Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira), samba- enredo, 1969; Ilha Fiscal ou Último baile da corte imperial, samba-enredo, 1953; Império tocou reunir (c/Mano Décio da Viola), samba, 1962; Legado de Getúlio Vargas (c/Walter Rosa), samba, 1968; A lei do morro (c/Antônio dos Santos), 1959; Me leva em teus braços, samba, s.d.; Medalhas e brasões (c/Mano Décio da Viola), samba-enredo, 1960; Meu drama (c/J. Ilarindo), samba, 1967; Meu grande amor (c/Mano Décio da Viola), samba, 1955; Na água do rio, partido-alto, 1970; Pernambuco, leão do Norte, samba-enredo, 1968; Rádio-patrulha (c/Luisinho, J. Dias e Marcelino Ramos), samba, 1956; Sagrado amor (c/Manula), samba, s.d.; São Paulo, chapadão da glória (c/Joaci Santana), samba- enredo, 1967; Segura a conversa (c/Mano Décio da Viola), samba, 1962; Sem perdão (c/Manula), samba, s.d.; Senhora tentação (c/Jorginho Pessanha), samba, 1955; Sessenta e um anos de República, samba-enredo, 1950; Tristeza no Carnaval, samba, 1963.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha