sexta-feira, abril 07, 2006

Gilda de Abreu

Gilda de Abreu, cantora, compositora, escritora, cineasta e atriz nasceu em Paris, França (23/09/1904) e faleceu no Rio de Janeiro (04/06/1979). Filha da cantora Nícia Silva de Abreu, veio para o Brasil com quatro anos para ser batizada. 


Em 1914, com a Primeira Guerra Mundial, a mãe, que cumpria periodicamente contratos na Europa, instalou-se definitivamente no Rio de Janeiro. Aos 18 anos começou a estudar canto com a própria mãe, que se havia dedicado ao ensino, revelando-se excelente soprano ligeiro.

Principiou a cantar em festas de caridade e concertos, chegando a interpretar em 1920 (ano em que conheceu Vicente Celestino), no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro, as óperas Les Contes d'Hoffmann, de Jacques Offenbach (1819-1880), Il Barbiere di Siviglia, de Gioacchino Rossini (1792-1868) e Lakmé, de Léo Delibes (1836-1891).

Em 1933 iniciou suas atividades no teatro musicado, participando da opereta A canção brasileira, de Luís Iglésias, Miguel Santos e Henrique Vogeler, trabalhando ao lado de Vicente Celestino, no Teatro Recreio, do Rio de Janeiro, com quem casou cinco meses após a estreia e passou a trabalhar em estreita colaboração. Ainda em 1933 escreveu todo um ato da opereta A princesa maltrapilha, levada à cena no mesmo ano.

Em 1935, estrelou o filme de Oduvaldo Viana Bonequinha de seda, baseado na valsa de mesmo nome, de sua autoria, um dos sucessos de Vicente Celestino. Nesse ano, compôs a opereta Aleluia, estreada em 1939, no Teatro Carlos Gomes, do Rio de Janeiro.

Em 1937 fez o filme Alegria, que não teve grande repercussão. Em 1942, escreveu a letra das canções Mestiça (música de Ary Barroso) e Ouvindo-te (música de Vicente Celestino).

Até 1944, esteve ligada a uma companhia de operetas, da qual Vicente também fazia parte, que realizou excursões por todo o Brasil. Em 1946 escreveu o roteiro e dirigiu o filme O ébrio, também inspirado em outra composição de sucesso do marido, que atuava no papel-título.

Em 1949 escreveu o roteiro e dirigiu o filme Pinguinho de gente e, em 1951 escreveu o roteiro, dirigiu e interpretou o papel principal do filme Coração materno, título de outro grande sucesso de Vicente Celestino.

Em 1950 compôs com Vicente Celestino e Ercole Varetto a opereta A patativa, e escreveu com Luís Iglésias o libreto da opereta Olhos de veludo (música de Vicente Celestino).

Autora de vários livros infantis e romances, publicou também A vida de Vicente Celestino, São Paulo, 1946.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo, Art Ed., 1977

Vicente Celestino


Vicente Celestino (Antônio Vicente Filipe Celestino), cantor, compositor a ator, nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 12/9/1894 e faleceu em São Paulo, em 23/8/1968. Filho de um casal de imigrantes calabreses chegados ao Brasil dois anos antes de seu nascimento, teve dez irmãos, quatro também artistas João, galã cômico; Pedro Celestino, tenor; Radamés, barítono; e Antônio, baixo. 


Começou a cantar aos oito anos, num grupo chamado Pastorinhas da Ladeira do Viana, e, ainda aluno de escola primaria publica, iniciou-se no ofício de sapateiro com o pai, entrando para o Liceu de Artes e Ofícios, para aprender desenho industrial, logo após terminar o primário.

Em 1903 participou do coro infantil da ópera Carmen (Georges Bizet, 1838—1875), no Teatro Lírico, e, notado pelo tenor italiano Enrico Caruso, recebeu convite para ir estudar canto na Itália, mas seu pai recusou-lhe autorização. Trabalhou numa fábrica de guarda chuvas, em 1905, foi servente de pedreiro no ano seguinte e, em 1910, voltou à sapataria do pai.

Cantou solo em público, pela primeira vez, na peça Vida de artista, encenada em 1912 pelo Grupo dos Cartolas, formado por amigos do bairro da Saúde. Depois, começou a cantar em festas, serenatas e casas de chope, abandonando o emprego em 1913 para dedicar-se somente à música. Numa dessas casas de chope, foi ouvido por Alvarenga Fonseca, que o levou para a Companhia Nacional de Revistas, do Teatro Sao José, da qual era diretor.

No dia 10 de julho de 1914, estreou na revista Chuá-Chuá, de Eustórgio Wanderley e J. Ribas, participando do coro e solando a valsa Flor do mal (Santos Coelho e Domingos Correia), com calorosos aplausos. Dois anos mais tarde, integrando a Companhia Leopoldo Fróis, foi cantar em São Paulo, sendo promovido a ator-cantor, apresentando-se depois em Porto Alegre e Pelotas RS, Pernambuco e Bahia.

Em 1915 ou 1916, gravou seu primeiro disco — Flor do mal e Os que sofrem (Alfredo Gama e Armando Oliveira) — na Casa Edison (Odeon), do Rio de laneiro. Deixou o Teatro São José em 1917, para se dedicar ao estudo do canto, no Teatro Municipal do Rio de laneiro.

Em 1919, voltou aos palcos, como ator de várias peças, começando, em março, no papel principal em Amor de bandido (Oduvaldo Viana e Adalberto de Carvalho), encenada pela Companhia de Pascoal Segreto, no Teatro São Pedro (hoje João Caetano). Seu maior sucesso nessa temporada foi a opereta Juriti, de Viriato Correia, com música de Chiquinha Gonzaga, apresentada no mesmo teatro.

Com a atriz e cantora Laís Areda, organizou sua própria companhia de operetas, em 1920, estreando com Loucuras de amor (Adalberto de Carvalho), no Teatro Americano. No ano seguinte trabalhou nas óperas Tosca, de Giacomo Puccini (1858 1924) e Aida, de Giuseppe Verdi (1813—1901), no Teatro Lírico, e em Carmen, no Teatro São Pedro.

Fundou nova companhia com a cantora Carmen Dora, em 1923, para excursionar pelo Brasil; nos anos seguintes continuou a percorrer o país de ponta a ponta. Gravou também vários discos, que lhe deram grande popularidade, entre eles Urubu subiu, em duo com Bahiano, para o Carnaval de 1917; Hino Nacional Brasileiro (Francisco Manuel da Silva e Osório Duque Estrada), em 1918; e O cigano (Marcelo Tupinambá e João do Sul), em 1924.

Na Odeon, já no processo elétrico, de abril de 1928 a outubro de 1930 lançou 19 discos com 35 músicas, alcançando sucesso com Santa (Freire Júnior), em 1928, e o tango-canção Nênias (Cândido das Neves, apelidado de Índio), 1929, entre outras.

Em 1932 passou para a Columbia, gravando no primeiro disco o tango-canção Noite cheia de estrelas (Cândido das Neves), que deu novo impulso a sua carreira discográfica. No ano seguinte, casou se com a cantora e atriz Gilda de Abreu.

Em 1933 Vicente Celestino trabalhava com Gilda de Abreu no Teatro Recreio do Rio de Janeiro, com quem casou cinco meses após a estreia da opereta "A canção brasileira", de Luís Iglésias, Miguel Santos e Henrique Vogeler e passaram a trabalhar em estreita colaboração.

Em 1935 começou a gravar na RCA Victor, obtendo dois êxitos já no primeiro disco: os tangos-canções Ouvindo-te (sua autoria), em duo com Gilda, e Rasguei o teu retrato (Índio). A partir desse momento, começou a se projetar tambem como compositor de grandes sucessos, como, por exemplo, O ébrio, 1936, Coração materno, 1937, Patativa, 1937, Sangue e areia (com Mário Rossi), 1941, Porta aberta, 1946.

Em 1937 interpretou, com Gilda, a ópera Lucia di Lammermoor, de Gaetano Donizetti (1797—1848), no Teatro São Pedro. Transformou a canção O ébrio em peça de teatro, com estréia no Teatro Carlos Gomes, em 1941, e sempre encenada em suas excursões; fez o mesmo com Coração materno, opereta estreada em 1946 no Teatro João Caetano. Ambas foram filmadas por Gilda de Abreu, respectivamente em 1946 e 1951, com ele nos papéis principais, alcançando grande sucesso de público.

Com sua poderosa voz de tenor, cantou tambem músicas modernas, como o samba Se todos fossem iguais a você (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), em 1959, mantendo-se sempre fiel a seu estilo. Em 1965 recebeu o titulo de Cidadão Paulistano da Câmara dos Vereadores. Passou também a ser conhecido por um público mais jovem em 1968, quando Caetano Veloso gravou Coração materno (foto ao lado: Vicente Celestino e sua mulher, Gilda de Abreu, ladeiam Chiquinha Gonzaga. À direita, Viriato Correia).

Preparando-se para gravar um programa de televisão em que seria homenageado pelos componentes do Movimento Tropicalista, sentiu-se mal no quarto do hotel Normandie, em São Paulo, morrendo minutos depois do coração. No total, em todas as gravadoras, desde a fase mecânica, lançou cerca de 137 discos em 78 rpm com 265 musicas, mais dez compactos e 31 LPs, vários destes com relançamentos.

A Voz orgulho do Brasil

Possuidor de voz extraordinária, era chamado diariamente para cantar em festas de Igrejas, em reuniões sociais e em clubes. Nada recebia em troca, além de elogios, aplausos e lanche. Assim, pouco a pouco o jovem Celestino se tornava famoso no bairro e arredores.

No seu repertório já constavam trechos de óperas, valsas, canções, música sacra etc. Com sua voz possante e bela, as canções ganhavam nova roupagem devido a sua interpretação. Era ovacionado por todos os que o ouviam. Assistia a todas as companhias líricas que visitavam o Brasil, tendo como ídolo Enrico Caruso.

Aos dezoito anos começou a cantar nos chamados "Chopes" da época e, aos vinte anos, estreava profissionalmente no Teatro São José, onde levou a platéia ao delírio cantando a famosa cancão "Flor do Mal", que foi também a sua primeira gravação, em 1916, quando ganhou, por milhares de discos vendidos, a importância de dez mil réis.

O povo adorava aquele moço simpático e simples que se dava por inteiro quando cantava. Vicente Celestino cantava com a alma e o coração, sem economizar o que Deus lhe deu: sua voz preciosa. Os jovens que aplaudiam o cantor ensinaram a seus filhos e, depois, aos seus netos a gostar daquele que, orgulhosamente, cantou para quatro gerações.

Vicente estrelou dois filmes: "O Ébrio" e "Coração Materno". Um grande empresário da época, Walter Mochi, ao ouvi-lo, quis levá-lo para a Europa, a fim de projetar Vicente como um dos maiores tenores dramáticos do mundo. Mas Vicente não concordou e disse que jamais deixaria o Brasil, sua Pátria, declinando, assim, do honroso convite. Queria cantar para o seu povo. Poucos teriam resistido à tentação.

Vicente Celestino era um homem feliz. Cantou durante 65 anos sem parar. Era uma autêntica glória nacional. Foi cognominado "A voz orgulho do Brasil': e bem mereceu o título. Compôs várias cancões de grande sucesso: "O Ébrio", "Coração Materno", "Patativa", "Serenata", "Ouvindo-te" e inúmeras outras. Deu ao Brasil a sua voz, a sua alma e todo o seu amor de brasileiro. Recebeu muitas homenagens em vida e durante 33 anos foi contratado pela RCA-Victor, onde gravou centenas de discos.

Antonio Vicente Felippe Celestino (Vicente Celestino) estava cantando para a quarta geração e a última vez que se apresentou foi para uma pequena platéia de 200 pessoas, durante um ensaio em São Paulo, na triste tarde de 23 de agosto de 1968, onde artistas, músicos, cantores ensaiavam para um "show" que seria gravado às 23 horas. Cantou naquele ensaio (dito pelos colegas), talvez como nunca tenha cantado antes, a cancão "Mande uma Flor de Saudade" com letra de M. Ghiaroni e música de sua autoria. Mas aquele havia sido o Canto do Cisne da mais aplaudida e incompreendida voz do cancioneiro brasileiro. E, assim, às 22:30 horas daquela noite calou-se para sempre "A voz orgulho do Brasil".

Algumas músicas















Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha - São Paulo, 1998; www.vivabrazil.com/vcelestino.htm.

Vadico

Vadico (Osvaldo de Almeida Gogliano), compositor, regente e instrumentista, nasceu em São Paulo SP, em 24/6/1910 e faleceu no Rio de Janeiro RJ, em 11/6/1962. Filho de imigrantes italianos do bairro do Brás, todos seus irmãos eram músicos: Carlos tocava flauta e sax, Rute formou-se em piano e harmonia e Dirceu fez o Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. 


Começou a interessar-se por música aos 16 anos e aos 18 deixou a profissão de datilógrafo, para tocar piano em público pela primeira vez, apresentando-se num hotel em Poços de Caldas MG. No mesmo ano venceu um concurso de música popular recebendo medalha de ouro com sua primeira composição, a marcha Isso mesmo é que eu quero.

Em 1929, seu samba Deixei de ser otário foi incluído no filme Acabaram-se os otários (dirigido por Luís de Barros); essa foi sua primeira composição gravada, na Odeon, por Genésio Arruda. Por essa época, já fazia trabalhos de orquestração e enviou um samba para o Rio de Janeiro, Arranjei outra (com Dan Mallio Carneiro), que foi gravado por Francisco Alves em 1930. Isso o encorajou a dedicar-se somente à música, aperfeiçoando seus estudos de piano.

Em 1931 foi para o Rio de Janeiro, onde, por intermédio de Eduardo Souto, teve seu samba Silêncio gravado por Luís Barbosa e Vitório Lattari. Dois anos depois, o mesmo Eduardo Souto o apresentou a Noel Rosa no estúdio da Odeon. Ouvindo uma de suas composições, Noel aceitou a sugestão de Souto para fazer a letra, e dois dias mais tarde estava pronto o Feitio de oração, o primeiro dos seus sambas que teve Noel como letrista e que foi gravado em 1933, na Odeon, por Francisco Alves e Castro Barbosa.

Seguiram-no Feitiço da Vila, Provei, Quantos beijos e Só pode ser você. Musicou depois os versos de Noel Rosa: Conversa de botequim, Cem mil-réis, Tarzan (O filho do alfaiate), Pra que mentir e a Marcha do dragão (publicitária).

Por essa época, também atuou como pianista em diversas escolas de dança, e em 1934 foi contratado por Luís Americano para tocar na boate Lido, substituindo-o, posteriormente, na direção da orquestra. Quatro anos depois tocou durante alguns meses no Cassino Tênis Clube de Petrópolis RJ.

Em 1939 foi com a Orquestra Romeu Silva para os E.U.A., para atuar no pavilhão brasileiro da Feira Mundial de New York, estreando em junho. Permaneceu naquele país até novembro, tendo gravado transmissões para o Brasil na National Broadcasting Corporation. Retornou ao Brasil com Romeu Silva, passando a apresentar-se com a orquestra deste na Feira de Amostras do Rio de Janeiro.

Voltou a Nova York em abril de 1940, para a reabertura da Feira Mundial. Com o encerramento da mostra em outubro daquele ano, foi para Hollywood, onde se encontrou com Zé Carioca e passou a trabalhar na gravação das músicas do filme Uma noite no Rio (That Nightin Rio, de Irving Cummings), com Carmen Miranda.

No ano seguinte, a pedido da Universal Pictures, compôs para um filme o samba Ioiô, que teve letra de Nestor Amaral. Continuou como pianista de Carmen Miranda e do Bando da Lua, fazendo também várias orquestrações para filmes em que estes atuavam, como Weekend in Havana (Aconteceu em Havana, direção de Walter Lang, 1941) e Springtime in the Rockies (Minha secretária brasileira, direção de Irving Cummings, 1942), além de outros.

Em 1943 fez shows em teatros e night clubs, sendo convidado no mesmo ano por Walt Disney, que o pediu emprestado à Twentieth Century Fox por cinco dias, para musicar o desenho de longa metragem Saludos, amigos, em que o personagem Zé Carioca aparece como símbolo do Brasil.

Em 1944 participou de shows com Carmen Miranda e o Bando da Lua, apresentados nas bases da Marinha, em San Francisco, E.U.A. No ano seguinte atuou no restaurante Latin Quarter. Nesse mesmo ano de 1945, deixou de atuar com Carmen Miranda e o Bando da Lua, passando a integrar orquestras norte-americanas. Estudou harmonia, contraponto, composição musical, orquestração e regência, com Mario Castelnuovo-Tedesco (1895-1968).

Em 1948 acompanhou Carmen Miranda em sua temporada em Londres. Em 1949 entrou para a companhia da bailarina Katherine Dunham, como regente de orquestra, excursionando pelos E.U.A., Europa e América do Sul.

Em agosto de 1951 deixou a companhia em Kingston, Jamaica, e foi para New York trabalhar com uma orquestra cubana. Três anos depois, retornou ao Brasil definitivamente, atuando com Os Copacabana, na boate Casablanca, em 1956, passando depois a tocar piano somente em gravações e a fazer orquestrações para a Continental e a Rádio Mayrink Veiga.

No início de 1957 ingressou como diretor musical na TV-Rio, em substituição a Osvaldo Borba. No ano seguinte voltou a trabalhar com Os Copacabana, atuando no dancing Brasil e depois no Avenida. Em 1959 deixou Os Copacabana e foi para o Fred's, até que em janeiro de 1960 foi contratado pelo Sacha's.

Gravou em 1962 na etiqueta Festa o LP Festa dentro da noite. Seus principais parceiros foram Noel Rosa e Marino Pinto, este último letrista de Prece, que considerava sua obra-prima.

Obra

Cem mil-réis (c/Noel Rosa), samba, 1936; Conversa de botequim (c/Noel Rosa), samba, 1935; Feitiço da Vila (c/Noel Rosa), samba, 1934; Feitio de oração (c/Noel Rosa), samba-canção, 1933; Mais um samba popular (c/Noel Rosa), samba, 1934; Pra que mentir (c/Noel Rosa), samba, 1934; Prece (c/Marino Pinto), samba-prelúdio, 1958; Provei (c/Noel Rosa), samba, 1936; Quantos beijos (c/Noel Rosa), samba, 1936; Só pode ser você (c/Noel Rosa), samba, 1936; Súplica (c/Marino Pinto), samba-canção, 1956; Tarzã, o filho do alfaiate (c/Noel Rosa), samba, 1936.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Sílvio Caldas


Sílvio Caldas (Sílvio Antônio Narciso de Figueiredo Caldas), cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ 23/5/1908 e faleceu em Atibaia SP, em 3/2/1998. Nasceu e foi criado no bairro de São Cristóvão, na rua São Luís Gonzaga, filho de Antônio Narciso Caldas, carioca, dono de pequena loja de instrumentos musicais, afinador e consertador de pianos e compositor com várias músicas publicadas, assinando-se A. N. Caldas.


Foi praticamente criado por uma vizinha, que no Carnaval formava o Bloco da Família Ideal com parentes e amigos. O pequeno Sílvio, chamado de Rouxinol da Família Ideal, cantava cavalgando o pescoço dos remadores de São Cristóvão.

Participava de festas, dançava e sapateava nas mesas dos bares, e cantava nas reuniões do Largo da Cancela. Foi amigo desde essa época de Índio, que morava em São Cristóvão. Com seis anos cantou um samba de bloco no Teatro Fênix, levado pelo pai, durante conferência literária.

Começou a trabalhar aos nove anos como aprendiz de mecânico e, aos 16, em 1924, saiu de casa para trabalhar na capital paulista. Em Catanduva SP foi leiteiro. Exerceu outras atividades: lavador de carros, cozinheiro de turma, motorista de caminhão e mecânico de manutenção dos caminhões das obras da estrada Rio-São Paulo, atual Via Dutra. Em 1927 estava de volta ao Rio de Janeiro e foi ouvido numa seresta por Milonguita (Antônio Gomes), cantor de tangos, que o levou à Rádio Mayrink Veiga.

Em 1929 passou a cantar na Rádio Sociedade. Começou a gravar no início de 1930, na Victor. A primeira e a segunda gravações, os sambas Amoroso (com Quincas Freire) e Alô, meu bem (Carlos de Almeida), foram lançadas no segundo e terceiro discos, respectivamente, e no primeiro saiu o desafio Tracuá me ferrô (Sátiro de Melo). Numa de suas gravações na Brunswick, o samba Ioiô deste ano (Henrique Vogeler), para o Carnaval de 1931, compôs uma pequena bossa, "Eba! ", que foi notada por Ary Barroso, suficiente para que o levasse para a revista musical Brasil do amor (Marques Porto e Ary Barroso), no Teatro Recreio.

Na revista lançou o samba Faceira (Ary Barroso), seu primeiro sucesso também em disco. Nesse ano gravou o samba Gira, em dueto com Carmen Miranda, e com Elisa Coelho Batuque e o samba Terra de iaiá, todos de Ary Barroso, e o samba Mão no remo (Ary e Noel Rosa); e, para o Carnaval de 1932, os sambas É mentira, oi e Um samba em Piedade, também de Ary Barroso. Nesse ano atuou nas revistas musicais Angu de caroço e Brasil da gente. Gravou ainda o samba Se eu for rei (sua autoria) e o samba-canção Maria (Ary Barroso e Luiz Peixoto), um clássico. Cantou como exclusivo do Programa Casé na Rádio Philips. Voltaria à Rádio Mayrink Veiga e em outras épocas seria contratado da Rádio Nacional, da Tupi e de outras emissoras.

No Carnaval de 1933 lançou a marcha Segura esta mulher (Ary Barroso) e o samba E ela não jurou (André Filho). Depois, o samba Lenço no pescoço (Wilson Batista), iniciador da polêmica musical Wilson x Noel Rosa. Foi também à Argentina, com a companhia de revistas de Jardel Jércolis.

No Carnaval de 1934 fez grande sucesso com o samba Vou partir (João de Barro) e a marcha Linda lourinha (idem). Nesse ano começou a compor com Orestes Barbosa. A primeira música foi o samba Sem você, gravado por Aurora Miranda. Ele mesmo gravou da parceria as valsas Santa dos meus amores e Serenata, lançadas em 1935, pela Odeon.

Sílvio Caldas em sua longa trajetória artística teve diversos slogans. Os mais conhecidos foram "Caboclinho Querido" e "Titio".




Em 1935 lançou de sua parceria com Orestes as valsas Torturante ironia e Quase que eu disse, e outras duas, Soluços e Vestido de lágrimas foram gravadas por Floriano Belham. No Carnaval desse ano venceu o concurso oficial, na categoria marcha, com Coração ingrato (Nássara e Eratóstenes Frazão). Marcou sucesso no ano com as valsas Há um segredo em teus olhos (Gastão Lamounier e Osvaldo Santiago) e Boneca (Benedito Lacerda e Aldo Cabral) e os sambas O telefone do amor (Benedito Lacerda e Jorge Faraj) e Arrependimento (com Cristóvão de Alencar). Também atuou no filme Favela dos meus amores, de Humberto Mauro.

Em 1936 gravou com Orestes Barbosa as valsas O nome dela não digo e Meu erro e atuou no filme Carioca maravilhosa, de Luís de Barros. Em 1937 teve êxito no Carnaval com a marcha A menina presidência (Nássara e Cristóvão de Alencar) e com mais duas parcerias com Orestes Barbosa, a valsa Arranha-céu e a canção Chão de estrelas, esta um clássico, cujo título original era Sonoridade que acabou, modificado por Guilherme de Almeida. Nesse ano lançou ainda, em dueto com Carmen Miranda, o samba Fon-fon (João de Barro e Alberto Ribeiro) e o jongo Quando eu penso na Bahia (Ary Barroso e Luís Peixoto), bem como o samba Meu limão, meu limoeiro (M. P, arranjo de José Carlos Burle), em duo com Gidinho (seu irmão Gildo).

No Carnaval de 1938 foi escolhido Cidadão Samba e gravou a marcha Pastorinhas (Noel Rosa e João de Barro), vencedora na categoria do concurso carnavalesco oficial. Ficou então breve tempo na Columbia, na qual gravou três discos com seis músicas, entre elas a valsa Flor de lótus (com Alberto Ribeiro), o samba-canção Mentes ao meu coração (Francisco Malfitano) e a valsa-canção Suburbana (com Orestes Barbosa); depois voltou à RCA Victor, com sucessos já no primeiro disco, as valsas Falsa felicidade e Sorris da minha dor (ambas do estreante Paulo Medeiros).

No Carnaval de 1939 venceu com a marcha Florisbela (Nássara e Frazão) o concurso oficial, deixando em segundo lugar A jardineira (Benedito Lacerda e Humberto Porto). Nesse ano gravou os sambas Pra que mentir (Noel Rosa), Cessa tudo (Lamartine Babo e Celso Macedo), Da cor do pecado (Bororó) e a valsa Deusa da minha rua (Newton Teixeira e Jorge Faraj).

Em 1940 foram sucessos o fox-canção Mulher, as valsas Velho realejo (ambas de Custódio Mesquita e Sadi Cabral), Kátia (Georges Moran e Vítor Bezerra) e O amor é assim (Sivan Castelo Neto), a marcha-rancho Andorinha (sua autoria) e o samba Preto velho (Custódio Mesquita e Jorge Faraj).

Em 1941 lançou os sambas Rosinha (Héber de Boscoli e Mário Martins), em trio com Orlando Silva e Ciro Monteiro, e Morena boca de ouro (Ary Barroso). No ano seguinte gravou os sambas Sereia (Nássara e Dunga), Duas janelas (Wilson Batista e Jorge Faraj) e Meus vinte anos (com Wilson Batista). Em 1943 registrou Modinha (Jaime Ovalle e Manuel Bandeira), a canção Serrana (Alberto Costa e José Júdice), os sambas Promessa (Custódio Mesquita e Evaldo Rui) e A vida em quatro tempos (Custódio e Paulo Orlando).

Em 1944 participou do filme carnavalesco Tristezas não pagam dívidas, de José Carlos Burle. Gravou também os sambas Como os rios que correm para o mar e Valsa do meu subúrbio (ambos de Custódio Mesquita e Evaldo Rui) e o samba Algodão (Custódio e Davi Nasser).

Em 1945 atuou no filme carnavalesco Não adianta chorar, de Watson Macedo e fez sucesso no Carnaval com o samba Fica doido varrido (Benedito Lacerda e Frazão). Em 1946 foi para a Continental e gravou a canção Minha casa (Joubert de Carvalho), o fado-tango O despertar da montanha (Eduardo Souto), de 1919, mas cantado pela primeira vez com os versos de Francisco Pimentel. Em 1947 fez sucesso no Carnaval com a marcha-rancho Anda, Luzia (João de Barro) e, depois, com o choro Pastora dos olhos castanhos (Horondino Silva e Alberto Ribeiro) e o samba Não chores assim (com Alberto Ribeiro). Nesse ano participou do filme Luz dos meus olhos, de José Carlos Burle.

Em 1951 foi para a gravadora Sinter e criou novo sucesso, o samba Nos braços de Isabel (com José Júdice). Em 1953 num mesmo disco lançou dois sucessos, a canção Silêncio do cantor (Davi Nasser e Joubert de Carvalho) e Flamboyant (Joubert de Carvalho). Em 1954, na Columbia, lançou a canção Poema dos olhos da amada (Vinícius de Moraes e Paulo Soledade). No ano seguinte, gravou as duas últimas composições de sua parceria com Orestes Barbosa, o samba-canção A única rima, engavetado desde 1936, e a valsa-canção Turca do meu Brasil, que finalmente resolvera musicar, totalizando 14 músicas.

Em 1957 ganhou o concurso Canções para o Dia das Mães do jornal O Globo com a valsa-canção Canção para a mamãe (Lilá Santana) e fez sucesso com Viva meu samba (Billy Blanco). Em 1959 lançou o samba Piston de gafieira (Billy Blanco), um dos destaques do ano.

Pela Columbia lançou os LPs Cabelos brancos (1959), Eternamente (1960), Sílvio Caldas em pessoa (1960), Titio canta para você (1963) e Canta o seresteiro (1966). Pela Copacabana saiu o álbum duplo Elisete Cardoso e Sílvio Caldas (1971), pela RGE, o LP Isto é São Paulo (1960), apenas com composições de Lauro Miller, e, na RCA Victor, o LP Sílvio Caldas e Pedro Vargas ao vivo no Canecão (1977).

Em sua longa trajetória teve diversos slogans, sendo os mais conhecidos O Caboclinho Querido (dado por César Ladeira) e Titio. Em 1992 recebeu a Medalha de Machado de Assis, concedida por unanimidade pela Academia Brasileira de Letras, por proposta de Jorge Amado. Viveu seus últimos 40 anos em seu sítio de Atibaia SP.

Algumas músicas
























































Veja também:


















Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Silvino Neto

Silvino Neto (Silvério Silvino Neto) compositor, cantor e radialista nasceu em São Paulo SP em 21/7/1913 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 12/6/1991. Estreou em 1931 na Rádio Educadora Paulista (depois Gazeta), como cantor de tangos, com o pseudônimo de Pablo González, atuando depois em outras emissoras paulistas. 


No ano seguinte, passou a cantar música brasileira, por sugestão do compositor Marcelo Tupinambá, começando também a compor.

Em 1933, seu repertório já incluía músicas de sua autoria, como as valsas Uma saudade a mais, uma esperança a menos (com Carlos Morais), Que importa para nós dois a despedida, que Orlando Silva gravaria em 1939, além de Valsa dos namorados e Adeus (Cinco letras que choram), que seriam gravadas por Francisco Alves. Um ano depois, cantou com as orquestras de Osvaldo Borba, Gaó, Martínez Grau, Eduardo Patané, entre outras, formando também, com Alvarenga e Ranchinho, um trio de grande sucesso, Os Mosqueteiros da Garoa.

Deixou sua carreira de cantor romântico em 1936, época em que atuava na Rádio São Paulo, e transferiu-se para o Rio de Janeiro RJ. Ali, no ano seguinte, entrou em contato com o diretor da Rádio Nacional, Oduvaldo Cozzi, que o aconselhou a deixar de cantar e a dedicar-se ao humorismo, campo em que já tinha experiência, pois no início da carreira também fora humorista e imitador.

Assim, no dia 4 de janeiro de 1938, apresentou-se na Rádio Nacional imitando Arnaldo Pescuma, Carlos Galhardo e Lamartine Babo, obtendo grande sucesso. No mesmo ano Orlando Silva gravou com êxito na Victor sua valsa-canção Uma saudade a mais, uma esperança a menos e em 1940 o próprio Silvino gravou a marcha Senhorita Pimpinela (com Paulo Barbosa). Desse ano em diante conquistou grande popularidade com seus programas humorísticos, como o Pensão da Pimpinela, que ficou no ar até 1942, Aventuras da Pimpinela, até 1944 e, a seguir, Pimpinela, Anestésio e o Telefone.

Com o fim do Estado Novo, criou um programa chamado Futebol Político, em que imitava Getúlio Vargas, Ademar de Barros e outros políticos. Em 1945, participou com Derci Gonçalves da revista Fogo no pandeiro. No ano seguinte, voltou a gravar, com Entrou areia e Essa é fina, e um ano depois sua música Adeus (Cinco letras que choram), foi gravada com sucesso por Francisco Alves.

Ainda em 1947 voltou a atuar com Derci Gonçalves na revista Conféti na boca, participando ainda de Passo da girafa, com Mara Rúbia, em 1949, ano em que também fez A borracha é nossa (com Eros Volúsia).

Em 1950, depois de uma campanha eleitoral basicamente humorística, foi eleito vereador com maioria de votos pelo antigo Distrito Federal. Em 1953 retornou ao rádio, atuando na Rádio Mayrink Veiga. No mesmo ano compôs Trezena de Santo Antônio e, em 1955, Sóror Maria e Cristo Redentor, estas duas gravadas por Orlando Silva. No ano seguinte, deixou a Mayrink Veiga, passando a apresentar-se esporadicamente em programas de rádio e televisão.

Trabalhando como fiscal do Instituto Brasileiro do Café, continuou compondo sucessos, como Fantasma da felicidade, gravado por Ângela Maria, O Rio será sempre Rio, lançado por Dircinha Batista no Carnaval de 1961, A fome é nossa, gravação de Anestésio, Saudade da saudade, lançado por Dircinha Batista e Amanhã chorarei por mim, gravado por Nuno Roland.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Sadi Cabral

Sadi Sousa Leite Cabral, letrista, nasceu em Maceió AL (10/9/1906) e faleceu em São Paulo SP (23/11/1986). Mudou-se ainda pequeno para o Rio de Janeiro RJ, onde ingressou, em 1923, na Escola Dramática Municipal, iniciando logo sua carreira teatral: primeiro na Companhia de Lucília Pérez e depois nas de Leopoldo Fróis, Abigail Maia e outras.


Em 1930 começou a trabalhar em rádio, ao lado de Casé, continuando, porém, suas atividades teatrais.

Foi um dos primeiros atores brasileiros a empregar o método do teatrólogo russo Constantin Stanislavski (1863-1938) e, em 1938, escreveu com Custódio Mesquita a opereta A bandeirante, apresentada em outubro do mesmo ano no teatro São Pedro, em Porto Alegre RS.

Dois anos depois fazia letras para as composições de Custódio Mesquita: Velho realejo (valsa, 1940), Mulher (fox-canção, 1940), O pião e Bonequinha (valsas, 1941).

Mais tarde, compôs com Davi Raw os choros Sapoti e Cachorro vagabundo e o samba Ciúmes.

Em seus 50 anos de carreira, trabalhou principalmente como ator, participando de dezenas de peças de teatro, telenovelas e filmes.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Sá Róris

Sá Róris (José de Sá Róris), compositor, nasceu em Curuçá, BA, em 23/06/1887 e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12/06/1975. Em 1900 matriculou-se na Escola de Belas Artes de Salvador. Na capital baiana foi diretor da Fôia do Rocero, na qual fazia humorismo e caricaturas.


Em 1926 desembarcou no Rio de Janeiro, obtendo por concurso a cátedra de Ornato do Colégio Pedro II. Colaborou nas revistas O Malho e D. Quixote.

Para o Carnaval de 1936, J. B. de Carvalho gravou seu samba Assim começou. Em 1937 fez sucesso com Apanhei um resfriado, samba-choro, e Vou deixar o meu Ceará, toada, em gravações de Almirante.

O maior de todos aconteceu no Carnaval de 1938, com a marcha Periquitinho verde, gravada por Dircinha Batista, e composta em parceria com Nássara, seu ex-aluno de desenho. Nesse Carnaval, lançou ainda Arca de Noé, também com Nássara, gravada por Almirante e mais tarde, em 1941, por Carmen Miranda, nos EUA.

No Carnaval de 1939, fizeram sucesso suas marchas Caramuru, por Araci de Almeida, e Flauta de bambu, por Jararaca, ambas em parceria com Nássara, e a valsa Por ti (com Leonel Azevedo), gravada por Orlando Silva. Nesse ano, Carmen Miranda fez a gravação de seu samba-choro Cozinheira grã-fina.

No Carnaval do ano seguinte, apareceu com a marcha-frevo Sai coió, gravada pelas Irmãs Pagãs, e a marcha Macaco quer banana, por Linda Batista, as duas com J. Piedade. Nesse ano seu samba-jongo Navio negreiro (com J. Piedade e Alcir Pires Vermelho) foi gravado por Dorival Caymmi.

No Carnaval de 1942, fez sucesso com a marcha Passo do avestruz, gravada por Almirante. Foi sócio fundador da UBC.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Roberto Roberti

Roberto Roberti, compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 9/8/1915. Estreou como compositor em 1935, com o samba Queixas de colombina (com Arlindo Marques Jr.), gravado para a Odeon por Carmen Miranda


Com o mesmo parceiro teve lançado o samba Abre a janela, gravado por Orlando Silva, na Victor, para o Carnaval de 1938.

No Carnaval do ano seguinte, a mesma dupla fez sucesso ainda maior com o samba O homem sem mulher não vale nada, que Orlando Silva gravou na Victor. Dircinha Batista gravou na Odeon, para o Carnaval de 1940, o samba Música, maestro (com Arlindo Marques Júnior).

Em 1941 teve três sucessos: o samba Eu trabalhei (com Jorge Faraj), gravado por Orlando Silva para a Victor; a marcha Aurora (com Mário Lago), gravada por Joel e Gaúcho na Columbia e premiada em concurso promovido pela prefeitura do então Distrito Federal; e a marcha Até papai (com Arlindo Marques Júnior e Jorge Murad), gravada por Joel e Gaúcho na Columbia.

Em 1942 sua marcha Nós, os carecas (com Arlindo Marques Júnior), gravada pelos Anjos do Inferno na Columbia, também foi premiada pela prefeitura do Distrito Federal. É desse mesmo ano a marcha Eu quero ver é a pé (com Mário Lago), gravada por Arnaldo Amaral na Columbia.

Em 1943 lançou a marcha Que passo é esse, Adolfo? (com Haroldo Lobo); o samba Nega pelada, me deixa (com Arlindo Marques Júnior), gravada por Araci de Almeida na Odeon; e a marcha Roberta (com Roberto Martins e Mário Rossi).

Em 1945, o samba Izaura (com Herivelto Martins), gravado por Francisco Alves na Odeon, recebeu prêmio da prefeitura e foi talvez o mais importante êxito do Carnaval daquele ano. A partir de 1945, sua produção tornou-se menos regular, mas entre seus sucessos ocasionais incluem-se Pra que saber?, gravado por Ângela Maria para a Victor, e o samba Sistema nervoso (com Orlando Correia).


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Roberto Martins

Roberto Martins, compositor, nasceu no Rio de Janeiro RJ em 29/1/1909 e faleceu em 14/3/1992. Órfão de pai com um ano de idade, estudou na Escola Pública Teófilo Otoni e aos 12 anos trabalhava numa fábrica no bairro da Tijuca, do Rio de Janeiro, passando depois para outra indústria no bairro de São Cristóvão, onde ficou até os 15 anos.


A influência musical marcou-o bem cedo em casa: a mãe tocava piano, instrumento que ele logo começou a aprender. Por volta de 1925, já havia feito algumas composições, de que ele próprio não gostava.

Seu terceiro emprego foi no ramo de calçados - fábricas e lojas -, atividade em que permaneceu até os 20 anos, quando decidiu entrar para a polícia como guarda-civil.

Nesse período compôs seu primeiro samba, Justiça (1929), que, embora não chegasse a ser gravado, teve sua letra publicada no livro Samba, de Orestes Barbosa. Em 1933 conseguiu que duas de suas composições fossem gravadas por Leonel Faria, na Odeon: Regenerado e Segredo.

Em 1936, com Valdemar Silva, compôs Favela, seu primeiro êxito, interpretado por Francisco Alves em disco Victor. Em 1937 foi transferido para o 5° Distrito, como investigador, lá ficando até 1939, quando conseguiu licença de dois anos e não mais voltou à polícia, desempenhando a partir dai somente atividades relacionadas com a música.

O ano de 1939 é o de seu grande sucesso, Meu consolo é você (com Nássara), samba gravado por Orlando Silva, que ganhou o concurso de músicas carnavalescas da prefeitura. No Carnaval seguinte, sua batucada, Cai, cai, gravada por Joel e Gaúcho, se transformou num clássico de Carnaval, continuando entre as mais tocadas em bailes durante a década de 1970.

Desde 1937, até 1945, já vinha participando, como ritmista, da Orquestra de Simon Bountman, e em 1943 começou a trabalhar na UBC, da qual foi sócio fundador e conselheiro permanente. No mesmo ano, com Mário Rossi, compôs Beija-me, gravada por Ciro Monteiro, e Renúncia, um dos primeiros êxitos de Nelson Gonçalves.

Em 1945 alcançou sucesso no Carnaval com a marcha O cordão dos puxa-sacos (com Eratóstenes Frazão), gravada pelos Anjos do Inferno. Nos Carnavais seguintes, a Marcha dos gafanhotos (com Frazão) e Cadê Zazá? (com Ari Monteiro) foram grandes êxitos, nas vozes de Albertinho Fortuna (1947) e Carlos Galhardo (1948), respectivamente.

Seu último grande sucesso foi uma gravação de Blecaute, de 1949, Pedreiro Waldemar (com Wilson Batista). Teve muitos outros parceiros, entre eles Benedito Lacerda, Jorge Faraj, Mário Lago e Mário Rossi, em composições de vários gêneros: sambas, batucadas, marchas, valsas e fox-trots.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Peterpan

Peterpan - 1944

Peterpan (José Fernandes de Paula), compositor e instrumentista nasceu em Maceió AL em 21/1/1911 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 28/4/1983. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 11 anos e, a partir do final da década de 1930, dedicou-se à composição, principalmente de músicas de Carnaval.


Em 1940 obteve sucesso com a valsa Última inspiração, gravada por João Petra de Barros. Ainda em 1940, Francisco Alves gravou sua composição Fiz um samba, que ele assinou como José Borba, usando o sobrenome da mulher, Xezira Borba (artisticamente Nena Robledo), irmã de Emilinha Borba. Também assinou músicas como José Fernandes.

Em 1945, Eu quero é sambar (com Alberto Ribeiro), foi um dos destaques do Carnaval, na voz de Dircinha Batista. Dois anos depois, Emilinha Borba lançou com sucesso o samba Se queres saber.

Em 1950, Já vi tudo (com Amadeu Veloso) foi gravado em dupla por Emilinha Borba e Marlene, desfazendo boatos de rivalidade entre as duas cantoras da Rádio Nacional. No ano seguinte, o conjunto Quatro Ases e Um Curinga lançou a Marcha do caracol (com Afonso Teixeira). Ainda em 1951, Dóris Monteiro estreou em disco, na Todamérica, com Se você se importasse, outro êxito de meio-de-ano.

Em 1983, Marcha do caracol e Se queres saber foram incluídas na série Quem ama não mata, da TV Globo.

Obras

Espanhola diferente (c/Nássara), marcha, 1949; Eu quero é sambar (c/Alberto Ribeiro), samba, 1945; Fita meus olhos, samba, 1955; Já vi tudo (c/Amadeu Veloso), samba, 1950; Marcha do caracol (c/Afonso Teixeira), 1951; Olha pro céu (c/Luís Gonzaga), marcha, 1951; Se queres saber, samba, 1947; Se você se importasse, samba-canção, 1951; Tudo foi surpresa (c/Nalzinho), samba, 1938; Última inspiração, valsa, 1940.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Pedro Caetano

Pedro Walde Caetano, compositor, nasceu em Bananal, SP, em 01/02/1911, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 27/07/1992. Aos nove anos mudou-se para o Rio de Janeiro. Desde essa época já estudava piano.


Aos 22 anos fez seu primeiro samba, Foi uma pedra que rolou, que seria lançado em 1934 por Sílvio Caldas, no Programa Casé, mas só gravado em 1940, por Joel e Gaúcho. Seu primeiro sucesso foi a valsa Caprichos do destino, com Claudionor Cruz, seu parceiro mais constante, gravada em 1938 por Orlando Silva.

Em 1942 o cantor Ciro Monteiro, que seria um de seus maiores intérpretes, gravou na Victor seu choro Botões de laranjeira, e no mesmo ano Francisco Alves gravou outro sucesso, o samba Sandália de prata (com Alcir Pires Vermelho). Eu brinco (ou Com pandeiro ou sem pandeiro) (com Claudionor Cruz), obteve grande êxito no Carnaval de 1944, com interpretação de Francisco Alves.

No ano de 1946 o cantor Ciro Monteiro gravou O que se leva dessa vida, na Victor, com acompanhamento do regional de Benedito Lacerda e o clarinetista KXimbinho, choro que se tornaria um dos clássicos do repertório de Ciro. No Carnaval de 1947, lançou outro samba de sucesso, Onde estão os tamborins? gravado pelo conjunto Quatro Ases e Um Curinga. No ano seguinte, seu samba É com esse que eu vou, também gravado pelos Quatro Ases e Um Curinga, na Odeon, foi destaque no Carnaval.

Em 1961, lançou para o Carnaval a marchinha Desta vez vamos, satirizando o slogan de Ademar de Barros, então candidato à presidência da República. Nessa mesma linha, para o Carnaval de 1965, compôs em parceria com Alexandre Dias Filho a marcha Todo mundo enche, que falava da atuação enérgica do então diretor de trânsito do Rio de Janeiro, coronel Américo Fontenelle.

Em 1968, sua marcha Jambete sensação (com Claudionor Cruz) foi uma das classificadas no concurso de Carnaval promovido pela Secretaria de Turismo do então Estado da Guanabara. Além de Claudionor Cruz, teve como parceiros Pixinguinha, Noel Rosa, Alcir Pires Vermelho e Valfrido Silva.

Embora autor de mais de 400 composições, não fez da música sua profissão: sempre foi comerciante de calçados, mas aos 64 anos de idade gravou, na RCA Victor, um LP, cantando suas composições. Publicou o livro Meio século de música popular brasileira - O que fiz, o que vi, 1984, Editora Vila Doméstica, Rio de Janeiro (2a. ed., 1988, co-edição Pallas-AIbaMar, Vitória ES).


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Paulo Medeiros

Paulo Medeiros - 1940

Paulo Medeiros (Paulo da Silva Medeiros), compositor e professor, nasceu em Niterói RJ, em 7/10/1911, e faleceu em 16/10/1941. Nasceu no bairro da Ponta de Areia e cursou o ginásio no Colégio Brasil. Depois de concluir a Escola Técnica Fluminense, foi lecionar desenho no Colégio Brasil.


Cantava na roda dos seresteiros da cidade, juntamente com os compositores Almanir Grego, Gomes Filho, Nazaré de Sousa e outros, e nas duas rádios da cidade.

Em seu disco de estréia na Victor, em 1938, Sílvio Caldas gravou suas valsas Falsa felicidade e Sorris da minha dor. No ano seguinte J. B. de Carvalho gravou a canção Tristeza de caboclo (com Sílvio Caldas).

Orlando Silva, em 1941, gravou sua valsa Eu sei (com Antônio Almeida) e, em 1942, a valsa Sorrisos. Dias depois de completar 30 anos de idade, veio a falecer de tuberculose pulmonar.

Em 1943, Orlando Silva gravou seu fox-canção Eu espero; o Trio de Ouro, em 1952, gravou as marchas Toureiro valente (com Herivelto Martins) e Ninguém faz fé (com Ismael Silva) e o samba Ai, favela (com Brasinha).


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Osvaldo Santiago

Osvaldo Santiago - 1937

Osvaldo Santiago (Osvaldo Néri Santiago), compositor e poeta nasceu no Recife PE 26/5/1902 e faleceu no Rio de Janeiro RJ em 29/8/1976. Passou a infância em São Caetano PE e a juventude em Recife, estreando como poeta, em 1923, com o livro No reino azul das estrelas. No mesmo ano, escreveu sua primeira letra de música, para uma composição de Nelson Ferreira, interpretada por Laís Areda, na revista Mademoiseile Cinéma, da Companhia Vicente Celestino.


Em 1924, ainda em Recife, fundou a revista Rua Nova e dois anos depois lançou seu segundo livro de poemas, Gritos do meu silêncio, cujo êxito o animou a ir para o Rio de Janeiro RJ. Em 1929, ano em que sua revista Rua Nova deixou de ser editada, teve sua primeira composição gravada, na Columbia: Melodia de amor (com música de Nelson Ferreira), interpretada por Alda Verona.

Um ano depois, lançou a marcha Hino a João Pessoa (com Eduardo Souto), gravada por Francisco Alves, na Odeon, com grande sucesso. No mesmo ano, foi nomeado para a prefeitura carioca, e compôs, para que Orestes Barbosa estreasse como letrista, Bangalô, que foi gravada na Victor por Alvinho. A partir desse ano, começou a colaborar na imprensa e teve, de 1933 em diante, uma seção, Broadcasting, na revista O Malho, onde permaneceu até 1935. Nesse ano lançou a valsa Há um segredo em teus cabelos (com Gastão Lamounier), gravada por Sílvio Caldas na Odeon, e, para o Carnaval, a marcha Joia falsa, gravada por Gastão Formenti.

Ainda em 1935, Carlos Galhardo gravou sua valsa Cortina de veludo (com Paulo Barbosa), e em 1937, da mesma parceria, a valsa Madame Pompadour e a canção Lenda árabe; depois a valsa Salambô (1943) e outras, todas com temas exóticos e misteriosos.

Em 1936, Italiana (com Paulo Barbosa e José Maria de Abreu), foi interpretada em disco Victor por Carlos Galhardo, e a marcha Querido Adão (com Benedito Lacerda), grande sucesso Odeon, foi gravada por Carmen Miranda para o Carnaval. No ano seguinte fez grande sucesso com a marcha Lig-lig-lig-lé (com Paulo Barbosa), lançada por Castro Barbosa, na Victor. Com o mesmo parceiro lançou, em 1938, o samba Olá, seu Nicolau e Torre de marfim (com José Maria de Abreu), gravados por Carlos Galhardo na Victor, e a marcha Tirolesa, lançada em disco Odeon por Dircinha Batista, para o Carnaval do ano.

Em 1939 obteve grande sucesso com a valsa Perfume de mulher bonita (com George Moran), gravada por Carlos Galhardo na Victor, e a marcha Pedro, Antonio e João (com Benedito Lacerda), gravação de Dalva de Oliveira como solista, na Columbia. Ainda em 1939 fundou a A.B.C.A. e dois anos mais tarde lançou seu último grande sucesso, o samba Eu não posso ver mulher (com Roberto Roberti), gravado por Francisco Alves na Columbia, para o Carnaval.

Escreveu ainda inúmeras versões e, por vezes, usou o pseudônimo de Aldo Néri. Foi um dos fundadores, em 1942, da UBC, passando a dedicar-se à questão dos direitos autorais. Foi representante da UBC em diversos países, publicando em 1946 o livro Aquarela do direito autoral e, em 1956, Proteção ao direito do autor no Brasil. Faleceu aos 74 anos, de colapso cardíaco.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.

Orestes Barbosa

Orestes Barbosa , compositor, escritor e jornalista, nasceu no Rio de Janeiro RJ, em 7/5/1893 e faleceu em 15/8/1966. Filho do major Caetano Lourenço da Silva Barbosa e de Maria Angélica Bragança Dias Barbosa, nasceu em Aldeia Campista, bairro perto de Vila Isabel. A família morou na ilha de Paquetá e, quando ele tinha sete anos, foi para o bairro da Gávea.


Aprendeu a ler, nos jornais e letreiros de bonde, com Clodoaldo Pereira de Moraes, pai de Vinícius de Moraes. Nessa época começou a se interessar por violão e com dez anos já sabia tocar. Durante a infância, a família viveu em dificuldades financeiras e somente aos doze anos entrou numa escola, o Liceu de Artes e Ofícios, onde aprendeu o ofício de revisor.

Em 1907 o menino, que já fazia alguns versos, conseguiu seu primeiro emprego como revisor no jornal O Século, dirigido por Rui Barbosa. Depois de algum tempo, deu início a uma longa militância jornalística, que se estenderia ao Diário de Notícias, O Imparcial, A Folha, A Crítica, A Manhã, A Gazeta e A Notícia. Estreou como poeta em 1917 com o livro de versos Penumbra sagrada.

Em 1920 foi a Portugal, onde entrevistou Teófilo Braga, estando também com Guerra Junqueiro pouco antes da morte deste. Como jornalista, incluía-se entre os que criticavam os acontecimentos e as autoridades da época, com destemor e ironia. Seus artigos levaram-no várias vezes à prisão, sendo que a primeira ocorreu em 1921, por haver denunciado o Grêmio Euclides da Cunha como aproveitador dos direitos autorais do patrono. Nesse mesmo ano publicou seu primeiro livro de crônicas-reportagens, Na prisão, que contava histórias de dentro do cárcere. Ainda em 1921 apareceu Água-marinha, seu segundo livro de poesias.

Mais ou menos em 1925, quando ainda existiam só três rádios no Rio de Janeiro - rádios Sociedade, Clube do Brasil e Mayrink Veiga -, foi um dos primeiros a manter uma coluna radiofônica no jornal A Manhã. Durante a presidência Artur Bernardes (1922-1926), esteve novamente preso, mas escrevendo sempre: Bam-bam-bam, 1923; Portugal de perto!, 1923; O português no Brasil, 1925; O pato preto, 1927; todos em prosa.

Estreou como letrista em 1930, com a música Bangalô (com Osvaldo Santiago), gravada por Alvinho, na Odeon, 1931. Nesse mesmo ano, duas músicas suas, em parceria com J. Tomás, foram gravadas na Victor: o fox Flor do asfalto e o samba Carioca, por Castro Barbosa. Ainda em 1931, cantou pela primeira vez em disco, Nega, meu bem (Heitor dos Prazeres), na Parlophon, e em 1933 sua marchinha As lavadeiras (com Nássara), na Columbia.

Por essa época, com a colaboração de Nássara, fundou A Jornada, jornal que durou seis meses e que tinha como epígrafe "Não quero saber quem descobriu o Brasil; quero saber quem é que bota água no leite". As pautas mais constantes eram da língua brasileira e campanhas contra a Light. Foi influenciado por suas críticas que Noel Rosa compôs o samba Não tem tradução (1933), em que faz referência às particularidades próprias do idioma falado no Brasil.

Em 1933, com Noel Rosa, fez o samba Positivismo, gravado pelo próprio Noel na Columbia; com Nássara fez Caixa Econômica, samba, gravado por João Petra de Barros e Luís Barbosa, na Victor. Ainda nesse ano a Livraria Educadora, do Rio de Janeiro, editou Samba, livro de crônicas que, em estilo telegráfico, registra a ascensão do samba urbano. Assíduo freqüentador do Café Nice, foi parceiro de grandes compositores, como Custódio Mesquita, Nonô, Noel Rosa, Francisco Alves, Wilson Batista e, seu parceiro mais constante, Sílvio Caldas, com quem compôs valsas e canções que marcaram época na música popular e firmaram a fama de seresteiro do cantor.

Francisco Alves gravou em 1934, na Odeon, a marcha Há uma forte corrente contra você, e na Victor a valsa-canção A mulher que ficou na taça, a valsa Romance e a canção Adeus (todas em parceria com Francisco Alves). Nesse mesmo ano, compôs com Nonô a canção Olga, gravada por Castro Barbosa na Odeon. Ainda em 1934, Sílvio Caldas gravou na Victor Serenata e, no ano seguinte, na Odeon, a valsa-canção Quase que eu disse (ambas com o cantor). De 1934 é Santa dos meus amores, valsa registrada na Victor por Sílvio Caldas, que no ano seguinte gravou na Odeon Torturante ironia.

Em 1937 gravou, também na Odeon, Arranha-céu e a canção Chão de estrelas, hoje antológica. Em 1938 Sílvio Caldas gravou pela Columbia a valsa-canção Suburbana, outra grande criação da dupla. Ainda nesse ano compuseram A única rima, gravada mais tarde por Sílvio Caldas. Além das letras para valsas e canções, ponto forte de sua obra, fez ainda letras para sambas de outros parceiros: com Ataulfo Alves fez O negro e o café, que o próprio Ataulfo gravou na Victor em 1945; com Custódio Mesquita, o samba-choro Flauta, cavaquinho e violão, gravado por Araci de Almeida na Odeon em 1946; com Wilson Batista, Cabelo branco, gravado por Carlos Galhardo na Victor em 1946, e Abigail, gravado por Orlando Silva na Odeon em 1947; com Valzinho compôs Óculos escuros, gravado em 1955 por Zezé Gonzaga.

Na década de 1970 foi relembrado por Paulinho da Viola, que, no LP Paulinho da Viola, gravado na Odeon em 1971, regravou Óculos escuros. Em 1974 Macalé gravou Imagens (com Valzinho), em seu LP Aprender a nadar, pela Philips.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.