terça-feira, setembro 19, 2006

João Pacífico

João Pacífico (João Batista da Silva), compositor, nasceu em 05/08/1909 em Cordeirópolis, SP, e faleceu em 30/12/1998, em Guararema, SP.  Sua vida no campo foi curta, mudando-se para a cidade com sete anos de idade. Começou a revelar talento artístico já em criança, quando era comum vê-lo declamar poesias timidamente e cantar algumas músicas para os colegas e professores.

Filho de uma ex-escrava, viveu parte de sua adolescência na casa de Ana Gomes, irmã do maestro Carlos Gomes. Mais tarde declarou: "Eu ouvia muita música erudita, mas gostava mesmo era da música popular". Começou ainda menino, em Limeira (SP), a tocar bateria em uma orquestra que se apresentava no cinema local.

Mudou-se para Campinas (SP), em 1919, e escreveu em homenagem àquela cidade o poema "Cidade de Campinas", musicado mais tarde por Raul Torres, para a gravação de Torres e Serrinha pela RCA Victor em 1937.

Em 1923, João Pacífico tocou bateria na Orquestra Sinfônica de Campinas. Trabalhou como ajudante de lavador de pratos nos vagões-restaurante da Cia Paulista de Estradas de Ferro, sendo descoberto pelo poeta Guilherme de Almeida, aos 13 anos, quando entregou ao poeta algumas de suas composições.

Uma história

Desde 1923 um grupo de oficiais e alguns civis conspiravam contra o governo de Artur Bernardes. Embora estendida por todo o país, a conspiração concentrava-se em São Paulo e era liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, pelo major Miguel Costa, além de João Cabanas e Joaquim Távora, contando com o apoio da Força Pública Estadual.

Na madrugada de 5 de julho de 1924, São Paulo caiu nas mãos dos revoltosos. Três dias depois, o Presidente do Estado de São Paulo, Carlos de Campos, entregou a cidade ao comando revolucionário.

Tomado de surpresa, o governo federal mobilizou suas forças (14 mil legalistas contra 3.500 revoltosos) e bombardeou a cidade às cegas, atingindo residências particulares e civis assustados.

Foi nesse clima, em plena revolução paulista de 1924 que um sujeito chamado João Pacífico, então funcionário da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, desembarcou na cidade de São Paulo.

Naquela época, esse neto de escravos que havia nascido numa fazenda perto de Cordeirópolis, cursado o grupo escolar em Limeira, jamais pensaria um dia virar cidadão paulistano, receber discos de ouro e compôr mais de 1.200 músicas, além de ser um dos maiores compositores da música sertaneja do Brasil. Pois a revolução de 1924, já é coisa do passado.

Entretanto, o início da profissionalização de João Pacífico, só iria ocorrer 10 anos depois, em 1934, quando começa a trabalhar na Rádio Cruzeiro do Sul, "que não tinha programa de auditório, mas tinha um dos mais competentes estúdios do país".

Seu ingresso na rádio foi resultado de um encontro entre o futuro compositor e o príncipe dos poetas, Guilherme de Almeida no carro-restaurante de um dos trens da Paulista: "Eu declamei uma poesia minha para ele, que gostou e me deu um cartão para eu me apresentar na Cruzeiro do Sul. Na rádio, Guilherme me apresentou ao Raul Torres. Então começou a minha vida sertaneja."

Pacífico hoje é um bem sucedido moleque (no sentido carinhoso do termo), de 74 anos, morando numa gostosa casa em São Paulo. Ao lembrar do começo de sua carreira, dá uma sonora gargalhada e fala que quando veio para São Paulo em 1924 continuou o trabalho na Companhia Paulista e depois foi trabalhar na Sociedade Harmonia de Tênis, "eu fui prá lá indicado por um amigo, e fiquei por onze anos, pois a rádio era só bico. Só sai do Harmonia porque um dos diretores do clube que também era diretor do Banco Ítalo-Belga me levou para trabalhar com ele. No banco eu fiquei 38 anos, até me aposentar. Aliás, tenho duas aposentadorias: bancário e compositor. Uma com 38 anos de trabalho e outra com 45".

Voltando a falar de sua "vida sertaneja", João Pacífico conta que sua primeira música gravada foi uma embolada. Isso porque na época – no final da década de 1920 – quem começasse tinha que começar mesmo com embolada, pois era o que as gravadoras queriam lançar. A embolada foi gravada por Raul Torres e Aurora Miranda, saiu pelo selo Odeon, e foi feita em homenagem a um amigo de Pacífico que morava em Campinas.

Foi assim que Seu João Nogueira virou nome de música com o seguinte estribilho: "Seu João Nogueira/ O que é essa mariquinha / eu vou soltar meu galo / prá prender a sua galinha". "Mas depois de falar em galo e galinha", diz, "eu passei para o romance, para a tragédia. A primeira música minha que ficou realmente conhecida foi Chico Mulato (Na volta daquela estrada/ bem em frente de uma encruzilhada/ todo ano a gente via/ lá no meio do terreiro/ a imagem do padroeiro/ São João da Freguesia/ do lado tinha a fogueira/ e ao redor, a noite inteira/ tinha caboclo violeiro/ tinha a tal de Terezinha/ cabocla bem bonitinha, sambava neste terreiro...).

Com essa música, eu comecei aquelas histórias de declamar e depois cantar, pois minhas letras dão sempre metro e meio de verso e os intérpretes tinham dificuldades em colocar isso tudo num 78 RPM".

João Pacífico conta que uma vez Mister Evans, chairman da Colúmbia no Brasil, mandou cortar um pouco a orquestração, apertar um pouquinho, imprimir um pouco mais depressa, enfim, mandou dar um jeito para que a música coubesse todinha em um lado do 78 RPM, mas "o interessante é que ele gostou, e mandou me avisar que quando fizesse outras músicas, fizesse daquele jeito de – e capricha no sotaque – falar e cantar. Segui o conselho e logo em seguida não só fiz com o proseado e canto, mas fiz a minha primeira vítima em música: matei a personagem."

A música é a hoje clássica Cabocla Tereza, gravada em 1936. A primeira gravação de Cabocla Tereza foi feita pelo Raul Torres (proseado) e Florêncio (parte cantada), é até hoje ainda gravada. Sem dúvida alguma, é uma das composições mais conhecidas de Pacífico. A história de um sujeito que, enciumado, possessivo, acaba matando a amada porque ela "felicidade não quis". Esta é uma das músicas mais conhecidas do cancioneiro nacional.

Composta cerca de quatro anos antes da data de gravação, Cabocla Tereza se encaixa perfeitamente na argumentação que João Pacífico dá à aceitação das suas músicas. Para ele, o caboclo gosta de história completa, gosta de música que tem começo, meio e fim, gosta dessa coisa de folhetim, de história como se fosse notícia de jornal.

"O caboclo é muito simples nisso, ele gosta muito que uma música conte uma história, uma história com a qual ele se identifique. Eu percebi isso quase que sem querer, apenas sentindo a aceitação do público pela minha música", conta Pacífico.

Existe um questão que intriga o compositor com relação a esta música: "Olha, quase todas as duplas do país já gravaram músicas minhas e, ainda hoje, chega gente aqui em casa e fala: "Seu João, a gente queria gravar Cabocla Tereza", e eu respondo: mas a Cabocla Tereza já tá velha, já teve enfarte. Tem tanta coisa nova por ai, mas não, eles insistem e eu tenho que deixar."

Velha, enfartada ou não, o fato é que esta música virou roteiro e depois filme. Filme que deu chances para que João Pacífico pudesse utilizar suas qualidades de compositor num trabalho, para ele, até então inédito, aliás, dois: trabalhar sob encomenda e fazer uma trilha para cinema.

Para isso o compositor assistiu ao copião e depois sentou – era um início de noite – numa austera mesa de jacarandá que existe em sua sala de visitas. Quando começou a amanhecer o dia, o trabalho estava feito: cada trecho – para ele - importante do filme tinha uma música que se encaixava com o clima. Pacífico aproveita a deixa do filme e reclama que a Chantecler, gravadora que lançou o disco, só lhe deu um que foi devidamente roubado.

Depois de Cabocla Tereza, o grande sucesso de João Pacífico foi com a música Pingo d'água, composta em 1944 na cidade paulista de Barretos, "numa época em que o sertão paulista estava amargando uma seca de sete meses, o gado já definhando e boa parte dele estava até morrendo.

Safra de café então – faz um gesto largo –, nem pensar mais. Mas o pior é que – e disso eu me lembro bem – o disco saiu no dia 5 de agosto de 1944. No mesmo dia, eu cantei a música no Programa Minerva da rádio Record que, na época era um colosso. Uma semana depois, choveu até dizer chega. Quase que viro milagreiro".

João aproveita o mote das chuvas e lembra que em 1960 fez uma música sobre a seca do nordeste, "mas logo em seguida foi um tal de chover tanto que chegou até a morrer gente. O Orós no Ceará, encheu, deu aqueles problemas todos, e felizmente a gravadora que ia lançar a música, a RCA, segurou o disco. Só agora em outubro de 1993 é que eu voltei a cantar a música no programa Som Brasil do Rolando Boldrin".

Mas Pingo d’água também foi um sucesso e, contrariando a regra do compositor, ela não tinha proseado: - "Eu fiz promessa/ prá que Deus mandasse chuva/ que molhasse a minha roça/ e vingasse a plantação...".

Falando sobre sua temática sertaneja, João Pacífico, sem grandes artifícios justifica-se – "afinal é mais fácil falar vançeis do que vocês, concorda?" – e, em seguida, diz que naturalmente influiu muito o fato de ter nascido em fazenda em pleno sertão paulista e as imagens da fazenda que ele guardou. Lembra ainda da figura de sua mãe que lhe contava e cantava muitas coisas, "e isso entrou em mim de um jeito muito forte e ficou, pois, escrever sobre sertão ou sobre fazenda hoje em dia e aqui no asfalto, não é muito fácil não.

Claro que de vez em quando eu faço alguma poesia diferente, mas a minha temática mesmo é a sertaneja. Eu gosto disso, pois as letras tem enredo, contam histórias, não tem aquilo que hoje em dia é normal e muito usado, que é um tal de põe ela na cama, tira versos, eu não gosto disso não".

Outra coisa peculiar dentro desta temática toda é o "processo de parto" de uma música: às vezes João tem o título, e sai o verso melódico junto com o poema, então "é só perseguir que vai saindo tudo junto, música e letra", diz. Naturalmente que o compositor depois burila, lapida, e sempre, conforme ele gosta de frisar, "sai metro e meio de verso", mas claro que tem sempre uma exceção. Pacífico fez a sua menor letra, que para ele conta toda sua vida. Esta menor letra tem "dois versinhos" e se chama Fiozinho d’água.

Cenas, fotos e lembranças são a matéria-prima que o poeta retira para o seu trabalho. Isso tudo em um movimento ininterrupto. Aquilo que aos olhos normais passa desapercebido, para o poeta adquire métrica, ritmo e melodia. Um exemplo disso é o poema/música chamado Goteira.

João conta que um dia estava sozinho em casa e chovia. No fundo do quintal, uma calha jogava água sobre uma lata abandonada. Foi o suficiente para nascer esta composição: - Aquela noite chovia que Deus dava/ aquela chuva que varou a noite a noite inteira/ no meu telhado uma telha se quebrava/ pre’u ouvir a sinfonia da goteira/ e uma lata enferrujada, coitadinha/ tão esquecida lá num canto onde eu dormia/ talvez a chuva vendo a pobre tão sozinha/ veio alentar/ cantando aquela melodia/ Veja seu moço/ eu também passei por isso/ fiquei igual aquela lata esquecida/ com a tristeza/ assumi um compromisso/ depois senti que a solidão/ não era vida/ e então pedi a Deus que me ajudasse/ e que voltasse minha doce companheira/ e no meu rancho outra telha se quebrasse/ pois tive inveja/ do carinho da goteira.

Embora defenda com unhas e dentes os valores da temática com que vem trabalhando há 53 anos, João não é sectário e muito menos revanchista, quer sobre novas tendências existentes dentro do mesmo filão que faz parte, quer sobre outras tendências musicais.

Sobre as novas tendências musicais dentro da música sertaneja, Pacífico vê até com certa satisfação as novas correntes, "pois vejo evolução, inclusive no que diz respeito à orquestração e instrumentação utilizadas nas músicas; vejo também que existe cada vez mais interesse dos jovens pela música sertaneja, bem como uma aceitação cada vez maior em todos os setores por esta mesma música.

Veja o meu caso por exemplo, hoje a minha música chegou até no salões quando eu faço shows em faculdades, os alunos conhecem a minha música. Agora eu só tenho medo – ressalta – que tanto ânimo assim acabe machucando a melodia, não que fique feio, mas é que descaracteriza. Tanto é que eu nunca fiz nada para o Milionário e José Rico. Agora Tonico e Tinoco, por exemplo, já gravaram quase todo o meu repertório".

Sobre outras tendências musicais Pacífico diz que quando surgiram ritmos como o charleston e o twist "eu ficava debaixo da ponte. Quando a moda passava, eu saía debaixo da ponte e fazia uma toada. O mesmo aconteceu com outros ritmos, mas, nestes períodos de hibernação, eu sempre continuei compondo, daí quando o pessoal cansa destes modismos todos, eu surjo e avanço".

Assim é esse homem, contador de belas histórias, apreciador de uma boa cachaça de alambique – tem um tonel invejável em sua sala de visitas – e poeta que conta as coisas de um modo simples e verdadeiramente belo, para um povo também simples, mas que nunca deve ser subestimado, construiu sua vida.

Sem segredos, este é o melhor lema para um molecão que está em sua melhor forma hoje, aos 74 anos, e cada vez mais com coisas belas para contar e cantar.

(Extraído de Jangada Brasil - Defesa da Cultura Nacional, nº 3, 1984, não constando o nome do autor da matéria).

"Se um dia vocês virem as folhas amarelas, não reparem, foi a saudade quem pintou" (João Pacífico, 05/08/1909-30/12/1998).

Algumas músicas














Fontes: Jangada Brasil de fevereiro de 1999; Dicionário da MPB.

Patrício Teixeira

Patrício Teixeira - 1935
Patrício Teixeira, cantor e instrumentista, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 17/3/1893 e faleceu em 9/10/1972. Por volta de 1918, fez suas primeiras gravações, na Odeon, passando depois a gravar pela Parlophon, Columbia e Victor.

Companheiro de grandes chorões, como Pixinguinha, Donga, Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco, sua discografia é bastante extensa, incluindo um repertório variado de modinhas, sambas de partido-alto, emboladas, toadas sertanejas e composições carnavalescas.

A partir de 1926 dedicou-se ao ensino de canções brasileiras acompanhadas ao violão, tendo sido professor de mais de uma geração de “senhorinhas” da elite carioca. Em 1927 gravou Casinha pequenina (domínio público) e Caboca bunita (Catulo da Paixão Cearense).

Com a Orquestra dos Oito Batutas, gravou, em 1928, pela Odeon, o samba de Pixinguinha Pé de mulata e, nesse mesmo ano, excursionou pelo Brasil com Pixinguinha e Donga. No ano seguinte, lançou em disco Odeon Trepa no coqueiro (Ari Kerner) e Gavião calçudo (Pixinguinha).

Nas décadas seguintes gravou outros sucessos: em 1930, pela Odeon, o samba Xoxô (Luperce Miranda); em 1932, pela Odeon, Cabide de molambo (João da Baiana); em 1933, pela Victor, Tenho uma nega (Benedito Lacerda e Osvaldo Vasques); em 1937, pela Victor, Não tenho lágrimas e Sabiá laranjeira (ambas de Max Bulhões e Milton de Oliveira); em 1938, pela Victor, Desengano (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira); em 1941, pela Victor, Sete horas da manhã (Ciro de Sousa) e O bonde do horário já passou (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira); e, em 1956, pela RCA Victor a canção Azulão (Hekel Tavares e Luiz Peixoto).

Entre seus alunos destacam- se Olga Praguer Coelho, Linda Batista, Aurora Miranda e Nara Leão. Passou seus últimos dias numa chácara, no bairro carioca da Gávea, de propriedade do amigo Osvaldo Rizzo, e em cujo jardim existe um busto de bronze em sua homenagem.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Francisco Carlos

Francisco Carlos (Francisco Rodrigues Filho), cantor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 5/4/1928 e faleceu em 19/8/2003. Passou a infância em Recife/PE, retornando ao Rio de Janeiro quando tinha 11 anos, onde completou seus estudos, diplomando-se em pintura pela Escola Nacional de Belas Artes.

Quando estudante, apresentou-se no Programa Casé, da Rádio Mayrink Veiga, sendo contratado como cantor profissional, em 1946, pela Rádio Tamoio, de onde se transferiu para a Rádio Globo.

Gravou seu primeiro disco em 1950 na Victor, a marcha carnavalesca Meu brotinho (Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga), de grande sucesso, e o samba Me deixa em paz, dos mesmos autores. Naquele ano ainda, participou de dois filmes, Aviso aos navegantes, de Watson Macedo, e Não é nada disso, de José Carlos Burle.

Contratado pela Rádio Nacional, do Rio de Janeiro, foi eleito o melhor cantor do ano em 1953, ultrapassando Francisco Alves na votação dos ouvintes. Participou dos filmes Carnaval Atlântida (direção de José Carlos Burle, 1952), Colégio de brotos (1956), Garotas e samba (1957) e Esse milhão é meu (1958), os três dirigidos por Carlos Manga.

Em 1958 foi eleito Rei do Rádio, recebendo o apelido de El Broto. Seu slogan era o Cantor Namorado do Brasil. Em 1962 viajou pela Europa com a V Caravana da UBC e, a partir da década de 70, deixou a carreira musical para se dedicar à pintura de estilo acadêmico.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha, SP, 1998.

Floriano Belham

Floriano Belham (Floriano da Costa Belham), cantor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 3/2/1913 e faleceu em 20/9/1999. Atuava numa festa escolar quando o empresário Armando Alvim levou-o para cantar em sessões teatrais com Francisco Alves, Patrício Teixeira, Augusto Calheiros e outros.

Durante dois anos apresentou-se em espetáculos teatrais, até que começou a gravar na Victor em 1930. Por ser de estatura pequena, magro e ter voz infantil, passava por ter menos idade, saindo nos selos dos discos “menino Floriano Belham”. No disco de estréia, gravou as canções Canção do ceguinho (Cândido das Neves) e Mamãezinha está dormindo (André Filho), esta com grande sucesso.

Em 1931, no disco seguinte, gravou as canções Sinhá (Caninha) e Cinzas de amor (Cândido das Neves). Nesse ano, lançou o fox-canção A carícia de um beijo (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano), a canção Quando a noite desce (Roberto Borges e André Filho) e o choro Minha cabocla, de sua autoria. Foi contratado do Programa Casé e conviveu com os artistas da época.

Voltou a gravar em 1935, lançando o primeiro sucesso nacional de Ataulfo Alves, o samba-canção Saudades do meu barracão, a pedido dele, e, no outro lado, o samba-canção Morena que dorme na rede (Roberto Martins e Valfrido Silva).

Nesse ano, gravou também as valsas-canções Vestido de lágrimas e Soluços (ambas de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa).

Deixou a carreira em 1938, tendo gravado oito discos em 78 rpm com 16 músicas, o ultimo em 1936.

Discografia

CDs: Ataulfo Alves vol. 1, 1995, Revivendo RVCD 086; Carnaval vol. 17, 1995, Revivendo RVCD 097.


Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e Publifolha.