sábado, agosto 01, 2009

Amália Rodrigues

A ligação artística e efetiva de Amália Rodrigues com o público brasileiro, que tanto admira, sempre foi muito estreita e carinhosa. Saiu ela para cantar em outras terras, pela primeira vez, em 1943, na vizinha Espanha.

Em 1944, mesmo na época perigosa da guerra, sua segunda viagem internacional já teria a direção do Rio de Janeiro, viagem repetida em 1945, quando grava na Continental, e em 1949, em ambas as oportunidades também se apresentando em São Paulo. Foram em seguida tantas as vindas e tantos os seus triunfos no Brasil que se torna difícil e desnecessário enumerá-los.

De família modesta da Beira Baixa, Amália da Piedade Rodrigues, nasceria, todavia, por acaso, em Lisboa, em 1920, num dia e mês que a memória de seus familiares nunca conseguiu determinar com exatidão. Até os quatorze anos, ficou na casa de seus avós maternos, na capital portuguesa.

Muito pequena, em casa, a pedido de seu avô começou a cantar, e depois nas festas escolares. A escola freqüentaria até os doze anos, deixando os estudos para ser bordadeira, passadeira de roupa, empregada de fábrica de doces e vendedora de laranjas no cais lisboeta.

Ao voltar para junto de seus pais e irmãos na Beira Baixa, no Fundão, na serra da Estrela, continuou a fazer o que mais gostava, cantar em toda a parte.

"Cantei desde menina, quando andava descalça e seguia os cegos que pediam esmolas. Quando comecei, inovei o fado. Sou filha de gente da Beira Baixa, gente que tem uma maneira diferente de cantar e esta minha maneira foi considerada uma inovação. Depois mudei, estou sempre mudando aqui dentro e por isto minha música muda. Sou desigual, canto como estou sentindo, por isso canto sempre diferente."

Em meados de 1939, sua vida profissional de cantora tem início quando aceita convite para atuar no Retiro da Severa, em Lisboa, prestigiosa casa de música portuguesa típica. Rapidamente Amália começa a construir sua fama.

Ao mesmo tempo em que se apresenta nas melhores casas noturnas, inclui o teatro de revista, o radio, o disco, as excursões, inclusive internacionais, na sua agenda cada vez mais lotada. O cinema aparece-lhe em 1947. Dois anos atua no filme Vendaval Maravilhoso (Vida e Amores de Castro Alves), uma co-produção luso-brasileira, com locações no Brasil e em Portugal.

Sua glória mundial faz-se perante platéias as mais variadas e exigentes: Madri, Rio de Janeiro, São Paulo, Paris, Londres, Nova Iorque, Milão, Tóquio, Buenos Aires, Cidade do México e tantas outras pelo mundo a fora. E onde não chega pessoalmente, seus discos levam sua voz.

"O fado me deu muito mais do que eu dei a ele. Minha voz foi somente o veículo humilde através do qual a alma de minha terra chegou a todas as partes do mundo".

Além de tudo, Amália era despojada das humanas vaidades. Mas quem pode pensar no fado e não pensar imediatamente em Amália Rodrigues?

Faleceu em 05/10/1999.

Fonte: http://www.revivendomusicas.com.br/biografias_detalhes.asp?id=211

Moacyr Bueno Rocha

Moacyr Bueno da Rocha - 1939
Moacyr Bueno Rocha, cantor, nasceu no Rio de Janeiro no bairro das Laranjeiras. Recebeu o apelido de “O Últimos Romântico” na Rádio Marynk Veiga, devido ao grande sentimento emotivo que emprestava as canções que interpretava.

Estreou no microfone em 1931, na Rádio educadora na Hora Lamartinesca. Recebeu seu primeiro cachet na PRA-2. Gravando Nancy de Bruno Arelli e Luiz Lacerda, obteve um dos maiores êxitos de sua carreira, Meu amor por toda vida de Osvaldo Santiago também fez sucesso.

Além de magnífico cantor revelou-se rádio-ator de admiráveis recursos. Dizia Sadi Cabral, que se Moacyr não fosse o brilhante cantor que era, as suas qualidades de rádio-ator já lhe garantiriam posição de destaque na radiofonia nacional.
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Fonte: http://www.revivendomusicas.com.br/biografias_detalhes.asp?id=446

A MPB e o fox-trot dos anos 30 e 40

Custódio Mesquita
"O samba se tornou mais samba depois que Noel Rosa criou algumas das suas originais melodias. Era no tempo em que o nosso conjunto regional constituía uma esperança de organização instrumental típica, ou seja, um anseio de realização para aqueles que viam como bom aquilo que poderia não ser compreendido pelos outros povos e capaz de se tornar exótico (...).

Contribuía para a dificuldade
(foto: Custódio Mesquita) de aceitação, o fato de ser o nosso ritmo difícil para os executantes de outras terras, acrescentando-se ainda que não se chegou a escrever instrumentações para o referido agrupamento (...).

Se a possibilidade contrapontística desta espécie de conjunto era enorme, a sua harmonia era relativamente pobre – se levarmos em conta a invasão da música americana de após 1914, em todos os países, bem orquestrada e com certo ritmo mais ou menos acessível, facilitando a sua execução.

Ora, o fato de assimilar-se o estilo de música de um país estranho, por qualquer que seja a sua música popular, constitui sempre um problema. Os ianques por questões de seu poderio econômico (editoras, fonógrafos, orquestras oficiosas e, posteriormente, cinema e rádio) impuseram sua música ao mundo e, mais recentemente, a música de outros povos (...)"


(Trecho de um artigo de Guerra Peixe para a revista Música Viva, 1947)

A música americana começou a entrar de maneira mais abundante no Brasil a partir da segunda década do século XX . A relação dessa produção artística com a música brasileira, cremos, tem sido tratada de maneira superficial pela historiografia e musicologia brasileira e, entretanto foram muitos os compositores daqui que escreveram foxes principalmente nos anos 30 e a primeira metade dos anos 40. Esses autores ora explicitavam a forma no subtítulo em inglês, fox-trot, fox, fox-blue, canção blue ora "nacionalizavam" a subtitulação indicando fox-canção ou simplesmente foxe a denotar o correspondente brasileiro.

No seu livro A canção no tempo, volume I, Jairo Severiano inclui como sucesso de 1923 o fox Vênus, de José Francisco de Freitas e, em 1924, o Cigano, fox-canção de Marcelo Tupinambá e João do Sul, esta composição, como a outra, seguia "a moda de músicas sobre motivos exóticos, que imperava na época". Vale a pena nos determos um pouco, ainda que ilustrativamente, nesta composição.

Melodia de Marcelo Tupinambá (nome artístico do compositor paulista Fernando Lobo), é feita em "estilo andaluz", tendo sido regravada por Francisco Alves em 1946. Tupinambá ululava sobre o indubitável sucesso da melodia desde que fora lançada: 100.000 partes de piano entre 1924 e1946 (Severiano, 1997: 66).

Ressalta de imediato nesta gravação o fato de que ela muito pouco ou nada faz lembrar o estilo de dança que vulgarmente identificamos como foxetrote. A explicação possível poderia ater-se a alguns vários argumentos. Mas à primeira audição somos levados a pensar que o estilo ainda não tinha sido devidamente absorvido pelos músicos, mormente os acompanhadores. O fato é que o esquema do acompanhamento do piano é nitidamente devedor da fórmula típica de acompanhamento da polca. A comparação com aquela outra gravação, 23 anos depois, por Francisco Alves, em 1946, parece não deixar margem para dúvidas. Uma outra explicação pode ser de razão editorial porquanto sabidamente este período é fortemente marcado por uma certa busca do exótico. Severiano tem toda razão quando alude ao seu "estilo andaluz" e não é à toa que Tupinambá ufanava-se do sucesso de vendas de partituras.

Formalmente o Cigano tem forma [A][B] com quadratura regular fraseológica sendo a primeira parte em menor com modulação para o relativo maior da parte B. O arranjo, se é que assim podemos chamá-lo, consiste de um monótono uníssono entre flauta, clarinete e a melodia cantada por Vicente Celestino. Resta lembrar que esta gravação pertence à fase mecânica do registro em discos no Brasil. Indubitavelmente todas essas peculiaridades apontam para condições embrionárias de desenvolvimento desse estilo na composição popular brasileira.

Talvez o foxe canção Cantor do Rádio de Custódio Mesquita com letra do "Dr. J. Marques" resuma um pouco o quadro de aportes com os quais poderiam ter dialogado os nossos autores. Era 1933.

"Eu sou o cantor do rádio / Cantor que nunca viste / E que não verás jamais / Sou a melodia triste / Os tangos sentimentais / O blue, o samba-canção / Que vêm do espaço / Pela estrada da amplidão / Emocionar os teus sentidos / Acarinhar os teus ouvidos / Fazer vibrar teu coração

Mulher amada, fantasiada / Pelo meu sonho emocional / Ouve o tristonho cantor do rádio / Nesta balada sentimental / De onde és tu? / Lyon, Corrientes? / Talvez do Leme, de Honolulu... / Mas yo te quiero, moi je táime / Amo-te muito, I love you"

As presunções a respeito de uma possível "influência" do fox-trot sobre a música popular brasileira é contemporânea da maior disseminação do estilo no Brasil. É assim que, por exemplo, o choro-canção Carinhoso, de Pixinguinha, gravado em dezembro de 1928 pela Orquestra Típica Pixinguinha-Donga, na gravadora Parlophon, recebeu uma crítica nada abonadora dos comentaristas da revista PhonoArte:

"parece que o nosso popular compositor anda sendo influenciado pelos ritmos e melodias do jazz. É o que temos notado desde algum tempo e mais uma vez neste seu choro, cuja introdução é um verdadeiro fox-trot e que, no seu decorrer, apresenta combinações de música popular yankee. Não nos agradou"

Jairo Severiano, a propósito do comentário que faz para Dor de recordar (foxe-canção, 1930) de Joubert de Carvalho e do "imortal" e compositor bissexto Olegário Mariano, afirma que a música americana invadiu "nossas lojas de discos no final dos anos 20, implantando a moda do fox-trot". O "nacional" Dor de recordar nada ficava a dever, diz ele, aos melhores foxes americanos da época como My blue heaven e You were meant for me (Severiano, 1997: 99).

Segundo Eric Hobsbawm sem o fox-trot , "o triunfo do jazz híbrido na música pop teria sido impossível" numa medida semelhante ao avanço de ritmos latino-americanos respaldados no tango por ocasião da Primeira Grande Guerra. Nesse sentido deveremos considerar a presença do foxetrote entre nós como a presença mesmo da música americana de jazz e mesmo que seja na forma de música de jazz híbrido como a classifica o historiador inglês (Hobsbawm, 1996: 63-83). Justificamos tal consideração recorrendo à didática divisão que este autor apresenta ao analisar a expansão do jazz. Para ele, a primeira fase do jazz vai de 1900 a 1917, quando se tornou a linguagem musical da música popular negra em toda a América do Norte; daí até 1929, sua forma "estrita" se expandiu pouco, mas é "quando uma infusão de jazz altamente diluída se tornou a linguagem dominante na música de dança ocidental urbana e nas canções populares"; de 1929 até 1941 o jazz conquista a Europa (embora um público ainda minoritário) e músicos de avant-garde e "uma forma bem mais diluída de jazz (swing) entrou para a música pop de maneira permanente." É somente depois de 1941 que ocorre o verdadeiro "triunfo internacional" do jazz e a "penetração de linguagens ainda mais puras de jazz na música pop – jazz de N. Orleans, jazz moderno avant-garde e os blues country e gospel." (Hobsbawm, 1997: 63)

De sorte que o escopo temporal da pesquisa concorre, em relação à música de jazz, com aquilo que Hobsbawm descreve como "fase antiga" e "período médio". O "antigo" refere-se ao jazz no estilos New Orleans, Dixieland, Chicago e Nova York, "música de pequenos conjuntos de improvisação, com arranjos rudimentares de cantores de blues e pianistas". No período médio tem-se uma música essencialmente "para orquestras comerciais maiores, com os virtuoses a que deram ensejo". Essa divisão está de acordo com Bellest e Malson para os quais "os agrupamentos maiores se impuseram (...) no final dos anos 20, preparando assim a época das grandes orquestras –e dos arranjadores – que atingiu seu auge com Basie" (Bellest,1989:59). Conforme se sabe, é exatamente a partir do final dos anos 20 que apelos reivindicatórios com vistas a "orquestração da nossa música popular" se tornam mais freqüentes (Braga, 2002).

Compor foxes foi uma atividade bastante significativa na produção do compositor popular brasileiro e como tal necessita de um estudo abrangente porquanto cremos que essa relação foi importante no desenvolvimento geral da composição urbana brasileira que dominava na "indústria cultural" do tempo. Recentemente tivemos oportunidade de ler uma pequena biografia do músico Custódio Mesquita por Bruno F Gomes e um trabalho de doutorado de Orlando Barros no qual a figura do compositor de Rosa de maio é enfatizada. Em ambos, por um motivo ou por outro, se é considerada a importância das possíveis contribuições da música americana e em particular do fox-trot para a música brasileira, isto é feito apenas ilustrativamente.

Discografia brasileira do fox-trot

Segundo o comentarista/apresentador da coleção No tempo do Fox da gravadora Revivendo, o "apogeu do fox-trot no Brasil se deu no final dos anos 30 e já possuía nitidamente características bem brasileiras." Destacamos as 42 peças componentes da coleção, algumas delas retumbantes "sucessos".

RVCD-041 - No Tempo do Fox - Vários Intérpretes

1. HEI DE VER-TE UM DIA - Francisco Alves - 3'22"
2. RENÚNCIA - Nelson Gonçalves - 2'44"
3. MEU GRANDE AMOR - Castro Barbosa e Dircinha Batista - 2'59"
4. DÁ-ME TUAS MÃOS... - Orlando Silva - 2'52"
5. TUDO CABE NUM BEIJO - Manoel Reis - 2'29"
6. MULHER - Sylvio Caldas - 2'48"
7. SEGREDOS - Carlos Galhardo - 2'56"
8. QUERES MENTIR - Gilberto Alves - 3'01"
9. EMCONTRI-TE AFINAL - Sebastião Pinto - 3'02"
10. VOCÊ SÓ... MENTE - Aurora Miranda e Francisco Alves - 3'06"
11. NÃO TROQUEMOS DE MAL - Newton Teixeira - 3'07"
12. ZÍNGARO - Orlado Silva - 2'53"
13. LOURA OU MORENA - Paulo e Haroldo Tapajós - 2'53"
14. AUSÊNCIA - Sylvio Caldas - 2'49"
15. INCERTEZA - Carlos Galhardo - 3'04"
16. ADEUS - Gilberto Alves - 3'07"
17. BISAREI ESTA CANÇÂO - Moraes Neto - 2'43"
18. MARILENA - Francisco Alves - 2'47"
19. NOITE DE LUA - Nelson Gonçalves - 2'43"
20. ERA UMA VEZ... - Arnaldo Amaral e Neide Martins 3'02"
21. NADA ALÉM - Orlando Silva - 3'34"
TOTAL: 62'01"

RVCD-085
NO TEMPO DO FOX Vol. 2
Vários Intérpretes

1. DOR DE RECORDAR - (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano) - Francisco Alves - 2'47"
2. QUININHA - (J. M. de Abreu e Castelo Neto) - Moacyr Bueno Rocha - 2'35"
3. TENS NO OLHAR A MINHA INSPIRAÇÃO - (Nelson L. Pereira) - Carlos Roberto - 2'57"
4. MINHA CONSOLAÇÃO - (Gomes Júnior e J. Oliveira) - Jayme Vogeler - 2'58"
5. VOLTA - (Custódio Mesquita) - Orlando Silva - 3'04"
6. O DIA EM QUE CONHECI - (Aloysio da Silva Araújo) - Jorge Fernandes e Domanar - 3'09"
7. APAIXONEI-ME OUTRA VEZ - (Georges Moran e O. Santiago) - Roberto Paiva - 3'06"
8. VEM AMOR! - (Saint-Clair Senna) - Gastão Formenti - 3'05"
9. NOSSA COMÉDIA - (Custódio Mesquita e Ewaldo Ruy) - Nelson Gonçalves - 2'54"
10. PRÍNCIPE - (Joubert de Carvalho e Hélio Silveira) - Francisco Alves - 2'35"
11. NÃO POSSO TE DIZER ADEUS - (Silvino Neto) - Nuno Roland - 2'53"
12. PERFIL - (Roberto Martins e Mário Rossi) - Carlos Galhardo - 2'14"
13. CHOREI - (Newton Teixeira e Mário Rossi) - Newton Teixeira - 2'58"
14. QUANTO CUSTA UMA ILUSÃO - (Oswaldo Santiago e M. de Oliveira) - Nilton Paz - 3'12"
15. TUDO EM VÃO - (Roberto Martins e David Násser) - Nelson Gonçalves - 2'44"
16. AI! SE EU PUDESSE! - (Glauco Viana) - Castro Barbosa - 2'57"
17. SIM OU NÃO - (Custódio Mesquita e Ewaldo Ruy) - Sylvio Caldas - 3'00"
18. CANTOR DO RÁDIO - (Custódio Mesquita e Paulo Roberto) - João Petra - 2'54"
19. DESPEDIDA - (Tito Ramos) - Gilberto Alves - 2'57"
20. NOSSA MELODIA - (Carolina Cardoso de Menezes e J. C. Lisboa) - Francisco Alves - 3'16"
21. NANÁ - (Custódio Mesquita/Jardel e Geysa Bôscoli) - Orlando Silva - 2'54"
TOTAL: 61'09"

Fonte: http://www.domain.adm.br/dem/pesquisa/braga/foxtrot.html

Ana Carolina


Nascida em Juiz de Fora-MG, a cantora, compositora, arranjadora, violonista e percussionista Ana Carolina começou cantando nos bares de sua cidade e teve seus primeiros espetáculos produzidos pela atriz e cantora Zezé Motta.

Sua voz de timbre grave chamou a atenção de Luciana de Moraes, filha de Vinícius de Moraes, que resolveu apostar em sua carreira. Assim, em 1999, Ana lançou seu primeiro álbum, "Ana Carolina", que teve como destaques a música Garganta (feita para ela pelo compositor Totonho Villeroy) e as recriações muito pessoais (entre o tango e o blues) de Retrato em branco e preto (Tom Jobim e Chico Buarque) e Alguém me disse (de Evaldo Gouvêia e Jair Amorim).

Em 2003, Ana Carolina lança seu terceiro CD, Estampado. Com esse trabalho a cantora obtém reconhecimento da crítica e aprovação do público. No mesmo ano é lançado o DVD Estampado, um misto de filme-documento e musical.

Além do show no Largo da Carioca, o DVD também apresenta performances de voz e violão da artista.

Em 2005, Ana Carolina lança Ana & Jorge, o álbum que registra um show que a cantora fez em parceria com Seu Jorge em agosto de 2005, em São Paulo.

Duo Brasil Moreno

Duo Brasil Moreno - Dupla sertaneja formada pelas irmãs Dora (Dora de Paula, Guariba-SP 1917-) e Didi (Antônia Glória de Paula, Guariba-SP 1924-). As irmãs foram criadas na cidade de Cambará (PR), com mais dois irmãos.

Começaram a cantar no coral da Igreja Santa Cecília em Cambará, juntamente com os irmãos. Em 1940, a família mudou-se para São Paulo. Dora e Didi formaram com os irmãos o Quarteto Brasil Moreno. Passam a se apresentar em programas de calouros das rádios Record e Cultura. O quarteto virou Trio Brasil Moreno, quando o irmão foi chamado para o serviço militar. O trio continuou a participar de programas de calouros.

Em 1943, ao tirarem o primeiro lugar no programa de Otávio Gabus Mendes e Geraldo Mendonça, são convidados a assinar contrato com a PRB-9. Em 1951, o trio transformou-se no Duo Brasil Moreno, com a saída da irmã (Helena), que abandonou a carreira artística para se casar. O Duo Brasil Moreno teve inúmeras participações em programas radiofônicos, inclusive no programa História da Música, na Rádio Record, produzido e apresentado por Almirante.

Em 1952, a dupla gravou seu primeiro 78rpm, pela Star, subsidiária da Copacabana. O disco incluía as canções Chalana, de Mário Zan e Arlindo Pinto, e Abandonada de Mário Zan e Palmeira. Graças ao sucesso alcançado, especialmente com o rasqueado Chalana, vários discos se seguiram.

Em 1961 lançaram pela Chantecler a guarânia Último adeus, de Luiz de Castro e o bolero Bis para o amor, de José Bettio e Roberto Stanganelli. No mesmo ano gravaram na Sertanejo o rasqueado Pedaço de coração, de Elpídeo dos Santos em parceria com a dupla e o xote China morena, de Raul Torres e Sebastião Teixeira. Posteriormente lançaram, pela Copacabana, seu primeiro LP, com o qual colecionaram sucessos como Natal no sertão, de Palmeira e Mário Zan, Campo Grande, de Raul Torres, Canção do trolinho, de Hervé Cordovil , e Flor de Tupã, de Mário Zan e Palmeira.

A dupla gravou também, pela Copacabana, várias versões, lançadas em 78rpm. Fizeram , entre outros, um programa na Rádio Record, todas as segundas-feiras, que aconteceu por 16 anos. Atuou em diversas emissoras de televisão de São Paulo e excursionou por vários estados. Em 1974, o Duo Brasil Moreno gravou um LP, de repertório exclusivamente sertanejo, acompanhado de toda a família.

Fontes: Encilopédia da Música Brasileira - Art Editora; Dicionario Cravo Albin de Musica Popular Brasileira.

Duo Ciriema


Duo Ciriema - Dupla sertaneja formada por Aparecida Martins Batista (Franca-SP 1940-) e Irene Lopes (Franca-SP 1941-). Iniciaram carreira em 1960, cantando no programa Alvorada Cabocla, da Rádio Nacional, de São Paulo, e um ano depois estreava em disco com Não beba mais não (Jeca Mineiro e Orlandinho).

Sempre acompanhadas pelo acordeonista e compositor Orlandinho, a dupla atuou em várias emissoras de rádio paulistas, como a Nacional, América, Bandeirantes e Piratininga. Passou então a excursionar pelo Norte deo país, onde fez grande sucesso, seguindo depois para o Nordeste - Bahia, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

Em 1962 gravou na RCA seu primeiro LP, em que se destacaram o rasqueado Ciriema (Nhô Pai e Mário Zan) e Não bebas mais (Nísio), lançando pouco depois outro LP, que incluiu, entre outros, Lencinho de nhanduti (Piraci e Nhô Fio), música de grande sucesso até em Assunção, Paraguai, onde o duo cumpriu temporada em 1964. Do Paraguai trouxe u7ma composição do embaixador e escritor Mario Palmério, a guarânia Saudade, de expressivo êxito.

Ne4ssa época a dupla afastou-se da vida artística, só retornando em 1972 quando gravou na Continental os sucessos Chitãozinho e chororó (Serrinha e Atos Campos), Como era bom aquele tempo (César e Cirus), Rogo ao Senhor (J. K. Filho e Miguel da Portela) e Hei de vencer (Juvenal Fernandes e Capitão Furtado).

No ano seguinte, pela mesma gravadora, o duo lançou novo LP, em que foi incluída a guarânia Saudade, só então levada a disco, e Não bebas mais não, seu primeiro sucesso, que deu título ao disco, além de Mensagem de esperança (Capitão Furtado e João Pacífico), tema da novela escrita por Capitão Furtado com o mesmo título.

Em 1975 gravou outro disco, pela Copacabana, em que se destacaram Onde tu irás sem mim (J K. Filho e Zito Bertinato) e Vivo chorando, chorando (Everaldo Ferraz e Sílvia Boanato).

O duo encerrou definitivamente suas atividades no final de da década de 1970.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Rogério Duprat


Rogério Duprat - regente, arranjador e compositor - nasceu no Rio de Janeiro em 07/02/1932 e faleceu em São Paulo em 26/10/2006. Em São Paulo estudou violoncelo inicialmente com Calisto Corazza e em 1953 passou a integrar a Orquestra Sinfônica Estadual. Na mesma ocasião estudou harmonia, contraponto e composição com Olivier Toni e Cláudio Santoro.

Em 1955 passou para a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, e no ano seguinte foi violoncelista, fundador e diretor da Orquestra de Câmara de São Paulo.

A partir de 1960 compôs para teatro, televisão, gravações e cinema, e tomou parte no movimento Música Nova, em 1961, em São Paulo, com Damiano Cozzella, Willy Correia de Oliveira, Gilberto Mendes, Régis Duprat, Júlio Medaglia e Sandino Hohagem.

Em 1962 fez estudos na Alemanha e França, com Pierre Boulez (1925-) e Karlheinz Stockhausen (1928-). Em 1963 compôs música experimental em computador com Damiano Cozzella e foi ainda regente e arranjador da TV Excelsior, de São Paulo, cargos que ocupou até o ano seguinte, quando recebeu vários prêmios pela música para o filma A Ilha (Walter Hugo Khouri), assumindo em seguida o cargo de professor-assistente do Departamento de Música da UnB, onde participou de happenings e manifestações de música aleatória.

Em 1965 foi premiado pela trilha sonora do filme Noite vazia (Walter Hugo Khouri). De volta a São Paulo em 1966, recebeu prêmios pelas trilhas sonoras dos filmes Corpo ardente (Walter Hugo Khouri) e As Cariocas (Fernando de Barros, Walter Hugo Khouri e Roberto Santos).

Em 1967 obteve o prêmio de melhor arranjador, no II FMPB, da TV Record, de São Paulo, com Domingo no parque (Gilberto Gil, 1967), além do Roquete Pinto, como melhor arranjador do ano. No mesmo ano participou do movimento tropicalista de música popular.

Em 1968 recebeu o troféu Galo de Ouro pelo melhor arranjo do III FIC, da TV Globo, do Rio de Janeiro, e foi diretor musical do programa Divino Maravilhoso, da TV Tupi.

Compôs mais de 40 trilhas sonoras para o cinema braqsileiro e, em 1987, recebeu o Prêmio Kikito de melhor música original do XVIII Festival de Cinema de Gramado, com o filme Marvada carne de André Klotzel.

Autor de inúmeros arranjos, orquestrações e composições para diversos instrumentos, foi também diretor artístico das produtoras fonográficas Pauta e Vice-Versa.

Afastado das atividades artísticas por problemas de audição, reapareceu em 1997 como arranjador da faixa Tempo/Espaço do CD Liga lá, de Lulu Santos (BMG, 1997).

Fonte:Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha

Lindolfo Gaya

Lindolfo Gaya
Lindolfo Gaya (Lindolpho Gomes Gaya), arranjador, regente, instrumentista, compositor. Itararé, SP - 06/05/1921 - Curitiba, 14/09/1987. Começou a aprender piano com sete anos de idade, só se profissionalizando como músico em 1942. Estudou no Colégio Franco-Brasileiro, de São Paulo, SP.

A partir de 1942, no Rio de Janeiro, passou a atuar como pianista em programas de calouros na então Rádio Transmissora, passando para a Orquestra de Chiquinho na Rádio Clube e depois para a Rádio Tupi, onde conheceu a cantora Stelinha Egg, com quem se casou em 1945. Para a Victor e Odeon, realizou durante 15 anos arranjos e orquestrações, destacando-se na música popular brasileira.

Com os arranjos de O vento e O mar (ambos de Dorival Caymmi), interpretados por Stelinha Egg, recebeu o prêmio Melhor Disco do Ano, que possibilitou ao casal uma temporada artística pela Europa em 1955.

Em Varsóvia, Polônia, regeu a Orquestra Filarmônica, recebendo a medalha de ouro do governo polonês, e atuou como juiz em congresso folclórico apresentado na Festa da Juventude. Em Moscou, regeu a Grande Orquestra do Teatro Strada, participando do filme Folclore de Cinco Países, de Alexandrov, no qual tocou chorinhos de sua autoria. Na França, foi diretor musical do filme Bela Aventura, com Stelinha Egg, sobre temas e motivos brasileiros.

Fixando residência em Paris, onde trabalhou para a organização de gravações de Ray Ventura, fez arranjos para gravações de músicas brasileiras e sul-americanas. Orquestrou para uma gravadora francesa o elepê Chants folkloriques breseliens, sobre temas brasileiros, interpretados por Stelinha.

De volta ao Brasil, compôs músicas e fez arranjos para histórias infantis, com os seguintes elepês: João e Maria, O Gato de Botas, A Moura Torta, A Galinha dos Ovos de Ouro, Branca de Neve e O Pequeno Polegar. Ainda na RCA lançou os elepês Em Tempo de Dança (dois volumes), para órgão e pequeno conjunto.

Sua passagem para a Odeon deu-se quando a Bossa Nova começava a tomar forma: fez os arranjos para o histórico elepê Amor de Gente Moça, de
Sylvia Telles. Gravou ainda vários elepês pela Odeon, onde se destaca Dança Moderna com sua orquestra, tocando músicas tradicionais brasileiras, tais como Rosa Morena (Dorival Caymmi) e Grau dez (Lamartine Babo / Ary Barroso).

Em 1965 compôs as músicas do show Rio de Quatrocentos Janeiros, apresentado no grill-room do Copacabana Palace Hotel, do Rio de Janeiro, recebendo o prêmio Euterpe 65. A música foi registrada em elepê comemorativo do IV Centenário da cidade.

No ano seguinte, participou do júri que selecionou as 36 finalistas do I FIC, da TV Rio, do Rio de Janeiro, fazendo os arranjos e regendo boa parte delas, e criou o desenho rítmico da canção
Saveiros (Dori Caymmi / Nelson Mota), que obteve o primeiro lugar na fase nacional e o segundo na internacional. Lançou pela Philips o elepê O Grande Festival, com as músicas do certame, tendo recebido o Galo de Ouro pela sua atuação como arranjador e maestro.

Apresentou na TV Rio e depois na TV Continental, um programa popular com Stelinha Egg, entremeando canções e filmes sobre o Brasil. Dirigiu shows de Elizeth Cardoso e Amália Rodrigues, no Canecão do Rio de Janeiro.

Fonte: Páginas 297/298, volume I, "Enciclopédia da Música Brasileira", Art Editora, 1977.

Irmãs Castro

Irmãs Castro - Dupla sertaneja formada por Maria de Jesus Castro (Itapeva/SP, 1926) e Lourdes Amaral Castro (Bauru/SP, 1928).

Em 1938, Maria de Jesus e Lourdes Amaral participaram escondidas dos pais do concurso Descobrindo Astros do Futuro, em Bauru (SP). Venceram o concurso e continuaram a cantar músicas em inglês numa rádio local.

A carreira profissional da dupla teve início quando Nhô Pai as viu cantando e gostou do duo perfeito das vozes. Nhô Pai pediu então autorização aos pais de Maria de Jesus e Lourdes Amaral para ensiná-las o gênero sertanejo.

No início dos anos 1940, receberam convite para cantar no Rio de Janeiro. Devido à idade, tiveram que falsificar as certidões de nascimento para poder cantar em cassinos.

Na Capital Federal cantaram nas Rádios Tupi, Globo, Mayrink Veiga. Em São Paulo atuaram nas rádios Cultura, Tupi e Bandeirantes. Em 1944, gravaram seu primeiro disco, interpretando o corrido Não me escrevas, de Gabriel Ruiz e Nhô Pai, e o rasqueado Che cabu (Vem cá), de Nhô Pai. No ano seguinte, gravaram novo disco contendo o valseado Faz um ano, de F. Valdez Leal e Nhô Pai, e o corrido Beijinho doce, de Nhô Pai, que se tornaria o maior sucesso da dupla e um dos clássicos da música sertaneja.

Com o sucesso obtido com a gravação de Beijinho doce, as Irmãs Castro tornaram-se estrelas. Seus discos começaram a vender em grandes quantidades. Em 1945, gravaram Sou roceira, chamego de Cuates Castilla e Ariovaldo Pires, e a valsa Cidade morena, de Nhô Pai e Riellinho.

Em 1947, gravaram Noites do Paraguai, guarânia de S. Aguayo, com versão de Ariovaldo Pires, uma das muitas versões de canções paraguaias e mexicanas que a dupla gravou. No mesmo disco estava o rasqueado Ciriema, de Nhô Pai e Mário Zan, outro de seus grandes sucessos. Com o sucesso que estavam obtendo, passaram a receber vários convites. Apresentaram-se em circos e rádios por todo o Brasil. Cantaram também em diversos países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina.

Em 1956, gravaram a guarânia Luar de Aquidauana, de Anacleto Rosas Jr. e Zacarias Mourão. Por essa época fizeram excursão ao Paraguai para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Assunção. Acabaram ficando um mês, sendo transferidas em seguida para o Teatro Municipal, já que o conjunto americano The Platters iria se apresentar no Vitória. The Platters teve que esperar a transferência das irmãs Castro e ficou com lotação pequena enquanto as duas estiveram em Assunção. De retorno ao Brasil, vieram em avião cedido pelo governo daquele país. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com Che Yara porã tupy, de Ariovaldo Pires e Riellinho, e Che china mi, de Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires.

Em 1974, lançaram um LP pela Chantecler, quando regravaram antigos sucessos como Beijinho doce, além de outras músicas, como Pelejo pra te deixar, de Biá e Gauchito. Em 1984, participaram do programa Viola minha viola, na TV Cultura de São Paulo.

Dissolvida em 1985, foi a primeira dupla feminina a gravar música sertaneja.

Fontes: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha; http://www.radioterra.fm.br/artistas/?id=51

Isaías e seus Chorões

Grupo de choro formado por Isaías Bueno de Almeida (São Paulo, 1937 - bandolim), Israel Bueno de Almeida (São Paulo, 1943 - violão de 7 cordas), Waldomiro Marçola (violão), Dorival Malavasi (São Paulo, 1934 - cavaquinho), Clodoaldo Coelho da Silva (São Paulo, 1936 - pandeiro), Valdir Guidi (reco-reco, cacheta e ganzá), Vicente de Paula Salvia - Viché - piano), Roberto Sion (flauta) e Toninho Carrasqueira (flauta) em São Paulo.

Entre os integrantes também faziam parte dois filhos do clarinetista de orquestra Benedito Bueno de Almeida. Isaías começou a tocar bandolim com 10 anos de idade em 1947 e, logo depois, seu irmão Israel, quatro anos mais novo, iniciou-se no cavaquinho.

Em 1953, começaram a atuar em programas de calouros, chegando a formar um conjunto com o violonista Antonio Edgard Gianor, lendário modernizador de harmonias. Três anos depois, foi apresentado por Jacob do Bandolim na segunda "Noite dos Choristas" e, a partir daí, tornou-se o mais respeitado bandolinista de São Paulo.

Sempre disposto a improvisar, não teve para isso o apoio de Jacob do Bandolim. Ao contrário do irmão, totalmente apegado ao gênero "Choro", Israel passou depois para o violão, tocando bossa-nova, e para a guitarra, integrando conjuntos de iê-iê-iê.

Mais tarde, enveredou pelo jazz, estudou violão clássico e assimilou o violão de 7 cordas, fechando um ciclo que o trouxe de volta ao choro. Com o programa "O Choro das sextas-feiras" apresentado na TV Cultura a partir de 1973, no qual atuava ao lado do Conjunto Atlântico, Isaías passou a ser destaque nacional.

Em 1974, recebeu o Prêmio APCA de revelação do ano. O começo dos anos 70 marcou também o nascimento de Isaías e Seus Chorões, que contava, além de Israel, com gente também vinda de famílias de músicos, como o cavaquinista Dorival, filho do saxofonista Ernesto Malavasi, e o pandeirista Clodoaldo Coelho da Silva, cujo pai, Álvaro, chegou a atuar com o Bando da Lua.

O grupo participou de diversos programas sobre choro na TV Cultura de São Paulo, além de ter acompanhado artistas importantes no cenário da MPB: Paulinho da Viola, Arthur Moreira Lima e Altamiro Carrilho, entre outros.

Depois de gravar os discos "O fino do bandolim", com choros clássico e "O regional brasileiro na música dos Beatles", o grupo lançou, na virada dos 80, o LP "Pé na cadeira". O repertório resgatou músicas raras de pioneiros como Joaquim Callado, Carramona (Albertino Pimentel) e Nelson Alves.

Duas personalidades importantes do bandolim tocado em São Paulo figuram entre os autores: Amador Pinho, espécie de professor informal de Isaías, e Mario Moretti, bandolinista virtuoso ainda em atividade. O LP foi remasterizado para CD no ano de 1999 e lançado pela gravadora Kuarup.

Fontes: http://www.samba-choro.com.br/artistas/isaiaseseuschoroes; www.diconáriompb.com.br.

Brasílio Itiberê II

Brasílio Itiberê (Brasílio Ferreira da Cunha Luz), compositor, folclorista, crítico e escritor, nasceu em Curitiba-PR, em 17 de maio de 1896 e faleceu no Rio de Janeiro em 10 de dezembro de 1967. Pertencente a uma família de músicos, era sobrinho do compositor Brasílio Itiberê da Cunha (autor de A Sertaneja, a primeira obra nacionalista brasileira) e do crítico musical João Itiberê da Cunha.

Formou-se em Engenharia Civil, dedicando apenas as horas de lazer à música, ao jornalismo e a escrever novelas. Como contista e cronista, teve importante atuação no modernismo, participando da revista modernista carioca Festa (1927-1935), onde publicou alguns dos mais significativos contos do modernismo brasileiro.

Em 1934, já no Rio de Janeiro, conviveu com Ernesto Nazareth, Pixinguinha e outros grandes nomes da música popular. Tornou-se grande amigo de Heitor Villa-Lobos, que, aliás, foi o responsável pela recondução de Itiberê à música.

Destacou-se sobretudo pela sua independência de criação em relação aos mestres, gerando a produção de uma obra pequena, mas de grande significação. A diferença entre a sua música e a da maioria dos músicos que acompanhou Villa-Lobos no trabalho de despertar o interesse do povo para a música nacional, reside na personalidade independente revelada em suas composições. Externou suas idéias através de uma linguagem musical própria.

Em 1939, produziu a Suíte Litúrgica Negra e o Trio nº 1. Alguns anos mais tarde compôs um dos seus trabalhos mais conhecidos, a Oração da Noite, escrito à maneira do credo russo, baseado em texto de Emiliano Perneta.

Compôs a cantata O Canto Absoluto com texto de Tasso da Silveira, o poema coral Estâncias com letra de Carlos Drummond de Andrade e Epigrama com letra de Cecília Meireles.

Estudioso do canto coral, Brasílio Itiberê criou obras corais com grande domínio de seus recursos mais genuínos: suas virtudes melódicas e a capacidade de expressão poética baseada no dom da palavra cantada.

Obra

 
Suíte Litúrgica Negra (1939);
Trio nº 1 (1939);
Momento eufórico;
Prelúdio vivaz; Introdução e allegro (1945);
Duplo Quinteto (1946);
O Cravo Tropical (1944); Invenção nº 1 (1934);
Poema (1936);
Seis Estudos (1936);
Ponteio para São João (1938);
Cordão de Prata (1939);
A Infinita Vigília (1941);
Oração da Noite;
O Canto Absoluto (1947), cantata;
Estâncias, poema coral;
Epigrama;
Xangô.

Fonte: http://www.geocities.com/Vienna/Strasse/8454/itibere.htm

Dalto

O cantor e compositor Dalto Roberto Medeiros nasceu em 22/06/1949 na cidade de Niterói (RJ), e iniciou-se na carreira como integrante do grupo Os Lobos, com o qual gravou alguns compactos de sucesso, como "Fanny", e o LP "Miragem"(Top Tape), em 1971.

Sua carreira solo começou em 1974, gravando na Odeon o compacto "Leila Ly / Flash Back". Apesar do sucesso de "Flash Back", Dalto resolveu se afastar dos palcos para terminar os seus estudos em medicina.

Em 1981, duas composições de sua autoria alcançaram grande sucesso na voz de outros intérpretes: "Bem Te Vi"(com Renato Terra) e "Leão Ferido"(com Biafra). Tais acontecimentos encorajaram Dalto a largar o jaleco para se dedicar integralmente à música.

Em 1982 sai o disco "Muito Estranho", que vende mais de um milhão e meio de cópias, e leva o cantor ao topo das paradas. Dalto grava mais alguns discos nos anos seguintes, e depois passa por um outro período de obscuridade, até 1994, quando volta à cena com um disco acústico que traz antigos sucessos e novas composições.

Fonte: http://cogumelomoonmiscelanea.blogspot.com/2007/06/dalto.html

Darci da Mangueira

Darci da Mangueira (Darci Fernandes Monteiro, Rio de Janeiro 15/08/1932 - 20/05/2008), compositor e sambista, nasceu no morro da Formiga, bairro da Tijuca, e desde criança frequentava os ambientes de sambistas, entre os quais o G. R. E. S. Unidos da Tijuca, do qual seu pai, Benedito Monteiro, foi fundador.

Depois de cursar o primário , começou a trabalhar em fábrica e aos 15 anos já fazia algumas composições, tendo sido um dos fundadores do bloco Flor da Mocidade. Seus sambas começaram a aparecer na Unidos da Tijuca, onde logo passou a fazer parte da ala de compositores.

Em 1959, por influência dos compositores Comprido, Zagaia, Hélio Turco e Pelado, entrou para ca ala de compositores do G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira, para a qual fez vários sambas-enredo.

Em 1967, a escola venceu o desfile com seu samba-enredo O mundo encantado de Monteiro Lobato (com Batista da Mangueira, Hélio Turco, Jurandir, Luís e Dico), o mesmo acontecendo no ano seguinte com Samba, festa de um povo (com Hélio Turco, Batista da Mangueira e Dico).

Em 1969 a escola desfilou com seu samba-enredo Mercadores e suas tradições (com Jurandir e Hélio Turco), e, em 1971, com Modernos bandeirantes (com Jurandir e Hélio Turco). No ano seguinte apresentou-se durante quatro na Espanha, França e Itália, com o Trio Pandeiro de Ouro e o Trio Pelé.

Outros sambas-enredos de sua autoria foram Yes, nós temos Braguinha (com Hélio Turco, Comprido, Arroz e Jajá), em 1984, e Abram alas, que eu quero passar (com Hélio Turco e Jurandir) em 1995.

Teve músicas gravadas por Beth Carvalho (Memória de um compositor, com Betinho), Clara Nunes (Cheguei à conclusão), Alcione e Renata Lu (Quero sim, com Leci Brandão) e Martinho da Vila (Samba do trabalhador e Para você felicidade).

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e publiFolha.