quarta-feira, maio 29, 2013

Almir Ribeiro


Almir Ribeiro (Aldimir Torres Ribeiro), cantor, nasceu em São João da Boa Vista, SP, em 09/12/1935, e faleceu em Punta Del Este, Uruguai, em 18/02/1958. Com cinco anos de idade mudou com a família para a cidade paulista de Itapetininga, na qual viveu até 1955 quando mudou-se para a cidade de São Paulo.

Iniciou sua carreira como locutor da Rádio PRD-9, de Itapetininga, com apenas 18 anos de idade. Em 1955, mudou-se para São Paulo onde pretendia dar sequência à carreira de locutor, acabando entretanto por seguir a carreira de cantor. Fez testes na Rádio e TV Tupi, estreando no programa musical de Cassiano Gabus Mendes, então diretor da Tupi, quando interpretou a canção My little one, adotando por sugestão do próprio Cassiano Gabus Mendes o nome artístico de Almir Ribeiro.

Em 1956, foi levado por Abelardo Figueiredo, que o vira cantar no programa de Cassiano Gabus Mendes, para ser o artista exclusivo do programa "Spot Light Popelinita" apresentado na TV Tupi. Depois, levado por Jordão de Magalhães, apresentou-se na boate Cave, fazendo depois temporada na boate "Beguin". Nesse ano, foi contratado pela gravadora Copacabana.

Em janeiro de 1957, lançou seu primeiro disco, interpretando com acompanhamento de Rafael Puglielli e sua orquestra o fox Amar outra vez, de M. Stollof sobre música de Chopin, com versão de G. Sidney, e o beguine Canção do mar, de Ferrer Trindade e Frederico de Brito. Em seguida, gravou o beguine Pra bem longe de ti, de Sherman, com versão de Nelson Figueiredo, e o samba-canção Onde estou?..., de Hervé Cordovil e Vicente Leporace.

No mesmo ano, gravou a toada Pezinho pra frente, de Aloísio Figueiredo, e o samba-canção Contra-senso, de Antônio Bruno. Nesse período, participou do filme Absolutamente Certo, de Anselmo Duarte, no qual interpretou o samba-canção Onde estou?. Em março do mesmo ano, lançou o LP Uma noite no Cave, no qual interpretou os sambas Fui eu, de Aloysio Figueiredo e Nelson Figueiredo, e Se todos fossem iguais a você, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, os sambas-canção Sempre teu, de Aloysio Figueiredo e Edson Borges, e Falaram de você, de Hervê Cordovil e Renê Cordovil, entre outros.

Em março de 1958, foram lançados três discos em 78 rpm com gravações suas feitas no início do ano, nas quais interpretou, com acompanhamento de Antonio Sergi e sua orquestra, o fox Tarde demais para esquecer, de Adamen e Carey, com versão de Alberto Ribeiro, e o samba-canção No meio da noite, de Aloísio Figueiredo e José Marques da Costa, os sambas-canção Foi a noite, de Tom Jobim e Newton Mendonça, e Laura, clássico de João de Barro e Alcir Pires Vermelho, e com o conjunto da Boate Cave, dirigida por Aloísio Figueiredo, o samba-canção Se todos fossem iguais a você" de Tom e Vinícius, e o fox Without my love, de Gerard, Michel e Guiton. Logo em seguida, foi lançado o LP Almir Ribeiro, também com tapes gravados no início do ano, e que além de quatro faixas lançadas em 78 rpm, trazia ainda as músicas Risque e Folha morta, de Ary Barroso, Dora, de Dorival Caymmi, Maria, de Ary Barroso e Luiz Peixoto, e Tarde fria, de Poly e Henrique Lobo.

Com uma carreira ascendente, faleceu precocemente afogado numa praia de Punta Del Este no Uruguai após gravar seis discos em 78 rpm e dois LPs. Após sua trágica morte a Copacabana lançou o LP Spot Light - Nº 2 - focaliza Almir Ribeiro, com doze interpretações do cantor no programa Spot Light registradas ao vivo.

Discografia

(1957) Amar outra vez/Canção do mar • Copacaban • 78
(1957) Pra bem longe de ti/Onde estou?... • Copacabana • 78
(1957) Pezinho pra frente/Contra-senso • Copacabana • 78
(1957) Uma noite no Cave • Copacabana • LP
(1958) Tarde demais para esquecer/No meio da noite • Copacabana • 78
(1958) Foi a noite/Laura • Copacabana • 78
(1958) Se todos fossem iguas a você/Without my love • Copacabana • 78
(1958) Almir Ribeiro • Copacabana • LP
(1958) Spot Light - Nº 2 - Focaliza Almir Ribeiro • Copacabana • LP

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Ailce Chaves

Ailce Chaves, compositora, criou sambas-canção e sambas principalmente. Teve mais de vinte composições gravadas por diferentes intérpretes, entre os quais, Gilda de Barros, Ciro Monteiro, Ângela Maria e Linda Batista. Seu principal parceiro foi Paulo Marques com quem compôs mais de 15 músicas entre as quais os sambas Indecisão, Amigos e Segue.

Teve sua primeira composição gravada em 1945, a marcha Quando a gente fica velho, parceria com Linda Rodrigues e Amado Régis lançada na Continental por Linda Rodrigues. Em 1947, o samba Indecisão, com Paulo Marques, foi lançado na RCA Victor por Ciro Monteiro. No ano seguinte, Heleninha Costa gravou na Continental o samba Fracassei, parceria com Peterpan e Edmundo de Souza.

Em 1949, Heleninha Costa gravou na Continental o samba Jurei, parceria com Paulo Marques e Edmundo de Souza, enquanto Nelson Gonçalves registrou na RCA Victor o samba Meu castigo, com Paulo Marques e Napoleão Alves.

Em 1951, Ângela Maria gravou na RCA Victor o samba Segue e Linda Rodrigues na gravadora Star o samba Raça negra, ambos com Paulo Marques. Também na Star, a então iniciante Dolores Duran gravou o samba Que bom será, com Paulo Marques e Salvador Miceli. Pela Todamérica, Zilá Fonseca gravou o samba Nome manchado, com Paulo Marques, também em 1951. No ano seguinte, conheceu seu maior sucesso, o samba Lama, com Paulo Marques, gravado por Linda Rodrigues na Continental. Nesse ano, Zezé Gonzaga gravou na Sinter o samba Não quero lembrar, com Sávio Barcelos e Paulo Marques.

Teve dois sambas com Paulo Marques gravados na Todamérica em 1953, Obsessão, por Marion e Recalque, por Mara Silva. Nesse ano, Dora Lopes gravou o samba Me abandona, com Sávio Barcelos e Paulo Marques; Linda Rodrigues a marcha Bambeio mas não caio, com Elvira Pagã e Paulo Marques; Neusa Maria o samba Pra conquistar, com Paulo Marques e Salvador Miceli e Luiz Cláudio o samba-canção Nosso romance, com Paulo Marques, todas na Sinter. Em 1954, Neusa Maria gravou o samba Minha mágoa, com Paulo Marques.

Em 1955, o samba-canção Mais uma noite, parceria com Paulo Marques e Savio Barcelos foi lançado por Gilda de Barros na Odeon e o samba Amigos, com Paulo Marques foi gravado por Linda Batista na RCA Victor. Nesse ano, Gilda Valença regravou Lama na Sinter, em forma de fado, Alzirinha Camargo gravou na Polydor o samba-canção Espelho da vida, com Jarbas Cavalcanti e o maestro Guaraná e seu conjunto lançou, também na Polydor, o chorinho Trepa moleque, com Rafael Treiger. Compôs com Linda Rodrigues o samba-canção Farrapo humano gravado por Linda Rodrigues na Continental em 1956.

Em 1957, Carlos Nobre gravou na Todamérica o bolero Viverás sempre só, com Raimundo Olavo. No ano seguinte, Roberto Silva regravou na Copacabana o samba Indecisão. Em 1961, o samba-canção Companheiras da noite, com Linda Rodrigues e William Duba, foi gravado pela cantora Linda Rodrigues no LP Companheiras da noite, da gravadora Chantecler.


Aylce Chaves preferiu o Samba

Ailce sendo entrevistada pelo cronista
"Assistia certa razão a Noel Rosa, ao afirmar que o cartaz do artista do rádio vem do compositor. Ary Barroso tem feito muita gente. Ataulfo Alves, também. Todos eles.

Não se assuste o leitor, que não entraremos aqui em divagações sobre direitos autorais. Apenas queremos revelar na sua modéstia, uma das compositoras mais queridas do Rio, cujos sambas e marchas deliciam os homens agitados da Broadway, na voz bonita de Carmen Miranda. Aylce Chaves, numa idade em que as garotas namoram e falam de artistas de cinema, prefere fazer música popular, formando uma dupla com o seu irmão Acyr.

O repórter desce na Tijuca. A Rua José Higino, elegante e discreta, esconde entre gardênias, a casa da artista. Vamos descobri-la na sua vida interior, ao lado de seu inseparável violão, preparando uma marchinha. Simples, dona de uma graça ingênua e doce abre-se em confidências sobre o seu interesse pelo rádio:

— Terminava o meu curso no Pedro II, quando fiz o primeiro samba; Lembro-me que se chamava “Chegou”. Cantei para as colegas; gostaram. Gostariam, em verdade, ou apenas estimulariam a principiante? A duvida esteve comigo por muito tempo. Fui das mais sinceras fãs de Luiz Barbosa. E esse fato talvez concorresse muito para o meu estímulo. Desejava melhorar o que fazia conseguir alguma coisa boa, para que ele a interpretasse.

— Compete, no carnaval, com os maiorais?

— Não sou profissional. Vivo de outras coisas. Tenho de que viver. Assim sendo, prefiro passar sem tomar parte na corrida. Tenho algumas marchas carnavalescas, mas creia acho mais natural que o campo fique mais vazio aos que vivem da música da terra. Escrevo por fatalismo; destino; talvez. Há muita gente que faz o mesmo. No acha?

Aylce atende a um telefonema de Neyde Martins. Volta, com um sorriso brejeiro nos lábios:

— Alguma encomenda...

— Modas, meu caro... É natural que sendo mulher pense, também, nos figurinos...

— Que mais gosta do que tem feito?

— A pergunta é complicada. Embora perfeitamente justificável, envolve uma questão delicada. Creia que é verdade. Todavia, gosto muito de “Batucada de meu coração” e da rumba “Yoyô já quer”, do repertório de Carmen. Aprecio também “Escravo da lua”, criação de Manuel Reis. Neyde Martins interpretou um samba de minha estima “Tempo feliz que passou”. Linda Batista canta uma marcha, das que mais quero “Boas Festas”.

— Quais são os seus artistas favoritos?

— Carmen Miranda, Linda Batista e, do naipe masculino, Carlos Galhardo, a quem dei “A cor dos teus olhos”. A sua voz é um encantamento.

— Como escreve?

— Quando a inspiração quer. Muitas vezes, num ônibus, na rua, num cinema, a melodia chega. Entra, sem pedir licença, sem bater palmas como velha conhecida. Fica nos meus ouvidos; permanece horas a fio no meu pensamento. Ao chegar em casa, tento escreve-la. E o samba nasce. O samba, a música mais linda do mundo...

— Carioca, teria de querer bem ao samba...

— Paulista que sou, creia que o adoro. Fico revoltada quando percebo a campanha insidiosa que fazem contra ele. Os falhados gostam de combatê-lo. Mas ele vai vencendo. Nova York começou a sentir melhor o Brasil quando notou o encantamento melodioso de Carmen Miranda. Buenos Aires estreitou mais as suas relações de estima, depois que o samba começou a fazer parte integrante de seus programas radiofônicos. E a festa mais bonita do mundo, o carnaval do Rio, o que seria sem a música que vem dos morros, que flui da terra, que desce para a cidade, enfeitiçando a gente nos cordões ou nas batalhas de confete? Gosto tanto do samba que deixei de estudar medicina por sua causa. Meu pai que descansa, hoje, dos seus labores no exército, queria. Eu também desejava ser colega de Alberto Ribeiro, na ciência de Hipócrates. Mas, depois, comecei a achar o curso dos mais ásperos, teria de estudar anatomia e conviver com esqueletos. Compor seria mais interessante. Comecei a escrever e, até agora, ainda não senti a menor vaidade. Escrevo sambas e marchas, como poderia perfeitamente, ser oficial administrativo de um Ministério qualquer, ou especialista de oftalmologia. Foi melhor; assim deixei de concorrer na vida pública com os homens. Correndo com eles no rádio, vivo no meu canto, sem magoá-los, sem contundi-los, porque não faço profissão, como compositora.

Aylce Chaves posa para o fotógrafo. Deixa-nos entrever sua surpresa pela lembrança que fizemos. Sempre modesta e simples. Mas com aquele sorriso, cheio de reticências, que é um dos segredos maiores, indiscutivelmente, dos seus encantos femininos." (Por Francisco Galvão - Revista da Semana, 6 de abril de 1940)

Obras

Amigos (c/ Paulo Marques), Bambeio mas não caio (c/ Elvira Pagã e Paulo Marques), Companheiras da noite (c/ Linda Rodrigues e William Duba), Espelho da vida (c/ Jarbas Cavalcânti), Farrapo humano (c/ Linda Rodrigues), Fracassei (c/ Peterpan e Edmundo de Souza), Indecisão (c/ Paulo Marques), Jurei (c/ Paulo Marques e Edmundo de Souza), Lama (c/ Paulo Marques), Mais uma noite (c/ Paulo Marques e Savio Barcelos), Me abandona (c/ Sávio Barcelos e Paulo Marques), Meu castigo (c/ Paulo Marques e Napoleão Alves), Minha mágoa (c/ Paulo Marques), Não quero lembrar (c/ Sávio Barcelos e Paulo Marques), Nome manchado (c/ Paulo Marques), Nosso romance (c/ Paulo Marques), Obsessão (c/ Paulo Marques), Pra conquistar (c/ Paulo Marques e Salvador Miceli), Quando a gente fica velho (c/ Linda Rodrigues e Amado Régis), Que bom será (c/ Paulo Marques e Salvador Miceli), Raça negra (c/ Paulo Marques), Recalque (c/ Paulo Marques), Segue (c/ Paulo Marques), Tratado de amor (c/ Paulo Marques), Trepa moleque (c/ Rafael Treiger), Viverás sempre só (c/ Raimundo Olavo), Vou beber (c/ Paulo Marques e Sávio Barcelos), Vou partir (c/ Paulo Gesta).

Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista da Semana (06/04/1940).

Hélio Sindô

“Às qualidades de cantor, nosso biografado alia as de compositor, tendo inúmeras músicas, as quais ele mesmo interpreta. Gravando para importante fábrica, Hélio Sindô (assim se assina) possui diversos números de sucesso postos na cera, todos com venda apreciável. Sua grande aspiração está satisfeita, uma vez que pode ser considerado o sambista número um da Paulicéia, com um público numeroso a aplaudi-lo. Até hoje o «broadcasting» carioca não o tentou, apesar de vir ao Rio todos os anos e ser sondado pelos «maiorais» de nossas estações. Sua distração predileta é colecionar discos, selecionando os cantores a seu modo. Também não se furta a uma festinha íntima, em que não lhe peçam para cantar. É que sua voz vale dinheiro e por isso é necessário poupá-la. Fora do rádio desconhece outra profissão, urna vez que esta lhe paga bem.”  (Foto e texto da Revista da Semana n° 48 – 29/05/1948)

Hélio Sindô (Hélio Rodrigues Sindeaux), cantor, sambista e compositor, nasceu em Senador Pompeu, Ceará, em  07/10/1919, e faleceu São Paulo, SP, em 09/05/2005. Concluiu o curso primário na cidade natal, vindo a terminar o ginasial em São Paulo. Na metrópole bandeirante se inf1uenciou pelo rádio, tentando-o através da Educadora Paulista, no decorrer de 1938. Teve sorte nessa aventura, pois em curto espaço de tempo tornou-se um dos mais populares intérpretes do samba, a ponto de passar pelos microfones das grandes emissoras paulistas, como Cultura, Kosmos, Record, Educadora e finalmente Tupi.

Gravou na Continental Divina Dama, seu primeiro disco, samba de HenricãoRaul Marques e Buci Moreira, e Vem ao Rio, Rita, samba de Antônio Ferreira da Silva, João Rosa e Correia Filho, seguido dos seguintes:

O costume dela, samba (Hélio Sindô - Arlindo Pinto), Grande Bahia, samba (Avaré - Adoniran Barbosa), China chou, marcha (Jair Gonçalves - Hélio Sindô), Asa negra, samba (Adoniran Barbosa), Minha promessa, samba (Soriano - Boris), Boogie-woogie não é samba, samba (Hélio Sindô), Kikiricó, marcha (Arlindo pinto - Waldomiro Lobo), Porteiro de cabaré, samba (Osvaldo França - Conde - B. França), É de Bangu, samba (Hélio Sindô - Carlos Armando), Marcha do tubarão, marcha (Hélio Sindô - Capitão Balduíno), Vai dormir teu sono, samba (Heitor de Barros - Conde), Italiana, marcha (Ciro de Sousa), Quem é o presidente?, samba (Ciro de Sousa), Falso amigo, samba (Conde - Brioso), Embrulho, samba (Djalma Mafra - Alvaiade), Medo da onda, marcha (Reinaldo dos Santos - Hélio Sindô), Ai, se eu fosse português, samba (Hélio Sindô - Boca - Noel Victor), Falaram tanto, samba (Hélio Sindô - Conde), Pobre no pedir, samba (Djalma Mafra - Alvaiade), Cabocla, samba (Arlindo Pinto - Hélio Sindô), Sapato custa dinheiro, balanceio (Hélio Sindô - Carlos de Sousa), Arrebenta a bexiga, samba (Mário Zan - Arlindo Pinto), Ó Nesta, marcha (Ciro de Sousa - Polera), Delator, samba (Hélio Sindô - Reinaldo Santos), Vaca malhada, samba (Ciro de Sousa - Hélio Sindô), Desapareceu, samba (Antônio Rago - Hélio Sindô), Cachopa de branco, marcha (Jucata), Tenho pena dela, samba (Raguinho - José Saccomani), Triste caboclo, samba (Paraguassu), Amor de palhaço, marcha (Orlando Monelo - Jucata), É fingimento, samba (Júlio Nagib - Reizinho), A volta do dobrado, dobrado (Mário Vieira - Arlindo Pinto), Galicho ganhou, dobrado (J. E. Galvão de França - L. Ripoli Filho), Veja você, samba (Rago - Totó), Valete, marcha (Beduíno), Pepita, marcha (Beduíno), O Senhor me chamou, marcha (Hélio Sindô - Otelo Zeloni), Flauta do Bartolo, marcha (Armando Rosas - Hélio Sindô), Num banco de jardim, samba (Fernandes - Hélio Sindô), Voltou o pombo correio, samba (Hélio Sindô - Ariowaldo Pires) e Eu não posso acreditar, samba (Hélio Sindô - Domingos Romanelli).

Paulistano de coração e cearense de nascimento, foi um dos grandes violonistas da noite desta cidade durante três décadas pelo menos. Intérprete, parceiro e amigo de Adoniran Barbosa, compositor importante, gravado por gente do tamanho de Aracy de Almeida, conheceu seu maior sucesso com o belo samba E você não dizia nada (com José Sacomani e Jorge Martins), gravado magistralmente por Gilberto Alves na década de 50.

______________________________________________________________________
Fontes: Só dói quando eu Rio... (por Fernando Szegeri) - 23/05/2005 e 28/05/2005; Revista da Semana, de 29/05/1948.

Leda Barbosa


Leda Barbosa (Leda Barbosa de Sant'Ana), cantora, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 03/03/1923, e faleceu em princípios de março de 2013. Com 60 anos de carreira e tia do cantor Jorge Vercilo de quem foi grande incentivadora da carreira artística, viveu a época dourada da Rádio Nacional. Atuou no Copacabana Palace e no Cassino Atlântico. Em 1946, lançou na Rádio Nacional o samba Samba de morro, de Billy Blanco.

Estreou em discos em 1948 quando registrou pela gravadora Star a marcha Mulher geniosa, de Sá Róris e Alcir Pires Vermelho, e o samba Está quase na hora, de Pedro Caetano e Alcir Pires Vermelho. Ainda na década de 1940, participou de uma edição do programa radiofônico "Dicionário Toddy" apresentado por Fernando Lobo na Rádio Tupi no qual interpretou a modinha Ontem ao luar (Choro e poesia), de Catulo da Paixão Cearense e Pedro de Alcântara.

Em 1950, tomou parte do programa "Poemas sonoros" escrito por Eurico Silva e apresentado por Manoel Barcelos com a participação da orquestra do maestro Léo Peracchi no qual interpretou canções como Minha prece, Dois corações, e Minha saudade.

Em 1963, gravou pelo selo Pawal os sambas Pergunto se ele tem, de Barbosa de Souza, e Samba, mulata samba, de H. Expedito e L. Vieira. No ano seguinte, já pelo selo Ritmos gravou os sambas Não tem jeito, de Nelson Trigueiro, e Lágrimas de culpa, de João Grimaldi. Ainda por essa época, gravou pelo selo Tiger a marcha Você vai, de Toledo Cruz.

Em 1969, participou do disco independente Estórias de amor com obras do compositor Leonel Azevedo no qual interpretou os sambas Sonho desfeito, de Leonel Azevedo e Adelmo Lima, e Saudade teimosa, de Leonel Azevedo. Em 1972, participou do LP Alma do sertão lançado pela gravadora Copacabana com gravações do programa "Alma do sertão" apresentado por Renato Murce interpretando a toada Sabiá da mata, de Renato Murce.

Em 2002, sua interpretação para o samba Sonho desfeito, foi incluída no volume 1 da série de três CDs que o selo Revivendo lançou com o título Leonel Azevedo - o Compositor em Estórias de Amor - Volumes 1, 2 e 3.

Em 2006, retomou a carreira artística com o lançamento do CD A meiga presença produzido por Jorge Vercílio disco no qual interpretou entre outras as músicas Chove lá fora, de Tito Madi, Ronda, de Paulo Vanzolini, Pergunto se ele tem, de Barbosa de Souza, e Trovões e vendavais, de Jorge Vercilio.

A jovem intérprete da Nacional

"O interesse com que a Rádio Nacional seleciona valores para o seu «case» constitui justo prêmio àqueles que de fato possuem mérito, como no caso de Leda Barbosa, uma jovem e futurosa intérprete de nossas melodias populares.

Surgindo através da «Hora do Guri», quando ainda vestia o uniforme de aluna da Escola Superior de Comércio, Leda Barbosa foi galgando todos os postos ambicionados por uma «estréia», tendo passado pelo «cast» da Transmissora, nos áureos tempos de Dermeval Costa Lima; pela Educadora, então dirigida por Gastão Lamounier; pela Globo, na sua grande fase; na Cruzeiro do Sul, quando esse prefixo contava com Ari Barroso e Paulo Roberto; e, finalmente, agora se encontra na P.R.E-8, animando a programação de estúdio desse prefixo.

Bastante jovem, com um futuro risonho à sua frente, Leda Barbosa além de cantora, sabe dedilhar um violão, embora não o faça publicamente. Tendo começado como cantora de foxes e blues, hoje prefere a canção e o samba-canção, gênero em que é uma das primeiras, não só pela maneira com que os interpreta, como ainda pela bonita voz que possui.

Fluminense de nascimento, pois nasceu em Niterói, a graciosa cantora possui o diploma de contadora, sabe falar inglês, gosta de praticar natação, desconhece o que seja superstição e frequenta assiduamente os cinemas. Conhece alguns Estados do Brasil, inclusive o de Minas Gerais, onde cantou na Rádio Inconfidência, com verdadeiro sucesso." (Revista da Semana n° 48 – 29/05/1948)

Discografia

(2006) A meiga presença • CD
(1964) Não tem jeito/Lágrimas de culpa • Ritmos • 78
(1964) Você vai • Tiger • 78
(1963) Pergunto se ele tem/Samba, mulata samba • Pawal • 78
(1948) Mulher geniosa/Está quase na hora • Star • 78

______________________________________________________________________
Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista da Semana de 29/05/1948; Revista do Rádio de 05/06/1950.

Djalma Mafra

Djalma Mafra, compositor, nasceu no bairro do Irajá, no Rio de Janeiro, RJ, em 02/11/1916, e faleceu na mesma cidade, em 24/12/1974. Em 1942, Odete Amaral gravou na Odeon a marcha Vitaminas, com Amaro Silva e Domício Augusto.

No ano seguinte, o samba Antes porém, com Ciro Monteiro, foi gravado na Odeon por Moreira da Silva. Também na Odeon, Ataulfo Alves e Sua Escola de Samba gravaram o samba Leonor, parceria com Ataulfo Alves, e a dupla vocal Joel e Gaúcho registrou a marcha "Cavalinho bom", com Joel de Almeida.

Ainda em 1943, o samba Jamais acontecerá, com Geraldo Pereira, foi gravado na Odeon pela cantora Odete Amaral, e os sambas Domine sua paixão, com João Bastos Filho, e Oh! Seu Djalma, com Raul Marques, e a batucada Tire a mão do meu bolso, com Nicola Bruni, foram registrados por Ciro Monteiro na Victor. Também na Victor a cantora Marilu lançou os sambas Desta vez vou ser feliz e Réu primário, ambos com Amaro Silva.

Em 1944, a marcha Salve o inventor da mulher, com Amaro Silva, foi gravada na Odeon por Odete Amaral. No ano seguinte, Ciro Monteiro gravou na Victor o samba Obrigação, com Alcides Rosa, e Odete Amaral, também na Victor, lançou o samba Na chave do portão, com Alberto Maia. Em 1945, o samba Abriu-se o pano, com Alcides Rosa, foi gravado por Ciro Monteiro na Victor. O mesmo Ciro Monteiro gravou em seguida a marcha Ôp, ô, ôp, com Ari Monteiro, e o samba Dentro da capela, com Alcides Rosa. No ano seguinte, Jorge Veiga gravou na Continental o samba A vida tem dessas coisas, com Raul Marques.

Em 1947, pela Continental, Roberto Silva gravou o samba O errado sou eu, com Erasmo de Andrade. No ano seguinte, Hélio Sindô gravou na Continental o samba Embrulho, com Osvaldo dos Santos. Hélio Sindô gravou em 1949, o samba Pobre no pedir, com Osvaldo dos Santos. No mesmo ano, Sílvio César, com sua orquestra, gravou na Continental o fox-trot Eu não sou marinheiro e o choro Aguenta o tempo, e Ataulfo Alves também na Continental o samba Banco de réu.

Em 1952, Odete Amaral lançou pela Odeon o choro Beija-flor, com Alcides Rosa. Também na Odeon, o cantor Risadinha lançou o samba Marinheiro de primeira viagem, com Alvaiade. Em 1955, Risadinha gravou o samba Embrulho que eu carrego, com Osvaldo dos Santos. No mesmo ano, o samba Todo mundo sabe, com Nelson Silva, foi gravado por Louis Cole no LP Uma noite no Vogue - Louis Cole e Seu Sexteto do selo Rádio. No ano seguinte, Severino Araújo e sua Orquestra Tabajara gravaram pela Continental o choro Comprando barulho, com Jorge Tavares. Em 1958, o cantor Raimundo Olavo lançou pela gravadora Todamérica o LP Esquina do Nice no qual registrou o samba Destino traiçoeiro, com Raimundo Olavo.

Em 1960, o conjunto Conjunto Brasília Ritmos gravou pela Odeon o LP Ritmos do Brasil - Vol. 2 no qual foi incluído o samba Comprando barulho. No mesmo ano, Roberto Silva gravou o samba Domine a sua paixão, com João Bastos Filho, no LP Descendo o morro Nº 3 da gravadora Copacabana. Em 1961, o samba Eu não sou marinheiro, um de seus maiores sucessos, foi gravado no LP Peça bis em Hi-Fi - Hugo Master e Sua Orquestra, e por Lauro Paiva e Conjunto no LP Sucessos com Lauro Paiva. Dois anos depois, o samba Eu fui o culpado, com Álvaro Castilho, foi gravado por Alcides Gerardi no LP Enquanto o tempo passa da CBS. O mesmo cantor gravaria um ano depois o samba Outras foram, com A. Castilho, no LP Amor sem ter amor.

Em 1966, Alcides Gerardi gravou o samba-canção Agora se acabou, com Augusta de Oliveira, no LP Desejo da CBS. Em 1969, o samba Banco de réu, foi gravado pelo cantor Noite Ilustrada no LP Revivendo o Mestre Ataulfo, lançado por ele pela gravadora Continental. No mesmo ano, o samba Embrulho que eu carrego, com Alvaiade, recebeu duas gravações. De Ciro Monteiro e Elizeth Cardoso no LP A bossa eterna de Elizeth e Cyro - Volume 2 da gravadora Copacabana, e a de Elza Soares e Miltinho no LP Elza, Miltinho e samba - Volume 3 da Odeon.

Em 1974, Zuzuca gravou o samba Obrigação, com Alcides Rosa, em LP CBS, e o conjunto Samba 4 também na CBS regravou o samba Banco de réu. Em 1978, Roberto Müller gravou na Tapecar o samba-canção Outras foram.

Em 1991, o samba Vitaminas, interpretação de Odete Amaral, foi incluído no LP A coroa do Rei com gravações de Francisco Alves, Rosina Pagã, Dircinha Batista e Odete Amaral do selo Revivendo.

Sua carreira artística transcorreu principalmente nas décadas de 1950 e 1960, quando foi parceiro de nomes como Geraldo Pereira, Alvaiade, Ataulfo Alves e Joel de Almeida entre outros. Suas composições, especialmente sambas e marchas, foram gravadas por nomes como Odete Amaral, Ciro Monteiro, Ataulfo Alves, Joel e Gaúcho, Jorge Veiga, Risadinha e Roberto Silva. Sempre foi muito ligado ao carnaval, especialmente o de Madureira, do qual foi grande folião.

Obra

A vida tem dessas coisas (c/ Raul Marques), Abriu-se o pano (c/ Alcides Rosa), Agora se acabou (c/ Augusta de Oliveira), Aguenta o tempo, Antes porém (c/ Ciro Monteiro), Banco de réu (c/ Alvaiade), Beija-flor (c/ Alcides Rosa), Brigas de amor (c/ Alvaiade), Cavalinho bom (c/ Joel de Almeida),  Comprando barulho (c/Jorge Tavares), Dentro da capela (c/ Alcides Rosa), Desta vez vou ser feliz (c/ Amaro Silva), Destino traiçoeiro (c/ Raimundo Olavo), Domine a sua paixão (c/ João Bastos Filho), Domine sua paixão (c/ João Bastos Filho), Embrulho (c/ Osvaldo dos Santos), Embrulho que eu carrego (c/ Alvaiade),  Embrulho que eu carrego (c/ Osvaldo dos Santos), Eu fui o culpado (c/ Álvaro Castilho), Eu não sou marinheiro (c/ Alvaiade), Falsidade (c/ João Pereira Lucena), Jamais acontecerá (c/ Geraldo Pereira), Leonor (c/ Ataulfo Alves), Marinheiro de primeira viagem (c/ Alvaiade), Na chave do portão (c/ Alberto Maia), O errado sou eu (c/ Erasmo de Andrade), Obrigação (c/ Alcides Rosa), Oh! Seu Djalma (c/ Raul Marques), Ôp, ô, ôp (c/ Ari Monteiro), Outras foram (c/ A. Castilho), Pobre no pedir (c/ Osvaldo dos Santos), Réu primário (c/ Amaro Silva), Salve o inventor da mulher (c/ Amaro Silva), Tire a mão do meu bolso (c/ Nicola Bruni), Todo mundo sabe (c/ Nelson Silva), Vitaminas (c/ Amaro Silva e Domicio Augusto).

Fontes: Dicionário Cravo Albin da MPB; Revista do Rádio.