quarta-feira, maio 29, 2013

Hélio Sindô

“Às qualidades de cantor, nosso biografado alia as de compositor, tendo inúmeras músicas, as quais ele mesmo interpreta. Gravando para importante fábrica, Hélio Sindô (assim se assina) possui diversos números de sucesso postos na cera, todos com venda apreciável. Sua grande aspiração está satisfeita, uma vez que pode ser considerado o sambista número um da Paulicéia, com um público numeroso a aplaudi-lo. Até hoje o «broadcasting» carioca não o tentou, apesar de vir ao Rio todos os anos e ser sondado pelos «maiorais» de nossas estações. Sua distração predileta é colecionar discos, selecionando os cantores a seu modo. Também não se furta a uma festinha íntima, em que não lhe peçam para cantar. É que sua voz vale dinheiro e por isso é necessário poupá-la. Fora do rádio desconhece outra profissão, urna vez que esta lhe paga bem.”  (Foto e texto da Revista da Semana n° 48 – 29/05/1948)

Hélio Sindô (Hélio Rodrigues Sindeaux), cantor, sambista e compositor, nasceu em Senador Pompeu, Ceará, em  07/10/1919, e faleceu São Paulo, SP, em 09/05/2005. Concluiu o curso primário na cidade natal, vindo a terminar o ginasial em São Paulo. Na metrópole bandeirante se inf1uenciou pelo rádio, tentando-o através da Educadora Paulista, no decorrer de 1938. Teve sorte nessa aventura, pois em curto espaço de tempo tornou-se um dos mais populares intérpretes do samba, a ponto de passar pelos microfones das grandes emissoras paulistas, como Cultura, Kosmos, Record, Educadora e finalmente Tupi.

Gravou na Continental Divina Dama, seu primeiro disco, samba de HenricãoRaul Marques e Buci Moreira, e Vem ao Rio, Rita, samba de Antônio Ferreira da Silva, João Rosa e Correia Filho, seguido dos seguintes:

O costume dela, samba (Hélio Sindô - Arlindo Pinto), Grande Bahia, samba (Avaré - Adoniran Barbosa), China chou, marcha (Jair Gonçalves - Hélio Sindô), Asa negra, samba (Adoniran Barbosa), Minha promessa, samba (Soriano - Boris), Boogie-woogie não é samba, samba (Hélio Sindô), Kikiricó, marcha (Arlindo pinto - Waldomiro Lobo), Porteiro de cabaré, samba (Osvaldo França - Conde - B. França), É de Bangu, samba (Hélio Sindô - Carlos Armando), Marcha do tubarão, marcha (Hélio Sindô - Capitão Balduíno), Vai dormir teu sono, samba (Heitor de Barros - Conde), Italiana, marcha (Ciro de Sousa), Quem é o presidente?, samba (Ciro de Sousa), Falso amigo, samba (Conde - Brioso), Embrulho, samba (Djalma Mafra - Alvaiade), Medo da onda, marcha (Reinaldo dos Santos - Hélio Sindô), Ai, se eu fosse português, samba (Hélio Sindô - Boca - Noel Victor), Falaram tanto, samba (Hélio Sindô - Conde), Pobre no pedir, samba (Djalma Mafra - Alvaiade), Cabocla, samba (Arlindo Pinto - Hélio Sindô), Sapato custa dinheiro, balanceio (Hélio Sindô - Carlos de Sousa), Arrebenta a bexiga, samba (Mário Zan - Arlindo Pinto), Ó Nesta, marcha (Ciro de Sousa - Polera), Delator, samba (Hélio Sindô - Reinaldo Santos), Vaca malhada, samba (Ciro de Sousa - Hélio Sindô), Desapareceu, samba (Antônio Rago - Hélio Sindô), Cachopa de branco, marcha (Jucata), Tenho pena dela, samba (Raguinho - José Saccomani), Triste caboclo, samba (Paraguassu), Amor de palhaço, marcha (Orlando Monelo - Jucata), É fingimento, samba (Júlio Nagib - Reizinho), A volta do dobrado, dobrado (Mário Vieira - Arlindo Pinto), Galicho ganhou, dobrado (J. E. Galvão de França - L. Ripoli Filho), Veja você, samba (Rago - Totó), Valete, marcha (Beduíno), Pepita, marcha (Beduíno), O Senhor me chamou, marcha (Hélio Sindô - Otelo Zeloni), Flauta do Bartolo, marcha (Armando Rosas - Hélio Sindô), Num banco de jardim, samba (Fernandes - Hélio Sindô), Voltou o pombo correio, samba (Hélio Sindô - Ariowaldo Pires) e Eu não posso acreditar, samba (Hélio Sindô - Domingos Romanelli).

Paulistano de coração e cearense de nascimento, foi um dos grandes violonistas da noite desta cidade durante três décadas pelo menos. Intérprete, parceiro e amigo de Adoniran Barbosa, compositor importante, gravado por gente do tamanho de Aracy de Almeida, conheceu seu maior sucesso com o belo samba E você não dizia nada (com José Sacomani e Jorge Martins), gravado magistralmente por Gilberto Alves na década de 50.

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Fontes: Só dói quando eu Rio... (por Fernando Szegeri) - 23/05/2005 e 28/05/2005; Revista da Semana, de 29/05/1948.

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